O CURSO DE PEDAGOGIA DA UFT/PALMAS
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- Gonçalo Aires de Vieira
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1 O CURSO DE PEDAGOGIA DA UFT/PALMAS Rosângela das Graças Amorim 1 ; Jobherlane Costa 2, Jocyléia Santana dos Santos 3 1 Aluna do Curso de Comunicação Social; Campus de Palmas; rosangela.gamorim@gmail.com 2 Aluna do Curso de Geografia; Campus de Porto Nacional; jobherlanecosta@hotmail.com 3 Orientador(a) do Curso de Pedagogia; Campus de Palmas; jocyleia@uft.edu.br RESUMO Este trabalho é resultado do projeto de iniciação científica da UFT intitulado O curso de Pedagogia de Palmas que se propôs a investigar as histórias de vida dos professores do curso de Pedagogia do Campus de Palmas que constituíram durante o período de 2003 a 2004, os docentes da Universidade Federal do Tocantins. A partir da memória dos professores compreendeu-se que as experiências pessoais e educacionais proporcionaram mudanças nos processos de aquisição e transmissão do conhecimento, na formação e constituição da carreira docente, no modo de ensinar e no registro dos fazeres pedagógicos. Para atingir os objetivos averiguou-se como a memória dos professores do curso de Pedagogia do campus de Palmas recuperou os diferentes sentidos e significados da Universidade ao reconstruir suas identidades pessoais. Finalmente procurou-se dar visibilidade ao desenvolvimento da Universidade ao longo de sua trajetória destacando os sujeitos que fizeram ou fazem parte desta história. Palavras-chave: Formação de professores; Pedagogia; Educação; UFT. INTRODUÇÃO Na prática educativa, um projeto de história oral pode ser desenvolvido em diferentes contextos, tanto de iniciativa individual quanto de interesse coletivo: em pré-escolas, no ensino médio, nas universidades, na educação de velhos, dentre outros. A História oral permite a integração com outras fontes, a confrontação com as fontes escritas e orais e a sua utilização interdisciplinar. Entretanto, no intuito de explorar as diversas possibilidades que o campo da história oral possibilita e por se tratar de uma abordagem qualitativa, os procedimentos técnicos adotados para a realização desta serão a revisão bibliográfica e a pesquisa de campo (entrevistas).
2 A escolha da história oral se deu por este ser um instrumento capaz de coletar informações dos docentes, sujeitos que participaram do processo de construção dos cursos da UFT/Palmas. Com tais informações nos será possível captar elementos históricos significativos à disposição de interessados na leitura da educação superior do Tocantins. Como bem denota MEIHY (2000) A história oral implica uma percepção do passado como algo que tem continuidade hoje e cujo processo histórico não está acabado. A presença do passado no presente imediato das pessoas é a razão de ser da história oral, nesse sentido a história oral garante sentido social à vida de depoentes e leitoras que passam a entender a sequencia histórica e sentir-se parte do contexto em que vivem. (p. 18). A meta foi a valorização do processo de construção do conhecimento e o despertar da consciência individual/coletiva, bem como uma instrumentalização para a ação que seja responsável e não demagógica, e que tenha uma perspectiva de continuidade do processo sem a dependência de agentes externos. MATERIAL E MÉTODOS A primeira fase da pesquisa, como previsto inicialmente, consistiu na consulta bibliográfica, tanto de referenciais teóricos quanto de livros sobre historia oral e historia dos cursos de pedagogia. Foram então realizadas leituras e fichamentos inerentes ao tema, com o objetivo de ampliar o conhecimento, sensibilizar o olhar e alicerçar as observações e coletas feitas no posterior trabalho de campo. Sendo assim, a segunda fase da pesquisa consistiu no trabalho de campo. Num primeiro momento elaboramos as perguntas conjuntamente com as 2 bolsistas que seguem: 1. Como se deu seu ingresso no âmbito da educação? 2. Com ocorreu a sua inserção no curso de Pedagogia/Normal Superior na UFT? 3. Quando você iniciou seu trabalho na UFT quais eram as suas perspectivas? 4. Quais os cargos que você já desempenhou? 5. Qual foi a sua maior realização ou conquista no âmbito educacional e especificamente na UFT? 6. Conte-nos como era a estrutura da UFT quando você chegou aqui? 7. Como era formado o corpo administrativo? 8. No seu ponto de vista as políticas publicas educacionais tem cumprido suas propostas? 9. Quais as suas observações sobre as mesmas ao longo dos tempos? 10. Quais as suas considerações sobre o curso de Pedagogia da UFT e a formação docente da contemporaneidade? 11. Sob seu olhar, o
3 que difere ou profissionais da educação de tempos atrás com os da atualidade? 12. Qual a experiência ou vivencia você considera a mais importante ao longo de sua vida/jornada acadêmica? 13. Mesmo que as políticas educacionais de hoje não sejam suficientes para atender as demandas sociais, percebemos que não há manifestações por parte da população em busca das mesmas. O que difere a sociedade de outrora com a atual, nesse sentido? 14. Você já participou de alguma manifestação pública? 15. Descreva a UFT ao longo de sua trajetória e seu olhar sobre a mesma daqui a alguns anos. 16. Poderia falar sobre seus Planos/Projetos? Esta etapa supramencionada foi fundamental para conhecer os professores, sua historia de vida e o ingresso no curso de Pedagogia de Palmas da UFT. No segundo semestre de 2011/2 realizamos 10 entrevistas com os professores do curso de Pedagogia e transcrevemos os depoimentos. Essa metodologia permitiu um maior engajamento das bolsistas com os professores, o que facilitou o entendimento do curso de Palmas no contexto dos anos 2003 e No primeiro semestre de 2012 fizemos mais leituras e fichamentos sobre memória de professores e historia oral. Demos prosseguimento ao levantamento das entrevistas e conseguimos depoimentos de mais 5 professores. Neste fechamento de trabalho de iniciação científica fizemos a transcrição de todas as entrevistas, revisão e organização das informações obtidas durante todo o trabalho para a confecção do presente relatório. RESULTADOS E DISCUSSÃO O trabalho proposto teve como objeto as memórias em filigranas, ou seja, tratou das histórias dos professores no curso de Pedagogia de Palmas que constituíram durante o período de 2003 a 2004, docentes da Universidade Federal do Tocantins. O tema enfocado buscou uma abordagem a partir da história oral de vida dos docentes e sua interlocução contínua da memória do eu pessoal com a memória do eu profissional, sobretudo, numa profissão impregnada de valores e de ideais e muito exigente do ponto de vista do desempenho acadêmico e das relações interpessoais. A partir da memória dos professores compreendeu-se o progresso da Universidade e verificaram-se as diversas mudanças ocorridas nos processos de aquisição e transmissão
4 do conhecimento, de formação e constituição da carreira docente, no modo de ensinar, e, principalmente, na prática docente universitária. Ao conhecer a história da UFT e a história de vida de cada professor, por meio das entrevistas, percebemos como história oral e sua interação com os diversos contextos sociais, tem uma subjetividade que compõe cada fato, cada experiência vivenciada em cada relato foi de grande relevância científica para a solidificação da Universidade enquanto instituição que promove a pesquisa, o ensino e a extensão. No processo de investigação das memórias dos docentes da UFT, foi pertinente ressaltar a relevância, ou melhor, a constatação da singularidade revelada no relato de cada professor. Isto nos remeteu a singularidade de compreender tanto a história de vida dos participantes quanto a história do progresso da Universidade por meio das fontes orais. Falar de história de vida, é pelo menos pressupor e isso não é pouco que a vida é uma história e que, como no título de Maupassant, Uma vida, uma vida, é inseparável o conjunto dos acontecimentos, de uma existência individual concebida como uma história e relato dessa história. (Bourdieu, 1996, p. 183). Schmidt e Mahfoud (1993) ao abordarem o conceito de memória coletiva defendida por Halbwachs nos levou a compreender que as lembranças fazem parte de um determinado contexto social no qual os personagens (sujeitos) estiveram presentes. Segundo Kessel (2004) a memória é um veículo imprescindível no processo histórico social. Uma vez que esta proporciona a conservação da cultura, tradição, mentalidades entre outros valores de cada época. Além de proporcionar interação entre as pessoas, valoriza nossos antecedentes, nossa cultura. A memória coletiva tem assim uma importante função de contribuir para o sentimento de pertença a um grupo de passado comum, que compartilha memórias. Ela garante o sentimento de identidade do indivíduo calcado numa memória compartilhada não só no campo histórico, do real, mas, sobretudo no campo simbólico (Kessel, 2004, p. 3). É sob a perspectiva de memória coletiva e da subjetividade advinda da historia oral que se transcreveu as entrevistas dos professores do curso de Pedagogia de Palmas no contexto de implantação da Universidade Federal do Tocantins.
5 Face ao exposto, foi possível compreender a importância da memória para a compreensão de várias facetas da sociedade envolvente. Foi notória ainda a percepção da subjetividade que compôs cada fato e consecutivamente cada fala dos entrevistados. Ao investigar as experiências pessoais e educacionais de professores através do registro dos fazeres pedagógicos, utilizou-se a história oral para evidenciar a memória e a subjetividade dos atores sociais que fizeram a história educacional da Universidade Federal do Tocantins, principalmente no curso de Pedagogia/Palmas. LITERATURA CITADA ALBERTI, Verena. Ouvir e Contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: Amado, Janaína e Ferreira, Marieta de Moraes. Usos e Abusos da História Oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, CAMARGO, A. Quinze anos de história oral: documentação e metodologia. In: 3 KESSEL, Zilda. Memória e Memória Coletiva. São Paulo, Disponível em: 4 oria_coletiva.pdf. Acesso: 05 fevereiro de NÓVOA, António. Os professores e a história da sua vida. In: Nóvoa, António (org.). Vidas de Professores. 2ª ed. Porto: Porto Editora, OLIVEIRA, Valeska Fortes. Diálogos entre história oral e educação: memória, conhecimento e identidades. In: XII ENDIPE Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, 2004, Curitiba. Conhecimento Local e Conhecimento Universal. Curitiba: PUC/PR. 7 POLLAK, M. Memória, esquecimento, silêncio. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro. Vol 02. nº 03, AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil e da Universidade Federal do Tocantins"
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