FACULDADE GAMA E SOUZA DISCIPLINA: SOCIOLOGIA PROF.: ALBERTO DIAS MENDES

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1 FACULDADE GAMA E SOUZA DISCIPLINA: SOCIOLOGIA PROF.: ALBERTO DIAS MENDES INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA Senhores presentes na luta, como é bom tê-los conosco pra reconstruir o mundo com o suor do nosso rosto, a força de nossos braços e nossa sabedoria, e também pra fazer festa, que esse povo é de alegria. (Augusto Cacá) que é Sociologia, como surgiu. Antecedentes históricos 1) Questão do método: observação, análise, formulação de hipóteses explicativas, experimentação, verificação das hipóteses e formação de conclusões (Aquino, 1983). Bacon ( ) e Descartes ( ), Auguste Comte ( ). 2) Razão como meio de explicar a natureza das coisas Racionalismo. 3) Revolução Científica Contribuições de Copérnico, Kepler, Galileu, Darwin, dentre outros, para o avanço da Ciência Exata e da Natureza (Biologia). 4) Transição do feudalismo para o capitalismo. Formação do Mundo Ocidental Moderno Modernidade (embate do velho com o novo). 5) Reforma religiosa. 6) Formação do Mundo Contemporâneo ( ): crise do Absolutismo; Iluminismo; pensadores críticos: Locke, Montesquieu, Voltaire e Rosseau. 7) Revolução Industrial ( ): consolidação do capitalismo como sistema econômico predominante; ascensão da burguesia como classe dirigente (fim do Absolutismo) e definição do proletariado como classe explorada; símbolo: máquina a vapor / país: Inglaterra. 8) Revolução Francesa ( ): consolidação da burguesia como classe política dominante; ideais de igualdade, fraternidade e liberdade próprios de regimes liberais; representou a crise final do antigo regime que varreu a Europa com os novos ideais. 1

2 BRASIL: 1) Fins do século XVIII: Conjuração Mineira, Conjuração Baiana e Carioca; leitura de autores franceses como Rousseau; morte de Tiradentes símbolo da Inconfidência 2) Século XIX sob influência da Europa: 1822 Independência; 1888 Abolição da Escravidão; 1889 Proclamação da República. 3) Movimentos de resistência Quilombos Canudos Farroupilhas Obs.: acontecimentos dirigidos pela Classe Dominante da época. O povo não possuía organização política forte ao ponto de fazer as transformações ao seu modo. A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá mas não pode calcular quantos cavalos de força existem nos encantos de um sabiá (Manoel de Barros) Nascimento das Ciências Humanas e Sociais: Foi no contexto acima descrito que surgiram as Ciências Sociais, em particular a Sociologia, não como disciplina propriamente dita, mas como maneira de pensar e interpretar a realidade. Primeiramente, o termo foi criado por Augusto Comte ( ), querendo referir-se a uma Física Social. Para ele, que foi considerado o fundador do positivismo, deveria haver uma ciência para analisar a sociedade, tal como existia a Matemática, a Biologia, a Astronomia, a Física, a Química. 2

3 A Sociologia foi desenvolvida posteriormente por Èmile Dürkheim, ao longo de sua vida acadêmica, iniciando como disciplina em 1887, na FACULTÉ DE LETTRES DE BORDEAUX, França, sob o nome de Pedagogia e Ciência Social, lecionada pelo próprio Dürkheim. O estudo da sociologia alcança maior destaque e encontra rigor conceitual em três pensadores, que são, incontestavelmente, os mais relevantes para a compreensão da vida em sociedade, no plano particular ou no coletivo. A seguir, um breve resumo sobre esses personagens que influenciaram, decisivamente, no pensamento ocidental moderno: Émile Dürkheim ( ): Nasceu em Epinal, França, em 15 de abril de Apesar de ter sido Comte o primeiro a pensar no termo sociologia, foi Dürkheim considerado o pai dessa Ciência, propondo métodos, objetivos e objeto. Dedicou sua vida inteira e suas obras ao estudo da Sociologia. Sua principal obra foi As Regras do Método Sociológico, na qual definiu a metodologia que compreendia como a mais adequada para a análise dos fenômenos sociais e afirmou que os fatos sociais devem ser considerados coisas. Um dos propagadores da filosofia de Augusto Comte, Durkheim também aderiu ao positivismo e adotou esta concepção em suas análises e estudos. Segundo ele, a neutralidade era condição máxima para afastar o cientista social das pré- noções, a fim de obter resultados satisfatórios em seus estudos. Dürkheim Compreendia que a vida humana está condicionada aos fatos sociais e que estes possuem três características principais: exterioridade, generalidade e coercitividade. Um fato social não é um mero acontecimento, mas uma manifestação que independe da vontade do indivíduo, o que resulta dizer que a sociedade se sobrepõe ao indivíduo e é capaz de definir seu modo de agir. Max Weber ( ): De família de alta classe média, nasceu em 21 de abril de 1864, em Erfurt, Alemanha. Foi contemporâneo de Dürkheim e com ele dialogou, academicamente, sobre o método sociológico. Para ele, a definição do objeto da pesquisa está ligada à sua metodologia e os valores individuais condicionam seu resultado. Seu ponto de partida foi a ação social e a sociologia uma ciência compreensiva. Uma de suas principais obras foi A ética protestante e o espírito do capitalismo. O cientista político Michael Löwy caracteriza Weber como sociólogo historicista, isto é, considera os fenômenos sociais resultantes dos processos históricos. 3

4 Weber não acreditva na neutralidade, uma vez que acreditava na capacidade de cada indivíduo em modificar o meio em que vive. Para ele, o indivíduo é o responsável pelas criações sociais e pelos fatos. Ou seja, o indivíduo, para o autor, define uma sociedade e é responsável por sua forma de organização. Outro destaque da obra weberiana é sobre Os tipos puros de dominação legítima que, para o autor podem se resumir a três: legal, tradicional e carismática. O que mata um jardim não é o abandono. que mata um jardim é esse olhar De quem por ele passa indiferente. (Mário Quintana) Karl Marx ( ): Natural de Treves, província alemã do Reno, nasceu em 5 de maio de 1818 cidade de Erfut. Apesar de ser, cronologicamente, anterior aos outros dois autores, o pensamento de Marx extrapolou o período de sua existência física. Na verdade, ele já produzia críticas ao positivismo fundado por Comte e ao socialismo utópico de Saint-Simon. Contemporâneo do golpe de Estado na França, Marx tem um legado militante, uma vida participativa social e politicamente, o que o levou a participar da fundação da Internacional Comunista, principal organização de defesa do proletariado emergente. Muitos consideram suas obras economicistas, mas nem as leram. Sua contribuição para uma sociologia crítica é inegável. É nesse ponto que podemos distingui-lo de Dürkheim e Weber. Enquanto estes desenvolveram estudos por teorias metodológicas lineares, Marx foi além, propondo a superação do capitalismo e apresentou o materialismo dialético como método científico capaz de ler a realidade de forma crítica e verdadeira, oferecendo, portanto, melhores instrumentos de intervenção social com vistas à transformação da situação vigente. Com ele, surgem os conceitos principais de classe social, luta de classes e modo de produção. A semelhança de Marx com Weber reside no fato de não acreditarem na neutralidade. O autor do Capital compreendia a vida de forma dialética, por isso acreditava que o indivíduo fazia a sociedade fazê-lo, ou seja, não há um estágio inicial. O movimento é paralelo e contínuo, sem possibilidade de estabelecer o marco inicial do comando. Dentre as principais obras, além da já citada, podemos destacar A ideologia alemã, na qual Marx explica o processo de formação da consciência de classe e 4

5 da hegemonia da ideologia da classe dominante, e O Manifesto Comunista, uma obra-prima que explica as origens da exploração capitalista e indica caminhos para sua superação. A sociologia, a partir dessas três visões de mundo, abre, então, um caminho instigante para a descoberta de novos conceitos e valores que contribuam, definitivamente, para a emancipação humana. Há ainda muito o que estudar sobre estes e outros autores. Hoje, o debate das ideias desses autores continua e está cada vez mais atual. Sei que o sol nasce pra todos, Esta verdade não nego: Mas uns se aquecem na praia, Os outros batendo prego. (Cláudio Feldman) Bibliografia: ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico DÜRKHEIM, Émile. O que é fato social? In: Fernandes, Florestan (coord.), Coleção Grandes Cientistas Sociais, ed. ática, LÖWY, Michael. As aventuras de Karl Marx contra o Barão Münchhausen Marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. Cortez Editora, 5ª ed. Revisada, MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia. Coleção Primeiros Passos. Brasiliense, MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A ideologia Alemã. Hucitec, TURA, Maria de Loudes Rangel (org.). Et all. Sociologia para educadores. Ed. Quartet, 2ª edição,