O livro Apocalipse Introdução. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Transcrição

1 O livro Apocalipse Introdução Jörg Garbers Ms. de Teologia

2 A palavra Apocalipse Apocalipse significado Desvendar Revelar Fazer conhecer o desconhecido Apocalipses e apocalíptico Revelações a respeito do fim de uma era mundial Uma interpretação da situação histórica do autor e dos seus leitores contemporâneos. Pensamento que existe em várias religiões Islã Religiões índias Religiões germânicas Tupi-Guarani Judaísmo

3 A palavra apocalipse Gênero literário no judaísmo com características típicas: Autoria anônima em nome de um sábio do passado Periodização da história Aumento do caos e da desordem Ponto de virada Tempo de salvação Alegorias místicas e astrológicas Limites cronológicos Numerologia Dentro da descrição do processo da desordem existem menções claras de figuras conhecidas para que o leitor sabe onde ele se encontro no decorrer da história.

4 Forma literária do livro O último livro do NT tem claramente traços da literatura apocalíptica da sua época, porém também se diferencia: O autor é conhecido A virada está no passado Cristo O autor não escolheu um ponto do passado como ponto de partida O centro de todo livro é Cristo O livro tem traços de uma carta Parece que foi feito para a leitura pública Tem semelhanças com os livros proféticos Pergunta: As visões são descrições de visões reais ou estilo literários?

5 Linguagem e estilo do livro Grego muito duro as vezes errado O autor claramente pensa em hebraico e está traduzindo o seu pensamento para o grego. Metáforas, linguagem figurativa, símbolos Números: expressam qualidades Animais: referem-se a pessoas Baseia se fortemente no AT sem citar ló Existem várias repetições no livro

6 Autor do livro João Um nome muito comum Pode ser o apóstolo João ou outra pessoa O autor estava em Patmos conhecia bem as comunidades da Ásia menor tinha autoridade não precisava se apresentar parece uma pessoa bem conhecida

7 Data de origem do livro Existem 4 teorias 1) sob o reinado de Claudio ) sob o reinado de Nero ) sob o reinado de Domiciano ) sob o reinado de Trajano Teoria 1 e 4 tem poucos defensores e parecem os mais artificiais. Pontos chaves da discussão das posições 2 e 3: A perseguição dos cristãos O culto imperial A besta do capítulo 13 A sequencia dos reis em capítulo 17 Existência do templo em Jerusalém

8 Local de origem do livro Patmos é mencionado no próprio livro e defendido pela maioria dos comentaristas. Para uns teólogos existe a possibilidade que partes do livro foram escritos em Roma ou na Ásia menor.

9 Destino e propósito do livro Éfeso, Esmyrna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Propósito Livro de Adoração Consolo para a igreja Alerta para ser fiel Profecia do futuro próximo

10 Métodos de interpretação Muitos comentaristas diferenciam entre 4 modelos de interpretação. Entre esses modelos existem formas mistas. A metodologia influencia muito a compreensão. A metodologia depende muito do ensino e da denominação cristã.

11 Métodos de interpretação Método histórico contemporâneo Escrito ocasional Foram de carta Alusões contemporâneas O breve profético As pessoas da época do escritor compreenderam a mensagem O livro queria consolar em primeiro lugar

12 Métodos de interpretação Método histórico contínuo Deus tem um plano que ele cumpre O livro funciona como um roteiro de viagem Pode se calcular e saber onde estamos na história mundial Pode se calcular a vinda de Cristo

13 Métodos de interpretação Método escatológico Todos os textos a partir de cap. 2 ou 4 apontam para o fim do mundo. O livro está escrito para a comunidade arrebatada.

14 Métodos de interpretação Método idealista Os textos ensinam a respeito de temas como: Deus Cristo Comunidade Fidelidade Arrependimento Esperança Oração Coragem O livro apenas usa o estilo de profecia

15 Métodos de interpretação Conclusão Dependendo do texto precisa se de métodos diferentes. Conforme o próprio livro os métodos da história contínua e da escatologia fazem pouco sentido. O visionário fala claramente das coisas que em breve acontecerão e muitos textos indicam a situação contemporânea do autor. Os leitores do século I eram os destinatários e compreenderam o conteúdo. Nas minhas aulas estou dando ênfase no métodos da história contemporânea e na metodologia ideológica.

16 O problema teológico A grande diversidade das interpretações dificulta o ensino da comunidade. As interpretações diversas separam denominações e comunidades. A mensagem do livro por vezes está em contraposição ao restante do NT: Vingança Esperança terrestre Textos apocalípticos

17 Introdução O título O Anticristo, usado muitas vezes, é de certa forma não correto. Esse título não aprece nenhuma vez no livro Apocalipse. O título aparece três vezes em 1Jo e uma vez em 2Jo. Outros textos paulinos mencionam personagens semelhantes e o livro Dn conhece uma figura semelhante. O título Anticristo pode significar também: em lugar de Cristo, como Cristo. Resumindo os textos: podemos dizer que a figura de um ou mais Anticristos descrevem e caracterizam o tempo do fim, mas não necessariamente uma personagem concreta que irá aparecer.

18 Aaçãodabestadaterra 16 Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, 17 para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesseamarca,queéonomedabestaouonúmerodoseunome. Como as demais coisas também a marca não pode ser simplesmente interpretada como literal. A marca é uma metáfora que expressa pertence. No batismo recebemos a marca da cruz que na nossa tradição significa que alguém pertence a Cristo. É uma marca invisível, simbólica que descreve uma realidade de fato. A mão direita é mão mais importante para uma maioria das pessoas. É a mão da ação e força e a testa é símbolo da personalidade da cabeça. Receber a marca nesses lugares descreve a ação e o caráter de uma pessoa. Nesse contexto são pessoas dedicadas a uma vida em conformidade com o culto imperial e com isso contra Deus.

19 Aaçãodabestadaterra 16 Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, 17 para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesseamarca,queéonomedabestaouonúmerodoseunome. Existem dois grupos bem distintos: aqueles que são escritos no livro da vida do cordeiro Cristo e aqueles que são marcados pela besta. O poder do último ameaçava a vida do primeiro grupo de forma concretaecruel naépocadejoão.

20 O númerodabesta 18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis. Não todos, mas aqueles que tem entendimento e sabedoria podiam calcularnaépocadejoãoonúmeroedecifraronomedabesta. Em conformidade com o texto o número descreve uma pessoa. Se o texto foi escrito para pessoas concretas do século um precisa se pensar numa pessoa dessa época. A guemátria, representação de nomes por números, é algo muito conhecido no primeiro século. Os símbolos numéricos (1,2,3,..) que conhecemos ainda não existiam, mas cada letra tinha um valor numérico. Adicionando os valores das letras chegou se a um número que pode representar um nome ou título, etc.

21 O númerodabesta 18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis. No tempo em que foi escrito o livro Apc existiam três alfabetos que podiam ser usados: o hebraico, o latino e o grego. Do alfabeto grego existiam nove sistemas diferentes que interligam as letras com os valores. No nosso caso é o mais provável que João usou um sistema grego, mas sem nenhuma outra referência é simplesmente quase impossível chegar a um resultado satisfatório. Durante os séculos foram apresentados os mais diversos explicações: Nero, Domitiano, Lateinos, Euanthas, Tito, imperadores romanos, Caos do pretempo, kaisar theos, vicarius filii dei (papa), Gaius Kaisar (Calígula), Maomé, Geiserich, diversos papas, Lutero, Calvino, Napoleão, Wilhelm II, Hitler, Mussolini.

22 O númerodabesta 18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis. A lista pode ser continuado. A. Pohl apresenta uma teoria interessante. Ele parte do pressuposto que João está se referindo a uma personagem da sua época. O título do imperador Domitiano oficial foi: Autokrator Kaisar Dometianos Sebastos Germanikos. Um título que representava uma verdadeira blasfêmia nos ouvidos dos cristão. A abreviação desse nome comprido teria sido: A Kai Domet Seb Ge. Essa abreviação resulta no valor de 666. Na ordem do alfabeto grego: A=1 / B=2 / G=3 / D=4 / E=5 / I=10 / K=20/M=n40/O=70/S=200 /T=300 É uma teoria interessante que pode fechar com os fatos.

23 O númerodabesta 18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis. PorémnãosepodeesquecerqueJoãodescreveotempodofimcomo um todo ou seja mesmo se Domitiano para ele iria representar a besta, essa personagem apenas caracteriza o tempo do fim. A besta não é somente uma figura concreta da época de João, mas uma qualidade que descreve o fim dos tempos. Palavras como idolatria, revolta, sedução, arrogância, pseudo-cristianismo preenchem aquilo que a besta representa.

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