GT Psicopatologia e Psicanálise. Reunião no XVI Simpósio de Pesquisa da ANPEPP Maceió, 7 a 10 de Junho de 2016

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1 GT Psicopatologia e Psicanálise Reunião no XVI Simpósio de Pesquisa da ANPEPP Maceió, 7 a 10 de Junho de 2016 Coordenação: Vera Lopes Besset besset@terra.com.br Vice-coordenação: Edilene Freire de Queiroz edilenefreiredequeiroz@gmail.com Resumo O GT Psicopatologia e Psicanálise congrega professores/pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa brasileiras implicados no debate de questões que a psicopatologia coloca à psicanálise. Em seu percurso, inaugurado em 2000, sua consolidação permitiu a abertura para o acolhimento de jovens pesquisadores. Seus objetivos para o XVI Simpósio são: discussão de aspectos éticos próprios à pesquisa e à produção em psicanálise, a partir das contribuições de cada um de seus integrantes; avaliação de suas atividades e produções no último biênio; planejamento de atividades para o próximo biênio, com ênfase na organização da coletânea de textos oriunda do Seminário sobre Metodologia de Pesquisa em Psicanálise; elaboração do relatório da reunião do GT no XVI Simpósio. Este GT tem contribuído, com sua produção, para a pesquisa e clínica no campo da psicopatologia, na perspectiva da psicanálise e para a formação de profissionais críticos e engajados no tratamento do mal estar do sujeito contemporâneo. Participantes 1. Amadeu Oliveira Weinmann - Programa de Pós-graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 2. Ana Cleide Guedes Moreira - Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Pará (UFPA). 3. Angélica Bastos - Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica do Instituo de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 4. Carlos Henrique Kessler - Programa de Pós-graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 5. Cláudia Henschel de Lima - Departamento de Psicologia do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense (UFF). Campus Volta Redonda. 6. Cleide Pereira Monteiro- Departamento de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Campus João Pessoa.

2 8. Edilene Freire de Queiroz - Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). 9. Manoel Tosta Berlinck - Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 10. Maria Lidia Oliveira de Arraes Alencar - Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Campus Niterói. 11. Susane Vasconcelos Zanotti - Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). 12. Vera Lopes Besset - Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutorandos 1. Carla Oliveira Fernandes - Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bolsista CAPES. Orientadora: Vera L. Besset. 2. Tiago Iwasawa Neves - Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Orientadora: Edilene F. Queiroz. Presença nas reuniões do GT no XVI Simpósio em Maceió Nas reuniões do GT estiveram presentes 13 integrantes do GT, 11 pesquisadores e dois doutorandos. Maria Lidia Oliveira de Arraes Alencar justificou sua ausência. Objetivos e dinâmica de trabalho A partir de suas discussões no XV Simpósio, nesse último biênio este GT tem privilegiado o estudo e o debate sobre Metodologia da Pesquisa em Psicanálise, em suas atividades e produções. Considerando a proposta do XVI Simpósio, Pesquisa em Psicologia: Dimensões éticas e produção científica, estabelecemos como objetivos: 1. discussão de aspectos éticos próprios à pesquisa e à produção em psicopatologia e psicanálise a partir das contribuições de cada um de seus integrantes; 2. avaliação do percurso do GT no último biênio, em função dos modos de organização e tipos de atividades e produtos obtidos; 3. planejamento de atividades para o próximo biênio, com ênfase na organização da coletânea de textos oriunda do Seminário sobre Metodologia de Pesquisa em Psicanálise e na formação de redes de pesquisa, se oportuno;

3 4. elaboração do relatório da reunião do GT no XVI Simpósio. Respeitando nossa proposta de trabalho, iniciamos pela breve apresentação de cada participante, considerando a presença de novos membros, os professores pesquisadores Amadeu Oliveira Weinmann, Carlos Henrique Kessler, Cláudia Henschel de Lima, Cleide Pereira Monteiro, e os doutorandos Carla Oliveira Fernandes e Tiago Iwasawa Neves. Em seguida, invertendo a ordem prevista anteriormente, por sugestão da maioria dos participantes presentes, abordamos a edição da coletânea Metodologia de Pesquisa em Psicanálise, fruto do Seminário do GT Psicopatologia e Psicanálise: Metodologia de pesquisa em psicanálise, organizado por Edilene F. Queiroz, realizado em 29 de maio de 2015 na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), em Recife. A partir do relato das organizadoras do livro, Edilene Freire de Queiroz e Susane Vasconcelos Zanotti, o GT debateu e deliberou sobre alguns pontos da edição da obra, a ser editada. Publicação prevista para 2017 no âmbito da Coleção Psicanálise: Clínica e Cultura, resultante do Edital 2015 para Novas Séries da Editora da UFRGS. Igualmente, programou-se a divulgação da coletânea por meio de eventos e publicação de resenhas. Em referência ao primeiro objetivo de nossa proposta -discussão de aspectos éticos próprios à pesquisa e à produção em psicopatologia e psicanálise a partir das contribuições de cada um de seus integrantes- cada membro pesquisador expôs, resumidamente, suas reflexões sobre os temas previamente propostos, objetos de suas pesquisas, dando ênfase aos aspectos éticos específicos da pesquisa em psicopatologia e psicanálise. Respeitando sistemática adotada há vários simpósios, o ordenamento das intervenções, incluindo a duração das mesmas, foi decidido coletivamente em função do tempo de reunião disponível, as tarefas previstas e o encadeamento dos temas individuais, de modo a favorecer a reflexão e o debate. Esse procedimento confirmou-se como favorecedor da identificação de pontos de reflexão comuns ou discordantes entre os membros presentes, que reputamos essencial na construção ou consolidação de parcerias de trabalho forjadas a partir da participação no GT. Resumimos a seguir os temas tratados, por ordem de apresentação e debate: Ana Cleide Moreira. Pesquisa sobre mulheres (casadas e com filhos) com diagnóstico de AIDS em um Hospital Universitário UFPA. Questões sobre o diagnóstico traumático, muitas vezes tardio. Efeitos: inibição da vida sexual, estados depressivos ou melancólicos. Tomando a teoria psicanalítica como eixo, a pesquisa contribui com novas formulações metapsicológicas e psicopatológicas para a problemática do traumático na clínica da aids. Susane Zanotti. Pesquisa no ambulatório de Genética Clínica (UFAL) sobre casos de crianças que nascem com a genitália ambígua. Impossibilidade de realizar o registro efeitos: nome em suspenso. Aborda a dimensão ética e produção científica, considerando os efeitos do diagnóstico de distúrbios da diferenciação do sexo. Claudia Henschel. Pesquisa em andamento no Laboratório de Investigação das Psicopatologias Contemporâneas (UFF), em colaboração com o Laboratório Cidade e Poder (LCP. UFF. PPG em História Social), versando sobre o diagnóstico e o tratamento da toxicomania. Fomentou debate sobre impasses e desafios que a psicopatologia contemporânea coloca para o método clínico em psicanálise.

4 Cleide Monteiro. Projeto de extensão universitária em andamento na Clínica Escola do Curso de Psicologia (UFPB) e no ambulatório do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa-PB, levou para o debate dados sobre invenções psicóticas referidas ao corpo e ao laço social, estimulando reflexões acerca da articulação entre ensino e pesquisa no âmbito da clínica psicanalítica Carlos Kessler. Abordou pesquisa que coordena sobre clínica e transferência no ambulatório da Universidade (UFRGS), pontuando questões referidas à formação desenvolvida nas chamadas clínicas-escola dos cursos de psicologia brasileiros. e Problematizando a relação da psicanálise com a universidade, promoveu debate sobre a publicação de casos clínicos Edilene Queiroz. Apresentou o Projeto da Cátedra Francisco Brennand de paradigmas psicossociais (UNICAP), cuja finalidade é estabelecer redes de colaboração com instituições nacionais e estrangeiras. Essa iniciativa tem como propósito fazer dialogar a pesquisa científica com atividades artísticas e culturais para compreender as pulsões arcaicas do ser humano que se manifestam quer de forma direta e primitiva. Amadeu Weinmann. Abordou o método clínico na pesquisa psicanalítica no domínio das artes (UFRS), tomando como modelo o trabalho realizado por Freud em sua leitura da Gradiva, de Jensen, e do Moisés, de Michelângelo. Considera que a psicanálise inscreve-se no campo da clínica moderna como uma escuta do pathos e, em determinadas condições, permite apreender os impasses nos processos de subjetivação. Vera Besset. Pesquisas realizadas e em andamento no Núcleo CLINP (UFRJ) sobre corpo e psicanálise -dores crônicas, adições, sintomas-adição- fomentam questões acerca do que podem nos ensinar sobre o corpo os sofrimentos que o afetam e escapam ao saber médico. Manuel Berlink. Discorreu sobre sua proposta de pesquisa A histeria antes, durante e depois de Freud e o ser (PUC/SP), que coloca a questão da abolição da histeria no DSM por que a American Psychiatric Association (APA), responsável pelo DSM. A hipótese refere-se à natureza do ser histérico, a dissolução em diversos transtornos responde à impossibilidade de uma figuração estável e verdadeira do ser histérico. Ressaltando a especificidade da dimensão ética na pesquisa em psicopatologia fundamental, abordou os principais sintomas da histeria a partir de Pierre Janet. Angélica Bastos, em colaboração com Manuel Berlink. Com base em dados de atendimentos em clínica de atendimento e formação (UFRJ), propõe questões sobre o binômio clínica e pesquisa. Com o intuito de circunscrever as dimensões éticas da pesquisa em psicopatologia e em psicanálise, parte da premissa freudiana segundo a qual pesquisa e tratamento caminham juntos. Os doutorandos integrantes do GT, Carla Fernandes e Tiago Neves, participaram ativamente do debate, contribuindo de modo efetivo para a reflexão produzida nas reuniões. Após a exposição de cada participante seguida de debate, o GT procedeu a uma avaliação sobre as reuniões realizadas. Dessa avaliação, extraímos:

5 -os pontos que aproximam as pesquisas coordenadas pelos participantes: suas questões de base se originam da clínica psicanalítica e se realizam no âmbito de uma abordagem multidisciplinar, convocando um diálogo com outros campos do saber; -os debates foram considerados extremamente produtivos, na medida em que fomentaram uma reflexão comum que poderá nortear as produções futuras no seio do GT; -a participação dos doutorandos foi avaliada como propiciadora de debate. O GT abordou o planejamento de sua produção para o próximo biênio, que inclui a edição do livro referido a seu Seminário de 2015, tratada no início da primeira reunião. Igualmente, projeta-se um evento do GT para 2017, sobre tema a ser definido a partir do que se extraiu nas discussões de O local será decidido em função da coordenação do evento, a ser decidida nos próximos meses. Igualmente, há projetos de participação conjunta em congressos, entre outros o de Psicopatologia Fundamental, em setembro, em João Pessoa, assim como a participação em bancas finais de mestrado e/ou doutorado. Por fim, a Coordenação do GT propôs uma permutação na ocupação desse lugar. Após discussão, decidiu-se que uma decisão sobre esse ponto será tomada por ocasião do evento do GT a ser realizado em É nosso dever, ao final deste relatório, assinalar a perda de um dos colegas do GT, um de seus fundadores. Manoel Tosta Berlinck, com quem tivemos o privilégio de trabalhar, faleceu em 21 de junho de As palavras não podem descrever nosso pesar e desalento. Ele continuará presente como inspiração para nós.