O QUE FAZER NA 2ª FEIRA DE MANHÃ? Posicionando a prática alfabetizadora enquanto artefato cultural

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1 O QUE FAZER NA 2ª FEIRA DE MANHÃ? Posicionando a prática alfabetizadora enquanto artefato cultural UFRGS FACED Curso de Especialização em Alfabetização e Letramento nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Professora: Iole Maria Faviero Trindade

2 COMO AS VERDADES DE CADA MÉTODO OU PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO PODEM AUXILIAR NA ORGANIZAÇÃO DE UM PLANO DE AULA DE ALFABETIZAÇÃO? MÉTODOS TRADICIONAIS Sintéticos:iniciam pela letra, sílaba ou fonema,a partir de uma abordagem psicológica condutista (somade informações construídas de forma linear). Analíticos:iniciam pela palavra, sentençaou conto, seguindo a teoria da forma ou Gestalt(nãose pode ter o conhecimento do todo por meio de suas partes). Métodos analítico-sintéticos (ecléticos ou mistos):fazem baralhamento das duas ordens anteriores e de seus referenciais teóricos. PROPOSTAS CONTEMPORÂNEAS Alfabetização construtivista: em uma perspectiva psicolinguística, trabalha apropriaçãoda leitura e da escrita com base na psicogênese da língua escrita. Alfabetizar letrando: associando ao anterior e à linguística contemporânea, dádestaque ao sistema alfabético e ortográfico,em um contexto depráticas e eventos de leitura, escrita e oralidade. Alfabetização lúdica : associada às anteriores, desenvolvea alfabetização conforme osestudos de consciência fonológicasobre habilidades infantis, como rimas, aliterações e consciências sintática, silábica e fonêmica.

3 Método Alfabético: inicia pela letra. Proposta didática embasada na psicogênese: dá destaque ao conhecimento das letras. Jogo com letras móveis Alfabeto da Cartinha de aprender a ler, de João de Barros (1539). In: TRINDADE (2004, p. 56) Disponível em: linguagem/ Fotografia: Revista Nova Escola Online.

4 Método Silábico: inicia pela sílaba. Propostas didáticas embasadas na psicogênese e na consciência fonológica (consciência silábica): dão destaque à sílaba oral e à sílaba escrita. Escrita (lapisinhos) X Leitura (boquinhas) Lição da cartilha No reino da alegria, de Doracy de Almeida (1974). Disponível em: uagem/

5 Método Fônico: inicia pela relação fonema /grafema. Propostas didáticas embasadas na psicogênese e na consciência fonológica (consciência fonêmica): dão destaque à relação fonema/grafema. Lição da cartilha Casinha Feliz, de Iracema Meireles e Eloisa Meireles (1963) Jogo Qual o pedacinho que falta?, de Letícia Germano (s.d)

6 Método da palavração: inicia pela palavra. Proposta didática embasada... na psicogênese: dá destaque a formas fixas. Jogo de leitura (janelinha). Disponível em: br/sites/publico/eixo7/lingua gem/ na consciência fonológica (aliterações): dá destaque aos sons que se repetem no início ou no meio das palavras. Primeira lição da Cartilha do Guri, de Elbio Gonzales, Rosa Ruschel e Flávia Braun (1962) Jogo Clique no certo, de Letícia Germano (s.d).

7 Sentenciação: inicia pela sentença. Propostas didáticas embasadas na psicogênese e na consciência fonológica (consciência sintática): dão destaque à segmentação da frase/verso em palavras e a suas rimas. FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É. Lição do primeiro livro Quero ler, de Branca Diva Pereira (s.d) Fonte de consulta: Letra A: o jornal do alfabetizador, v.1, n.2, p. 13, jun./jul

8 Método do Conto: inicia por uma historieta ou conto. Proposta didática embasada... no letramento: dá destaque às práticas de leitura, escrita e oralidade, intermediadas por um texto, gênero, suporte... na consciência fonológica: dá destaque a exploração de textos que a criança sabe de cor, como músicas, quadrinhas, parlendas... Primeira lição da cartilha O livro de Lili, de Anita Fonseca (s.d.) Fotografias: Revista Nova Escola Online.

9 Métodos Analítico- Sintéticos, Mistos ou Ecléticos: baralhamento de pontos de partida. Era uma vez uma abelhinha quenasceu comasas de um lado só.não podia voar, nem um pouquinho. Tinha mesmo de andar. E ela ficava tão cansada que suspirava assim: a... O professor emitirá o som a(som aberto) e perguntará: - Quem sabe fazer o som da abelhinha? [...] Propostas didáticas embasadas na psicogênese, no letramento e na consciência fonológica: baralhamento de estratégias didáticas. Historieta e cartazes do método Minha Abelhinha, de AlimiraSilva, Lúcia Pinheiro e RisoletaCardoso (1965) Plano semanal (TRINDADE, 2010). Fotografias: Revista Nova Escola Online.

10 POSICIONANDO O PLANO COMO ARTEFATO CULTURAL E HISTÓRICO 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª CONTEXTOS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE VERDADES PARCIAIS DO LETRAMENTO E DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA PRINCÍPIO ALFABÉTICO E ORTOGRÁFICO VERDADES PARCIAIS DOS MÉTODOS E DA PSICOGÊNESE

11 POSICIONANDO O PLANO COMO ARTEFATO CULTURAL E HISTÓRICO 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª ORALIDADE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA LEITURA ALFABETISMOS LITERACIES LETRAMENTOS PRODUÇÃO TEXTUAL AQUISIÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA ALFABETIZAÇÃO

12 NA 2ª, 3ª, 4ª... 6ª. É PRECISO ALFABETIZAR COM MÉTODO! DIGO ISSO, POR NÃO CREDITAR AOS MÉTODOS UMA GRANDE VERDADE, A VERDADE; SEM A ILUSÃO DE QUE EXISTA UM DISCURSO QUE ORIENTE UMA PRÁTICA DE FORMA MAIS VERDADEIRA; AO CONSIDERAR UMA TRAJETÓRIA DOS ESTUDOS NA ÁREA DA ALFABETIZAÇÃO E DA LÍNGUA MATERNA PARA A PRODUÇÃO DE UM MÉTODO OU UMA DIDÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO; AO RECONHECER O PLANO DE AULA COMO UM ARTEFATO CULTURAL E HISTÓRICO, POLIFÔNICO E POLISSÊMICO. (TRINDADE, 2010)

13 REFERÊNCIAS FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, GROSSI, Esther Pillar. Didática da alfabetização. Rio de Janeiro: Paz e Terra, [v.1. Didática do nível pré-silábico. -v.2. Didática do nível silábico. -v.3. Didática do nível alfabético.] Letra A: o jornal do alfabetizador, v.1, n.2, p. 13, jun./jul MOREIRA, Nadja. Portadores de texto: concepções de crianças quanto a atributos, funções e conteúdo. In: KATO, Mary (Org.). A concepção da escrita pela criança. Campinas: Pontes, 1992, p STREET, Brian V; LEFSTEIN, Adam. Literacy: an advance resource book. London; NewYork: Routledge, p TEBEROSKY, Ana; CARDOSO, Beatriz. Reflexões sobre o ensino da leitura e da escrita. São Paulo: Editora Trajetória Cultural, TRINDADE, Iole Maria Faviero. Não há como alfabetizar sem método. In: DALLA ZEN, Maria Isabel; XAVIER, Maria Luisa (orgs.). Alfabeletrar:fundamentos e práticas. Porto Alegre: Mediação, P TRINDADE, Iole Maria Faviero. Identidades alfabetizandas: histórias não tão pessoais assim. Porto Alegre: Editora da UFRGS, TRINDADE, Iole Maria Faviero. A invenção de uma nova ordem para as cartilhas: ser maternal, nacional e mestra. Queres ler? Bragança Paulista, SP: EDUSF, 2004.

14 FONTES FREITAS, Carla Inez Lima de. Letra inicial. Porto Alegre: Escola Municipal Martim Aranha, s.d. [Complementação: Professora Letícia Germano. Porto Alegre: Escola Municipal Professora Judith Macedo de Araújo, s.d.] GERMANO, Letícia. Qual o pedacinho que falta?: sílabas iniciais e finais Porto Alegre: Escola Municipal Professora Judith Macedo de Araújo / Laboratório de informática: s.d. GERMANO, Letícia. Leitura. Porto Alegre: Escola Municipal Professora Judith Macedo de Araújo / Laboratório de informática: leitura de palavras e imagens, s.d. Revista Nova Escola Online. Sites: (1) de escolas de Educação Infantil; (2) de anos iniciais do Ensino fundamental ; (3) de EJA; (4) de jogos didáticos; (5) de livros didáticos ; (6) de literatura infantil; (7) de formação docente; (8) de acervos de imagens de alfabetização. Blogs de professoras.