Influência do sombreamento sobre o desenvolvimento de três espécies de gramíneas forrageiras tropicais no inverno
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- Beatriz de Barros Rocha
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1 Influência do sombreamento sobre o desenvolvimento de três espécies de gramíneas forrageiras tropicais no inverno Elaine de L. B. B. de Oliveira a *, Francisco E. Torres b e Michele C Silva c. a CEPA- Centro de Educação Profissional de Aquidauana, Caixa Postal 25 Cep: Aquidauana Mato Grosso do Sul, Brasil elaineagro@hotmail.com b UEMS Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Campus Aquidauana, Caixa Postal 25 CEP Aquidauana Mato Grosso do Sul, Brasil. feduardo@uems.br c Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP),Campus de Ilha Solteira, Caixa Postal 34. CEP Ilha Solteira, São Paulo, Brasil. micheleagro@yahoo.com.br. *Autor para a correspondência: elaineagro@hotmail.com Palavras chave: pastagens,sistemas silvipastoril, pecuária. Título abreviado: Sombreamento de forrageiras. Abstract: An experiment happened in a structure of sombrite, with the objective to value three sorts of gramineous ones (Brachiaria brizantha. B. decumbens and Panicum maximum), under four levels of sombreamento (0, 30, 50 and 75 %). The experimental delineation was used the DIC (delineation completely casualizado) in a scheme fatorial 3x4, with eight repetitions. They were valued wet matter of the air part (MUPA), dry matter of the air part (MSPA) and dry matter of the root (MSR). The installations of sombreamentos provoked, for MUPA, a better development of B. decumbens for all the sombreamentos, except in full sun, when the sorts were compared of B. brizantha and P. maximum. In the analysis between sombreamentos, B. decumbens had bigger production of MUPA to 75 %, differing of B. brizantha and P. maximum what were developed well in full sun, 30 % and to 75 %, when the production is falling to 50 %. For MSPA, B. decumbens and P. maximum equals were held in full sun and 75 % of
2 sombreamento, being that, B. decumbens responded better, between the sombreamentos, to 75 % of sombreamento. For B. brizantha, same equal was held in full sun, 30 % and 75 %, when the production is falling to 50 %. Already, P. maximum had better development in full sun and to 30 %. The production of MSR was better in full sun, which differed from almost all the rest, with exception to 30 % of sombreamento what B. decumbens did not differ from the full sun. Resumo: Realizou-se um experimento em uma estrutura de sombrite, com o objetivo de avaliar três espécies de gramíneas (Brachiaria brizantha. B. decumbens e Panicum maximum), sob quatro níveis de sombreamento (0, 30, 50 e 75%). O delineamento experimental foi utilizado o DIC (delineamento inteiramente casualizado) num esquema fatorial 3x4, com oito repetições. Foram avaliados matéria úmida da parte aérea (MUPA) ematéria seca da parte aérea (MSPA). As instalações de sombreamentos provocaram, para MUPA, um melhor desenvolvimento da B. decumbens para todos os sombreamentos, exceto em sol pleno, comparada as espécies de B. brizantha e o P. maximum. Na análise entre sombreamentos, a B. decumbens teve maior produção de MUPA a 75%, diferindo da B. brizantha e o P. maximum que desenvolveram-se bem a sol pleno, 30% e a 75%, caindo a produção a 50%. Para MSPA, a B. decumbens e o P. maximum comportaram-se iguais a sol pleno e 75% de sombreamento, sendo que, a B. decumbens respondeu melhor, entre os sombreamentos, a 75% de sombreamento. Para a B. brizantha, a mesma comportou-se igual a sol pleno, 30% e 75%, caindo a produção a 50%. Já, a P. maximum teve melhor desenvolvimento a sol pleno e a 30%. INTRODUÇÃO Uma das características exigidas de uma pastagem é a sua produtividade durante o período seco do ano. Por isso, a avaliação agronômica de cultivares adaptadas à seca deve ser um trabalho dinâmico dentro de uma determinada região. Qualquer aumento
3 encontrado na produtividade e qualidade de uma forrageira em relação àquelas normalmente em uso poderá repercutir num acréscimo de leite e carne, principalmente, no período seco (Souto & Aronovich, 1992). A formação de pastagens cultivadas no Brasil, em geral, tem sido precedida do preparo do solo com a eliminação das árvores existentes na área. No entanto, estas exercem vários efeitos sobre o ecossistema das pastagens, sendo, a maioria desses, benéfica para a pastagem, para os animais e para o meio-ambiente (Carvalho et al., 1994). Atualmente, segundo Engel (2003), já estão sendo implantados sistemas agroflorestais (SAFs), que são sistemas e tecnologias de uso do solo nos quais as espécies lenhosas (árvores, arbustos, palmeiras, entre outras) são utilizadas no mesmo sistema de manejo de culturas agrícolas e/ou produção animal. Dentro dos SAFs está o sistema silvipastoril que é voltado para a produção animal (árvore + animal). O estudo da adaptação morfológica de gramíneas em ambientes com baixa luminosidade é importante para a melhor compreensão do seu crescimento em sistemas silvipastoris. A distribuição de matéria seca entre os diferentes órgãos das plantas é um processo fortemente influenciado pelas condições ambientais, sendo também dependente de diferenças genéticas entre as espécies (Castro et al, 1999). Algumas das gramíneas mais usadas para a formação de pastagens no Brasil, como Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha e cultivares de Panicum maximum são tolerantes ao sombreamento. Sob sombra moderada o crescimento de gramíneas tolerantes pode ser maior que a pleno sol (Carvalho, 2001). O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de Brachiaria brizantha, Brachiaria decumbens e Panicum maximum cv. Tanzânia na época da seca, sob a influencia de redução de incidências de luz.
4 METODOLOGIA O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, localizada no município de Aquidauana. A região é caracterizada por apresentar uma altitude de 149 metros, a uma latitude de 20º 28 Sul e longitude 55º 48 Oeste, com estação chuvosa no verão e seca no inverno, apresentando uma pluviosidade média de 1400 mm anuais. O trabalho foi conduzido nos meses de junho a setembro de 2005, sendo os tratamentos compostos por três gramíneas, submetidas a quatro níveis de sombreamentos, num delineamento experimental inteiramente casualizado, num esquema fatorial 3 x 4, com oito repetições. As espécies de gramíneas foram: Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria decumbens e Panicum maximum cv. Tanzânia e os níveis de sombreamentos foram: sol pleno, 30, 50 e 75% de sombreamento,representado na figura 1. Figura 1. Vista geral da área experimental. Os sombreamentos foram artificiais, obtidos com a utilização de telas de polipropileno (sombrite), fixadas em estruturas de madeira de eucalipto com 5.00 m de comprimento e 4.90 m de largura, posicionadas de leste a oeste, a uma altura de 2.10m acima do solo, para facilitar a circulação do ar e a movimentação de pessoas e sob a cobertura. Nas laterais, as telas foram dispostas em um ângulo de 90º com 0.6m de
5 comprimentos e a 1.50 m do solo. As gramíneas foram cultivadas na época da seca em vasos plásticos em número de oito, para cada gramínea em cada nível de sombreamento, totalizando assim 24 vasos por tratamento dispostos em cima de bancadas de concretos com 2 metros de comprimento cada, a uma altura de 0.6 m do solo. A semeadura foi realizada dia , de forma manual, a 4 cm de profundidade com uma quantidade de sementes suficientes para garantir a população de plantas necessárias para a condução do experimento. A germinação ocorreu entre 5 e 7 dias após a semeadura. Aos 33 dias após a semeadura foram feitos os desbaste das plantas de cada vaso, deixando apenas 6 plantas para o melhor desenvolvimento das mesmas. Em 06 de setembro de 2005, foi realizada a colheita do material, utilizando um estilete, para cortar a parte aérea das gramíneas separando-se a parte aérea das raízes e, colocado-as cada uma separadamente em sacos de papel. Em seguida, foram pesadas as partes aéreas da planta e colocadas na estufa por 72 horas. Foi usado a mesma temperatura e o mesmo período de secagem para a parte aérea, sendo que a estufa estava a uma temperatura de ºC. Após a retirada da estufa, as partes aérea foram pesadas novamente para obtenção de matéria seca. RESULTADOS E DISCUSSÕES Feito a análise de variância do experimento (tabela 1), para MUPA (Matéria Úmida da Parte Aérea), MSPA (Matéria Seca da Parte Aérea), para as relações variedades (V), sombreamentos(s) e V x S, observou-se que os tratamentos diferenciaram estatisticamente entre si, a 1% de probabilidade. QM
6 FV GL MUPA 1 MSPA 2 Variedade 2 259,58** 16,94** Sombreamento 3 63,83** 2,59** V x S 6 26,32** 1,00** Erro 84 2,75 0,29 Média 11,72 3,77 CV% 14,16 14,41 ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. 1 MUPA Matéria Úmido da Parte Aérea. 2 MSPA - Matéria Seca da Parte Aérea Tabela 1. Resumo das análises de variância de 4 sombreamentos (sol pleno, 0%, 30% e 75%) de 3 espécie de gramíneas (B. Brizantha, B. decumbens e P. maximum cv. Tanzânia). Para produção da MUPA (tabela 1) comparada entre espécies, a sol pleno, o P. maximum e a B. decumbens não deferiram estatisticamente entre si, sendo que, diferiu apenas a B. brizantha. A 30, 50 e 75% de sombreamentos, a B. decumbens apresentou diferenças significativas maiores em relação as outras espécies. Para a produção de MUPA (Tabela 2) comparadas entre sombreamentos, as gramíneas P. maximum e a B. brizantha tiveram comportamento semelhantes não expressando diferenças estatisticamente no sol pleno, 30 e 75%, diferindo apenas de 50% de sombreamento. A B. decumbens respondeu melhor ao sombreamento de 75%, sendo que, ela não diferiu a produção entre 30% e 50%, tendo menor produtividade a sol pleno. Matéria Úmida da Parte Aérea Sombreamentos Variedades Sol pleno 30% 50% 75% B. brizantha 10,80bA 10,73bA 6,21bB 11,68bA
7 B. decumbens 12,92aC 13,86aBC 15,01aB 18,17aA P. maximum 11,57abA 11,03bA 7,61bB 10,94bA Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 2. Produção de matéria úmida da parte aérea de B. Brizantha, B. decumbens e P. maximum cv. Tanzânia, em razão dos tratamentos em quatro níveis de sombreamentos (0%, 30%, 50% e 75%). A sol pleno, a B. brizantha, B. decumbens e P. maximum não diferiram entre si, sendo que, a 30% e 50% de sombreamento, a B. decumbens apresentou diferença significativa da B. brizantha e do P. maximum, não ocorrendo diferenças significativas entre a B. brizantha e o P. maximum. A 75% de sombreamento a B.decumbens e o Panicum maximum não diferiram entre si, ocorrendo diferenças significativas da B. brizantha (Tabela 3). Para comparação entre sombreamentos, a espécie do Panicum maximum respondeu melhor a sol pleno e a 30% de sombreamento, não diferindo entre eles, sendo que a 50% e 75% a resposta foi menor. A B. brizantha desenvolveu-se melhor ao sol pleno, 30% e 75% de sombreamento, diferindo apenas do 50% de sombreamento. Já a B. decumbens não diferiu dos tratamentos de 30% e 75% de sombreamento, sendo que, a 30% não diferiu entre o nível 0% e o 50% de sombreamentos (Tabela 3). Matéria Seca da Parte Aérea Sombreamentos Variedades Sol pleno 30% 50% 75% B. brizantha 3,65aA 3,52bA 2,77bB 3,68bA B. decumbens 4,15aB 4,58aAB 4,50aB 5,19aA
8 P. maximum 3,67aA 3,49bA 2,64bB 3,36aB Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade Tabela 3 Produção de matéria seca da parte aérea de B. Brizantha, B. decumbens e P. maximum cv. Tanzânia, em razão dos tratamentos em quatro níveis de sombreamentos (0%, 30%, 50% e 75%) CONCLUSÕES Para produção de parte aérea úmida, comparando entre espécies, a B. decumbens respondeu melhor em quase todos os sombreamentos, exceto a sol pleno, que ele não diferiu estatisticamente do P. maximum na produção comparando os sombreamentos. Na produção de matéria seca da parte aérea, a B. decumbens e o P. maximum não diferiram a sol pleno e 75% de sombreamento, sendo que, nos sombreamentos de 30% e 50% a B. decumbens comportou-se melhor e, entre os sombreamentos ela respondeu melhor a 75%. A B. brizantha não diferiu no sol pleno, 30% e 75% de sombreamento, caindo o rendimento a 50%. Já a P. maximum teve melhor desenvolvimento a sol pleno e a 30%. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Carvalho, M. M.; Freitas, V. de P.; Almeida, D. S. de A. E Villaça, H. de A Efeito de árvores isoladas sobre a disponibilidade e composição mineral da forragens de Braquiária Revista Brasileira de Zootecnia, v.23 n 5. Carvalho, M. M., Freitas, V. P., Xavier, D. F Inicio de florescimento, produção e valor nutritivo de gramíneas tropicais sob condições de sombreamentos natural. Pesquisa Agropecuária brasileira, v.37 n 5, Castro, C. R. T. de, Garcia, R. Carvalho, M. M. E Couto, L Produção Forrageira de Gramíneas Cultivadas sob luminosidade Reduzida Revista Brasileira Zootecnia v.28 n.5, p Engel, V.L. Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Aplicações In: Seminário
9 Sistema Agroflorestais e Desenvolvimento Sustentável, 2003, Campo Grande. Anais... Campo Grande: Seminário Sistema Agroflorestais e Desenvolvimento Sustentável, CD-ROM. SOUTO, S. M e ARONOVICH, S.,. Tolerância à Seca em Forrageiras Tropicais Aspectos Agronômicos e Microbiológicos EMBRAPA AGROBIOLOGIA. Disponível em: ad/doc009.pdf. Data de acesso: 02 de agosto de 2009.
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