GOVERNANÇA COOPERATIVA: FUNÇÕES DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO BRASIL RESUMO
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- Maria Clara Galindo Arantes
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1 1 GOVERNANÇA COOPERATIVA: FUNÇÕES DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO BRASIL José Horácio Bueno * Antonio Carlos Bambino ** RESUMO O aumento da competitividade e as pressões por eficiência e ganho de escala tornaram os investidores mais exigentes quanto à sua capacidade de influenciar a atuação das empresas. Esse quadro produziu um movimento pela melhoria da Governança Corporativa nas Cooperativas de Crédito. O objetivo do presente artigo é analisar a implantação da estrutura e praticas de governança nas Cooperativas de Crédito através da fiscalização e controle, atendendo os anseios dos cooperados. Com relação aos objetivos específicos iremos apresentar instrumentos de fiscalização e controle, relatando a estrutura de governança nas cooperativas de crédito a partir da Lei complementar nº 130/2009 e da Resolução do Conselho Monetário Nacional CMN nº 3.859/2010 e identificar principais mudanças a partir da aplicabilidade da Governança Corporativa nas Cooperativas de Crédito. A metodologia em relação aos objetivos pode ser classificada como pesquisa documental e bibliográfica e com abordagem qualitativa uma vez que não houve tratamento material nas fontes bibliográficas utilizadas. Ao final concluímos após a implantação da Governança Corporativa que os anseios dos cooperados poderão ser atendidos uma vez que a gestão de boas práticas trarão maior segurança e confiabilidade ao sistema cooperativista. Conforme determina a Lei Complementar e resolução específica, a adoção dessa estrutura deverá obrigatoriamente ser implantada nas Cooperativas Singulares a partir da realização da primeira eleição após janeiro de Palavras-Chave: Cooperativa de Crédito. Governança Corporativa. Fiscalização e controle. * MBA Executivo: Gestão de Cooperativas de Crédito FURB, ** Professor Orientador.
2 2 1 INTRODUÇÃO A partir da década de 1980 o interesse em torno da Governança Corporativa tem tomado maiores proporções tanto para empresas públicas quanto para privadas. A Governança Corporativa ganhou força com a mobilização de grandes investidores contra algumas organizações que eram geridas de maneira irregular em detrimento dos seus acionistas. Esta atitude se expandiu pelo mundo inicialmente na Inglaterra estendendo-se pela Europa e na última década chegando ao Brasil. O conceito de Governança Corporativa remete a arranjos institucionais regendo as relações entre os administradores das organizações e seus acionistas. Um investidor detentor de influência e controle busca na empresa onde faz seus investimentos, práticas adequadas de boa governança de moda assegurar que suas expectativas quanto a administração sejam atendidas. Da mesma forma quando uma sociedade necessita de alguma benfeitoria/melhoria, busca que os agentes públicos solucionem aos suas expectativas. Neste contexto o estudo levanta a seguinte pergunta: A partir da implantação da estrutura e prática da governança corporativa nas cooperativas de crédito através da fiscalização e controle, atenderam os anseios dos cooperados? Através dos objetivos específicos buscou-se: a) apresentar instrumentos de fiscalização e controle nas Cooperativas de Crédito; b) Relatar a Estrutura de governança nas cooperativas de crédito a partir da Lei complementar nº 130/2009 e da Resolução do Conselho Monetário Nacional CMN nº 3.859/2010; c) Identificar as principais mudanças a partir da aplicabilidade da Governança Corporativa nas Cooperativas de Crédito. Este artigo justifica-se em função da relevância do tema, pois a adoção das boas práticas de governança contribui para crescimento, fortalecimento e credibilidade do sistema cooperativo de crédito, vindo ao encontro dos objetivos estratégicos do Banco Central do Brasil que visa adequar padrões e práticas quanto regulação e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional.
3 3 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórica trata da apresentação dos conceitos sobre Cooperativas de Crédito, principais objetivos do Cooperativismo e definições de Governança Corporativa aplicados às Instituições Financeiras e Cooperativas de Crédito. 2.1 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO Cooperativa de crédito está inserida no Sistema Financeiro Nacional como instituição não bancária, sua constituição é formada por um grupo de pessoas que voluntariamente, com forma e natureza jurídica próprias de natureza civil, se dispõe a organizar-se com intuito de estabelecer prestações de serviços financeiros sem fins lucrativos. Principal objetivo de uma cooperativa de crédito é desburocratizar, facilitar o acesso a serviços financeiros aos associados com menores custos e maior rentabilidade (aplicações, empréstimos, financiamentos, recebimentos de contas, seguros, consórcios, capitalizações, fundo de previdência privada, plano de saúde, etc.). (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013). Cooperativismo de Crédito é uma associação de pessoas que se unem através de ajuda mútua, sem intuito de lucratividade, em busca de uma melhor administração de seus recursos financeiros. Seu principal objetivo é prestar assistência creditícia e serviços de natureza bancária excepcionalmente a seus associados. (PORTAL DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO, 2013). Segundo Ventura, Fontes Filho e Soares (2009, p. 17) O cooperativismo de crédito se caracteriza por promover acesso a serviços financeiros e intermediação de recursos privados, assumindo os riscos correspondentes e gerando benefícios para a comunidade. Por se tratar de iniciativas promovidas diretamente pelos cidadãos, torna-se fator de desenvolvimento sustentado para o local. Especialmente na formação de poupança e no financiamento de iniciativas empresariais, promotoras de evidentes benefícios sociais pela geração de empregos e pela distribuição de renda. Cooperativa de Crédito é uma Instituição Financeira não bancária sem fins lucrativos, reunindo pessoas com intuito de favorecimento ao acesso a crédito e serviços com menor custo, implicando na responsabilidade direta nas ações e resultados advindos da gestão impetrada por seus administradores.
4 4 Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE (2013), Cooperativa é uma associação autônoma constituída por pessoas que se unem para prestar serviços entre si. Essas pessoas montam uma entidade ou instituição de propriedade conjunta (a cooperativa), que é controlada por todos, de maneira democrática. Os serviços prestados podem ser de natureza econômica, financeira, social e educativa. Ainda sobre conceito cooperativista, para o SEBRAE (2013), Cooperativa de crédito é quando um grupo de pessoas se aglutinam com objetivos fins de alavancar crédito e disponibilizar serviços de modo mais simples e vantajoso para seu quadro associativo. 2.2 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DO COOPERATIVISMO Os princípios Cooperativistas são premissas e linhas orientadoras as quais norteiam as cooperativas quanto a execução de seus valores. Sua simbologia é associada às do arcoíris, sendo adotada como emblema universal do cooperativismo. De acordo com Meinen e Port (2012, p. 31). Figura 1 Bandeira do cooperativismo mundial Fonte: Ainda para o Sicoob JUS/MP (2013) as sete cores simbolizam, paz, esperança e união na diversidade. Linha vermelha representa CORAGEM; a laranja VISÃO DE FUTURO; amarelo DESAFIO NO LAR, FAMÍLIA E COMUNIDADE; a verde CRESCIMENTO COMO INDIVIDUO E COOPERADO; a azul HORIZONTE, NECESSIDADE DE AJUDAR OS MENOS AFORTUNADOS; a anil NECESSIDADE DE AJUDAR A SI PRÓPRIO E OS OUTROS POR MEIO DA COOPERAÇÃO; a violeta BELEZA, CALOR HUMANO E AMIZADE. Os princípios cooperativistas da conta que a ação cooperativa em qualquer parte do mundo no segmento de crédito bem como nos outros 12 ramos (agropecuário, consumo,
5 5 educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer), devem-se orientar e seguir: 1) Adesão livre e voluntária; 2) Gestão democrática; 3) Participação econômica; 4) Autonomia e independência; 5) Educação, formação e informação; 6) Intercooperação; 7) Interesse pela comunidade. Segundo Meinen e Port (2012, p. 37) Não se acredita que uma cooperativa, não importa o ramo de atividade, consiga desenvolver-se e solidificar-se sem que as pessoaschave dominem e respeitem os valores, os princípios e as regras aplicáveis ao cooperativismo. Para o SEBRAE (2013) os objetivos do Cooperativismo de Crédito estar relacionado em estabelecer instrumentos que possibilitem acesso a crédito e serviços; instigar ao associado sobre a importância da poupança; realizar empréstimos com juros subsidiados; promover a integração de associados e empregados, desenvolvendo o espírito de coletividade (ajuda mútua). 2.3 CONCEITOS DE GOVERNANÇA APLICADOS AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E COOPERATIVAS DE CRÉDITO De acordo com Ventura, Fontes Filho e Soares (2009, p. 32): Governança Corporativa refere-se ao envolvimento das relações entre controladores, acionistas minoritários, gestores, mercado de capitais e financiadores em geral, assim como entre diversos grupos influenciados pela ação da empresa stakeholders (termo usado em diversas áreas como gestão de projetos, administração e arquitetura de software referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa O sucesso de qualquer empreendimento depende da participação de suas partes interessadas e por isso é necessário assegurar que suas expectativas e necessidades sejam conhecidas e consideradas pelos gestores). Não se limitando as questões de verificação e
6 6 procedimentos contábeis, auditorias remuneração de gestores abordando sim o efetivo exercício da propriedade. O Banco Central do Brasil visando o fortalecimento do segmento, por meio do projeto Governança Cooperativa, pré diagnosticou através de estudos e pesquisas as particularidades da Governança das Cooperativas de Crédito. Buscou diretrizes para execução de boas práticas. Voluntariamente ressaltou que o projeto contou com a participação significativa de todo o segmento de crédito cooperativo no Brasil. Segundo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2013) define Governança Corporativa: com finalidade de atribuir valor a sociedade, facilitar acesso ao capital e contribuir para perenidade da instituição, Governança Coporativa é o sistema onde as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo relacionamentos entre acionistas / cotistas, Diretoria e Conselho de Administração, Conselho Fical / Auditoria independente. Segundo IBGC (2013): O sistema de governança corporativa é o conjunto de práticas e processos formais de supervisão da gestão executiva de uma empresa que visa resguardar os interesses dos acionistas e minimizar os conflitos de interesse dos acionistas e demais afetados pelo valor da empresa. O valor de uma empresa e sua capacidade de financiamento são afetados por suas práticas de governança corporativa. Os recentes conflitos entre acionistas no Brasil e muitas das modificações sugeridas para a Lei das Sociedades Anônimas visam melhorar as praticas de governança no país, reduzindo o custo de capital da empresa nacional e contribuindo para o crescimento econômico. Para uma prática de governança nas cooperativas de crédito deverá haver uma conexão entre agentes diretamente ligadas a ela e agentes econômicos e outras partes interessadas. Devendo abranger procedimentos, políticas, sanções, prevenções, com intuito de proteger os interesses dos diferentes agentes à organização. Segundo Ventura, Fontes Filho e Soares (2009, p. 36), tanto para empresas privadas, públicas, associações e cooperativas é fundamental que a Direção Executiva sendo ela proprietária ou não, ser capaz de utilizar através de sua liderança a melhor forma de alocar os recursos que lhe são disponíveis, reconhecendo sua competência para obter os melhores resultados a fim de atender os anseios dos acionistas, cooperados.
7 7 3 METODOLOGIA A metodologia em relação aos objetivos do artigo pode ser classificada como pesquisa documental e bibliográfica para fundamentos teóricos sobre Governança Corporativa em Cooperativas de Crédito. Baseou-se no levantamento da Legislação Brasileira relacionada às Cooperativas de Crédito bem como as Leis e Resoluções do Conselho Monetário Nacional. Destacando-se ainda abordagem qualitativa de pesquisa. Para Beuren e Longaray (2004, p. 92) Na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. Abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por estudo quantitativo, haja vista a superficialidade deste último. Foi realizado levantamento sobre os principais instrumentos de fiscalização e controles existentes no Brasil, e que a partir de janeiro de 2012, as boas práticas de administração serão obrigatórias no setor cooperativista. Buscou-se documentos que contribuíram no processo investigatório. A coleta de dados pode ser dividida em pesquisa documental de fonte primária e pesquisa bibliográfica de fonte secundária. Na pesquisa documental as fontes de coleta são mais diversificadas e os dados podem ser compilados pelo próprio estudante. Já na pesquisa bibliográfica, as contribuições relacionadas ao tema: Governança Corporativa, já foram publicadas e o tema estudado. No processo de análise dos dados pode-se configurar através de técnica de análise documental, uma vez que se utiliza como suporte subsidiário à construção do diagnóstico da pesquisa, informações coletadas em documentos materiais escritos. 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOCUMENTAL A apresentação e interpretação dos dados foram divididas em três partes. A primeira parte analisado instrumentos de fiscalização e controle nas cooperativas de crédito. A segunda, relatado a estrutura de Governança nas cooperativas de crédito a partir da Lei Complementar nº 130/2009 e da Resolução do CMN nº 3.859/2010, e a terceira e última parte em que serão identificadas as principais mudanças a partir da aplicabilidade da Governança Corporativa nas Cooperativas de Crédito. (BRASIL, 2009; BRASIL, 2010).
8 8 4.1 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE NAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO Os instrumentos de fiscalização e controle são necessários para boas práticas de governança nas cooperativas de crédito. Os agentes e órgãos que exercem este papel estão assim alinhados: Associados; Conselho Fiscal; Auditoria Interna e Externa Associados Como proprietário, o associado, é a parte mais interessada nos negócios da cooperativa. Portanto, a administração tem por obrigação criar mecanismos para assegurar sua participação e para que tenha ciência de seus direitos, deveres legais e estatutários, especialmente em casos de perda e/ou prejuízo. Um desses instrumentos são as Assembleias Gerais Ordinárias (AGO s). A baixa participação do cooperado em assembleias ocorre por diversos motivos: não tem interesse em conhecer, não possui tempo disponível da tal, confia em demasia aos administradores, tem uma visão equivocada com relação a sua participação da sociedade visualizando ser uma instituição bancária. Apesar da responsabilidade, o associado se mostra pouco consciente da importância de exercer um efetivo controle sobre os negócios da cooperativa. Segundo Ventura, Fontes Filho e Soares (2009, p. 155): Associados pelo exercício ativo e bem formado dos seus direitos e deveres. Segundo Meinen e Port ( 2012, p. 157) O associado, como proprietário, é a parte mais interessada nos negócios da cooperativa, portanto, deve agir como instrumento efetivo de fiscalização e controle da organização Conselho Fiscal Subordinado exclusivamente à Assembleia Geral, o Conselho Fiscal é um dos mais importantes instrumentos de fiscalização e controle, portanto, está fora do conflito de interesse entre administradores, Conselho de Administração e gestão executiva. Com uma visão distorcida, o Conselho Fiscal é visto como um órgão de assuntos de natureza contábil por meio da análise de balancetes e das demonstrações financeiras do exercício, emitindo
9 9 sua opinião. No entanto a principal e mais importante competência é de fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento de seus deveres legais e estatutários. De acordo com Artigo do Novo Código Civil e o Artigo 53 da Lei 5.764/1971, os componentes da administração e do Conselho fiscal se equiparam aos administradores das sociedades anônimas para efeito de responsabilidade criminal, podendo responder às ações oriundas de cooperados ou terceiros. (BRASIL, 2002; BRASIL, 1971). A Lei 6.404/1976 amplia a atuação do conselho Fiscal ao estabelecer, como de sua responsabilidade, opinar sobre propostas dos órgãos da administração, e serem submetidas à assembleia geral, referente a modificação do capital social, planos de investimento ou orçamentos de capital, transformação, incorporação ou fusão. Para bom andamento de sua função, o Conselho Fiscal possui alguma autonomia, podendo, de acordo com o inciso IV do Artigo 163 da Lei nº 6.404/1976 e do inciso IV do Artigo do Novo Código Civil, denunciar aos órgãos de administração os erros, fraudes ou crimes. (BRASIL, 1976; BRASIL, 2002). Considerando a importância do Conselho Fiscal, como instrumentos de fiscalização e controle, ele poderá requerer à administração os recursos humanos, matérias financeiros paras execução de suas tarefas, e solicitar a pedido de qualquer membro esclarecimentos ou informações pertinentes a sua função fiscalizadora. Recomenda-se que as pessoas do Conselho Fiscal não tenham negócios com a cooperativa além dos realizados na condição de associados. Embora o Conselho Fiscal e as auditorias sejam órgãos de fiscalização e controle, possuem funções distintas. As auditorias devem prestar contas tanto ao Conselho de Administração quanto ao Conselho Fiscal. Segundo a Lei nº de 1971 em seu Artigo 56: A administração da sociedade será fiscalizada, assídua e minuciosamente por um Conselho Fiscal, constituído de 03 (três) membros efetivos e 03 (três) suplentes, todos associados eleitos anualmente pela assembleia geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes. (BRASIL, 1971). Segundo Ventura, Fontes Filho e Soares (2009, p. 163), O Conselho Fiscal é um dos mais importantes agentes de fiscalização e controle, uma vez que ele é subordinado exclusivamente a Assembleia Geral e, portanto, deve estar fora do conflito de interesse entre administradores Conselho de Administração e Diretoria Executiva.
10 Auditoria interna e externa A sobrevivência e a saúde financeira de qualquer organização com direito de propriedade pulverizado, em que o direito de administração sobre a propriedade é outorgado a um grupo dependem fundamentalmente de instrumentos de controle e monitoramento interno e externo. Esse controle é exercício principalmente para evitar acordos entre os responsáveis pela administração da propriedade Conselho de Administração, Conselho fiscal, Gestão Executiva e corpo funcional, visando seus próprios interesses em detrimento dos interesses dos proprietários. O Banco Central entende e aplica com propriedade a seguinte filosofia: a supervisão é absolutamente vital para a saúde do Sistema Financeiro Nacional e a consequente confiança dos associados. Neste contexto as cooperativas de crédito, precisam estar bem supervisionadas e ter alto padrão de governança dando tranquilidade necessária aos cooperados. A auditoria interna tem independência e, para assegurá-la, é necessário estabelecer regras e procedimentos garantindo a qualidade do trabalho. Diante disso, recomenda-se: I) auditoria interna deve ser subordinada ao Conselho de Administração; II) a contratação de auditores internos também deverá estar sob responsabilidade desse conselho; III) os relatórios de auditoria devem ser encaminhados ao Conselho de Administração, Conselho Fiscal e aos responsáveis pela gestão executiva; e IV) os normativos da cooperativa contenham dispositivos que assegurem a independência da auditoria interna. A auditoria externa, também necessita de métodos / regras que garantam sua independência. A cooperativa deve adotar regras que reduzam os riscos de auditores omitirem irregularidades ou fatos relevantes. A rotatividade de auditores deve ser obrigatória, evitando conflito de interesses. Segundo José Angelo Mazilo (2011): A supervisão é absolutamente vital para a saúde do sistema financeiro e a consequente confiança do público. Segundo Anthero de Moraes Meirelles (2012), Consciente do papel das cooperativas no processo de inclusão financeira e no aumento da eficácia do Sistema Financeiro, o Banco Central vem atuando continuamente para o fortalecimento e expansão deste segmento, por meio de medidas de regulação e supervisão que lhes proporcionem, sem prejuízo da segurança operacional e do cumprimento das exigências legais, maior liberdade de ação e menor custo de atuação.
11 11 Segundo Ventura, Fontes Filho e Soares (2009, p. 160), A assimetria de informação é um dos fatores que favorece o comportamento oportunista dos responsáveis pela gestão executiva. Os gestores tendem a conhecer mais o negócio da cooperativa do que os responsáveis pela fiscalização e pelo monitoramento, conseqüentemente podem omitir informações em seu benefício. O trabalho de auditoria contribui para reduzir a assimetria de informações, ao confrontar haverá cidade dos dados informados nos relatórios gerenciais e econômico-financeiro enviados ao conselho fiscal e ao conselho de administração Analisando os instrumentos de fiscalização e controle nas Cooperativas de Crédito Os Associados, Conselho Fiscal e Auditoria Interna e Externa, são responsáveis pelo monitoramento, controle e fiscalização das Cooperativas de Crédito. Esses agentes atuam de modo a obter maior segurança e fortalecer o Sistema Cooperativista de Crédito. Objetivo desse tópico é apresentar análise documental sobre a temática abordando as possibilidades dos agentes atuarem como efetivos instrumentos de fiscalização e controle. Associados: Na figura de proprietário o associado é a parte mais interessada nos negócios da Cooperativa. A administração da Cooperativa tem a obrigação de criar instrumentos que assegurem a participação do associado como membro integrante do processo de fiscalização e controle, uma vez que em cooperativas a responsabilidade legal é dos sócios. A administração deve criar ainda meios para que todos os associados tenham ciência de seus direitos, deveres legais e estatutários, especialmente em casos de perda e ou prejuízos. Conselho Fiscal: Instrumento mais importante de fiscalização e controle, subordinado diretamente a Assembleia Geral Ordinária (AGO), estando fora do conflito de interesses entre a Direção Estratégica e Gestão Executiva. Sua competência é de fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento de seus deveres legais e estatutários. O Artigo do Novo Código Civil e o Artigo 53 da Lei 5.764/1971 estabelecem as responsabilidades em caso de má conduta por parte do Conselho Fiscal respondendo criminalmente. (BRASIL, 2002; BRASIL, 1971). Auditoria interna e externa: A principal contribuição das auditorias é reduzir assimetria de informações entre a Direção Estratégica e Gestão Executiva. A Gestão Executiva tende a conhecer mais o negócio do que os responsáveis pela fiscalização e monitoramento, desta forma pode haver omissão de informação e consequentemente
12 12 conflito de interesses. O papel da auditoria é reduzir a distorção e confrontar a veracidade dos dados informados nos relatórios da Gestão Executiva enviados aos Conselhos Fiscal e Administrativo. Trabalha de forma imparcial. 4.2 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA NAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO A PARTIR DA LEI COMPLEMENTAR 130/2009 E DA RESOLUÇÃO DO CMN 3.859/2010 Cada Sistema Cooperativo possui um organograma, de acordo com sua necessidade. Com a criação da nova estrutura de governança (implantação: janeiro de 2012) a serem utilizadas nas cooperativas de crédito, amparada pela Lei complementar 130/2009 e na resolução do CMN 3.859/2010, defere-se padronização e boas práticas, ficando muito mais transparente e eficaz a fiscalização e controle dentro das Cooperativas de Crédito. Baseado no modelo do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) tem-se os cargos estatutários na seguinte sequencia: No topo do organograma temos Assembleia Geral ordinária (AGO), representada por todo o quadro social da cooperativa. Por vez os associados elegem o Conselho de Administração, órgão este coordenado pelo presidente e um vice-presidente. Na Assembleia Geral Ordinária (AGO) as informações são fornecidas pelas Auditorias Internas e Externas, estas são responsáveis por analisarem as demonstrações financeiras e por verificarem adoção de políticas e dos normativos existentes. A Assembleia Geral Ordinária (AGO) elege o Conselho Fiscal, que deve ser composto por associados que serão responsáveis por acompanhar minuciosamente a adoção das boas práticas de Governança e da gestão da cooperativa de crédito. Com objetivo de conduzir as analises e estudos que competem ao Conselho de Administração, a cooperativa pode ainda valer-se de Comitês não operacionais (composto de: estratégia, pessoas, riscos, educação cooperativa e governança), estes responsáveis por analisarem questões estratégicas e pelo acompanhamento da gestão da cooperativa. A formação deste Comitê poderá ser estruturada por Conselheiros de Administração titulares e ou suplentes. Sua função é de estudar assuntos de sua competência e prepararem propostas para o Conselho de Administração, este por fim com base nos documentos tomará as decisões. Os órgãos acima tem a responsabilidade de garantir a Governança Cooperativa, e a Direção Estratégica identificados na figura, pirâmide invertida (parte superior), uma vez que
13 13 o órgão máximo das cooperativas de crédito é representado pela totalidade dos associados na Assembleia Geral Ordinária (AGO). Na Gestão Executiva estão os integrantes da Diretoria, órgão instituído pela Resolução 3.859/2010 e eleitos pelo Conselho de Administração. Na base piramidal estão os demais cargos da cooperativa, estes contratos com regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e constituídos por Gerentes, Assessores, Atendentes, Caixas, Assistentes, Estagiários e outros. Figura 2 Organograma de uma Cooperativa de Crédito Fonte: Disponível em: Analisando a Estrutura de Governança nas Cooperativas de Crédito a partir da lei Complementar 130/2009 e da Resolução do CMN 3.859/2010 Conforme disposição da figura piramidal, a estrutura do organograma de uma Cooperativa de crédito é apresentada com a disposição de seus elementos, desde a origem, Assembleia Geral ordinária até áreas funcionais e operacionais passando por Direção
14 14 Estratégica e Gestão Executiva. Ao analisar a estrutura apresentada, a partir da base Legal e Normativa, define-se um padrão de conduta em Governança Corporativa nas Cooperativas de Crédito, até então não havia uma definição sobre o assunto. Cada Cooperativa singular seguia determinação da Cooperativa Central, que por sua vez estas desenvolviam organogramas de acordo com sua filosofia de trabalho e o que atendessem melhor suas necessidades. 4.3 IDENTIFICAR PRINCIPAIS MUDANÇAS A PARTIR DA APLICABILIDADE DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO A Lei Complementar n 130/2009, através do seu Artigo 17, esclarece sobre a Política de Governança Corporativa: As cooperativas de crédito devem observar política de governança corporativa aprovada pela assembleia geral, que aborde os aspectos de representatividade e participação, direção estratégica, gestão executiva e fiscalização e controle, e que contemple a aplicação dos princípios de segregação de funções na administração, transparência, equidade, ética, educação cooperativista, responsabilidade corporativa e prestação de contas. (BRASIL, 2009). Com base na Resolução n 3.859/2010 e nos esclarecimentos da Carta Circular 3.542/2012 ficam definidos os seguintes entendimentos: A Diretoria Executiva mesmo composta por não associado é Órgão Estatutário, conforme estabelecido no Art. 5 o : As cooperativas de crédito com conselho de administração podem criar diretoria executiva a ele subordinada, na qualidade de órgão estatutário composto por pessoas físicas associadas ou não, indicadas por aquele conselho. Devendo o Estatuto prever a composição e atribuições de cada um dos seus membros bem como o prazo de seu mandato. Não é obrigatório que o principal executivo tenha designação de Diretor Presidente, porém o Estatuto deve deixar claro por atribuições ou por definição, qual é o principal executivo da Diretoria e a ele será vedada acumulação com a Presidência do Conselho de Administração. A vedação de acumulação das Presidências do Conselho Administrativo e da Diretoria Executiva. Não devendo ser tratado como exceção em casos de substituição temporária dos ocupantes da função. Sendo vedada mesmo nos casos de impedimentos temporários. Exemplo: ausências ou vacâncias. Nos casos em que o Presidente Administrativo fizer parte
15 15 da Diretoria Executiva, como esta participação é uma decisão da Cooperativa, deve haver número suficiente de diretores (ou seja, mais dois) para que se evite acumulação das presidências. A Diretoria Executiva podem conter em seus membros pessoas naturais associadas ou não, eleita em reunião do Conselho de Administração devendo, o ato ser submetido a aprovação do Banco Central com base na documentação prevista em Circular de n 3.502/2010, conforme orientações contidas no Manual de Organização do Sistema Financeiro - Sisorf. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2010a). A composição da Diretoria por executivos externos ao quadro de associados é uma faculdade da Lei, mas poderá ser composta pelos atuais ocupantes de cargos executivos da cooperativa e observância do Artigo 18, da Resolução n 3.859/2010. Quais sejam (repetese), acumulação de no máximo um membro entre os dois órgãos e a vedação da acumulação das presidências. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2010b). As cooperativas singulares de livre admissão, de empresários, de pequenos empresários, microempresários e microempreendedores e as constituídas ao amparo do inciso I do 3º do art. 12 devem adotar estrutura administrativa integrada por conselho de administração e por diretoria executiva a ele subordinada, cujos membros sejam eleitos pelo referido conselho entre pessoas físicas associadas ou não associadas, nos termos do art. 5º da Lei Complementar Nº 130, de 2009, admitida a acumulação de cargos entre os dois órgãos para, no máximo, um dos membros do conselho, e vedada a acumulação das presidências. Em relação à eleição de não associados para diretores, não há obrigatoriedade que o Estatuto mencione explicitamente esta possibilidade, porém, se contiver dispositivo estabelecido que a diretoria será composta exclusivamente por associados deverá ser objeto de alteração caso a cooperativa opte pela possibilidade de diretores não associados. A Ata da reunião do Conselho Administrativo que elege a Diretoria Executiva deve conter o prazo de mandato assim não há sentido em fazer menção a Diretores contratados. A Diretoria Executiva deve ser composta por no mínimo dois membros atendendo os princípios regentes das boas práticas da governança corporativa para o Conselho de Administração e para Diretoria Executiva, incluindo a necessidade de segregação de funções mencionadas no Artigo 17 da resolução 3.859/2010. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2010b) A adoção da estrutura administrativa obrigatoriamente a partir da primeira eleição realizada a partir do ano letivo de 2012, quando do vencimento do mandato de todo o Conselho de Administração ou de toda a Diretoria.
16 Analisando a principais mudanças a partir da aplicabilidade da Governança Corporativa nas Cooperativas de Crédito Com base nos normativos e resoluções, foi analisado que a partir da aplicabilidade da Governança nas Cooperativas de Crédito há uma separação entre os papéis desempenhados pelos Administradores com funções estratégicas e com funções executivas, contribuindo significativamente para o fortalecimento e segregação de funções e facilitando a responsabilização individual e coletiva. Principal objetivo é colocar em prática os princípios de segregação, fazendo transparecer as boas práticas de governança a partir da conduta ética, equidade, responsabilidade coorporativa e prestação de contas. Sem obrigatoriedade do executivo principal, ser associado e com aplicabilidade da Governança, as funções executivas tendem a possuir formação técnica compatível com as funções exercidas. Contribuindo para a eliminação de falhas e erros operacionais, que acabam trazendo grandes prejuízos para a cooperativa. 5 CONCLUSÕES No segmento cooperativista, observou-se crescimento das cooperativas de CRÉDITO, possuindo um grande potencial para a ampliação no setor. Para manter e ocupar o espaço ainda disponível, o segmento de Crédito Cooperativo tem como desafio melhorar suas práticas de governança. Com adoção de instrumentos de fiscalização e controle com base legal através da Lei Complementar 130/2009 e Resolução 3.859/2010, as Cooperativas de Crédito a partir de janeiro/2012 passam adotar obrigatoriamente a gestão de boas práticas de governança. a) Considerando os instrumentos de fiscalização e controle até então utilizados pelas cooperativas de crédito através de suas singulares com anuência das Centrais, entendo ser oportuno e necessário adoção padrão desses mecanismos a fim de evitar conflitos de interesses e principalmente fortalecer o segmento com união sistêmica. b) Conforme previsto em Lei e base normativa, as funções de Direção Estratégica e Gestão Executiva contribuem para que a boa prática da governança corporativa
17 17 nas cooperativas de crédito traga melhores resultados, possibilitando maior transparência dos atos aplicados pela Diretoria Executiva e demais representantes legais. Com certeza a base legal impõe as Cooperativas de Crédito através de seus Administradores seguirem regras, que possibilitem maior eficiência e credibilidade ao setor. c) A partir da aplicabilidade da Governança Corporativa nas Cooperativas de Crédito a Diretoria Estratégica fica separada da Gestão Executiva, facilitando a exigência e profissionalização na condução executiva do negócio, sendo fundamental para a contínua evolução das Cooperativas de Crédito. Este é um dos principais elementos para ampliar a confiança dos associados e atrair um novo público. O trabalho mostrou que as denominadas boas práticas de governança corporativa passaram a ser perseguidas e exigidas, visto como uma forma de o investidor acreditar na sua organização. Boa gestão gera valores aos associados. A implantação da Governança Corporativa dentro do Cooperativismo de Crédito através do Banco Central, o estudo não finaliza neste artigo. Será necessária a realização de novas pesquisas, para apontar futuramente novos aspectos e conceitos. REFERÊNCIAS BANCO Central do Brasil. Manual de Organização do Sistema Financeiro Sisorf. Circular n 3.502/ a. Disponível: Acesso em: 28 mar BANCO Central do Brasil. Perfil do cidadão: perguntas frequentes, FAQ - Cooperativas de Crédito disponível em: Acessado em 28 mar BANCO Central do Brasil. Resolução 3.859, de 27 de maio de Altera e consolida as normas relativas à constituição e ao funcionamento de cooperativas de crédito. 2010b. Disponível em: Acesso em: 25 mar BEUREN, Ilse Maria; LONGARAY, André Andrade. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
18 18 BRASIL. Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de Dispõe sobre o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e revoga dispositivos das Leis nos 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e 5.764, de 16 de dezembro de Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: Acesso em: 21 mar BRASIL. Lei nº , de 10 de janeiro de Institui o Código Civil. Presidência da República. Casa Civil. Disponível em: Acesso em: 25 mar BRASIL. Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de Define a política nacional de cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: Acesso em: 21 mar BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: Acesso em: 21 mar IBGC Disponível em Acesso em 21 mar MAZILO, José Angelo. De forma sistêmica, o Banco Central do Brasil supervisiona as cooperativas de crédito. Portal do Cooperativismo, 10 jan Disponível em: Acesso em: 28 mar MEINEN, Ênio; PORT Márcio. O cooperativismo de crédito ontem, hoje e amanhã. Brasilia: Confebrás, MEIRELLES, Anthero de Moraes. Pronunciamento do Diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero de Moraes Meirelles, falando do Cooperativismo de Crédito. IV Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira. Porto Alegre, 30 out Disponível em: Acesso em: 27 mar PORTAL do Cooperativismo de Crédito. O que é Cooperativismo de Crédito. Disponível em: Acesso em: 28 mar SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cooperativa de crédito: o que é, como funciona, e como aproveitar os benefícios desse sistema. Disponível em: /$File/NT00031B8E.pdf. Acesso em: 28 mar
19 19 SICOOB JUS-MP Cooperativa de Crédito dos Integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público do Estado de MG Ltda). O que é Cooperativismo: Bandeira; História; Símbolo Universal. Disponível em: Acesso em: 28 mar VENTURA, Elvira Cruvinel Ferreira (coord); FONTES FILHO, Joaquim Rubens; SOARES, Marden Marques. Governança cooperativa: diretrizes e mecanismos para o fortalecimento da governança em cooperativas de crédito. Brasília: Banco Central do Brasil, 2009.
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