Utilitarismo 1. Conceitos chave. Bem Supremo. Felicidade. Útil = Moral. O único Princípio ético (critério segundo o qual se avaliam as boas/más ações)
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- Vasco Caminha Festas
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1 Utilitarismo Conceitos chave Bem Supremo FELICIDADE Felicidade PRAZER E AUSÊNCIA DE DOR Útil = Moral O QUE PROMOVE A FELICIDADE O único Princípio ético (critério segundo o qual se avaliam as boas/más ações) PRINCÍPIO DA UTILIDADE ou da MAIOR FELICIDADE Devemos fazer aquilo que, previsivelmente, produza maiores benefícios possíveis para o maior número daqueles que serão afetados pela ação 1 Jeremy Bentham define utilidade como «a propriedade que qualquer objeto tem de produzir bem-estar, vantagens, prazer ou felicidade».
2 O princípio utilitarista da maior felicidade assenta em alguns pressupostos/características Hedonismo Devemos sempre fazer aquilo que cause maiores benefícios (prazer) e menores prejuízos (dor) ao conjunto dos afetados Com alguma tendência para o sensualismo (prazer e dor físicos) Consequencialismo (Teleológica) Devemos sempre orientar-nos pelos resultados futuros previsíveis das ações Cálculo (aritmética do prazer) Devemos efetuar um cálculo na base do qual devemos julgar a bondade das ações. Este cálculo deve levar em linha de conta o seguinte Intensidade do prazer e dor causados Duração do prazer e da dor Número de pessoas afetadas
3 Imparcialidade Altruísmo Ao ponderar a soma de felicidade global, devemos contabilizar o bem-estar de cada indivíduo como sendo igualmente importante
4 Uma das críticas feitas à primeira forma o Utilitarismo (de Jeremy Bentham) era o de que não distinguia atividades próprias dos seres humanos e o prazer específico que proporcionavam das dos animais. Atividade humana Atividade animal Para Bentham, desde duas ações proporcionassem a mesma quantidade de prazer eram equivalentes em termos de utilidade ou morais. Sendo a quantidade de prazer igual, a poesia é tão válida como espetar alfinetes (push-pin) Parece um bocado absurdo
5 Havia quem acusasse o utilitarismo de ser uma moral própria para porcos
6 Um outro utilitarista posterior sentiu a necessidade de introduzir uma classificação entre os prazeres que não fosse só quantitativa (intensidade e duração), mas também qualitativa. Satisfação Felicidade
7 Comparação J. Bentham J.S. Mill Visão puramente sensualista (física) do prazer e dor Visão puramente quantitativa do bem-estar e da dor (prazeres e dores podem ser medidos pela sua intensidade, e número dos afetados duração) AÇÃO A Prazer A intensidade (20) x duração (20) = 400 Dor A intensidade (34) x duração (5) = 170 Saldo /150 pessoas = 1,53 AÇÃO B Prazer B intensidade (13) x duração (25) = 325 Dor B intensidade (50) x duração (2) = 100 Saldo 225 Visão mais espiritualizada do prazer e dor (pelo menos de alguns prazeres e dores) Visão qualitativa do prazer e das dores (prazeres e dores avaliam-se também pela sua qualidade. Os prazeres além do aspeto quantitativo podem ser diferenciados pelo aspeto qualitativo) Prazeres Inferiores/físicos = comida, bebida, sexo, conforto físico, diversões vulgares. Podem ser fonte de sofrimento se não forem moderados e haver cuidado na sua fruição. São mais individualizados Superiores/espirituais: conhecimento, criatividade, liberdade, autonomia, amizade, etc. são mais estáveis, controláveis, contínuos, duráveis, sociais Não são permutáveis (não posso trocar 2 ou 3 inferiores por 1 superior) Para termos uma melhor vida devemos preferir os superiores Mas serem melhores não significa que devem de ser o únicos que devemos querer
8 CRÍTICAS AO UTILITARISMO 1-Crítica ao argumento por analogia de Stuart Mill «A única coisa que pode provar que um objeto é visível é o facto de as pessoas o verem efetivamente. A única prova de que um som é audível é elas ouvirem-no, e as coisas passam-se do mesmo modo com as outras fontes da nossa experiência. Similarmente, entendo que a única coisa que pode mostrar que uma coisa é desejável é o facto de as pessoas efetivamente a desejarem. [...] Não se pode indicar qualquer razão para mostrar que a felicidade geral é desejável a não ser que cada pessoa, na medida em que acredita que ela é alcançável, deseja a sua própria felicidade. Isto, no entanto, sendo um facto, dá-nos não só toda a prova que o caso admite, mas toda a que é possível exigir, para mostrar que a felicidade é um bem: a felicidade de cada pessoa é um bem para essa pessoa, e a felicidade geral é, logo, um bem para o agregado de todas as pessoas.» J. S. Mill, Utilitarismo, 1861, p. 81 Argumento por analogia entre o ver/ouvir e o desejar. Podemos reconstruí-lo da seguinte maneira: 1. Ver uma coisa, prova que ela é visível. 2. Ouvir algo, prova que é audível 3. Desejar uma coisa é como ver/ouvir uma coisa Logo, desejar uma coisa prova que ela é desejável
9 Por que razão a analogia não resulta? O argumento incorre na falácia (descoberta por David Hume) Falácia naturalista. SER DEVER SER SER Poder ser visto Poder ser ouvido SER Ser visível Ser audível Conceito descritivo factual Conceito descritivo factual Falácia naturalista SER Ser desejado DEVER SER Desejável Conceito descritivo factual Conceito normativo valorativo
10 2- Demasiado exigente para o agente comprometendo a sua felicidade O princípio utilitarista faz grandes exigências ao agente pedindo-lhe que em cada ação pense no bem de todos. Por exemplo, se alguém tirar prazer de ouvir música e for comprar cd s, terá de perguntar-se se não faria melhor em doar o dinheiro para instituições que ajudam muitas pessoas. Mas isso faria com que se descurasse projetos pessoais e familiares o que levaria, a limite, a comprometer a felicidade individual Quero comprar uns cd s, mas devo realmente fazê-lo?
11 3- Pode levar à aceitação de práticas contrárias aos princípios morais: Pode promover práticas injustas Se uma determinada prática tiver como consequência a felicidade da maioria, então tal prática seria moralmente aceitável, por exemplo, ter escravos Pode promover o não cumprimento de certas regras morais (não cumprir promessas)
12 Pode promover o descaso dos direitos individuais Argumento do bode expiatório. Argumento da maioria fanática
13 4-Conceito de felicidade demasiado abrangente e difícil de quantificar. É um conceito demasiado abrangente pois pode designar experiências tão diferentes como: Praticar desporto A contemplação de um quadro de Picasso, A leitura de um romance, Tirar um curso. Assistir a um concerto. Comer um certo tipo de alimento Como medir com objetividade estados afetivos que só os próprios sentem
14 4.1. O cálculo pode tornar-se muito difícil. Fácil cálculo Fácil cálculo
15 Fácil cálculo Cálculo muito difícil
16 Cálculo muito difícil
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