O Tribunal de Contas e a Probidade Administrativa

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Simone Bardini Galvão
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1 O Tribunal de Contas e a Probidade Administrativa Apresentação J. R. Caldas Furtado Maio/2017 1

2 ATUAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS EM FAVOR DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA I) Controle preventivo: a) educação; b) transparência; c) controle concomitante. Momentos do controle II) Controle repressivo: a) apreciação da legalidade de atos administrativos; b) julgamento de contas. 2

3 PREVENÇÃO DOS A EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA I) A atuação das Escolas de Contas (relação entre o TC e os jurisdicionados). II) O sistema de controle interno dos jurisdicionados: a) sua implantação e funcionamento são compulsórios (CF, art. 74); b) avaliará as metas, a execução dos programas, a legalidade dos atos e os resultados da gestão, etc.; c) orientará a governança e gestão, prevenindo os riscos; d) informará ao TC as irregularidades apuradas, especialmente as tomadas de contas especiais; e) coordenará a edição do Manual de Rotinas Internas e Procedimentos de Controle; f) elaborará parecer conclusivo sobre as contas anuais. III) Ouvidorias (relação entre o TC e a sociedade). 3

4 PREVENÇÃO DOS A TRANSPARÊNCIA COMO INDUTORA DO CONTROLE a) Controle social b) Controle parlamentar c) Ministério Público A luz do sol é o melhor dos desinfetantes. Louis Brandeis ( ) Juiz da Suprema Corte dos EUA 4

5 PREVENÇÃO DOS A TRANSPARÊNCIA COMO INDUTORA DO CONTROLE Verificação pelo TC do cumprimento da legislação A Res. Atricon 05/2016 recomenda a adoção de rotina baseada nos critérios avaliativos aprovados pelo ENCCLA: I) Transparência ativa? a) Informações disponíveis? Ferramenta de pesquisa? b) Receita? Despesa? Licitações e contratos? Relatórios? II) Transparência passiva? a) Serviço de Informações ao Cidadão-SIC? b) Divulgação da estrutura e forma de contato? III) Boas práticas de transparência? 5

6 PREVENÇÃO DOS A TRANSPARÊNCIA COMO INDUTORA DO CONTROLE O Tribunal de Contas como instrumento Os sistemas eletrônicos de coleta, consulta, extração, análise e divulgação de dados operam: a) informações gerenciais e de responsáveis (cadastro de órgãos/entidades/fundos e de administradores); b) dados da gestão fiscal (recebimento dos RGFs e RREOs; úteis para os alertas e as certidões); c) planejamento, execução e controle da gestão pública (acompanhamento das contratações públicas); d) consulta do processo digital no âmbito do TC (atende à Lei nº /11- LAI). 6

7 PREVENÇÃO DOS A TRANSPARÊNCIA COMO INDUTORA DO CONTROLE O poder do Tribunal de Contas Os entes da Federação terão que disponibilizar, em tempo real, informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público, ou seja, na Internet (LRF, art. 48, parágrafo único). O não atendimento sujeita o ente à proibição de receber transferências voluntárias (LRF, art. 73-C). Atenção! Deve ser ponto de controle o cumprimento da legislação de transparência para fins de emissão das certidões, podendo o TC inserir diretamente no portal Siconv do MPOG a situação do jurisdicionado. 7

8 PREVENÇÃO DOS A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE CONCOMITANTE Pontos de controle: a) licitações e contratos; b) execução de obras e serviços; c) ordem dos pagamentos públicos, segundo as fontes de recursos e as datas de suas exigibilidades (Lei nº 8.666/93, art. 5º); d) renúncia de receita e tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte. 8

9 PREVENÇÃO DOS MEIOS PARA O CONTROLE CONCOMITANTE Gestão de informações estratégicas Para viabilizar a atividade de inteligência (busca de dados e informações para a qualidade e agilidade das decisões) os TC devem: a) aderir, apoiar e participar da Rede Nacional de Informações Estratégicas do Controle Externo (InfoContas) e do Observatório da Despesa Pública (ODP); b) interagir com outros órgãos/entidades via intercâmbio e compartilhamento de informações estratégicas, especialmente com aqueles que atuem nas áreas de fiscalização, investigação e inteligência (acordos de cooperação). 9

10 PREVENÇÃO DOS EFETIVIDADE DO CONTROLE CONCOMITANTE As medidas cautelares O TC possui legitimidade para expedição de medidas cautelares para prevenir lesão ao erário e garantir a efetividade de suas decisões. (STF, Plenário, MS / DF, Rel. Min. Ellen Gracie, 19/11/03, D.J. 19/03/04) Atenção! Deixar o agente público de cumprir ordem do TC via medida cautelar configura: a) infração sujeita às sanções previstas na Lei Orgânica; b) crime de prevaricação (CP, art. 319) na modalidade omissiva (crime permanente; agente em situação de flagrante delito - CPP, art. 303); c) ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/92, art. 11, II). 10

11 PREVENÇÃO DOS EFETIVIDADE DO CONTROLE CONCOMITANTE Os termos de ajustamento de gestão (TAGs) Base constitucional Ao Tribunal de Contas compete assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao cumprimento da lei, bem como sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado (CF, art. 71, IX e X) O TAG celebrado com a autoridade competente visa ao desfazimento ou saneamento de ato ou negócio jurídico, ou tem a finalidade de estabelecer condições para a boa gestão e governança dos recursos públicos. 11

12 REPRESSÃO DOS APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS Atos sujeitos a controle de legalidade: a) licitações ou dispensas/inexigibilidades; b) contratos; c) convênios ou outros instrumentos congêneres; d) admissões, aposentadorias, reformas e pensões. Sanções: multa, inabilitação para exercer função pública, proibição para contratar com o Poder Público, etc. Atenção! No caso de indícios de dano ao erário, o processo de fiscalização será convertido em tomada de contas especial. 12

13 REPRESSÃO DOS PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DE CONTAS O caso do Prefeito ordenador de despesas (órgão competente, segundo o STF) 13

14 REPRESSÃO DOS PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DE CONTAS As três dimensões do processo de contas dimensão política O processo de contas apresenta três dimensões dimensão sancionatória dimensão indenizatória 14

15 REPRESSÃO DOS JULGAMENTO DE CONTAS DO PREFEITO ORDENADOR DE DESPESA (órgão competente, segundo o STF) Contas de governo Parlamento Contas de gestão Parlamento (para fins de inelegibilidade) Tribunal de Contas (para os demais efeitos) 15

16 REPRESSÃO DOS JULGAMENTO DE CONTAS DO PREFEITO ORDENADOR DE DESPESA (órgão competente, segundo o STF) Resolução TCE/MA nº 257/16 No processo de contas de gestão em que o Prefeito atue como ordenador de despesa, o TCE-MA emitirá: a) parecer prévio, que instrumentalizará o julgamento da Câmara Municipal, para os fins do art. 1º, I, "g", da LC nº 64/90 (alterado pela LC nº 135/10); b) acórdão de julgamento, para os demais efeitos. 16

17 JULGAMENTO DE CONTAS DO PREFEITO ORDENADOR DE DESPESA (órgão competente, segundo o STF) A recente decisão do STF: Para os fins do art. 1º, I, "g", da LC 64/90, alterado pela LC 135/10, a apreciação das contas de prefeitos (...). (STF, Plenário, RE /DF, Rel. Roberto Barroso, Rel. para o acórdão Ricardo Lewandowski, 17/08/16) Questões! a) Qual o órgão competente para julgar as contas de gestão de convênio quando o Prefeito for o responsável? b) E no caso de contas do Fundeb? 17

18 Questões sobre a recente decisão do STF! a) Qual o órgão competente para julgar as contas de gestão de convênio quando o Prefeito for o responsável? b) E no caso de contas do Fundeb? Teses do MPF/PGE: a) o precedente não se aplica no caso de contas de convênio (RESPE SP) ou de Fundeb (RESPE 6938 SE); b) trata-se de premissas fáticas e normativas diversas, aplicando-se a técnica jurídica do confronto (distinguishing); c) a fiscalização do Fundeb transcende o Município; há interesse predominante da União e dos Estados na sua gestão e controle. 18

19 Questões sobre a recente decisão do STF! a) Qual o órgão competente para julgar as contas de gestão de convênio quando o Prefeito for o responsável? b) E no caso de contas do Fundeb? Decisões do TSE: a) é do Tribunal de Contas a competência para o exame das contas de Prefeito atinentes a convênio. Por unanimidade, o agravo regimental não foi conhecido. (TSE, Plenário, RESPE /SP, Rel. Min. Luciana Lóssio, 14/12/2016, publicado em Sessão) b) não se aplica o precedente; o STF se pronunciou no caso de ordenação de despesas com recursos do Município, e não com transferências da União ou dos Estados por convênio ou mesmo de transferência fundo a fundo. (TSE, Decisão Monocrática, RESPE 6938 / SE, Rel. Min. Henrique Neves, 19/12/2016) (*) Entrou na pauta do dia 24/04/17; vista ao Min Napoleão Nunes Maia Filho 19

20 ATUAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS EM FAVOR DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA Controle Preventivo x Controle Repressivo 20

21 Obrigado! 21

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