Atualização. OBS: As páginas citadas são referentes à 5 a edição da obra.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Atualização. OBS: As páginas citadas são referentes à 5 a edição da obra."

Transcrição

1 OBS: As páginas citadas são referentes à 5 a edição da obra. Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 1 07/03/ :10:49

2 Pág. 111 Inserir o seguinte comentário, antes do tópico Fixação legal do regime inicial de cumprimento de pena : Vide Decreto n o 7.627, de 24 de novembro de 2011, que regulamenta o monitoramento eletrônico. Pág. 117 Inserir nova informação, entre o 7 o e 8 o parágrafos: Assim, de acordo com as posições assumidas pelos nossos Tribunais Superiores, embora tenha sido modificado o art. 112 da LEP, onde deixou de ser consignada a exigência de realização do exame criminológico para efeitos de concessão de progressão de regime, poderá o julgador, no caso concreto, caso entenda necessário, determinar a sua realização. No que diz respeito à Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990, o STJ firmou seu posicionamento por meio da Súmula n o 471, publicada no DJe de 28 de fevereiro de 2011, que diz: Súmula n o 471. Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n o /2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n o 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. Por intermédio da Lei n o , de 12 de novembro de 2003, foi criado um 4 o ao art. 33 do Código Penal, que diz: Pág. 127/128 Trabalho do preso e remição da pena A experiência demonstra que nas penitenciárias onde os presos não exercem qualquer atividade laborativa o índice de tentativas de fuga é muito superior ao daquelas em que os detentos atuam de forma produtiva, aprendendo e trabalhando em determinado ofício. O trabalho do preso, sem dúvida alguma, é uma das formas mais visíveis de levar a efeito a ressocialização. Mais do que um direito, a Lei de Execução Penal afirma que o condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho interno na medida de suas aptidões e capacidade (art. 31). Apenas os presos provisórios (art. 31, parágrafo único, da LEP) e o condenado por crime político Código Penal Comentado (art. 200 da LEP) não estão obrigados ao trabalho. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a três quartos do salário mínimo (art. 29, caput, da LEP). Além da importância psicológico-social que o trabalho traz ao preso, o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena, nos termos do art. 126, caput, da Lei de Execução Penal. Não caberá a aplicação do instituto da remição pelo trabalho aos condenados que cumprem sua pena em regime aberto, pois, conforme lição de Mirabete, a remição é um direito dos condenados que estejam cumprindo a pena em regime fechado ou semiaberto, não se aplicando, assim, ao que se encontra em prisão albergue, já que a este incumbe submeter-se aos papéis sociais e às expectativas derivadas do regime, que lhe concede, a nível objetivo, a liberdade do trabalho contratual. Pela mesma razão, aliás, não se concede a remição ao liberado condicional. Também não tem direito à remição o submetido a pena de prestação de serviço à comunidade, pois o trabalho, nessa espécie de sanção, constitui, essencialmente, o cumprimento da pena. 1 Em 29 de junho de 2011, foi promulgada a Lei n o , que alterou o art. 126 da LEP para possibilitar a remição pelo estudo. O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do 1 o do art. 126 da LEP. Tal disposição aplica-se, ainda, às hipóteses de prisão cautelar (art. 126, 6 o e 7 o, da LEP). Por intermédio do instituto da remição pelo trabalho, a contagem do tempo para esse fim será feita à razão de um dia de pena por três de trabalho, sendo que o preso que estiver impossibilitado de prosseguir no trabalho em virtude de acidente continuará a beneficiar-se com a remição (art. 126, 4 o, da LEP, com a nova redação dada pela Lei n o , de 29 de junho de 2.011). Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57 da LEP, recomeçando a 1 MIRABETE, Júlio Fabbrini. Execução penal, p Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 2 07/03/ :10:49

3 Código Penal Comentado contagem a partir da data da infração disciplinar (art. 127 da LEP). O Supremo Tribunal Federal, na Sessão Plenária de 12 de junho de 2008, editou a Súmula Vinculante n o 9, com o seguinte teor: Súmula vinculante n o 9. O disposto no art. 127 da Lei n o 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do art. 58. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos (art. 128 da LEP), ou seja, o cômputo incidirá para a concessão de livramento condicional, indulto, progressão de regime e para a comutação. O trabalho é, ao mesmo tempo, uma obrigação (art. 31 da LEP) e um direito do preso (art. 41, II, da LEP). Caso o Estado, por intermédio de sua administração carcerária, não o viabilize para que sejam cumpridas as determinações contidas na Lei de Execução Penal, poderá o juiz da execução, diante da inércia ou da incapacidade do Estado de administrar a coisa pública, conceder a remição aos condenados que não puderem trabalhar. Contudo, existe a outra face da moeda. Suponhamos, agora, que haja possibilidade de trabalho no estabelecimento no qual o condenado esteja cumprindo sua pena e este, terminantemente, pela própria vontade, se recuse a se submeter a ele. Entendemos que a recusa ao trabalho caracteriza negação do requisito de natureza subjetiva, indispensável à obtenção dos demais benefícios que lhe são ofertados durante a execução da pena, a exemplo da progressão de regime (art. 112 da LEP) e do livramento condicional (art. 83, III, do CP). A recusa em trabalhar demonstra sua inaptidão para com o sistema, bem como o seu desejo de não se ressocializar. Pág. 129/130 Remição pelo estudo O STJ, por meio da Súmula 341, publicada no DJ de 13 de agosto de 2007, consolidou seu posicionamento no sentido de permitir a remição de pena do condenado que, durante a execução da pena, se dedica aos estudos, dizendo: Súmula n o 341. A frequência de curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semiaberto. Em 29 de junho de 2011 foi publicada a Lei n o , que previu expressamente a remição pelo Atualização estudo, ao alterar os arts. 126 a 129 da LEP, nos seguintes termos: O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. A contagem de tempo será feita à razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar (atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional) divididas, no mínimo, em 3 (três) dias. A contagem de tempo será feita à razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar (atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional) divididas, no mínimo, em 3 (três) dias. As atividades de estudo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, aplicando-se, também, essas disposições às hipóteses de prisão cautelar. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar, mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. Vale ressaltar, ainda, que, visando proporcionar e estimular o estudo do condenado que cumpre sua pena no estabelecimento prisional, preparando-o para o seu regresso ao convívio em sociedade, a Lei n o , de 24 de maio de 2010, inseriu 3 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 3 07/03/ :10:49

4 o 4 o do art. 83 da LEP, onde consta a seguinte determinação, verbis: 4 o Serão instaladas salas de aula destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante. Assim, em todos os estabelecimentos penais deverão não somente ser criadas fisicamente essas salas de aula, como implementadas suas destinações, com a contratação de profissionais habilitados, a fim de fazer com que o preso possa obter a instrução básica necessária ou mesmo capacitar-se mediante algum curso profissionalizante. Pág. 134 Agora, com a edição da Lei n o , de 15 de dezembro de 2011, que fez inserir o inciso V no art. 47 do Código Penal, prevendo a proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos, temos, na verdade, 11 penas restritivas de direitos. Pág. 144 acrescentar inciso V V proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos Código Penal Comentado que seriam solicitadas em determinado concurso, fornecidas, indevidamente, por algum servidor público inescrupuloso ou mesmo adquirido por ele mediante algum outro meio ilegal. Nesse caso, o candidato que estava participando do certame poderá ser condenado à prática do crime de fraudes em certames de interesse público, previsto pelo art. 311-A, do Código Penal, com a redação que lhe foi conferida pela Lei n o , de 15 de dezembro de 2011, abrindo-se a possibilidade, presentes os demais requisitos legais, de substituição da pena privativa de liberdade pela interdição temporária de direitos relativa à proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos. Pág. 560 Após a edição da Lei n o , de 15 de dezembro de 2011, caso o agente venha utilizar ou divulgar informações de conteúdo sigiloso por meio da chamada cola eletrônica, poderá ser responsabilizado pelo delito de fraudes em certames de interesse público. Se as informações repassadas já tiverem se tornado públicas, ou seja, após o início do certame, permanecerá a discussão se o fato é atípico ou se o agente teria praticado os delitos de estelionato ou falsidade ideológica (vide discussões sobre o tema no art. 311-A do Código Penal). Pág. 145 Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos. A Lei n o , de 15 de dezembro de 2011, fez a previsão de mais uma interdição temporária de direitos, vale dizer, a proibição de inscreverse em concurso, avaliação ou exames públicos, inserindo o inciso V no art. 47 do Código Penal. Para que a mencionada interdição temporária de direitos venha a ser aplicada, deverá ter alguma ligação a infrações penais que digam respeito a fatos que, de alguma forma, traduzam a finalidade do agente de beneficiar-se, v.g., fraudulentamente, com sua aprovação em concurso público, avaliação ou exames públicos. Assim, por exemplo, imagine-se a hipótese em que o agente seja surpreendido portando e utilizando, antecipadamente, o gabarito das questões Pág. 845 Declaração falsa para efeitos de instrução de pedido de remição O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. A contagem de tempo será feita à razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar (atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional) divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova. O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso 4 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 4 07/03/ :10:50

5 Código Penal Comentado de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. Dessa forma, para efeitos de remição, deverão ser comprovados nos autos os dias efetivamente trabalhados ou as horas de estudo, de forma a retratar a verdade, pois, caso contrário, o autor da declaração ou atestado falso responderá pelo delito de falsidade ideológica, conforme determina expressamente o art. 130 da Lei de Execução Penal. Página 874 Acrescentar novo Capítulo Das fraudes em certames de interesse público Fraudes em certames de interesse público Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I concurso público; II avaliação ou exame públicos; III processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 1 o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. 2 o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: Pena reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 3 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. (NR) Introdução O Capítulo V (Das fraudes em certames de interesse público) foi inserido no Título X (Dos crimes contra a fé pública) do Código Penal pela Lei n o , de 15 de dezembro de 2011, criando o tipo penal previsto no art. 311-A, que recebeu o mesmo nomen juris, vale dizer, fraudes em certames de interesse público. Temos presenciado, nos últimos anos, o crescimento, principalmente, do número de Atualização pessoas interessadas em prestar concursos públicos, buscando, na maioria das vezes, a segurança, a estabilidade que um cargo público pode lhes proporcionar. Com um mercado de trabalho tão incerto, tão inseguro, conquistar um cargo público tornou-se quase que uma obsessão. Muitos abandonam seus empregos privados, vendem seus bens, distanciam-se de seus familiares e amigos, enfim, fazem de tudo para adquirir tempo e recursos suficientes para poderem se dedicar exclusivamente aos estudos, com a finalidade de conquistar o sonho do cargo público. Nessa disputa, muitas vezes o jogo torna-se desigual. Isso porque algumas pessoas resolvem encurtar o caminho do sucesso da aprovação praticando condutas não somente imorais, como também criminosas, destinadas a burlar a seriedade do concurso público, por exemplo. Não são raras as notícias de vazamentos de gabaritos oficiais. Quando isso acontece, geralmente, todo o concurso é anulado, causando prejuízo não somente à administração pública, que teve gastos para a sua realização, como também aos demais candidatos (normalmente milhares deles), que pagaram por suas inscrições; tiveram despesas com o deslocamento para os lugares onde seriam realizados os concursos (até mesmo viajando para fora de seus Estados de origem); foram aprovados de acordo com seus méritos pessoais; enfim, o prejuízo é grande, colocando em dúvida o que é pior a credibilidade, a confiança que devemos ter em nossa administração pública, razão pela qual o mencionado tipo penal encontra-se inserido no Título X do Código Penal, que prevê os crimes contra a fé pública. Infelizmente, também têm sido corriqueiras as notícias de fraudes para ingresso no ensino superior. Candidatos e servidores inescrupulosos compram e vendem gabaritos oficiais, obtidos de maneira ilegal e criminosa, impedindo que aqueles que se esforçaram para conquistar uma vaga em alguma instituição de ensino superior, pública ou privada, sejam impedidos de dar início aos seus estudos. Enfim, são inúmeras as situações de fraudes em certames de interesse público, razão pela qual, com a finalidade de inibir esses comportamentos, bem como de proteger a fé pública, foi criado o delito tipificado no art. 311-A do estatuto repressivo, cujo caput foi além da previsão da fraude em concurso público, ou mesmo do processo seletivo para ingresso no ensino superior, dizendo, verbis: 5 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 5 07/03/ :10:50

6 Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I concurso público; II avaliação ou exame públicos; III processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV exame ou processo seletivo previstos em lei. Os verbos nucleares são utilizar e divulgar. Utilizar tem o sentido de fazer uso, servir-se, efetivamente; divulgar significa tornar público, fazer conhecido a terceira pessoa. Em geral, quem pratica o núcleo utilizar é o candidato a uma das situações previstas pelos quatro incisos do art A do Código Penal, ou seja, aquele que pretende ter sucesso no concurso público, na avaliação ou no exame público, no processo seletivo para ingresso no ensino superior ou no exame ou processo seletivo previsto em lei. O núcleo divulgar, normalmente, é praticado pelo agente, que pretende que o candidato utilize as informações de conteúdo sigiloso por ele transmitidas. O tipo prevê o elemento normativo indevidamente, ou seja, para que ocorra a infração penal, é necessário que a utilização ou a divulgação do conteúdo sigiloso sejam indevidas ou não permitidas para aquela situação específica. A utilização e a divulgação serão consideradas indevidas quando dirigidas a beneficiar o próprio agente ou a outrem, ou com a finalidade de comprometer a credibilidade do certame. Percebese, aqui, o chamado especial fim de agir, vale dizer, o agente atua com o objetivo de atingir qualquer uma, ou mesmo ambas, das finalidade previstas no tipo penal: beneficiar-se a si ou a outrem ou comprometer a credibilidade do certame, com a utilização ou a divulgação de conteúdo sigiloso de: concurso público, avaliação ou exames públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior e exame ou processos seletivos previstos em lei. Teve o cuidado de prever a lei que a utilização ou a divulgação podem beneficiar o próprio agente ou mesmo terceira pessoa. Assim, imagine-se a hipótese, muito comum, infelizmente, nos dias de hoje, de que alguém utilize informações de conteúdo sigiloso, durante um concurso público, a fim de beneficiar terceira pessoa, por quem o agente se fazia passar durante a prova. Como se percebe, o agente em nada seria beneficiado, salvo a hipótese em que tivesse recebido alguma contrapartida financeira, pois que, Código Penal Comentado se aprovado, outra pessoa, que não ele, assumiria o cargo público. Também podemos citar como exemplos em que não há qualquer contrapartida financeira, como nas hipóteses nas quais o agente quer tão somente beneficiar amigos, parentes, correligionários e, até, mesmo, amantes, divulgandolhes informações de caráter sigiloso, que por eles serão utilizadas no certame. Dessa forma, como diz o texto legal, haverá crime se essa utilização ou divulgação beneficiar o próprio agente ou terceira pessoa. Normalmente, aquele que teve acesso às informações de conteúdo sigiloso amolda-se ao conceito de funcionário público (art. 327, 1 o, do CP), mesmo que por extensão. No entanto, pode ocorrer que o agente divulgador tenha tido acesso às informações de conteúdo sigiloso sem que fizesse parte da administração pública. As duas hipóteses estão previstas pelo tipo penal em exame, sendo que, se o agente for funcionário público, incidirá na causa especial de aumento de pena prevista pelo 3 o do art. 311-A do Código Penal, ou seja, sua pena será aumentada em um terço. Concurso público é um processo seletivo, no qual a administração pública, por meio de determinados critérios objetivos, impessoais e com igualdade de condições, faz a seleção democrática de todos os interessados, permitindo o acesso a um emprego ou cargo público, conforme determina o inciso II do art. 37 da Constituição Federal, que diz, verbis: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I [ ]; II a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; [ ]. Por meio de uma análise comparativa entre os quatro incisos do art. 311-A do Código Penal, fica evidente a preocupação do legislador em não deixar fora daquele elenco qualquer tipo de certame. Assim, valeu-se de termos e expressões que, na verdade, se confundem, criando uma zona cinzenta 6 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 6 07/03/ :10:50

7 Código Penal Comentado entre eles. Por exemplo, um concurso público (inciso I) não deixa de ser uma avaliação pública ou exame público (inciso II) nem um exame ou processo seletivo previsto em lei (inciso III). Haverá situações nas quais a distinção será mais simples, como na hipótese de um concurso público, já que é mencionado expressamente pelo inciso I do art. 311-A do Código Penal. Da mesma forma, quando houver fraude no processo seletivo para ingresso no ensino superior, a exemplo do que ocorre quando alguém divulga, indevidamente, gabarito oficial para ingresso em alguma universidade, o fato se amoldará ao inciso III do referido artigo, conforme discorreremos em seguida. As seleções públicas simplificadas para cargos públicos (temporários, por exemplo) poderiam ser questionadas como não sendo propriamente cargo público, mas o inciso II evita essa discussão. Qualquer tipo de seleção para cargo ou função pública, efetiva ou temporária, estará abrangida pelo aludido inciso II. O processo seletivo para ingresso no ensino superior é uma exigência para que alguém ingresse em qualquer universidade brasileira, depois de ter concluído o ensino médio. Normalmente, ocorre por meio dos chamados vestibulares, ou seja, provas que avaliarão o candidato ao curso superior, cujas matérias são aquelas estudadas durante todo o período antecedente. Conforme preconiza Fernando José Araújo Ferreira, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional exige a realização de processo seletivo para acesso aos cursos de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente. É direito difuso de todos os brasileiros que atendam aos requisitos legais, fundamentais ao ingresso no ensino superior, participar de um processo público seletivo legítimo (art. 44, II, Lei n o 9.394/96) bem como a educação é direito de todos e dever do Estado (CF, art. 205) e, o ensino deve subordinarse ao princípio da igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (CF, art. 206, I). Um processo seletivo somente será legítimo à medida que forem respeitadas todas as disposições legais pertinentes e observados Atualização todos os princípios jurídicos a que se encontram submetidas as partes 1. O sistema do vestibular, como forma de seleção unificada nos processos seletivos das universidades públicas federais, vem sendo substituído, em especial, pelo chamado Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). De acordo com o Ministério da Educação, a proposta tem como principais objetivos democratizar as oportunidades de acesso às vagas federais de ensino superior, possibilitar a mobilidade acadêmica e induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio. As universidades possuem autonomia e poderão optar entre quatro possibilidades de utilização do novo exame como processo seletivo: Como fase única, com o sistema de seleção unificada, informatizado e on-line; Como primeira fase; Combinado com o vestibular da instituição; Como fase única para as vagas remanescentes do vestibular 2. Qualquer que seja a forma do processo seletivo para ingresso no curso superior encontrase prevista pelo inciso III do art. 311-A do Código Penal, seja ele realizado por uma instituição pública ou privada. Como se fosse uma previsão residual, com a finalidade de não permitir que qualquer fraude em certames de interesse público ficasse fora do tipo penal em estudo, foi elencado pelo inciso IV do art. 311-A do Código Penal o exame ou processo seletivo previsto em lei. Com todas essas previsões, fecha-se completamente o cerco, visando impedir que alguém seja indevidamente beneficiado com essas modalidades de fraude, ou mesmo que seja comprometida a credibilidade do certame, protegendo-se, portanto, a fé pública. O 1 o do art. 311-A assevera que nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. Permitir significa atender quando lhe é solicitado, conceder. Facilitar tem o sentido de tornar fácil, removendo, afastando as dificuldades, seja fazendo, ou mesmo deixando de fazer alguma coisa a que estava obrigado. Com a prática de 1 FERREIRA, Fernando José Araújo. Processo seletivo vestibular nas universidades e faculdades particulares e a nova LDB (Lei 9.394/96). Revista Eletrônica PRPE, p. 2, out Disponível em: < Acesso em: 17 dez Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 7 07/03/ :10:50

8 um desses comportamentos o agente faz com que terceira pessoa tenha acesso às informações de conteúdo sigiloso, que poderão ser utilizadas ou mesmo divulgadas para beneficiar alguém ou comprometer a credibilidade do certame. A expressão por qualquer meio, utilizada pelo texto legal, tem a finalidade de abranger qualquer situação, positiva ou negativa, praticada pelo agente para que terceira pessoa não autorizada, com a sua permissão ou facilitação, tenha acesso ao conteúdo sigiloso de: concurso público; avaliação ou exame públicos; processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou exame ou processo seletivo previstos em lei. Classificação doutrinária Crime comum com relação ao sujeito ativo e próprio quanto ao sujeito passivo; doloso (não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa); comissivo (e também omissivo impróprio, uma vez que os comportamentos previstos pelo tipo penal podem ser praticados via omissão do agente garantidor); omissivo (no que diz respeito às condutas de permitir e facilitar, que podem ser praticadas negativamente); instantâneo, de forma livre; monossubjetivo; plurissubsistente; transeunte ou não transeunte (dependendo da forma como o delito é praticado, podendo ou não deixar vestígios). Objeto material e bem juridicamente protegido A fé pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo penal que prevê o delito de fraudes em certames de interesse público. Objeto material são todas as informações de conteúdo sigiloso, utilizadas ou divulgadas indevidamente pelo agente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame. Sujeito ativo e sujeito passivo Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de fraudes em certames de interesse público, não exigindo o tipo penal sub examen nenhuma qualidade ou condição especial. O sujeito passivo é o Estado, bem como aquelas pessoas (físicas ou jurídicas) que, de alguma forma, foram prejudicadas com o comportamento praticado pelo sujeito ativo. Código Penal Comentado Vale registrar, ainda, que, quando um concurso, por exemplo, é fraudado, quem nele obtém seu ingresso de forma criminosa, já que utilizou informações de conteúdo sigiloso, presume-se não ser tão competente tecnicamente quanto o outro candidato que foi preterido em sua vaga, caso não houvesse ocorrido a fraude. Logo, todo o país é prejudicado, pois terá um servidor menos qualificado. Não bastasse isso, o fraudador, como regra, ou efetuou o pagamento pela informação sigilosa, ou obteve as informações de conteúdo sigiloso em razão do seu íntimo relacionamento com o poder. Na primeira hipótese, certamente, fará do cargo um balcão de negócios : se seu ingresso foi ilegal, criminoso, é natural que também utilize seu cargo com o fim de recuperar o dinheiro investido na compra da vaga, ou, na segunda hipótese, não terá preocupações com o bom desempenho de suas funções ou mesmo em servir ao povo que paga seus vencimentos mediante a cobrança que lhe é feita por meio dos tributos, mas sua preocupação será com aquele que lhe proporcionou ilegalmente esse cargo (o pai, o parente, o amigo etc.). Assim, embora o Estado e os prejudicados diretos sejam os sujeitos passivos mais evidentes, em última análise, toda a sociedade é vítima desse tipo de crime. Consumação e tentativa No que diz respeito ao núcleo utilizar, consuma-se com a efetiva utilização do conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exames públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior ou exame ou processo seletivo previstos em lei, a exemplo daquele que é surpreendido após dar início ao registro das informações ilegalmente obtidas no caderno de resposta a ser entregue à administração pública, para conferência das questões. Quanto à divulgação, o agente que, de alguma forma, obteve acesso ao conteúdo sigiloso, consumará a infração penal quando, indevidamente, divulgá-lo a terceira pessoa, não importando se esta última tenha ou não utilizado o mencionado conteúdo sigiloso. Assim, imaginese a hipótese em que parlamentar, ministro, desembargador, procurador-geral de justiça etc., valendo-se do cargo que ocupavam, tenham acesso ao caderno de provas e, com a finalidade de beneficiar um filho, por exemplo, divulgue-o a ele. Nesse exato momento, ou seja, em que um 8 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 8 07/03/ :10:50

9 Código Penal Comentado terceiro, indevidamente, tomou conhecimento de conteúdo sigiloso, o crime já poderá considerarse como consumado, antes mesmo de sua efetiva utilização pelo beneficiado dessas informações. A tentativa é admissível, uma vez que podemos fracionar o iter criminis. Assim, por exemplo, imagine-se a hipótese em que um candidato tenha sido beneficiado com o conhecimento antecipado do gabarito oficial de determinado concurso público, mas, antes de começar a transferir essas informações para o cartão de respostas, o fiscal da sala, percebendo o nervosismo do agente, vá até ele e o surpreenda com suas anotações. Nesse caso, entendemos que o delito restará tentado, e não consumado, pois que o agente ainda não havia feito a utilização efetiva das informações. Por meio desse raciocínio, podemos perceber que não há necessidade de que o agente entregue seu cartão de respostas completamente preenchido para que a infração penal reste consumada. Basta, portanto, que pelo menos uma das questões tenha sido por ele respondida com base no conteúdo sigiloso que, de antemão, já se encontrava em seu poder. Por outro lado, se ainda não iniciado o preenchimento do cartão de respostas, mesmo que seja surpreendido com essas informações de conteúdo sigiloso, não podemos entender pela consumação do delito, mas, sim, pelo conatus. Embora a prova seja um tanto quanto complicada, tecnicamente, é possível o raciocínio correspondente à tentativa no que diz respeito à divulgação indevida do conteúdo sigiloso. Assim, por exemplo, imagine-se a hipótese em que determinado agente, que já estava sendo alvo de investigação pela polícia, cujas linhas telefônicas se encontravam judicialmente interceptadas, seja preso no exato instante em que passaria as informações sigilosas ao candidato que seria por elas beneficiado, e, antes que o candidato tivesse acesso a essas informações, o agente tenha sido preso em flagrante. Nesse caso, como se percebe, o conteúdo não havia sido ainda divulgado, tendo o agente, no entanto, percorrido o iter criminis até sua última fase, vale dizer, a fase da execução, se, por exemplo, a título de imaginação, já havia retirado de seu bolso o documento com as informações sigilosas e estava entregando-as nas mãos do candidato inescrupuloso, que delas não chegou a ter conhecimento, quando foram interrompidos pela polícia. Atualização A discussão maior será em apontar quando houve o início da execução punível e quando o agente ainda se encontrava na fase dos atos de cogitação ou de preparação. Assim, a título de raciocínio, imagine-se que os policiais tenham levado a efeito a prisão do agente, que portava essas informações de conteúdo sigiloso, antes mesmo de se encontrar com o candidato, que, por meio delas, seria beneficiado. Nesse caso, poderíamos afirmar pela tentativa do delito tipificado no art. 311-A do Código Penal ou o agente ainda se encontrava na fase dos atos preparatórios? Com certeza, teremos as duas alternativas como resposta, dependendo da corrente doutrinária que se adote. No caso em exame, acreditamos que o raciocínio correspondente aos atos preparatórios melhor se adequaria, deixando de lado até mesmo a discussão a respeito da validade da prisão em flagrante, isto é, se poderia ser considerado simplesmente como flagrante esperado, aplicandose, consequentemente, a Súmula n o 145 do STF, ou se seria a hipótese de crime impossível, tendo em vista que o agente se encontrava vigiado pela polícia, o que impediria que terceira pessoa tivesse acesso às informações de conteúdo sigiloso. No que diz respeito ao 1 o do art. 311-A do Código Penal, a consumação ocorrerá quando o agente, efetivamente, permitir ou facilitar, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput do referido artigo. Basta, portanto, que terceira pessoa, em virtude de qualquer um desses comportamentos praticados pelo agente, tenha acesso às informações de conteúdo sigiloso, independentemente de utilizá-las ou não em algum certame. O reconhecimento da tentativa dependerá do caso concreto apresentado, quando se poderá raciocinar sobre a possibilidade do fracionamento do iter criminis. Elemento subjetivo O delito de fraudes em certames de interesse público somente pode ser praticado dolosamente, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa. A conduta deve ser dirigida finalisticamente no sentido de trazer benefício a si próprio ou a outrem, ou mesmo a de comprometer a credibilidade do certame. 9 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 9 07/03/ :10:50

10 Modalidades comissiva e omissiva No que diz respeito aos núcleos utilizar e divulgar, previstos no caput do art. 311-A do Código Penal, tais comportamentos somente poderão ser praticados comissivamente. No entanto, o delito poderá ser cometido via omissão imprópria na hipótese em que o agente, garantidor, dolosamente, podendo, nada fizer para evitar a prática de qualquer das condutas previstas pelo tipo penal em estudo. Assim, por exemplo, imagine-se a hipótese em que um funcionário público, encarregado de fazer a vigilância do local onde se encontrava o caderno de provas que seria utilizado em determinado concurso, perceba que seu colega, que também exercia a mesma função, ia divulgá-la a alguém com a finalidade de beneficiar um amigo de infância. O agente, mesmo podendo impedir a divulgação, nada faz. Nesse caso, deverá ser responsabilizado pelo delito tipificado no art. 311-A do Código Penal. Os núcleos permitir e facilitar, no entanto, cujas previsões encontram-se no 1 o do mencionado artigo, podem ser cometidos tanto comissiva quanto omissivamente. Assim, imagine-se a hipótese em que alguém tenha sido encarregado da vigilância do local onde se encontravam as provas oficiais de determinado concurso público. Com a finalidade de comprometer a credibilidade do certame, facilita o acesso de pessoas estranhas àquele local, deixando de vigiá-lo por alguns minutos, ou, ele próprio, abre o cofre no qual se encontrava guardado o gabarito oficial, facilitando para que estranhos a ele tivessem acesso. Modalidades qualificadas Diz o 2 o do art. 311-A do Código Penal: 2 o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: Pena reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Como dissemos, temos visto, com frequência, inúmeros certames sendo anulados em virtude das fraudes ocorridas. A administração pública, obrigada a refazer todo o procedimento de seleção, por exemplo, sofrerá danos com isso, uma vez que terá de devolver os valores pagos pelos candidatos que se inscreveram com a finalidade de concorrer a uma vaga prevista no edital de convocação, será obrigada a reimprimir todo o material utilizado, reunir novos avaliadores/ examinadores que, geralmente, são remunerados, Código Penal Comentado levar a efeito o pagamento das locações utilizadas para a realização das provas, contratar empresas especializadas na organização de eventos dessa natureza. Enfim, os danos causados com a anulação de um certame, em virtude da descoberta de uma fraude, são evidentes. Assim, dificilmente não será aplicada a modalidade qualificada quando a administração pública for a promotora do certame anulado. Causa especial de aumento de pena Preconiza o 3 o do art. 311-A do Código Penal: 3 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. Dada a localização topográfica do parágrafo em estudo, na hipótese de ser o agente funcionário público, a causa especial de aumento de pena poderá ser aplicada tanto na modalidade simples, tipificada no caput do art. 311-A do Código Penal, como na qualificada, prevista no 2 o do mesmo artigo. Para efeitos de reconhecimento da qualidade de funcionário público, deverá ser aplicado o art. 327 e seu 1 o do diploma repressivo. Pena, ação penal, suspensão condicional do processo A pena cominada para o delito de fraudes em certames de interesse público é de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Incorre nas penas previstas no caput do art. 311-A do Código Penal quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações nele mencionadas. Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. Será possível a confecção de proposta de suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei n o 9.099/95, para a modalidade fundamental, prevista no caput e no 1 o do art. 311-A do estatuto repressivo, desde que não seja aplicável a causa especial de aumento de pena, elencada no 3 o do mencionado artigo. 10 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 10 07/03/ :10:50

11 Código Penal Comentado Funcionário público Imagine-se a hipótese em que alguém, almejando aprovação em determinado concurso, procure o funcionário público que havia ficado encarregado de guardar o gabarito oficial e lhe ofereça determinada quantia em dinheiro para que pudesse conhecer as respostas, que seriam por ele utilizadas. O funcionário público aceita a proposta, recebe a importância em dinheiro oferecida e permite que o candidato inescrupuloso tome conhecimento do gabarito oficial. Nessa hipótese, quais seriam as infrações penais praticadas pelo funcionário público e pelo candidato à vaga oferecida no edital do aludido concurso? Com relação ao funcionário público, entendemos que deverá ser responsabilizado pelo crime de corrupção passiva (art. 317 do CP), em concurso material com o delito de fraudes em certames de interesse público (art. 311-A do CP); no que diz respeito ao candidato inescrupuloso, deverá ser responsabilizado pelo delito de corrupção ativa (art. 333 do CP) e, caso tenha feito uso ou mesmo divulgado as informações de conteúdo sigiloso a alguém, pelo crime de fraudes em certames de interesse público (art. 311-A do CP). Na hipótese de não ter utilizado as informações em benefício próprio ou de terceira pessoa, ou mesmo não as ter divulgado, deverá, tão somente, responder pela corrupção ativa. Cola eletrônica A tecnologia tem sido utilizada como um instrumento poderoso para a prática de infrações penais. Fraudes pela internet, hoje em dia, são mais comuns do que os tradicionais estelionatos, em que o agente conhece o rosto de sua vítima, e viceversa. A chamada cola eletrônica (aparelho transmissor e receptor) passou a ser frequente nos concursos públicos, provas vestibulares etc. Existe divergência doutrinária e jurisprudencial sobre o tema, sendo que determinada corrente passou a concluir pelo delito de estelionato nessas hipóteses; ou seja, aquelas em que alguém, utilizando um ponto eletrônico, após tomar Atualização conhecimento das questões, recebe todas as respostas, normalmente de alguém especializado na matéria solicitada, ou mesmo por um crime de falsidade ideológica, enquanto nossos tribunais superiores se posicionaram no sentido de entender tal comportamento como atípico, como se pode verificar pelos seguintes julgados: Com a edição da Lei n o , de 15 de dezembro de 2011, que criou o delito de fraudes em certames de interesse público, aqueles que praticassem a chamada cola eletrônica passariam a responder pelo tipo penal previsto no art. 311-A do Código Penal? Depende. Isso porque se o agente que está transmitindo as respostas ao receptor, ou seja, ao candidato que está participando do certame, havia tomado conhecimento do gabarito oficial e, agora, indevidamente, estava divulgando-o, para que o agente receptor o utilizasse no caderno de respostas, poderemos concluir pela prática do delito de fraudes em certames de interesse público. Agora, se o agente que está transmitindo as respostas havia tomado conhecimento das questões, já agora públicas, por meio do receptor e estava respondendo-as de acordo com sua capacidade pessoal, a discussão ainda persistirá, ou seja, para nossos tribunais superiores, o fato será atípico e para outra corrente poderá ser entendido como estelionato ou mesmo falsidade ideológica. Assim, concluindo, nem sempre a chamada cola eletrônica conduzirá ao reconhecimento do delito tipificado no art. 311-A do Código Penal, que somente ocorrerá quando o agente estiver utilizando ou mesmo divulgando, indevidamente, as informações de conteúdo sigiloso, que beneficiarão alguém ou comprometerão a credibilidade do certame. Pág Falta Grave A Lei n o , de 29 de junho de 2011 alterou o art.127 da LEP, para prever que, em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. 11 Atualização Código Penal Comentado - 5ed para a 6ed.indd 11 07/03/ :10:50

Rogério Greco. C u r s o d e. Direito Penal. P a r t e G e r a l. V ol u m e I. A rt s. 1 0 a d o C P. Atualização Curso de Direito Penal Vol.

Rogério Greco. C u r s o d e. Direito Penal. P a r t e G e r a l. V ol u m e I. A rt s. 1 0 a d o C P. Atualização Curso de Direito Penal Vol. Rogério Greco C u r s o d e Direito Penal P a r t e G e r a l V ol u m e I A rt s. 1 0 a 1 2 0 d o C P Atualização Curso de Direito Penal Vol. I Págs. 481 e 482 Substituição do 3º parágrafo e alteração

Leia mais

Direito Penal. C u r s o d e. R ogério Greco. P a r t e G e r a l. V ol u m e I. At u a l i z a ç ã o. A rt s. 1 o a d o C P

Direito Penal. C u r s o d e. R ogério Greco. P a r t e G e r a l. V ol u m e I. At u a l i z a ç ã o. A rt s. 1 o a d o C P R ogério Greco C u r s o d e Direito Penal P a r t e G e r a l V ol u m e I A rt s. 1 o a 1 2 0 d o C P At u a l i z a ç ã o OB S : A s pá g i n a s c i ta d a s s ã o r e f e r e n t e s à 1 3 a e d i

Leia mais

FRAUDE EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO. Aula 4

FRAUDE EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO. Aula 4 FRAUDE EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO Aula 4 Incluído pela Lei 12.550. de 2011 Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade

Leia mais

Lei n o /2009. Rogério Greco

Lei n o /2009. Rogério Greco Rogério Greco A d e n d o Lei n o 12.012/2009 Tipifica o ingresso de pessoa portando Aparelho telefônico de comunicação móvel, de radio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional Niterói,

Leia mais

Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral

Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Atualização OBS: As páginas citadas neste arquivo são da 1 a edição. Pág. 163 MONITORAMENTO ELETRÔNICO (ARTS. 146-B, 146-C E 146-D DA LEP) Existe a possibilidade

Leia mais

Retirar a letra A na palavra SOBA, ficando somente SOB. Modificar, na primeira linha, o ano de 1955, para 1755

Retirar a letra A na palavra SOBA, ficando somente SOB. Modificar, na primeira linha, o ano de 1955, para 1755 2015-2016 Obra: Curso de Direito Penal Parte Geral 18 a edição Autor: Rogério Greco Página 20 Primeira citação. 14 a linha. Modificar a palavra SURFE, por SURGE Página 21 Na citação ao final da página.

Leia mais

FRAUDES EM PROCESSOS SELETIVOS E CONCURSOS PÚBLICOS INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE AGOSTO / 2015

FRAUDES EM PROCESSOS SELETIVOS E CONCURSOS PÚBLICOS INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE AGOSTO / 2015 FRAUDES EM PROCESSOS SELETIVOS E CONCURSOS PÚBLICOS INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE AGOSTO / 2015 UNIDADES CENTRAIS DIRETORIA DE INVESTIGAÇÃO E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO DICOR/DPF SUPERINTENDÊNCIA

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE Regime inicial O artigo 33 do CP prevê que o Juiz, no momento de aplicação da pena deverá dizer QUAL O REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DE PENA. O regime inicial poderá ser: Regime inicial Fechado

Leia mais

Atualização ATUALIZAÇÃO

Atualização ATUALIZAÇÃO Atualização ATUALIZAÇÃO 2016-2017 Atualização Legislação Administratica e correlata Código Penal Comentado Página 76/80 A Lei n o 13.281, de 04 de maio de 2016, revogou o 2 o do art. 302 do CTB. Página

Leia mais

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP Rogério Greco Curso de Direito Penal Parte Geral Volume I Arts. 1 o a 120 do CP Atualização OBS: As páginas citadas são referentes à 14 a edição. A t u a l i z a ç ã o Página 187 Nota de rodapé n o 13

Leia mais

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER REGIME PENAL 1. Conforme entendimento do STF, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação

Leia mais

Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Vol. I

Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Vol. I Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Vol. I Arts. 1 o a 120 do Código Penal Atualização OBS: As páginas citadas neste arquivo são da 2 a edição. Pág. 148 Colocar novo item dentro dos destaques

Leia mais

LIVRAMENTO CONDICIONAL

LIVRAMENTO CONDICIONAL LIVRAMENTO CONDICIONAL Arts. 83 a 90 do CP e 131 e s. da LEP. Consagrado no CP de 1890, mas com efetiva aplicação pelo Decreto 16.665 de 1924. É mais uma tentativa de diminuir os efeitos negativos da prisão.

Leia mais

EXECUÇÃO PENAL. Lei /2015

EXECUÇÃO PENAL. Lei /2015 EXECUÇÃO PENAL Lei 13.167/2015 REGRA GERAL: O preso provisório ficará separado do preso condenado por sentença transitada em julgado. O preso provisório ficará recolhido em cela diferente do preso já condenado

Leia mais

Ponto 12 do plano de ensino

Ponto 12 do plano de ensino Ponto 12 do plano de ensino Livramento condicional: conceito e natureza jurídica, requisitos (objetivos e subjetivos), concessão, condições, revogação obrigatória e revogação facultativa, prorrogação,

Leia mais

DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL. Prof. Hélio Ramos

DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL. Prof. Hélio Ramos DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL Prof. Hélio Ramos DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL Sedução - Art. 217: REVOGADO lei 11.106/2005. Estupro de vulnerável

Leia mais

CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Em um concurso em que a banca dispõe no edital apenas a Lei n. 8.069/1990 e alterações, é possível que seja cobrada a parte penal, a parte processual penal, a parte do

Leia mais

DIREITO ELEITORAL. Crimes Eleitorais. Prof. Karina Jaques

DIREITO ELEITORAL. Crimes Eleitorais. Prof. Karina Jaques DIREITO ELEITORAL Prof. Karina Jaques São condutas que ofendem os princípios resguardados pela legislação eleitoral e, em especial, os bens jurídicos protegidos pela lei penal eleitoral, precisam estar

Leia mais

Aula 03. O que é a remição prevista na LEP a partir do art. 126? Remição é o abatimento na pena privativa de liberdade pelo trabalho ou pelo estudo.

Aula 03. O que é a remição prevista na LEP a partir do art. 126? Remição é o abatimento na pena privativa de liberdade pelo trabalho ou pelo estudo. Turma e Ano: Execução Penal / 2016 Matéria / Aula: Execução de Pena de Multa / Aula 03 Professor: Elisa Pittaro Monitora: Kelly Silva Aula 03 O que é a remição prevista na LEP a partir do art. 126? Remição

Leia mais

1.1.4 Execução penal: conceito, pressuposto fundamental e natureza jurídica

1.1.4 Execução penal: conceito, pressuposto fundamental e natureza jurídica SUMÁRIO 1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de execução penal 1.1.1 Direito de Execução Penal e Direito Penitenciário 1.1.2 Autonomia do Direito de Execução Penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal

1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal 1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal 1.2 Pena 1.1.1 Direito de Execução Penal e Direito Penitenciário 1.1.2 Autonomia do Direito de Execução Penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

Livramento condicional

Livramento condicional Livramento condicional CONDICIONAL ART. 83 E SEGUINTES DO CP CONCEITO CARACTERÍSTICAS ANTECIPADA LIBERDADE CONDICIONAL PRECÁRIA NATUREZA JURÍDICA DIREITO SUBJETIVO DO APENADO - NÃO SE PODE NEGAR A LIBERDADE

Leia mais

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11 Sumário Notas Preliminares Finalidade do Direito Penal...2 Bens que podem ser protegidos pelo Direito Penal...2 Códigos do Brasil...3 Código Penal atual...3 Direito Penal...3 Garantismo...3 Garantias...4

Leia mais

Direito Penal. Teoria da Pena

Direito Penal. Teoria da Pena Direito Penal Teoria da Pena Conceito Pena é a sanção, consistente na privação de determinados bens jurídicos, que o Estado impõe contra a prática de um fato definido na lei como crime (Aníbal Bruno).

Leia mais

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções. 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Pena Privativa de Liberdade PONTO 2: Princípio da Individualização da Pena PONTO 3: Individualização Judicial São três: a) Reclusão b) Detenção c) Prisão Simples

Leia mais

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM Atualização legislativa (Lei 13.344/2016) TRÁFICO DE PESSOAS Revogação dos arts. 231 e 231-A do CP Criação do art. 149-A do CP Alteração do art.

Leia mais

LEI N , DE : REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO; CÔMPUTO E PERDA DOS DIAS REMIDOS

LEI N , DE : REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO; CÔMPUTO E PERDA DOS DIAS REMIDOS LEI N. 12.433, DE 29-6-2011: REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO; CÔMPUTO E PERDA DOS DIAS REMIDOS Renato Marcão Membro do Ministério Público do Estado de São Paulo. Mestre em Direito. Professor convidado no curso

Leia mais

1

1 TRF 2ª Região Analista Judiciário Área Judiciária (01/ julho/ 2007) 42. Réu não reincidente condenado à pena de 05 anos e 04 meses por crime de moeda falsa poderá cumpri la desde o início em (A) regime

Leia mais

CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP)

CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP) CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP) INTRODUÇÃO O delito de corrupção passiva é muito parecido com o crime de concussão. Na verdade, a diferença fundamental reside nos núcleos constantes das duas figuras

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE REMIÇÃO Remição é o benefício pelo qual a cada 3 (três) dias trabalhados ou estudados o condenado terá direito a 1 (um) dia a menos na pena (Alterado pela lei 12.433/11) Remição Principais alterações:

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal DAS PENAS FINALIDADES DA PENA Por que punir? O que é pena? O que se entende por pena justa? Teorias sobre as finalidades da pena: 1) Absolutas: a finalidade da pena é eminentemente retributiva. A pena

Leia mais

Professora Simone Schroeder Home Page:

Professora Simone Schroeder Home Page: LEMBRETES DE EXECUÇÃO PENAL: ALGUNS ASPECTOS RELEVANTES. Instituto Legislação Requisitos Observações Progressão de Regime é um direito adquirido pelo preso, no sentido de ser transferido de um regime mais

Leia mais

Polícia Civil Direito Administrativo Improbidade Administrativa Clóvis Feitosa

Polícia Civil Direito Administrativo Improbidade Administrativa Clóvis Feitosa Polícia Civil Direito Administrativo Improbidade Administrativa Clóvis Feitosa 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Improbidade Administrativa Clovis Feitosa IMPROBIDADE

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal INDULTO OU COMUTAÇÃO NA EXECUÇÃO PENAL 3 DISTRITO FEDERAL RELATOR POLO PAS ADV.(A/S) : MIN. ROBERTO BARROSO :DELÚBIO SOARES DE CASTRO : CELSO SANCHEZ VILARDI E OUTRO(A/S) DECISÃO: EMENTA: EXECUÇÃO PENAL.

Leia mais

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DO DISTRITO FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DO DISTRITO FEDERAL EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DO DISTRITO FEDERAL PROCESSO: 0034032-34.2011.807.0015 IZAQUIEL VERAS SANTOS, já devidamente qualificado nos autos, vem perante Vossa Excelência,

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE REMIÇÃO Remição é o benefício pelo qual a cada 3 (três) dias trabalhados ou estudados o condenado terá direito a 1 (um) dia a menos na pena (Alterado pela lei 12.433/11) Remição Principais alterações:

Leia mais

DIREITO ELEITORAL. Crimes Eleitorais Parte 2. Prof. Karina Jaques

DIREITO ELEITORAL. Crimes Eleitorais Parte 2. Prof. Karina Jaques DIREITO ELEITORAL Parte 2 Prof. Karina Jaques Impedimento ao alistamento (art. 293, CE) Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento: Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30

Leia mais

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo Extraterritorialidade Art. 2º. A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Tentativa

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática Professor: Rodrigo J. Capobianco LEGISLAÇÃO ESPECIAL LEI DOS CRIMES HEDIONDOS Lei 8072/90 Trata dos crimes hediondos e dos assemelhados (equiparados)

Leia mais

Direito Penal. Lei de drogas Lei /2006. Parte 2. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei de drogas Lei /2006. Parte 2. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei de drogas Lei 11.343/2006. Parte 2. Prof.ª Maria Cristina DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer,

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8.429/92 ARTUR PRADO

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8.429/92 ARTUR PRADO DIREITO ADMINISTRATIVO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8.429/92 ARTUR PRADO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1-CONCEITO Em sentido amplo, Improbidade Administrativa é o ato ilegal ou contrário aos princípios

Leia mais

Sumário Capítulo I Das Disposições Gerais

Sumário Capítulo I Das Disposições Gerais Sumário Capítulo I Das Disposições Gerais 1 Improbidade administrativa 1.1 Conceito e regramento constitucional 1.2 Lei de Improbidade Administrativa (LIA) 2 Das disposições gerais (arts. 1º a 8º) 2.1

Leia mais

Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL Direito de execução penal e direito penitenciário

Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL Direito de execução penal e direito penitenciário Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL 1.1.1 Direito de execução penal e direito penitenciário 1.1.2 Autonomia do direito de execução penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública:

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública: Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal - Parte Especial Aula: 62 - Usurpação de Função Pública (Parte II) e Resistência. Professor(a): Marcelo Uzêda Monitor(a): Leonardo Lima Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE

Leia mais

Leis Penais CERT Mag. Federal 7ª fase Crimes contra a Ordem Tributária

Leis Penais CERT Mag. Federal 7ª fase Crimes contra a Ordem Tributária CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Leis Penais CERT Mag. Federal 7ª fase Período 1) CESPE - JUIZ FEDERAL - TRF5 (2013) No que se refere aos delitos de natureza econômica, financeira, tributária e decorrentes

Leia mais

PROVA Delegado ES (2019)

PROVA Delegado ES (2019) QUESTÃO NUMERO: 01 O Código Penal Brasileiro adotou como fins da pena tanto a visão retributiva quanto a preventiva, assumindo um perfil eclético ou misto. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade,

Leia mais

PLANEJAMENTO DE ESTUDOS Você merece se preparar com os melhores! Simulado 001 Lei 8429/92 Improbidade Administrativa PROFESSOR: LEANDRO PEREIRA Questões Comentadas 1. Dentre as possíveis sanções pela prática

Leia mais

Lei de Execução Penal Lei 7.210/84. Prof. Gladson Miranda

Lei de Execução Penal Lei 7.210/84. Prof. Gladson Miranda Lei de Execução Penal Lei 7.210/84 Prof. Gladson Miranda Legendas: - Já cobrado de 01 a 04 vezes em provas; - Já cobrado de 05 a 09 vezes em provas; - Já cobrado em Concursos da Banca ou do Cargo; Aplicação

Leia mais

ANO XXIX ª SEMANA DE AGOSTO DE 2018 BOLETIM INFORMARE Nº 35/2018

ANO XXIX ª SEMANA DE AGOSTO DE 2018 BOLETIM INFORMARE Nº 35/2018 ANO XXIX - 2018 4ª SEMANA DE AGOSTO DE 2018 BOLETIM INFORMARE Nº 35/2018 ASSUNTOS TRABALHISTAS PESSOAS PRESAS CONTRATAÇÃO COMO EMPREGADO - DECRETO Nº 9.450/2018 CONSIDERAÇÕES... Pág. 847 ASSUNTOS TRABALHISTAS

Leia mais

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Atualização Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Segundo parágrafo e continuação na pág. 26: Texto no livro: O caput do art. 306 do Código de Processo Penal possui a mesma redação do referido inciso LXII,

Leia mais

Organização da Disciplina. Direito Administrativo Aula n. 1. Organização da Aula. Contextualização. Instrumentalização

Organização da Disciplina. Direito Administrativo Aula n. 1. Organização da Aula. Contextualização. Instrumentalização Organização da Disciplina Direito Administrativo Aula n. 1 Professor: Silvano Alves Alcântara Princípios administrativos Administração pública Atividades administrativas Licitações públicas Contratos administrativos

Leia mais

AZUL SEM ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO. VERMELHO COM ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO EM 2013 INDULTO 2013 DECRETO INDULTO 2014 DECRETO 8.830

AZUL SEM ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO. VERMELHO COM ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO EM 2013 INDULTO 2013 DECRETO INDULTO 2014 DECRETO 8.830 AZUL SEM ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO. VERMELHO COM ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO EM 2013 INDULTO 2013 DECRETO 8.172 INDULTO 2014 DECRETO 8.830 A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no exercício da competência privativa que lhe confere

Leia mais

Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Administração Pública

Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Administração Pública Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Administração Pública TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM

Leia mais

Aula 08. Agora serão apresentadas as questões complementares às autarquias.

Aula 08. Agora serão apresentadas as questões complementares às autarquias. Curso/Disciplina: Direito Administrativo / 2017 Aula: Autarquia e Fundação Pública / Aula 08 Professor: Luiz Jungstedt Monitora: Kelly Silva Aula 08 Agora serão apresentadas as questões complementares

Leia mais

Direito Penal. Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos

Leia mais

REGIME DISCIPLINAR. Professora Claudete Pessôa

REGIME DISCIPLINAR. Professora Claudete Pessôa REGIME DISCIPLINAR Professora Claudete Pessôa RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO (Est, 41; Reg, 287) RESPONSABILIDADE CIVIL (Subjetiva) Decorre de procedimento doloso ou culposo que importe em prejuízo

Leia mais

Introdução... 1 ( ) 1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM Orientações específicas... 1

Introdução... 1 ( ) 1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM Orientações específicas... 1 Sumário Introdução... 1 ( ) 1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM... 1 1.1 Orientações específicas... 1 PARTE I Resumo dos Principais Temas de Direito Penal Material... 5 ( ) 1. PRINCÍPIOS

Leia mais

A CASA DO SIMULADO DESAFIO QUESTÕES MINISSIMULADO 124/360

A CASA DO SIMULADO DESAFIO QUESTÕES MINISSIMULADO 124/360 1 DEMAIS SIMULADOS NO LINK ABAIXO CLIQUE AQUI REDE SOCIAL SIMULADO 124/360 LEI 8.112/ÉTICA INSTRUÇÕES TEMPO: 30 MINUTOS MODALIDADE: CERTO OU ERRADO 30 QUESTÕES CURTA NOSSA PÁGINA MATERIAL LIVRE Este material

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts.

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. 77 ao 82, CP) Conceito A suspensão condicional da pena, também conhecida por sursis, pode ser conceituada como a suspensão parcial da execução da pena privativa

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE Regime inicial O artigo 33 do CP prevê que o Juiz, no momento de aplicação da pena deverá dizer QUAL O REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DE PENA. O regime inicial poderá ser: Regime inicial Fechado

Leia mais

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29 Sumário Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 1. Introdução... 1 2. Princípios... 4 2.1. Princípio da legalidade... 5 2.2. Princípio da anterioridade da lei penal... 5 2.3. Princípio da irretroatividade

Leia mais

Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal. TEMA: Diversos

Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal. TEMA: Diversos Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal TEMA: Diversos 1. Um militar das Forças Armadas, durante a prestação de serviço na organização militar onde ele servia, foi preso em flagrante delito por estar na

Leia mais

Aula nº 09. Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 - Exercícios Comentados

Aula nº 09. Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 - Exercícios Comentados Página1 Curso/Disciplina: Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula: Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 Professor(a): Elisa Pittaro Monitor(a): Analia Freitas Aula nº 09. Juizados Especiais

Leia mais

CONCURSO DE BOLSAS DE ESTUDO PREPARATÓRIO PARA VESTIBULARES E ENEM 1º SEMESTRE 2019 REGULAMENTO - 08 DE DEZEMBRO DE 2018

CONCURSO DE BOLSAS DE ESTUDO PREPARATÓRIO PARA VESTIBULARES E ENEM 1º SEMESTRE 2019 REGULAMENTO - 08 DE DEZEMBRO DE 2018 CONCURSO DE BOLSAS DE ESTUDO PREPARATÓRIO PARA VESTIBULARES E ENEM 1º SEMESTRE 2019 REGULAMENTO - 08 DE DEZEMBRO DE 2018 1 - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: 1.1 - O concurso será realizado pelo TEO EDUCACIONAL

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Crimes contra a Administração Militar Parte 2 Prof. Pablo Cruz Desvio Art. 307. Desviar, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente, em razão do cargo ou função,

Leia mais

5º CONCURSO DE BOLSAS DE ESTUDO PREPARATÓRIO PARA VESTIBULARES E ENEM 2º SEMESTRE 2018 REGULAMENTO - 02 DE MAIO DE 2018

5º CONCURSO DE BOLSAS DE ESTUDO PREPARATÓRIO PARA VESTIBULARES E ENEM 2º SEMESTRE 2018 REGULAMENTO - 02 DE MAIO DE 2018 5º CONCURSO DE BOLSAS DE ESTUDO PREPARATÓRIO PARA VESTIBULARES E ENEM 2º SEMESTRE 2018 REGULAMENTO - 02 DE MAIO DE 2018 1 - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: 1.1 - O concurso será realizado pelo TEO EDUCACIONAL

Leia mais

Aula nº. 05 SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITO

Aula nº. 05 SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITO Curso/Disciplina: DIREITO PENAL (PARTE GERAL) MODULO TEORIA DA PENA Aula: SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITO AULA 05 Professor(a): CLÁUDIA BARROS Monitor(a): PAULA

Leia mais

O TCU e a contratação de empregados nos Serviços Sociais Autônomos

O TCU e a contratação de empregados nos Serviços Sociais Autônomos O TCU e a contratação de empregados nos Serviços Sociais Autônomos Da natureza das Unidades do Sistema S São entidades paraestatais, sem finalidade lucrativa, criadas por lei que: trabalham ao lado do

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

SANÇÕES APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS DE SP

SANÇÕES APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS DE SP SANÇÕES APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS DE SP www.trilhante.com.br 1. Penalidades, extinção da punibilidade e providências preliminares Servidores Públicos Considera-se agente público todo aquele que

Leia mais

Das Penas Parte IV. Aula 4

Das Penas Parte IV. Aula 4 Das Penas Parte IV Aula 4 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO Art 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade [...] Conceito Elas perfazem uma espécie de pena,

Leia mais

Escrivão Polícia Civil do Espírito Santo Processo penal

Escrivão Polícia Civil do Espírito Santo Processo penal Escrivão Polícia Civil do Espírito Santo Processo penal 71 A respeito das exceções disciplinadas pelo Código de Processo Penal... Gab: Letra b (Para que a parte recuse o juiz, é necessário que ela própria...)

Leia mais

CRIMES AMBIENTAIS. Conduta omissiva (deixar de impedir); Conduta comissiva (poderia agir para impedir).

CRIMES AMBIENTAIS. Conduta omissiva (deixar de impedir); Conduta comissiva (poderia agir para impedir). Prof. Durval Salge Junior TURMAS 14 e 04 (on-line) 04/12/2018 CRIMES AMBIENTAIS. Concurso de agentes: o crime ambiental poderá ser praticado em autoria, coautoria e participação, de modo mono subjetivo

Leia mais

LEI No , DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011

LEI No , DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011 LEI No 12.550, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011 Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares EBSERH; acrescenta dispositivos ao Decreto-Lei no 2.848,

Leia mais

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei 1 -Aplicação da Lei Penal no Tempo ART. 1o do CP PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 2 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Funções do Princípio da Legalidade: Proibir a

Leia mais

Execução Penal. Prof. Pietro Chidichimo LEI DE EXECUÇÃO PENAL LEI N /84 CONTINUAÇÃO DA AULA DE EXECUÇÃO PENAL

Execução Penal. Prof. Pietro Chidichimo LEI DE EXECUÇÃO PENAL LEI N /84 CONTINUAÇÃO DA AULA DE EXECUÇÃO PENAL LEI DE EXECUÇÃO PENAL LEI N. 7.210/84 CONTINUAÇÃO DA AULA DE EXECUÇÃO PENAL Progressão de Regime Carcerário (art.112da LEP): Obs.: matéria iniciada na aula 1. Quanto à necessidade da realização do exame

Leia mais

FACULDADE SETE DE SETEMBRO FASETE 206/2002 D.O.U. 29/01/2002 ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA CNPJ:

FACULDADE SETE DE SETEMBRO FASETE 206/2002 D.O.U. 29/01/2002 ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA CNPJ: PLANO DE CURSO 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: Curso: Bacharelado em Direito Disciplina: Direito Processual Penal III Professor: Marco Antônio de Jesus Bacelar Código: DIR4 Carga Horária: 80 H Créditos: 04

Leia mais

- Lei PE nº 6.123/68 - Estatuto dos Servidores Civis de Pernambuco

- Lei PE nº 6.123/68 - Estatuto dos Servidores Civis de Pernambuco - Lei PE nº 6.123/68 - Estatuto dos Servidores Civis de Pernambuco - Professor: Marcos Girão - DEFINIÇÕES BÁSICAS CARGO PÚBLICO CARGO PÚBLICO Os cargos podem ser: De provimento EFETIVO De provimento

Leia mais

Direito Penal. Penas restritivas de direito. Substituição concessão. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Penas restritivas de direito. Substituição concessão. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Penas restritivas de direito. Substituição concessão. Prof.ª Maria Cristina Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I aplicada

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça PORTARIA N. 402 DE 7 DE AGOSTO DE 2012. Dispõe sobre a participação de servidores do em ações de educação corporativa e dá outras providências. O DIRETOR-GERAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, usando da

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

CRIMES HEDIONDOS. Conceito. Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto

CRIMES HEDIONDOS. Conceito. Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto Conceito Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto Sistema legal temperado? Habeas Corpus (HC) 118533 tráfico privilegiado; Crimes militares Art. 5º, XLIII - a lei considerará

Leia mais

sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO TEORIA GERAL DO CRIME...

sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO TEORIA GERAL DO CRIME... sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL... 12 1.1 Princípios Constitucionais do Direito Penal... 12 1.2 Princípios Modernos do Direito Penal... 15 1.3 Características Gerais do Direito

Leia mais

TEMA: Aumento das Penas e Crime Hediondo para Corrupção de Altos Valores (arts. 5º, 3º e 7º do PL) MEDIDA 3 (Versão 05/11/16 às 10:40)

TEMA: Aumento das Penas e Crime Hediondo para Corrupção de Altos Valores (arts. 5º, 3º e 7º do PL) MEDIDA 3 (Versão 05/11/16 às 10:40) CÂMARA DOS DEPUTADOS CONSULTORIA LEGISLATIVA ÁREA XXII - DIREITO PENAL, PROCESSUAL PENAL E PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS PARLAMENTARES COMISSÃO ESPECIAL PL 4.850/16 10 MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO MEDIDA

Leia mais

A OBRIGATORIEDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO NA PROGRESSÃO DE REGIME Carina Machado OCCHIENA 1 Luís Henrique de Moraes AFONSO 2

A OBRIGATORIEDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO NA PROGRESSÃO DE REGIME Carina Machado OCCHIENA 1 Luís Henrique de Moraes AFONSO 2 A OBRIGATORIEDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO NA PROGRESSÃO DE REGIME Carina Machado OCCHIENA 1 Luís Henrique de Moraes AFONSO 2 RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo demonstrar a discussão acerca da

Leia mais

Direito Penal Militar

Direito Penal Militar Direito Penal Militar Aplicação da Lei Penal Militar Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal Militar DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969 Código Penal Militar Os

Leia mais

A Lei do Colarinho Branco no âmbito das licitações públicas

A Lei do Colarinho Branco no âmbito das licitações públicas BuscaLegis.ccj.ufsc.Br A Lei do Colarinho Branco no âmbito das licitações públicas Camillo Soubhia Netto* I. Síntese. No ano de 1992, foi promulgada a Lei nº 8.429, para disciplinar a conduta dos agentes

Leia mais

Direito Penal. Concurso de Crimes

Direito Penal. Concurso de Crimes Direito Penal Concurso de Crimes Distinções Preliminares Concurso de crimes ou delitos X Concurso de pessoas ou agentes X Concurso de normas ou conflito aparente de normas penais - Concurso de crimes ou

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Agentes públicos e Lei 8.112 de 1990 Concurso Público Parte 1 Prof. Thamiris Felizardo A CF/88 instituiu o princípio do concurso público, segundo o qual, em regra, a pessoa somente

Leia mais

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Oficial de Justiça Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Direito Penal Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Edital DIREITO PENAL: Código Penal, dos crimes praticados por funcionários

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA CÓDIGO NOME PROFESSOR: DIR013 CARGA HORÁRIA NOME DO CURSO ANO T P E TOTAL EMENTA

PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA CÓDIGO NOME PROFESSOR: DIR013 CARGA HORÁRIA NOME DO CURSO ANO T P E TOTAL EMENTA PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA CÓDIGO NOME PROFESSOR: DIR013 DIREITO PENAL II CARGA HORÁRIA NOME DO CURSO ANO T P E TOTAL 060 - - 060 Direito 2014 EMENTA Teoria da Pena: conceito, fundamento e finalidade.

Leia mais

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Especial. Volume IV. Atualização. Arts. 250 a 361 do CP

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Especial. Volume IV. Atualização. Arts. 250 a 361 do CP Rogério Greco Curso de Direito Penal Parte Especial Volume IV Arts. 250 a 361 do CP Atualização OBS: As páginas citadas são referentes à 9 a edição. A t u a l i z a ç ã o Pág. 197 Alterar a quarta linha

Leia mais

Direito Penal. Teoria da Pena II

Direito Penal. Teoria da Pena II Direito Penal Teoria da Pena II Direitos do Preso Art. 38: O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física

Leia mais

Sumário. Capítulo II Direitos dos condenados Punição e direitos gerais Cooperação da comunidade... 16

Sumário. Capítulo II Direitos dos condenados Punição e direitos gerais Cooperação da comunidade... 16 Sumário Capítulo I Noções gerais... 1 1. Fundamentos constitucionais... 1 2. Conceito de execução penal... 3 2.1. Sentença e decisão criminal... 3 3. Natureza jurídica da execução penal... 3 4. Autonomia

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Processo Penal. Período:

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Processo Penal. Período: CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Processo Penal Polícia Legislativa Câmara dos Deputados Período: 2007-2017 Sumário Direito Processual Penal... 3 Inquérito Policial... 3 Ação penal pública incondicionada...

Leia mais

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33 CAPÍTULO 1 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL... 13 1. Noções preliminares...13 2. Peculiaridades dos princípios do Direito Penal...13 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal...14 3.1 Abrangência do princípio

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Teoria da Pena Parte 1 Prof. Pablo Cruz Penas principais Teoria da Pena As penas criminais, no sistema militar, se diferem do sistema penal comum, pois não admitem substituição pelas

Leia mais

A C Ó R D Ã O Nº XXXXXXXXX (N CNJ: XXXXXXXXXXX) COMARCA DE PORTO ALEGRE V.J.S... M.P... AGRAVANTE AGRAVADO

A C Ó R D Ã O Nº XXXXXXXXX (N CNJ: XXXXXXXXXXX) COMARCA DE PORTO ALEGRE V.J.S... M.P... AGRAVANTE AGRAVADO AGRAVO EM EXECUÇÃO. REMIÇÃO PELA LEITURA. CRITÉRIO OBJETIVO FIXADO PELO JUÍZO DA VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS DE PORTO ALEGRE. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO ESTATAL. Embora a Lei de Execução

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 8. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 8. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 8 Professor: Rodrigo J. Capobianco LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1. LEP - Estrutura A LEP Lei das Execuções Penais é estruturada da seguinte forma:

Leia mais