CONTROLE DA PINTA PRETA DO TOMATEIRO PELO EXTRATO DE CÚRCUMA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A SUSTENTABILIDADE

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1 CONTROLE DA PINTA PRETA DO TOMATEIRO PELO EXTRATO DE CÚRCUMA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A SUSTENTABILIDADE FRANZENER 1, G.; BALBI-PEÑA 2, M.I.; ASSI 3, L.; STANGARLIN 4, J.R.; PORTZ 4, R.L. 1 Eng o Agrônomo, Mestre em Produção Vegetal, Marechal Cândido Rondon, PR. gfranzener@hotmail.com; 2 Doutoranda, Universidade Estadual de Maringá - UEM, PGA, Av. Colombo, 5.790, CEP , Maringá-PR. 3 Doutorando, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Centro de ciências Agrárias, Rua Pernambuco 1777, Caixa Postal 91, CEP , Marechal Cândido Rondon, PR. 4 Professor, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Centro de ciências Agrárias, Rua Pernambuco 1777, Caixa Postal 91, CEP , Marechal Cândido Rondon, PR. RESUMO: O uso de extratos vegetais tem demonstrado potencial para controle alternativo de doenças em plantas. No entanto, são escassas informações de sua viabilidade econômica. Assim, este trabalho teve por objetivo fazer um estudo de caso do controle da pinta preta do tomateiro pelo extrato de rizomas de cúrcuma (EC) (Curcuma longa) e discutir aspectos relacionados à sustentabilidade. O estudo baseou-se em dados experimentais que demonstraram potencial do uso do EC semelhante ao de pesticidas convencionais. Levantou-se o custo de cultivo da cúrcuma e do preparo do EC. Resultados obtidos foram confrontados com produtos comerciais e dentro de sistemas de cultivo de tomateiro. Seis m 2 de cultivo de cúrcuma são suficientes para obtenção do EC para seis pulverizações em 1000 m 2 de tomateiro. Obteve-se o custo total do EC de R$ 65,10 para 1000 m 2 de tomateiro sendo mais de 70% correspondente a mão-de-obra, o que tornou seu custo pouco mais elevado em relação a alguns produtos comerciais. No entanto, o uso alternativo do EC deve contribuir na obtenção de produto diferenciado sem agrotóxico, permitindo incremento na lucratividade. Portanto, a obtenção e uso do EC exige maior mão-de-obra mas pode contribuir como alternativa para sustentabilidade da agricultura familiar e do meio ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Curcuma longa, agroecologia, controle alternativo. ABSTRACT: Plant extracts have shown potential for alternative control of plant diseases. However there are few informations about its viability. The aim of this work was to do a case study of the control of tomato early blight by turmeric (Curcuma longa) rhizomes extract (TE) and discuss aspects concern to sustainability. The study was based on experimental data that demonstrated the potential use of TE similar than chemicals pesticides. The cost of turmeric Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

2 cultivation and TE preparation was analyzed. Results were confronted with commercial products and in tomato farming systems. Six m 2 of turmeric cultivation are sufficient to six TE applications in 1000 m 2 of tomato growth. The TE total cost was R$ for 1000 m 2 of tomato cultivation. From this cost more than 70% is labor which made its cost higher that some commercial products. But, the alternative use of the TE must contribute to obtain differentiated vegetal product, without pesticide residues, allowing an increase in its economic value. Thus, the TE obtaining requires more labor but can contribute as an alternative system for sustainability of familar agriculture and the to environment. KEY-WORDS: Curcuma longa, organic growth, alternative control. INTRODUÇÃO A busca pela produção de alimentos mais saudáveis, aliada a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade da agricultura, tem sugerido a necessidade de formas alternativas para controle de doenças em plantas em substituição ao uso abusivo de agroquímicos (STANGARLIN et al., 1999). Entre os métodos de controle alternativo de doenças em plantas, têm obtido destaque a utilização de extratos vegetais, sobretudo de plantas medicinais, os quais podem exercer atividade direta sobre o patógeno ou ativar mecanismos de defesa nas plantas hospedeiras que foram tratadas (SCHWAN-ESTRADA, 2003; BALBI-PEÑA et al., 2006). Embora muitos trabalhos indiquem o potencial de extratos vegetais para o controle de doenças de plantas são escassas informações da viabilidade econômica de sua utilização. Dentre estes trabalhos pode-se citar o desenvolvido por BALBI-PEÑA (2005) que avaliou o efeito do extrato do rizoma de cúrcuma (Curcuma longa L.) e curcumina sobre Alternaria solani (Ellis & Martin) L.R. Jones & Grout, agente causal da pinta preta do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.) que representa uma das principais doenças da cultura. O extrato Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

3 aquoso além de efeito direto sobre o patógeno, inibindo a germinação de esporos e o crescimento micelial, promoveu controle da doença em condições de cultivo protegido, semelhante aos tratamentos com os fungicidas oxicloreto de cobre e azoxystrobin. No entanto, não houve diferenças significativas na produção de frutos. A cúrcuma ou açafrão, uma Zingiberacea originária do sudeste da Ásia, possui o corante curcumina como um dos principais componentes do rizoma (CECÍLIO FILHO, 1996; CECÍLIO FILHO et al., 2000). Pesquisas têm indicado o potencial de extratos de cúrcuma para o controle de fitopatógenos, especialmente fungos (KIM et al., 2003), a exemplo de Colletotrichum gloeosporioides, Rhizoctonia solani e Aspergillus sp. (SAJU et al., 1998) e Fusarium udum (SINGH & RAI, 2000). Inibição in vitro da bactéria Xanthomonas axonopodis pv. manihotis por extrato de cúrcuma foi relatada por KUHN et al. (2006). Assim, o extrato de cúrcuma pode representar alternativa no controle de doenças de plantas. Além disso, em regiões produtoras de cúrcuma, como Mara Rosa-GO, a cultura representa importante fonte de renda para a agricultura familiar (NORONHA et al., 2004). Diante disso, esse trabalho teve por objetivo avaliar a sustentabilidade, com ênfase na viabilidade econômica, do controle da pinta preta do tomateiro pelo extrato aquoso de cúrcuma. MATERIAL E MÉTODOS Este estudo teve como base o trabalho desenvolvido por BALBI-PEÑA (2005) que avaliou os tratamentos com extrato aquoso de rizomas de cúrcuma (EC) a um e 10%,curcumina (50 e 100 mg/l), acibenzolar-s-metil (ASM) (2,5 g/100 L de i.a.), oxicloreto de cobre (110 g/l de i.a.), azoxystrobin (40 g/l de i.a.), para controle da pinta preta do tomateiro causada Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

4 pelo fungo Alternaria solani. Em condições de cultivo protegido todos esses tratamentos promoveram controle da doença em seis aplicações em relação a testemunha tratada com água. Ambas as concentrações do EC promoveram controle superior a ASM, semelhante a oxicloreto de cobre e inferior ao fungicida azoxystrobin. No entanto, os tratamentos não afetaram significativamente a produção, mas a qualidade dos frutos foi afetada com maior porcentagem de frutos classificados como grande (diâmetro > 61 mm) para o tratamento com curcumina. Diante disso, levantou-se os custos para obtenção desses produtos, dando ênfase ao EC ao qual é necessário o cultivo ou compra dos rizomas e preparo dos extratos. Os rizomas de cúrcuma muitas vezes são difíceis de serem encontrados para comercialização e por esse motivo foi apenas considerado o cultivo na propriedade rural. Inicialmente determinou-se a quantidade de rizomas necessários para preparo do EC, conforme apresentado na Figura 1. Embora a cúrcuma possa apresentar produtividade que atinja 50 t de rizoma/ha, a média é próxima de 10 t/ha, portanto 1 kg/m 2 (CARVALHO et al., 2001; CECÍLIO FILHO et al., 2005). Em tomateiro, a recomendação de volume de calda para aplicação de fungicidas é de L/ha. Assim considerouse 100 L de calda em 1000 m 2. BALBI-PEÑA et al. (2006) utilizaram seis aplicações na cultura, o que representa a necessidade de 600 L de calda total. Foi considerada uma área de produção de tomateiro de 1000 m 2. Como o EC a 1 e 10% promoveram resultados de controle da doença e produção semelhantes estatisticamente entre si, este estudo foi realizado sobre a concentração de 1%, o que permite seu emprego em maior escala. Os custos da produção de rizomas de cúrcuma foram realizados com base nos apresentados por NORONHA et al. Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

5 (2004) referentes a produção comercial em Mara Rosa-GO, mas adaptados às condições do oeste do Paraná e aos objetivos do trabalho. 6 m 2 de cultivo de cúrcuma 6 kg de rizomas 600 L de extrato aquoso a 1% 6 pulverizações Cultivo de 1000 m 2 de tomateiro Figura 1. Esquema simplificado da quantidade de cúrcuma necessária para pulverização em tomateiro. Considerou-se a área de cultivo de cúrcuma de 7 m 2, sendo seis para obtenção de rizomas para preparo do EC e o restante para fornecer rizomas-semente para o próximo cultivo. Se considerado ainda que outra espécie vegetal poderia estar sendo cultivada na área destinada ao cultivo da cúrcuma para obtenção de EC, é importante considerar que apenas culturas de maior valor econômico teriam valores consideráveis, como algumas hortaliças e plantas medicinais, por exemplo. Culturas comerciais como soja e milho apresentam lucratividade significativa apenas em áreas maiores. Assim, considerou-se o valor de uso da terra em R$ 0,50/m 2 que corresponde a R$ 5000 ha -1 ano. Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

6 Para o cálculo de mão-de-obra utilizou-se o valor de R$ 32,00 por dia (d/h: dia/homem) (R$ 4,00/hora). Embora na agricultura familiar a mão-de-obra passa não representar um custo direto entendeu-se como pertinente sua inclusão. Em seguida foi calculado o custo de obtenção do EC baseando-se no preparo de 100 L de EC 1% para cada uma das seis aplicações, à semelhança do realizado por BALBI-PEÑA et al. (2006). Assim, 200 g de rizomas são triturados por litro. O processo repetido cinco vezes renderá 5 L de EC 20%, cujo volume completado para 100 L atingirá a concentração desejada de 1%. O tempo necessário para realizar este procedimento é de aproximadamente 1 hora. A filtragem deverá ser realizada para evitar o entupimento dos bicos de pulverização e para tanto pode ser utilizado pano de malha fina. Considerou-se o uso de liquidificador no valor de R$55,00 com vida útil suficiente para repetir o processo de preparo do EC por 100 vezes. Quanto ao consumo de energia elétrica considerou-se o liquidificador com consumo aproximado de 260 W/h. Para o preparo do extrato teríamos o tempo de ½ hora x 260 W x R$0,38193, perfazendo o total de R$ 0,05. Para irrigação e fertirrigação de área de tomate de 1000 m 2 teríamos 15,0 kwh x R$0,38193 = R$5,73. De posse do custo final do EC, este foi confrontado com os valores praticados a fungicidas comumente utilizados para controle de A. solani em tomateiro. Por final foi calculado o custo de produção dando ênfase à viabilidade de cultivo com ou sem o uso de EC. Para tanto foram considerados os insumos e serviços utilizados por BALBI-PEÑA (2005) e as produtividades obtidas com uso do EC ou fungicida azoxystrobin que foram de 6,56 e 6,14 kg/planta, respectivamente. Como o valor recebido pela produção de tomate é variável, considerou-se o valor médio de R$ 0,65/kg. Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 é apresentado o custo médio para produção de rizomas de cúrcuma em pequena escala para produção de EC. Tabela 1. Composição do custo médio para produção de rizomas de cúrcuma. VALOR ITEM DE CUSTEIO UNIDADE QUANTIDADE (R$)** Preparo do solo H/H* 2 8,00 Sulcamento H/H 1/2 2,00 Plantio H/H 1/2 2,00 Capina H/H 1 4,00 Outros serviços H/H 1/2 2,00 Colheita H/H 1 4,00 Uso da terra m 2 7 3,50 TOTAL 25,50 TOTAL (sem mão-deobra) *H/H: Hora/homem (R$ 4,00). **Valores se referem à área de cultivo de 7 m 2. 3,50 Observa-se que, com exceção do valor de uso da terra, todo custo pode ser atribuído a mão-de-obra. Até mesmo em cultivos comerciais a mão-de-obra é responsável por grande parte dos custos (NORONHA et al., 2004). É necessário considerar que estes itens e valores podem ser muito variáveis conforme a região e características edafoclimáticas do local, entre outros fatores. A cultura da cúrcuma não responde bem a adubação, motivo pelo qual esta não tem sido incluída entre os custos de produção (CECÍLIO FILHO et al., 2005). Além disso, normalmente não são necessários tratamentos fitossanitários e tratos culturais são raros para essa cultura (CECÍLIO FILHO el al., 2000). Normalmente, em produções comerciais de Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

8 cúrcuma estes custos são acrescidos de etapas de processamento, como fatiamento, cozimento, secagem e embalagem, uma vez que o produto é comercializado comumente na forma e pó. O custo da produção de rizomas (R$ por área ou kg de produto) diminui drasticamente com aumento da área de cultivo devido a otimização dos serviços. NORONHA et al. (2004) obtiveram custo total de produção de cúrcuma, incluindo etapas de processamento, de R$ 3.365,68 por ha, o que equivale aproximadamente a R$ 0,34 por m 2. A colheita dos rizomas pode ser realizada em diferentes épocas do ano, um ou dois anos após o plantio (MILHOMEM & TEIXEIRA, 1999). Além disso, podem ser armazenados frescos ou secos. Isso facilita a disponibilidade de rizomas para preparo do EC. De posse dos rizomas se faz necessário o preparo do EC cuja composição média dos custos é apresentada na Tabela 2. Tabela 2. Composição média do custo para obtenção do extrato a partir de rizomas de cúrcuma. ITEM DE CUSTEIO VALOR (R$) X 6 aplicações Mão-de-obra 4,00 24,00 Energia elétrica 0,05 0,30 Materiais para filtragem 2,00 12,00 Depreciação do liquidificador 0,55 3,30 TOTAL 6,60 39,60 TOTAL (sem mão-de-obra) 2,60 15,60 Também para o preparo do EC a mão-de-obra se destaca como principal contribuinte dos custos. Quando somado os itens de custeio do cultivo da cúrcuma e do preparo do EC temos o valor de R$ 65,10 que corresponde ao valor total para 600 L de calda necessário para aplicação. É importante considerar que destes, apenas R$ 19,10 não são referentes a Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

9 mão-de-obra. Assim, a mão-de-obra representa mais de 70% do custo do EC. É pertinente observar que são necessárias poucas horas de trabalho para obtenção do EC, distribuídas durante o cultivo da cúrcuma e do tomateiro, o que não exige a contratação ou dedicação exclusiva pessoal para realização das atividades. Quando comparado o custo total do EC com produtos comerciais comumente utilizados para controle de A. solani em tomateiro (Tabela 3) nota-se que o EC apresenta custo superior aos demais produtos com exceção ao ASM que apresentou valor 35,5% superior ao EC. Azoxystrobin, oxicloreto de cobre, clorotalonil, tebuconazole e mancozebe apresentaram valores 21,7, 53,9, 35,5, 32,7 e 47,5% inferiores ao EC, respectivamente. Tabela 3. Custo médio do EB de cúrcuma e de outros produtos recomendados para controle de A. solani no tomateiro. PRODUTO UNIDADE QUANTIDADE VALOR (R$)* EB 1% de cúrcuma L ,10 Azoxystrobin g 96 51,00 Oxicloreto de cobre kg 1,2 30,00 Clorotalonil kg 1,2 42,00 ASM g 30 85,60 Tebuconazole L 0,6 43,80 Mancozeb kg 1,8 34,20 *Valores se referem ao custo de produto para seis aplicações (100 L calda/aplicação) em área de cultivo de 1000 m 2. No entanto, se descontarmos a mão-de-obra para obtenção do EC, considerando apenas o custo direto, seu valor será R$ 19,10 e portanto muito inferior aos demais produtos. Na Tabela 4 é apresentado o custo de produção de tomate cultivado de formas convencional e com o uso de extrato bruto de cúrcuma, considerando os insumos e serviços empregados por Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

10 BALBI-PEÑA et al. (2006) e respectivas produtividades obtidas. Tabela 4. Custo de produção (R$) de tomateiro cultivado de formas convencional e com o uso de extrato bruto de cúrcuma no município de Marechal Cândido Rondon/ PR, considerando-se uma área de cultivo de 1000 m 2. Sistema de cultivo Itens de custeio Und Qde Convencional Insumos Com EB (sem agrotóxicos) Sementes Und Substrato Kg 25 14,00 14,00 Bandejas de isopor Und 8 56,00 56,00 Calcário kg ,50 13,50 Adubação kg ,00 438,00 Adubação de cobertura , ,70 Energia elétrica kwh 15,0 5,73 5,73 Fungicida (Azoxystrobin) g 96 51,00 - EB de cúrcuma 1% L ,10 Serviços Canteiros H/M 3 90,00 90,00 Produção de mudas H/H 10 40,00 40,00 Plantio H/H 13 52,00 52,00 Capinas H/H 12 48,00 48,00 Pulverizações H/H 18 72,00 72,00 Amarrio, desbrota e capação d/h ,00 800,00 Colheita H/H Custos 3580, ,03 Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

11 Produtividade (kg/1000 m 2 ) Valor do produto (R$ kg -1 ) ,65 0,65 Renda 5.188, ,20 Lucro 1607, ,17 Und: unidade H/H: hora/homem d/h: dia/homem O custo total de produção foi superior com EC em menos de 1%, tendo como contribuintes o valor do EC e da colheita correspondente a produção. No entanto, a maior produtividade com uso do EC levou a lucro 20% superior nas condições do experimento. É necessário lembrar que, embora a produção obtida por BALBI-PEÑA et al. (2006) com uso do EC tenha promovido médias superiores ao tratado com fungicidas, este efeito não diferiu estatisticamente e, assim, teríamos lucratividade semelhantes em ambos sistemas de cultivo. LUZ et al. (2007) citam que, enquanto tomate produzido em sistema convencional apresenta valor oscilante entre R$ 0,30 e R$ 1,00, quando produzido em sistema orgânico seu valor varia de R$ 2,00 a R$ 2,50, portanto, incremento superior a 100%, enquanto a produtividade é pouco afetada. Assim, a grande contribuição do EC para sustentabilidade está na possibilidade de obtenção de produto diferencial de maior valor agregado, embora também possa ser utilizado como alternativa em cultivos convencionais. Além disso, GOMES et al. (2003) apresentam como viável o cultivo da cúrcuma na região sul do Brasil, quando obtiveram produção aproximada de kg/ha de rizomas frecos. Assim, além do uso alternativo no controle de doenças em plantas pode representar outra fonte de renda na propriedade. Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

12 Apesar disso, podemos citar como principais desvantagens do uso do EC a maior necessidade de mão-de-obra, variação na composição conforme condições ambientais e genótipos (KUHN et al., 2006), e a necessidade de maiores estudos para otimizar o uso. Como principais vantagens do uso do EC pode-se citar a menor agressão ao ambiente e à saúde humana, possibilidade de emprego na agricultura com base agroecológica, grande produção de rizomas por área e possibilidade de uso do excedente pela família do produtor ou comercialização. CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que: A maior parte do custo para obtenção do EC deve-se a mão-de-obra, o que pode tornar o custo superior a produtos comerciais, porém exige menor investimento direto do produtor. O uso do EC no controle da pinta preta do tomateiro traz benefícios significativos, com a possibilidade de obtenção de produto diferencial com aumento na lucratividade, além de menor agressão ao ambiente e a saúde humana,. Assim, representa alternativa para sustentabilidade da agricultura familiar e do ambiente. A popularização do uso da cúrcuma pode fornecer fonte alternativa de renda na propriedade rural. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALBI-PEÑA, M.I. Efeito do extrato do rizoma de Curcuma longa e solução de curcumina em Alternaria solani e controle de pinta preta em tomateiro. Marechal Cândido Rondon, p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Universidade Estadual do oeste do Paraná UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon. Scientia Agraria Paranaensis, v.8, n.1-2, p ,

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