ÍNDICE DE FELICIDADE NA 3ª IDADE

Transcrição

1 ÍNDICE DE FELICIDADE NA 3ª IDADE Novembro 2014

2 INTRODUÇÃO CONSUMIDORES DA TERCEIRA IDADE NO BRASIL AFIRMAM SER SAUDÁVEIS E FELIZES O perfil dos consumidores da terceira idade residentes nas capitais brasileiras parece desafiar o senso comum e a imagem que se faz deles. De acordo com os resultados do estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz, boa parte dos idosos não lembra pessoas frágeis e fadadas ao recolhimento, com a saúde comprometida e os desejos e sonhos silenciados. É claro que existem idosos em situação de vulnerabilidade, muitos deles enfrentando a solidão e possíveis problemas de saúde ou dificuldades financeiras, por exemplo. Porém, o fato é que uma parcela considerável dos consumidores da terceira idade chegou à etapa em que se quer viver ao máximo: viajar mais, divertir-se na companhia de amigos e familiares, fazer planos para o futuro, investir em qualidade de vida e ainda ajudar os filhos, financeiramente. Para isso é preciso manter a saúde em dia, e a pesquisa sugere exatamente isso: a maioria dos consumidores da terceira idade no Brasil considera-se pronta, pois 77% dos entrevistados afirmam ter boa saúde. Estar em boas condições físicas e mentais aparece como um dos fatores mais relevantes para aumentar as chances de felicidade. 2

3 78% dos idosos afirmam ser felizes, atribuindo nota 8 a seu grau de felicidade Sete em cada dez consumidores da terceira idade (78%) atribuem nota superior a oito (indo de um a dez), para expressar seu grau de felicidade, de acordo com o estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz. Essa mesma perspectiva positiva se acentua quando são consideradas apenas as mulheres (81%). Os resultados também indicam que a sensação de felicidade aumenta à medida que melhoram a condição social e o nível de educação formal dos entrevistados. Assim, 71% daqueles com escolaridade primária atribuem nota superior a oito para seu grau de felicidade. O percentual, para a mesma questão, é de 82% entre os entrevistados que possuem 1º e 2º graus, e de 83% entre aqueles com educação superior. Os resultados mostram, portanto, que a parcela de entrevistados que se consideram felizes cresce entre os grupos daqueles com maior escolaridade. Do mesmo modo, a condição social parece ser um indicador importante para medir o grau de felicidade. A parcela aumenta para 85% entre aqueles da Classe A/B. 78% atribuem nota superior a 8 para expressar seu grau de felicidade Otimismo é a marca da maioria dos idosos (62%) no Brasil Encarar a vida de forma positiva é uma das características dos consumidores da terceira idade nas capitais brasileiras. O estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz revela que a maioria dos entrevistados (62%) pensa ser mais otimista do que antes. A percepção aumenta entre os mais jovens, chegando a 68% entre aqueles no intervalo de 66 a 70 anos. QUANTO MAIS ALTO O GRAU DE FELICIDADE DECLARADA, MAIOR A PARCELA DE OTIMISTAS: 65% dos pertencentes à Classe A/B afirmam ser mais otimistas hoje Dos que deram nota de 1 a 6 para a própria felicidade, consideram-se mais 49% otimistas hoje Dos que deram nota 10 para a própria felicidade, consideram-se mais 72% otimistas hoje 3

4 Idosos esperam viver 7 anos a mais e acreditam ter expectativa de vida maior que a calculada pelo IBGE 77% dos consumidores da terceira idade no Brasil afirmam estar em boas condições de saúde. E os resultados são ainda mais expressivos entre os que se dizem mais felizes: 85% entre os que atribuem nota 10 para o próprio grau de felicidade afirmam ser saudáveis, contra apenas 39% entre aqueles que dão nota de 1 a 6. Levando em conta a situação socioeconômica, 87% dos pertencentes à Classe A/B avaliam bem a própria saúde, contra 69% entre aqueles da Classe D/E. Além disso, enquanto o IBGE estima em 81,6 anos a expectativa de vida da população brasileira com mais de 60 anos, os idosos entrevistados pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz dão a si mesmos uma expectativa média maior, correspondente a 89 anos. Finalmente, 36% dos entrevistados afirmam se sentir mais vaidosos, hoje. Com a autoestima mais evidente e com a saúde em dia, é natural que essas pessoas esperem viver mais. 77% dos consumidores da terceira idade no Brasil afirmam estar em boas condições de saúde 89 ANOS é a expectativa de vida que os idosos entrevistados dão a si mesmos Não se considerar da terceira idade também tem relação com a percepção de felicidade Na opinião dos consumidores da terceira idade no Brasil, saúde e felicidade são questões inseparáveis, sendo que a primeira é condição fundamental para chegar à segunda. Por meio de técnica estatística (Análise de Regressão) a pesquisa identificou as características que mais contribuem de forma positiva para aumentar as chances 1 de alcançar a felicidade nesta etapa da vida, e em primeiro lugar (25%) está a boa saúde. BOA SAÚDE, é a característica que mais contribui de forma positiva para aumentar as chances de alcançar a felicidade nesta etapa da vida 1 Os resultados do modelo aqui apresentado indicam quanto cada fator avaliado pode elevar, em percentual, a probabilidade de o indivíduo ser classificado como feliz, tendo como referência as notas de felicidade atribuídas pelos próprios entrevistados. 4

5 Os resultados também mostram que os entrevistados preferem evitar rótulos: não achar que está na terceira idade está entre os fatores mais importantes para sentir-se feliz (15%). É como se o fato de admitir fazer parte da terceira idade equivalesse a decretar a chegada oficial da velhice, independente da idade. Entre as condições necessárias à felicidade também foi observada a independência na hora de consumir (14,5%). Outro fator importante tem a ver com dinheiro: mais especificamente, não precisar de empréstimos para aproveitar coisas às quais os entrevistados não tinham acesso antes (13,9%). Agir como protagonista de sua condição financeira, podendo gerir as próprias contas, aparece logo depois (7,6%). Os entrevistados pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz indicam ainda que o caminho para a felicidade passa por desfrutar de uma situação financeira melhor do que no tempo em que eram jovens (6,8%). Aproveitar o tempo livre também parece ser importante: entre as ações que conduzem a uma vida mais feliz, atividades de lazer realizadas com muito mais frequência respondem por 6,3%. Mas ao mesmo tempo em que valorizam a diversão e a socialização, os entrevistados mostram que os rumos da vida profissional têm peso na consolidação da própria felicidade: entre as variáveis que podem deixar a vida mais feliz está o fato de ser uma pessoa realizada, profissionalmente (5,6%). E finalmente, ter como prioridade aproveitar a vida também está entre as condições que aumentam as chances de atingir a felicidade (5,3%). Evitar o rótulo terceira idade pode elevar as chances de felicidade em até 15% 5

6 Idade x preconceito: 24% dos entrevistados já se sentiram discriminados por não serem mais tão jovens O ônus da idade também pôde ser observado na pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz: quase um quarto das pessoas ouvidas (24%) relata já ter sido alvo de discriminação pelo fato de não ser mais tão jovens. O preconceito é mais percebido entre aqueles que possuem grau mais baixo de educação formal: 27% dos entrevistados com escolaridade primária afirmam terem sido discriminados pela idade, contra 15% entre aqueles com escolaridade superior. 24% relata já ter sido alvo de discriminação pelo fato de não ser mais tão jovens. O preconceito é mais percebido entre aqueles que possuem grau mais baixo de educação formal De modo semelhante, pessoas que atribuem nota mais baixa a seu grau de felicidade relatam, em maior proporção, terem sido vítimas do preconceito em virtude da idade: 36% entre aqueles que dão nota de 1 a 6 para própria felicidade, contra 21% entre aqueles que dão nota 10 para o mesmo item. Carreira x felicidade: maioria dos idosos diz ser realizada profissionalmente Considerar-se realizado, profissionalmente, é condição admitida por praticamente sete em cada dez pessoas ouvidas na pesquisa (68%). A parcela aumenta entre os homens (75%), com a mesma tendência observada à medida que melhoram o nível de educação formal e a condição socioeconômica. Enquanto 57% daqueles com escolaridade primária falam em realização profissional, o percentual salta para 70% entre os entrevistados com 1º e 2º graus, chegando a 86% entre os que possuem escolaridade superior. De modo semelhante, 79% dos pertencentes à Classe A/B afirmam que são ou foram realizados, profissionalmente. A parcela cai para 70% entre os entrevistados da Classe C, e para 53% entre os que pertencem à Classe D/E. Os grupos que atribuem notas melhores para seu próprio grau de felicidade também tendem a concentrar mais pessoas realizadas na carreira: 45% entre os que dão nota de 1 a 6, chegando a 72% entre os que dão nota 10. 6

7 Idosos fazem planos para o futuro: viajar e aproveitar a vida estão entre os principais Os resultados do estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz em nada correspondem ao estereótipo mais comum acerca da terceira idade, que remete a pessoas com poucas expectativas, recolhidas ao lar, sem disposição para metas de médio ou longo prazo e com pouca energia para desfrutar desta etapa da vida. Ao contrário, a pesquisa revela indivíduos cheios de planos, alegres e com boa saúde, ávidos por viverem novas experiências e aproveitar seu tempo livre. Entre os principais planos e desejos para o futuro, os consumidores da terceira idade afirmam: Aproveitar a vida junto de seus familiares e amigos 51% Vontade de ajudar os filhos, deixando-os bem financeiramente 29% Viajar e conhecer o Brasil, indicando que ficar em casa esperando o tempo passar não é uma opção atraente para os idosos Comprar/reformar a casa própria, o que demonstra que os consumidores da terceira idade esperam viver mais, e querem viver bem 23% 21% Viajar para conhecer o mundo 14% Ver filhos e netos formados 13% Comprar casa/apartamento/carro para os filhos 11% Encontrar um novo amor 4% 7

8 CONCLUSÃO A maioria dos consumidores da terceira idade nas capitais brasileiras afirma ser feliz, com 78% dos entrevistados atribuindo nota igual ou superior a 8 para seu grau de felicidade (indo de 1 a 10). A pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz também revela que, para ser feliz, o gênero, a idade, a condição socioeconômica e o nível de escolaridade são variáveis muito importantes, uma vez que os percentuais encontrados são de 81% entre as mulheres, 83% entre aqueles com formação superior e 85% entre os pertencentes à Classe A/B. Com relação às variáveis que aumentam as chances de atingir a felicidade entre os idosos, a saúde aparece como a principal delas: esse fator pode elevar a probabilidade de felicidade em 25%. Assim, os resultados mostram que ter boa condição de saúde é imprescindível para ser feliz. Ao lado disso, os consumidores acreditam que é importante evitar o estigma da velhice: não pensar que se chegou à terceira idade pode aumentar as chances de felicidade em 15%. Uma dos apontamentos mais relevantes do estudo é a constatação de que os consumidores da terceira idade são saudáveis: 77% dos entrevistados afirmam estar em boas condições de saúde. E neste quesito a pesquisa mostra que a situação socioeconômica é um facilitador: 87% dos pertencentes à Classe A/B afirmam ter boa saúde, contra 69% entre aqueles da Classe D/E. A autoestima é uma preocupação evidente da parte dos entrevistados, com 36% deles dizendo que se sentem mais vaidosos, hoje. Essa postura descontraída e conectada de maneira positiva à autoimagem traduzse em otimismo para encarar e desfrutar tudo aquilo que a terceira idade pode oferecer. A maioria dos entrevistados (62%) considera ser, hoje, mais otimista do que antes. A percepção é ainda mais forte entre os mais jovens, de melhor condição socioeconômica e, igualmente, entre aqueles que conferem melhores notas ao próprio grau de felicidade. 78% atribuíram nota igual ou superior a 8 para seu grau de felicidade 62% se consideram mais otimistas do que no passado Boa saúde pode elevar as chances de felicidade em 25% 8

9 Com boa saúde e sentindo-se otimistas, felizes e dispostos, os consumidores da terceira idade parecem estar prontos para aproveitar, de maneira intensa, aquela que pode ser uma das melhores etapas da vida. A pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz identificou indivíduos cheios de planos, com vontade de viajar para conhecer o Brasil e o mundo. Ao mesmo tempo, são pessoas que querem desfrutar mais da companhia de amigos e familiares e ajudar seus filhos, financeiramente, além de investirem em sua própria qualidade de vida, seja reformando ou adquirindo a casa própria, entre outros objetivos. A pesquisa identificou indivíduos cheios de planos, com vontade de viajar para conhecer o Brasil e o mundo. São pessoas que querem desfrutar mais da companhia de amigos e familiares e ajudar seus filhos, financeiramente 9

10 METODOLOGIA Público alvo Método de coleta Tamanho amostral da pesquisa Questionário residentes nas 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 60 anos, ambos os sexos e todas as classes sociais. pesquisa realizada pessoalmente em pontos de fluxo e também em bairros residenciais. 632 casos, gerando margem de erro no geral de 3,9 p.p para um intervalo de confiança a 95%. Foram aplicadas 69 questões. Data de coleta dos dados 10 de julho a 23 de julho de Por quê 60 anos? Não existe consenso sobre a idade que uma pessoa deve ter para que pertença à terceira idade: 60 anos Corte da Constituição brasileira e estatuto do idoso. 65 anos corte para a política nacional do idoso 70 anos corte para o código civil Orientações para a leitura do relatório: Classificação Econômica = Faixas de salário mínimo do IBGE, correlacionada com a nova classificação ABEP válida para 2014 A/B = Acima de 5 salários mínimos C = De 2 até 5 salários mínimos D/E = Até 2 salários mínimos Grau de Felicidade = Os entrevistados atribuíram nota de 1 a 10 ao seu atual estado de felicidade, onde quanto mais próximo de 1 menos feliz, e quanto mais próximo de 10 mais feliz. 10 = Muito feliz 7/8/9 = Feliz 1 a 6 = Menos feliz 10

11