Orçamento familiar é discutido sistematicamente por apenas 31% dos consumidores

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1 Orçamento familiar é discutido sistematicamente por apenas 31% dos consumidores A pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz sobre Educação Financeira revela que apenas um terço dos consumidores ouvidos (31%) tem o hábito de conversar sistematicamente sobre os gastos familiares, com taxa de 44% observada entre os casados. Entre aqueles que não dialogam sobre o orçamento familiar (26%), os motivos alegados são possíveis brigas (5%) e o fato de considerar a conversa desnecessária (9%). Quando chega o momento de deliberar sobre os gastos, 44% da amostra garante tomar as decisões em conjunto com os familiares, comportamento que é ainda mais comum entre os casados (58%). A pesquisa também indica que há uma conexão entre o hábito de dialogar sobre o orçamento familiar e a tomada de decisões em conjunto: nas famílias que compartilham suas decisões, 58% garantem conversar sobre os gastos. Por outro lado, nas famílias em que apenas um integrante decide, a conversa está presente em apenas 21% dos casos. E quando a decisão é de apenas um morador, o mais comum é que os entrevistados que se denominam decisores sejam homens (62%), pessoas mais velhas (83% para os casos com idade acima de de 50 anos), casados (60%) e mais escolarizados (62%). Em geral, a responsabilidade de pagar as contas é de um único morador, segundo 33% dos entrevistados (52% entre os separados). Já em 26% dos casos, as contas são divididas igualmente entre aqueles que possuem renda. Outros formatos incluem a divisão proporcional ao ganho dos familiares (17%) e a divisão informal das despesas (11%).

2 38% das famílias não possuem poupança Apenas 27% das famílias dos consumidores ouvidos pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz dizem que suas famílias têm poupança com depósitos feitos todos os meses. Observase que essa taxa aumenta entre os pertencentes à Classe A/B (38%) e mais escolarizados (37%). De modo geral, a pesquisa revela que 38% das famílias não possuem nenhuma poupança. Considerando as famílias que não contam com essa modalidade de reserva financeira, os resultados indicam que compartilhar o dinheiro é uma atitude indesejada por 37% dos entrevistados (45% entre os homens, 52% entre os mais jovens, 48% na Classe A/B e 49% entre os solteiros). Quando sobra algum valor inicialmente reservado aos gastos familiares, a atitude mais comum é direcionar o dinheiro para as despesas do mês seguinte (29%), com percentual de 36% nas famílias que decidem seus gastos conjuntamente. Outros 18% do total afirmam que a sobra é direcionada à poupança da família. A pesquisa também indica que, para 18% dos entrevistados, nunca sobra dinheiro, depois de pagar as contas do mês. Um terço dos consumidores (33%) não conhecem exatamente o quanto o cônjuge ganha 33% dos entrevistados que seu cônjuge não sabe com exatidão o quanto ganham, exatamente. Observa-se que o conhecimento desses valores tem relação com o hábito de tomar decisões financeiras em conjunto: nas famílias em que as decisões são compartilhadas, 74% afirmam que o cônjuge sabe exatamente quanto ganha o respondente. Por outro lado, nas famílias em que um único integrante decide

3 sobre os gastos, cai para 57% a taxa de transparência a respeito dos rendimentos. Quando perguntado se sabe quanto o cônjuge ganha, 35% dos entrevistados dizem não saber ao certo. E de modo semelhante, observa-se a mesma relação entre transparência e decisões conjuntas: entre os que compartilham decisões sobre os gastos familiares, 77% afirmam saber exatamente quanto o parceiro ganha. A taxa cai para 54% nas famílias em que um único integrante toma a frente. A pesquisa também indica que o conhecimento / desconhecimento sobre os rendimentos do parceiro é uma condição compartilhada pelas duas partes envolvidas: em 86% dos casos em que o cônjuge sabe quanto ganha o respondente, este último também está ciente dos rendimentos do parceiro. Ao mesmo tempo, quando o cônjuge ignora o quanto ganha o respondente, apenas 23% destes garantem conhecer os rendimentos do companheiro. Nove entre 10 consumidores informam aos familiares sobre gastos mensais da casa Na grande maioria das vezes (93%), os consumidores informam aos familiares sobre as contas mensais da casa. Mas a transparência não é tão expressiva, quando se trata das despesas pessoais: um em cada quatro entrevistados (25%) não compartilha seus gastos particulares. Em geral, a maior parte (66%) garante que as informações sobre as contas da casa são compartilhadas com seus cônjuges. Por outro lado, as mulheres mostram-se mais reservadas: 39% delas não revelam suas contas pessoais aos cônjuges. Quanto às despesas que os respondentes escondem, as mulheres costumam omitir os gastos com roupas (65%),

4 calçados (42%) e acessórios (40%), entre outros, enquanto os homens têm o hábito de não revelar os valores dos gastos em saídas para bares/cinema/teatro/restaurante (40%), além de carros / motos (41%) e cigarros/bebidas (19%). Conclusão O estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz indica que apenas um terço dos consumidores brasileiros (31%) tem o hábito de conversar sistematicamente ou seja, todos os meses sobre as despesas da família, com percentual de 44% entre os casados. Quase a mesma proporção (26%) afirma que não dialoga sobre os gastos, seja para evitar possíveis discussões (5%), seja por considerarem que a conversa não é necessária (9%). Quase a metade dos entrevistados (44%) garante tomar decisões em conjunto com os familiares (58% entre os casados). Observa-se que o diálogo sobre o orçamento familiar parece estimular as pessoas a tomarem decisões conjuntas: nas famílias que compartilham as decisões, 58% conversam a respeito dos gastos. Por outro lado, nos casos em que apenas um morador decide, a conversa sobre os gastos familiares é bem menos frequente (21%). Dentre os entrevistados que tomam a decisão a respeito dos gastos familiares, ele geralmente, é homem (62%), mais velho (83% de frequência para os que têm idade acima de 50 aos), casado (60%) e mais escolarizado (62%). O mais comum, entre os consumidores brasileiros, é que apenas um morador seja responsável por pagar as contas, com 33% das respostas (52% entre os separados). Outros 26% garantem que os gastos são divididos igualmente entre aqueles que possuem renda. De modo geral, quatro em cada dez entrevistados (38%) afirmam que sua família não possui poupança. Os

5 obstáculos para manter uma reserva financeira têm a ver com compartilhar recursos, atitude indesejada por 37% da amostra (45% entre os homens, 49% entre os solteiros). Apenas 27% dos entrevistados dizem que suas famílias possuem poupança, com depósitos feitos mensalmente (38% entre a Classe A/B). Para 18% dos entrevistados, nunca sobra dinheiro no fim do mês. Já entre aqueles que conseguem manter algum valor, após pagarem as despesas do orçamento familiar, o mais comum é guardar o dinheiro para os gastos do mês seguinte (29%). Esse percentual aumenta para 36% nas famílias que compartilham suas decisões. A pesquisa do SPC Brasil e eu Bolso Feliz sugere ainda que, em muitos casos, não há transparência absoluta entre os cônjuges sobre a renda do parceiro, sendo que este é um comportamento mútuo: 33% dos entrevistados não informam ao companheiro o quanto ganham, exatamente. Ao mesmo tempo, 35% dos respondentes garantem não saber, ao certo, quanto ganham seus cônjuges. A transparência sobre os rendimentos também parece estar relacionada à capacidade de compartilhar decisões: entre aqueles que decidem conjuntamente sobre as despesas familiares, 77% afirmam saber exatamente quanto ganham seus companheiros. Em geral, os entrevistados são bastante abertos, quanto às contas familiares: 93% afirmam que informam aos familiares sobre as despesas mensais da casa. Em contrapartida, não há tanta abertura quando se trata dos gastos particulares: 25% dos consumidores preferem não informar os familiares sobre seus gastos pessoais. Entre as mulheres, os gastos mais comumente omitidos correspondem a roupas (65%), calçados (42%) e acessórios (40%). Entre os homens, as despesas frequentemente não reveladas são as de bares/cinema/teatro/restaurante (40%), carros/motos (41%) e cigarros/bebidas (19%).

6 Metodologia Público alvo: residentes nas 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. Método de coleta: pesquisa realizada via web e pósponderada. Tamanho amostral da Pesquisa: 662 casos, gerando margem de erro no geral de 3,7 p.p para um intervalo de confiança a 95%. Questionário: Foram aplicadas 89 questões. Data de coleta dos dados: primeira quinzena de dezembro de 2014.