II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

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1 II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA DISCIPLINA DE FÍSICA Maria Regina Pereira Viana, Denize Rodrigues Martins, Pedro Paulo Santos Da Silva Eixo 1 - Formação inicial de professores para a educação básica - Relato de Experiência - Apresentação Pôster Este artigo apresenta um relato de experiência obtido em seis meses de atividades desenvolvidas na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Esmerina Bou-Habib, localizada no município de Abaetetuba-PA, em parceria com o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Foi desenvolvido o projeto Leitura e Produção de Textos na Disciplina de Física com alunos do 3 ano do ensino médio. Para implementação da proposta usou-se como recurso didático textos de revistas, como a Nova Escola, Superinteressante, abordei a interdisciplinaridade, experimentos e vídeos para facilitar o processo de aprendizagem. Além disso, faço um breve comentário das contribuições do PIBID para minha vida acadêmica e profissional. 1425

2 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA DISCIPLINA DE FÍSICA Maria Regina Pereira Viana 1 ; Pedro Paulo Silva 2 ; Denize Rodrigues Martins 3. Instituto Federal de Ciências e Tecnologias do Pará IFPA, Abaetetuba, PA. 1. INTRODUÇÃO A leitura e produção de textos dentro de disciplinas das áreas exatas já vêm sendo discutida por pesquisadores da área da educação, como vemos na citação abaixo: É notável a atenção, dispensada por pesquisadores da área de Educação em Ciências a questão que envolve a escrita e a leitura. Este interesse é evidenciado pelo acréscimo do número de publicações voltado em assuntos periódicos, tais como Science Education e o jornalcfresearch in Science Teachin.Na qual figuram artigos referentes tanto às relações entre ensino de ciências e leitura, quanto às relações entre ensino da ciência e produção da escrita. A relevância deste assunto, em esfera nacional, também é considerável. (SANTOS 2006). Faz-se necessário o uso de textos científicos como recurso didático para facilitar o processo ensino- aprendizagem, visto que percebemos as dificuldades dos nossos alunos do ensino médio em escola pública, no que se refere á leitura e produção de textos, principalmente os textos científicos. Por isso, meu objetivo nesse trabalho é relatar minha experiência no projeto Leitura e produção de Textos na Disciplina Física e a contribuição do PIBID para minha vida profissional e acadêmica. 2. METODOLOGIA Antes de iniciar as atividades do PIBID, me preocupei em visitar a escola Esmerina Bou-Habib para conhecer o ambiente escolar e identificar as dificuldades dos alunos do 3º ano em determinado conteúdo de física e constatei através de relatos da professora da turma, que a maioria dos alunos tinham dificuldade para interpretar as questões de física e como esses alunos iriam fazer o vestibular no final do ano de 2013 e a escola não oferecia a disciplina de redação, optei em desenvolver o projeto Leitura e Produção de Textos na Disciplina de Física. O objetivo desse projeto foi incentivar a leitura e produção de textos para melhorar a resolução das questões problemas. Após definir o projeto, planejei as atividades e logo executei o projeto através de slides, textos publicados em revistas como Quais são os principais fatores que influenciam a formação de raios? Em quais Áreas eles são mais frequentes? Revista Nova Escola (nov.2009), e o vídeo exibido na série Brasil, País dos raios, exibido em janeiro de 2013 no 1426

3 Fantástico. Além disso, usamos experimentos como: eletroscópio de pêndulo e bexigas eletrizadas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS É comum encontrarmos alunos queixando-se que têm dificuldade de interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótonos, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. A leitura de um texto de Física exige muito mais atenção do que a leitura detexto de outro gênero. O texto de Física utiliza conceitos, teorias, uma linguagem mais complexa, pois exige maior raciocínio dos alunos. E de acordo com os professores da escola Esmerina Bou Habib, a dificuldade com a leitura ainda é um problema entre os alunos das escolas públicas, os estudantes de quase todas as séries apresentam nível médio no que se refere a leitura e a interpretação de texto de quaisquer gênero. Após definir o tema que seria desenvolvido no projeto, fiz uma visita na escola Esmerina Bou-Habib, junto com a professora supervisora, a qual atua neste referido estabelecimento de ensino, com o objetivo de conhecer a estrutura da escola e pesquisar artigos científicos em revistas na biblioteca da mesma, pois é uma fonte de pesquisa mais próxima dos alunos dos quais iremos trabalhar. Esta escola possui recursos didáticos como: DVD, data show, revistas, livros. E tem doze salas de aula. Figura 1: Copa. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 2: Secretaria. Fonte: Pesquisa de campo. Após a visita na escola, ainda levei algumas revistas emprestada da biblioteca e continuei a pesquisar textos científicos em casa. Foi selecionado o texto para ser usado nas intervenções Quais os principais fatores que influenciam na formação de raios? Em quais áreas eles são mais frequentes da Revista nova escola (nov. 2009). E pesquisei na internet experimentos sobreeletricidade para comprovar a eletrização dos corpos: eletroscópio de pêndulo e bexigas eletrizadas, os quais facilitaram a aprendizagem dos alunos referente ao 1427

4 assunto. Em seguida fiz uma prévia demonstração para a supervisora do experimento Bexigas eletrizadas, onde associamos a eletrização por atrito das nuvens com balões eletrizados e utilizamos eletroscópio para provar que a bexiga estava eletrizada. Utilizei slide para mostra os três tipos de raiosatravésde figuras com oobjetivo defacilitar a aprendizagem dos alunos. Figura 3: Raios Ascendentes. Figura 4: Raios descendentes e entre nuvens. Fonte: Revista nova Escola, nov Após ter planejado a intervenção fiz a inscrição dos alunos do 3º ano do Ensino Médio, que estavam interessados a participar do projeto PIBID Leitura e Produção de textos científicos na disciplina de Física. No primeiro momento a professora interrompeu a sua aula e me apresentou á turma e no 2º momento fiz uma previa fala sobre o significado do projeto PIBID e como ele seria desenvolvido. Abordei o objetivo do projeto que seria ajudá-los no que se refere á leitura e produção de textos, já que no final do ano, eles iriam participar do vestibular. E ressaltei que a maioria dos candidatos é eliminada pela redação. Observei que alguns alunos não pretendiam fazer o vestibular, por esse motivo deixei á turma uma mensagem de incentivo, sobre a importância de continuar os estudos, prepararse para o vestibular e capacitar-se ao mercado de trabalho. Durante o primeiro contato com a turma me senti a vontade, pois a mesma é tranquila e atenciosa. Bem diferente do que imaginei. Estava adiando este primeiro contato com a turma por me senti insegura para enfrentá-los devido se tratar de alunos do ensino médio e por ter ouvido relatos de que alguns alunos da escola eram violentos, sentia receio de não ser bem aceita pela minha idade ser avançada ou de não consegui interagir com a turma, isto estava se tornando um pesadelo para mim, pois estou acostumada a trabalhar com crianças do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Porém, durante o contato me senti a vontade com a turma, pois foi diferente do que eu imaginei. Observei que a turma foi atenciosa, me recebeu bem e isso me deu segurança para continuar o desenvolvimento do projeto. Com parte do dever comprido me senti com a alma lavada. 1428

5 Figura 3: Apresentação do Projeto. Na segunda intervenção levei os alunos para o laboratório de informática, fizemos a leitura do texto Quais os principais fatores que influenciam na formação de raios? Em quais áreas eles são mais frequentes da Revista nova escola (nov. 2009). Os alunos foram bastante participativos, pois o assunto gerou curiosidade visto que nossa região é bastante atingida pelos raios, inclusive tivemos relatos de alunos que moram na zona rural de fenômenos relacionados à raios como pessoas que foram atingidas e hoje sentem dores e fazem fisioterapia, de mulheres grávidas que perderam filhos, etc., eu aproveitei e fiz comentário, de uma reportagem do Jornal Liberal do Pará, que mostrou uma família catadora de castanhas que durante a tempestade se escondeu no tronco da castanheira que foi atingida e a família morreu, aproveitei e falei da blindagem eletrostática e maneiras de se proteger dos raios. Foi muito interessante, pois muitos alunos acreditavam em algumas crendices populares como espelho atrai raios. Após a discursão fiz os experimentos com as bexigas eletrizadas que simularam as nuvens carregadas, expliquei como ocorre a formação de raios, usei um eletroscópio de pêndulo caseiro feito de clipe e muriti (palmeira da região que funciona como isolante) para verificar que os balões realmente tinham ficado eletrizados por atrito assim como ocorre com as nuvens. Finalizamos com um vídeo da série Brasil, país de raios exibida no fantástico Em seguida pedimos para os alunos desenvolverem um texto dissertativo com o tema Brasil, país de raios. Veja abaixo alguns momentos da intervenção: Figura 4: Aula em slide. Figura 5: Experimento com eletroscópio e bexigas 1429

6 Fonte: Pesquisa de campo Fonte: Pesquisa de campo Os alunos gostaram muito, de tal forma que, mesmo o projeto sendo desenvolvido aos sábados, houve participação da turma toda. Lamento que a escola tenha aderido à greve e o projeto ficado interrompido. Estava preocupada em trabalhar o assunto de eletricidade, até pensei que não iria consegui concretizar a aula, mas consegui, graças á persistência da minha supervisora, que por nenhum momento desistiu de me orientar. Para que eu pudesse me familiarizar com o assunto á ser trabalhado, fiz várias prévias apresentações, dominei o assunto e fiz uma boa intervenção. 3.2 Contribuição do PIBID para minha vida acadêmica Através do contato com a escola Esmerina Bou Habib participei de um curso em LIBRA (Língua brasileira de sinais), através do projeto PIBID e por intermédio da minha supervisora, onde o meu aprendizado foi muito bom, e isso me motivou a ser aluna de um curso em LIBRAS. Sendo assim me matriculei num curso particular ministrado na Escola Joaquim Mendes Contente com a duração de tempo em oito meses. Essa disciplina foi muito importante na minha vida profissional já que estamos vivenciando o processo de inclusão, o qual ainda deixa a desejar. Um dia durante o exercício da minha profissão, poderei ter contato com aluno surdo e com certeza vou saber me comunicar com ele da maneira correta. Depois que iniciei as atividades referentes ao projeto PIBID e estabeleci contatos com alunos do 3º ano do ensino médio, passei a me senti segura para continuar o curso, pois antes, não conseguia confiar em mim mesmo e pensei que não seria capaz de chegar até ao final do curso, por eu apresentar dificuldades em relação aos cálculos, a informática, e ser analfabeta digital essas situações para mim se tornavam um problema, cheguei a desistir do curso duas vezes, por incentivo de colegas voltei, mas vários dias eu passei mau em classe, ainda não havia encontrado afinidade entre a Física e eu. Através das reuniões do projeto PIBID, com o professor coordenador Pedro Paulo e a professora supervisora Denize, pesquisas em revistas e na internet, percebi que a física não é só cálculo, ela faz parte do nosso cotidiano e dos fenômenos da natureza. Sendo assim, passei a gostar do curso de Física e ver uma luz no final do túnel. Através do Projeto PIBID eu tive a oportunidade de participar de um minicurso que foi desenvolvido por alguns profissionais da educação especial a pedido da sala de Apoio de Educação Especial (AEE) da escola Esmerina Bou-Habib, onde desenvolvo o meu projeto Leitura e produção de textos na disciplina de Física. A realização deste minicurso de 1430

7 LIBRAS foi pensado em beneficiar os professores do quadro da referida escola. E como a nossa supervisora atua na mesma, percebeu que o curso poderia contribuir com a nossa formação e estendeu o convite aos bolsistas da sua equipe, porém só eu participei do mesmo, pois foi através do mesmo que eu atentei para a questão da inclusão na área da deficiência auditiva (DA), visto que no curso de Física do PAFOR teríamos a disciplina de LIBRAS. A partir do conhecimento que adquiri durante o período do mini curso de LIBRAS, percebi que seria bom relacionar a física com a Educação Especial na área de LIBRAS, já que estamos vivenciando a INCLUSÃO. Então aproveitei o impulso e resolvi melhorar um pouco mais o meu conhecimento na língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), para que no futuro eu seja uma profissional bem capacitada para atuar no mercado de trabalho. Resolvi continuar estudando LIBRAS. No momento estou cursando o curso básico com a carga horária de oito meses e pretendo estudar o curso avançado que iniciará no mês de Fevereiro de Ultimamente a questão da inclusão está chamando atenção da sociedade. E o meu estágio de observação e participação foi realizado com ênfase na educação especial. E em duas das turmas nas quais estagiei encontrei dois alunos deficientes, um surdo e outro cadeirante. O resultado do PIBID está sendo positivo para mim, pois sabemos que quanto mais o profissional ser qualificado, desenvolverá da melhor maneira possível o seu trabalho e terá mais oportunidades para se inserir no mercado de trabalho, referente a qualquer profissão. É baseado nessa temática que estarei sempre buscando mais conhecimento para que no futuro eu seja uma profissional bem qualificada na área da física. O projeto PIBID tem sido ótimo nesse processo de qualificação, pois se não fosse o PIBID eu estaria fazendo o curso de física só por fazer sem muitas expectativas ou abandonado o curso. 4. CONCLUSÃO A leitura de textos nas aulas de Física pode contribuir para que os alunos ampliem a capacidade de abstração e interpretação de textos. Além disso, é um instrumento que possibilita avaliar o conhecimento que os alunos trazem sobre determinado tema, o que contribui significativamente com a minha formação. É importante perceber que não há escrita e interpretação sem polêmica, pois sempre há alguém opinando sobre o que fora escrito. 1431

8 O Projeto PIBID foi uma ferramenta muito importante para mim como acadêmica do curso de Física. Pois através do mesmo adquirir oportunidades para me capacitar como profissional na área de física e na área na qual atuo no momento. É de grande importância a inclusão do licenciado no contexto escolar desde o início da sua formação, para que a iniciação à docência ocorra antes mesmo de chegar o período do estágio, outros conhecimentos adquiridos me possibilitam colocar em prática nas intervenções. REFERENCIAS SANTOS, Gerson Ribeiro dos; SÁ, Luciana Passos; QUEROZ, Salete Linhares.USO DE ARTIGOS CIENTÍFICO EM UMA DISCIPLINA DE FÍSICA-QUÍMICA. [s.l]: [s.e.], NOVA ESCOLA. Revista, ano XXIV, nº 227. Nov Notas 1 Licenciando do Curso de Licenciatura Plena em Física/Instituto Federal de Ciências e Tecnologias do Pará IFPA PARFOR; Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, mariaregina100@live.com. 2 Mestre em matemática UFPA; Especialista em Física Contemporânea UFPA; Licenciado em Física UFPA; Professor de Física IFPA/Campus Abaetetuba; Coordenador do PIBID/Física-Abaetetuba, ppsilva06@yahoo.com.br. 3 Especialista em Metodologia do Ensino em Matemática e Física UNINTER; Licenciada em Ciências Naturais - Habilitação em Física UEPA; Professora Supervisora do PIBID/Física-Abaetetuba, deniblac@yahoo.com.br. 1432