ANÁLISE DA INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB N DE 03 DE AGOSTO DE 2010
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- Martín Coelho Galindo
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1 ANÁLISE DA INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB N DE 03 DE AGOSTO DE 2010 Em 16 de junho deste ano o Ministério da Fazenda editou a Portaria n 348, instituindo procedimento especial de ressarcimento de parte dos créditos do PIS/PASEP, COFINS e do IPI. A portaria estabelece que metade dos créditos de PIS, Cofins e IPI, acumulados pelos exportadores, vinculados a receitas de exportação feitas a partir de 1 de abril de 2010, sejam ressarcidos em 30 dias contados do protocolo do pedido e institui condições para o seu ressarcimento, dando poderes à RFB para vedar ou retardar a proposta devolução. Os créditos do PIS/PASEF e da COFINS são aqueles referentes aos custos, despesas e encargos da produção que estejam vinculados às receitas de exportações e que não tenham sido compensados em operações do mercado nacional ou com débitos próprios de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), ao final de cada trimestre. Subentende-se que é possível acumular créditos de mais de um trimestre. Os créditos do IPI são os decorrentes da aquisição de insumos de produtos industrializados e que não sejam passíveis de compensação com outros produtos, acumulados em cada trimestre-calendário. Portanto, deduzse que, neste caso, não é possível acumular créditos de mais de um trimestre. A portaria foi regulamentada pela RFB por meio da Instrução Normativa RFB n 1.060, de 3 de agosto de 2010 (IN 1060/10). Ambos os documentos estão no anexo deste artigo. Ao mesmo tempo em que a IN trouxe luz sobre algumas dúvidas sobre os procedimentos e conseqüências da portaria, também deu margens algumas preocupações quanto ao acúmulo de trabalho para o Auditor-Fiscal e à condição dos créditos, ou seja, sua existência, viabilidade do ressarcimento, etc. A seguir estão sumarizados alguns comentários e considerações sobre pontos específicos IN 1060/10. Art. 1, 4 Este parágrafo determina que as pessoas jurídicas com processo judicial ou com PAF de determinação e exigência de crédito cuja decisão final possa alterar o valor a ser ressarcido não serão abrangidas pelos procedimentos da IN.
2 Comentários Para ter certeza de que a empresa se enquadra neste critério seria necessário fazer uma pesquisa em âmbito administrativo e judicial. Esta verificação é de execução dificílima, especialmente pelo tempo que requer. Não é óbvio que uma breve pesquisa resulte satisfatória. Art. 2 e Art. 4 O caput do Art. 2 determina um prazo de 30 dias, a partir da data do Pedido de Ressarcimento, para que a RFB efetue a antecipação de 50% do valor pleiteado dos créditos do IPI, do PIS/PASEP e da COFINS. O 4 do Art. 2 determina que a apuração do valor superior a 15% do montante do valor a ser ressarcido, uma das condições para deferimento do pedido, seja calculada de forma unificada para o contribuinte. O caput do Art. 4 determina que o contribuinte deverá obse rvar as condições do Art. 2, negando-lhe revisão em caso de não aten dimento e determinando avaliação a cada novo pedido. O 1 do Art. 4 determina que não haverá revisão para o contribuinte cujo pedido que não atenda aos requisitos fixados pelo Art. 2. Comentários O prazo de 30 dias é muito exíguo. As diversas Unidades da RFB encontrarão muitas dificuldades em operacionalizarem as verificações e deduções necessárias neste prazo, principalmente se houver acúmulo. O caput do art. 4º, a rigor, manda que se faça isto duas vezes: no momento do pedido e no momento do pagamento. É possível alegar que as condições para as empresas pleitearem o pedido, definidas nos incisos I a VI do Art. 2, e que reproduzem as mesmas condições da Portaria 348/10, restringiriam o número de empresas demandantes. Entretanto, também é possível que muitas empresas não habilitadas por não preencherem estes requisitos, mesmo assim o façam qualquer que seja a razão. Este fato, por si só, representaria sobrecarga de trabalho. Ademais, e por precaução, a IN determina no 2º do Art. 4 o reexame das condições de acesso ao ressarcimento a cada novo pedido, o que implica em mais tempo para análise dos pedidos. Se o contribuinte, entendido como pessoa jurídica, tiver muitas filiais espalhadas por todo o país, a apuração à qual se refere o 4 do art. 2 deverá contemplar os valores de todas estas filiais, o que certamente demandaria bastante tempo, dificultando sobremaneira o cumprimento do prazo de 30 dias estabelecido pelo caput do artigo.
3 Os contribuintes podem argüir a inconstitucionalidade do 1 do art. 4 já que toda decisão está sujeita a recurso, ainda que somente hierárquico. Sendo assim, quem quer que tenha seu pedido recusado poderá recorrer, implicando em sobrecarga de trabalho.
4 Anexo I Portaria MF nº 348, de 16 de junho de 2010 Institui procedimento especial de ressarcimento de créditos de Contribuição para o PIS/PASEP, de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas situações que especifica. O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II do art. 87 da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 7º do Decreto-Lei Nº , de 23 de julho de 1986, no 14 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, no art. 11 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, no art. 5º da Lei nº , de 30 de dezembro de 2002, e nos arts. 6º e 15, inciso III, da Lei nº , de 29 de dezembro de 2003, resolve: Art. 1º Fica instituído procedimento especial para ressarcimento de créditos de: I - Contribuição para o PIS/PASEP, decorrentes das operações de que trata o art. 5º da Lei nº , de 30 de dezembro de 2002; II - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), decorrentes das operações de que trata o art. 6º da Lei nº , de 29 de dezembro de 2003; e III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de que trata o art. 11 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de º O disposto nos incisos I e II do caput aplica-se somente aos créditos: I - apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos 8º e 9º do art. 3º da Lei nº , de 2003; e II - que, após o final de cada trimestre do ano civil, não tenham sido utilizados para dedução do valor das referidas contribuições a recolher, decorrentes das demais operações no mercado interno, ou não tenham sido compensados com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria. 2º O disposto no inciso III do caput aplica-se somente aos créditos de IPI acumulados em cada trimestre-calendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos. 3º As disposições desta Portaria não alcançam pedidos de ressarcimento
5 efetuados por pessoa jurídica com processo judicial ou com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido. Art. 2º A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) deverá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do Pedido de Ressarcimento dos créditos de que trata o art. 1º, efetuar o pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor pleiteado por pessoa jurídica que atenda, cumulativamente, às seguintes condições: I - cumpra os requisitos de regularidade fiscal para o fornecimento de certidão negativa ou de certidão positiva, com efeitos de negativa, de débitos relativos aos tributos administrados pela RFB e à Dívida Ativa da União administrada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); II - não tenha sido submetida ao regime especial de fiscalização de que trata o art. 33 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos 36 (trinta e seis) meses anteriores à apresentação do pedido; III - esteja obrigado a manter Escrituração Fiscal Digital (EFD); IV - tenha efetuado exportações em todos os 4 (quatro) anos-calendário, anteriores ao do pedido, observado que, nos segundo e terceiro anoscalendário anteriores, a média das exportações tenha representado valor igual ou superior a 30% (trinta por cento) da receita bruta total; e V - nos 24 (vinte e quatro) meses anteriores à apresentação do pedido objeto do procedimento especial de que trata o art. 1º, não tenha havido indeferimentos de Pedidos de Ressarcimento ou não-homologações de compensações, relativos a créditos de Contribuição para o PIS/PASEP, de COFINS e de IPI, totalizando valor superior a 15% (quinze por cento) do montante solicitado ou declarado. 1º A aplicação do disposto no inciso V independe da data de apresentação dos Pedidos de Ressarcimentos ou das declarações de compensação analisados. 2º Para efeito de aplicação do procedimento especial de que trata esta Portaria a RFB deverá observar a disponibilidade de caixa do Tesouro Nacional. 3º A retificação do Pedido de Ressarcimento apresentada depois do efetivo ressarcimento de 50% (cinquenta por cento) do valor pleiteado na forma deste artigo, somente produzirá efeitos depois de sua análise pela autoridade competente. 4º Para fins do pagamento de que trata o caput, deve ser descontado do valor a ser ressarcido, o montante utilizado em declarações de compensação apresentadas até a data da restituição, no que superar em 50% (cinqüenta por cento) do valor pleiteado pela pessoa jurídica.
6 Art. 3º Para efeito do pagamento do restante do valor solicitado no Pedido de Ressarcimento, a autoridade competente deverá verificar a procedência da totalidade do crédito solicitado no período. 1º Na homologação dos pedidos de compensação efetuados com a utilização dos créditos que não foram objeto de ressarcimento nos termos desta Portaria, atender-se-á ao disposto no caput, observada a legislação de regência. 2º Constatada irregularidade nos créditos solicitados no Pedido de Ressarcimento, devem ser adotados os seguintes procedimentos: I - no caso de as irregularidades afetarem menos de 50% (cinquenta por cento) do valor do ressarcimento solicitado, deverá ser efetuado o pagamento dos créditos reconhecidos, deduzido o valor do pagamento efetuado na forma do art. 2º e das compensações efetuadas, sem prejuízo da aplicação da multa isolada de que tratam os 15 a 17 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, calculada sobre o valor dos créditos objeto de Pedido de Ressarcimento indeferido ou indevido, e de outras penalidades cabíveis; ou II - no caso de as irregularidades superarem 50% (cinqüenta por cento) do valor do ressarcimento solicitado, deverá ser exigido o valor indevidamente ressarcido, sem prejuízo da aplicação da multa isolada de que tratam os 15 a 17 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, calculada sobre o valor dos créditos objeto de Pedido de Ressarcimento indeferido ou indevido, e de outras penalidades cabíveis. Art. 4º Na efetivação do ressarcimento, na forma desta Portaria, deverão ser observados os demais dispositivos da legislação tributária que disciplinam a matéria. Art. 5º O disposto nesta Portaria aplica-se aos Pedidos de Ressarcimentos relativos aos créditos apurados a partir de 1º de abril de Art. 6º A RFB editará normas complementares necessárias à implementação do procedimento especial de ressarcimento de que trata esta Portaria. Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. GUIDO MANTEGA
7 Anexo II Instrução Normativa RFB nº 1.060, de 3 de agosto de 2010 Disciplina o procedimento especial de ressarcimento de créditos de Contribuição para o PIS/Pasep, de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), nas situações que especifica O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 261 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 125, de 4 de março de 2009, e tendo em vista o disposto no art. 7º do Decreto-Lei nº 2.287, de 23 de julho de 1986, no 14 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, no art. 11 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, no art. 5º da Lei nº , de 30 de dezembro de 2002, no art. 6º e no inciso III do art. 15 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2003, e na Portaria MF nº 348, de 16 de junho de 2010, RESOLVE: Art. 1º Esta Instrução Normativa disciplina o procedimento especial para ressarcimento de créditos de: I - Contribuição para o PIS/Pasep, decorrentes das operações de que trata o art. 5º da Lei nº , de 30 de dezembro de 2002; II - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), decorrentes das operações de que trata o art. 6º da Lei nº , de 29 de dezembro de 2003; e III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de que trata o art. 11 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de º O disposto nos incisos I e II do caput aplicar-se-á somente aos créditos: I - apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos 8º e 9º do art. 3º da Lei nº , de 2003; e II - que, após o final de cada trimestre do ano civil, não tenham sido utilizados para dedução do valor das referidas contribuições a recolher, decorrentes das demais operações realizadas pelo detentor do direito creditório no mercado interno, ou não tenham sido compensados com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), observada a legislação específica aplicável à matéria. 2º O disposto no inciso III do caput aplica-se somente aos créditos de IPI acumulados em cada trimestre-calendário, decorrentes de aquisição de
8 matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido e apurado na saída de outros produtos, ainda que referidos produtos sejam exportados. 3º Não se aplica o disposto no inciso III do caput, devendo ser estornados, os créditos originários de aquisição de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem destinados à fabricação de produtos: I - com notação NT na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de 2006; II - amparados por imunidade, exceto nos casos de exportação para o exterior; III - excluídos do conceito de industrialização por força do disposto no art. 5º do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (Ripi), aprovado pelo Decreto nº 7.212, de 15 de junho de º As disposições desta Instrução Normativa não alcançam pedidos de ressarcimento efetuados por pessoa jurídica com processo judicial ou com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido. 5º O disposto nesta Instrução Normativa aplica-se aos Pedidos de Ressarcimentos relativos aos créditos apurados a partir de 1º de abril de Art. 2º A RFB, no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data do Pedido de Ressarcimento dos créditos de que trata o art. 1º, efetuará a antecipação de 50% (cinquenta por cento) do valor pleiteado por pessoa jurídica que atenda, cumulativamente, às seguintes condições: I - cumpra os requisitos de regularidade fiscal para o fornecimento de certidão negativa ou de certidão positiva, com efeitos de negativa, de débitos relativos a tributos administrados pela RFB e à Dívida Ativa da União administrada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); II - não tenha sido submetida ao regime especial de fiscalização de que trata o art. 33 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos 36 (trinta e seis) meses anteriores à apresentação do pedido; III - esteja obrigada a manter Escrituração Fiscal Digital (EFD); IV - tenha efetuado exportações em todos os 4 (quatro) anos-calendário anteriores ao do pedido; V - tenha auferido receita bruta decorrente de exportações para o exterior, no
9 segundo e no terceiro anos-calendário anteriores ao do pedido, em valor igual ou superior a 30% (trinta por cento) de sua receita bruta total da venda de bens e serviços no mesmo período; e VI - não tenha havido indeferimentos de Pedidos de Ressarcimento ou nãohomologações de compensações, relativos a créditos de Contribuição para o PIS/Pasep, de Cofins e de IPI, totalizando valor superior a 15% (quinze por cento) do montante solicitado ou declarado, com análise concluída pela autoridade competente da RFB, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa, nos 24 (vinte e quatro) meses anteriores à apresentação do pedido objeto do procedimento especial de que trata esta Instrução Normativa. 1º A obrigatoriedade da Escrituração Fiscal Digital (EFD) será verificada para: I - cada estabelecimento detentor de crédito de IPI, nos ressarcimentos de créditos de IPI; e II - a matriz do contribuinte, nos ressarcimentos de créditos de PIS/Pasep e Cofins. 2º A apuração de que trata o inciso V será efetuada anualmente. 3º Entende-se por receita bruta de exportações, para fins do inciso V do caput, o somatório dos valores das mercadorias efetivamente exportadas, em reais, conforme informado nas respectivas Declarações de Exportação (DE) e Declarações Simplificadas de Exportação (DSE), registradas no âmbito do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano-calendário utilizado para cálculo. 4º A apuração do disposto no inciso VI independe da data de apresentação dos Pedidos de Ressarcimentos ou das Declarações de Compensação analisados nos últimos 24 (vinte e quatro) meses, e será calculada de forma unificada para o contribuinte. 5º Para fins de determinação do valor objeto do pedido de ressarcimento deverão ser deduzidos, do total do crédito, os valores das declarações de compensação mensais apresentadas de acordo com o 7º do art. 42 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 31 de dezembro de º Caso seja verificado que o sujeito passivo não atendeu ao disposto no 5º, os valores das compensações efetuadas serão deduzidos pela autoridade administrativa para definição do valor a ser ressarcido antecipadamente. Art. 3º Para fins da antecipação de que trata o art. 2º, deve ser descontado do valor a ser ressarcido, o montante utilizado em declarações de compensação apresentadas entre a data do Pedido de Ressarcimento e a data da análise da restituição, no que superar 50% (cinquenta por cento) do valor pleiteado pela pessoa jurídica.
10 Art. 4º Para efeito da aplicação deste procedimento especial, o contribuinte deve atender aos requisitos estabelecidos no art. 2º na data do pedido, mantendo esta condição inalterada até a data do pagamento da antecipação. 1º Caso o contribuinte não atenda à condição estabelecida no caput, não caberá revisão para aplicação deste procedimento especial de ressarcimento. 2º A condição estabelecida no caput será avaliada para cada pedido de ressarcimento, independente das verificações realizadas em relação a pedidos anteriores. Art. 5º Atendidas as condições do art. 2º, a autoridade competente da RFB, antes de proceder à antecipação do ressarcimento, adotará os procedimentos previstos nos arts. 49 a 54 da Instrução Normativa RFB nº 900, de Art. 6º Para efeito de aplicação do procedimento especial de que trata esta Instrução Normativa, deverá ser observada a disponibilidade de caixa do Tesouro Nacional. Art. 7º A retificação do Pedido de Ressarcimento apresentada depois da efetiva antecipação de que trata o art. 2º, somente produzirá efeitos após a análise da admissibilidade da retificação pela autoridade competente. 1º Na hipótese do caput, a retificação do pedido para reduzir o valor do crédito pleiteado não será admitida. 2º Na hipótese do caput, a retificação do pedido para aumentar o valor do crédito pleiteado não produzirá efeitos para fins de pagamento complementar da antecipação. 3º O disposto no 1º aplica-se ao pedido de cancelamento. Art. 8º A autoridade competente deverá verificar a procedência da totalidade do crédito pleiteado para efeito do pagamento do saldo remanescente do valor do Pedido de Ressarcimento e homologação das Declarações de Compensação, observada a legislação de regência. 1º Não reconhecido o direito ao crédito de ressarcimento, serão adotados os seguintes procedimentos: I - no caso de o reconhecimento ser maior ou igual a 50% (cinquenta por cento) do valor do ressarcimento solicitado, será efetuado o pagamento dos créditos reconhecidos, deduzido, primeiramente, o valor da antecipação efetuada na forma do art. 2º e, em seguida, o montante das compensações efetuadas; ou II - no caso de o reconhecimento ser menor que 50% (cinquenta por cento) do valor do ressarcimento solicitado, será exigida a devolução dos valores de ressarcimento indevidamente antecipados, no prazo de
11 30 (trinta) dias a contar da notificação. 2º O disposto nos incisos I e II do 1º não afasta a aplicação da multa isolada de que tratam os 15 a 17 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, calculada sobre o valor do crédito objeto do Pedido de Ressarcimento indeferido ou indevido, além de outras penalidades cabíveis. 3º Os valores de ressarcimento indevidamente antecipados que não forem recolhidos conforme disposto no inciso II do 1º serão remetidos à PGFN que procederá a inscrição em Dívida Ativa da União e cobrança judicial. Art. 9º A operacionalização da antecipação do ressarcimento previsto nesta Instrução Normativa será efetuada pela unidade da RFB a que compete o reconhecimento do direito ao ressarcimento do crédito. Art. 10. Aplica-se, subsidiariamente, aos pedidos de ressarcimento especial de que trata esta Instrução Normativa, o disposto na Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, e nos demais dispositivos da legislação tributária que disciplinam a matéria. Art. 11. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. OTACÍLIO DANTAS CARTAXO
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