MOVIMENTO MODERNO E PÓS-MODERNISMO: AS NATUREZAS SOBREPOSTAS DE BERLIM

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIA MESTRADO EM URBANISMO PEDRO SÓRIA CASTELLANO MOVIMENTO MODERNO E PÓS-MODERNISMO: AS NATUREZAS SOBREPOSTAS DE BERLIM CAMPINAS 2008

2 PEDRO SÓRIA CASTELLANO MOVIMENTO MODERNO E PÓS-MODERNISMO: AS NATUREZAS SOBREPOSTAS DE BERLIM Dissertação apresentada como exigência para obtenção do Título de Mestre em Urbanismo, ao Programa de Pós- Graduação em Urbanismo, do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Orientador: Prof. Dr. Denio Munia Benfatti. PUC-CAMPINAS 2008 i

3 FICHA CATALOGRÁFICA Ficha Catalográfica Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas e Informação - SBI - PUC-Campinas t Castellano, Pedro Sória. C348m Movimento moderno e pós-modernismo: as naturezas sobrepostas de Berlim / Pedro Sória Castellano. - Campinas: PUC-Campinas, xx, 257p. Orientador: Denio Munia Benfatti. Dissertação (mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias, Pós-Graduação em Urbanismo. Inclui anexos e bibliografia. 1. Modernismo (Arte). 2. Modernismo (Arte) - Berlim. 3. Pós-modernismo (Arte). 4. Modernismo (Arte) - Exposições. 5. Arquitetura - Berlim. I. Benfatti, Denio. II. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias. Pós-Graduação em Urbanismo. III. Título. 22.ed.CDD - t ii

4 DEDICATÓRIA Aos meus pais Bete e Tuco pelo incentivo, paciência e confiança. A minha irmã Marina por me acompanhar pelas ruas de Berlim. A minha namorada Andréa a conta certa entre a baunilha e o sal por me acompanhar sempre. A tia Alice e Luis Rodolfo, o Magrão. iv

5 AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Denio Munia Benfatti. Aos professores Eugenio Fernandes Queiroga, Wilson Caracol Ribeiro dos Santos Júnior e Leandro da Silva Medrano. Aos colegas Ana Carolina, Carlos, Danielle, João Luis e Paulo. v

6 RESUMO A presente pesquisa tem como objetivo uma reflexão sobre as diferenças fundamentais entre o modernismo e o pós-modernismo ao mesmo tempo em que busca analisar de que forma teorias tão distintas de cidade comportam-se em um determinado tecido urbano. Para desenvolver-se, o trabalho utilizou a cidade de Berlim como palco, bem como duas Exposições Internacionais de Construção que ocorreram na capital alemã em períodos distintos da história: a primeira no pós- Segunda Guerra durante a década de 1950 denominada Interbau, e a segunda, já com a cidade dividida pelo Muro, no final da década de 80, chamada IBA. A pesquisa, que utilizou metodologicamente material bibliográfico e análise de projetos, situa-se no campo da história do urbanismo, bem como no de intervenções em centros urbanos, dada a natureza das Exposições que têm por objetos de estudo. Como resultado, espera-se uma contribuição ao pensamento arquitetônico e urbanístico ao trazer a tona os objetos projetados durante as Exposições, de modo que os dois eventos estudados sejam vistos como exemplos das teorias do Movimento Moderno e do pós-modernismo em arquitetura e urbanismo. Palavras-chave: Movimento Moderno, Pós-Modernismo, Exposições Internacionais, Cidade Contemporânea, Berlim. vi

7 ABSTRACT This academic research aims to a study of the fundamental differences between modernism and post-modernism at the same time analyse how so distincts theories of city can behave in a certain urban fabric. To develop, this research used Berlin as a stage, and two International Exhibitions of Construction: the first one in the 50 s, called Interbau, and the second, with the city divided by the Wall, the end of the 80 s, called IBA. The research, which used methodologically bibliographic material and analysis of projects, take place in the history of urbanism, as well as interventions in urban centres, for the nature of the Exhibitions that are objects of study. As a result, it is expected a contribution to the architectural and urban thinking to bring forth the objects designed for the Exhibitions, so the two events studied are seen as examples of theories of the Modern Movement and the post-modernism in architecture and urbanism. Keywords: Modern Movement, Post-Modernism, International Exhibitions, Contemporary City, Berlin. vii

8 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Figura 2. Figura 3. Figura 4. Figura 5. Figura 6. Figura 7. Figura 8. Figura 9. Figura 10. Figura 11. Figura 12. Figura 13. Figura 14. Figura 15. Foto aérea de Berlim com a identificação de alguns locais de implantação dos objetos de estudo tratados na pesquisa Em destaque, Avenida Unter den Linden, região central de Berlim Altes Museum, Berlim Desenho da Schauspielhaus Foto da Schauspielhaus Fábrica AEG, Peter Behrens Foto aérea Olympiastadion, Berlim, década de trinta Foto do Estádio Olímpico de Berlim, já com a recentemente implantada cobertura Aeroporto de Berlin-Tempelhof Maquete da capital do Reich, Germânia, de Albert Speer Detalhe da maquete de Germânia Foto de um dos grandes blocos da atual Karl-Marx-Allee Detalhe de um dos prédios da Karl-Marx-Allee Torre de televisão da Alexanderplatz, ponto mais elevado de Berlim Reichstag com a nova cúpula transparente de Nornan Foster viii

9 Figura 16. Figura 17. Figura 18. Figura 19. Figura 20. Figura 21. Figura 22. Figura 23. Figura 24. Figura 25. Figura 26. Figura 27. Figura 28. Figura 29. Figura 30. Conjunto habitacional Halle-Neustadt, projetado pelo arquiteto alemão Hans Pöelzig Fábrica Fagus, Alfeld-an-der-Geine, Alemanha Modulor: homem-tipo corbuseano Maquete do Plano Voisin de Le Corbusier Conjunto edificado da antiga Stalinallee, hoje Karl-Marx-Allee, concebido entre sob a liderança de Hermann Henselmann Edifício localizado na Karl-Marx-Allee Mapa de Berlim. Em Azul, as áreas destruídas após a Segunda Guerra Mundial Em vermelho, áreas reconstruídas após a destruição da Segunda Guerra Foto de Berlim durante a invasão soviética no final da Segunda Guerra Siedlung do bairro de Neukölln, Berlim, onde vivem atualmente 310 mil cidadãos. Projeto de Bruno Taut, década de vinte Maquete do Weissenhof Siedlung, 1927, Stuttgart Foto de um dos edifícios do Weissenhof Siedlung, Stuttgart Implantação do bairro Hansa em período anterior a destruição durante a Segunda Guerra Mundial Configuração original do bairro Hansa com destaque para a Hansaplatz Edifícios parcialmente conservados após bombardeios da Segunda Guerra ix

10 Figura 31. Figura 32. Figura 33. Figura 34. Figura 35. Figura 36. Figura 37. Figura 38. Figura 39. Figura 40. Figura 41. Figura 42. Figura 43. Figura 44. Figura 45. Figura 46. Traçado viário do novo Hansa com implantação dos novos edifícios Traçado viário do novo Hansa com implantação dos novos edifícios. Caminhos de acesso aos edifícios e o isolamento dos mesmos, propiciado pela configuração de parque que o bairro passou a ter Foto da década de cinqüenta durante a construção do novo Hansa Maquete do novo bairro Hansa com os edifícios projetados por diferentes arquitetos modernos Maquete do novo bairro Hansa Maquete do novo bairro Hansa Maquete do novo bairro Hansa Desenho do projeto do edifício de Walter Gropius e Wils Ebert Planta de pavimentos tipo do projeto do edifício de Walter Gropius e Wils Ebert Edifício projetado por Walter Gropius e Wils Ebert Edifício projetado por Walter Gropius e Wils Ebert Planta do edifício projetado por Alvar Aalto Edifício projetado por Alvar Aalto Construção do edifício projetado por Oscar Niemeyer Edifício projetado por Oscar Niemeyer Edifício projetado por Oscar Niemeyer x

11 Figura 47. Figura 48. Figura 49. Figura 50. Figura 51. Figura 52. Figura 53. Figura 54. Figura 55. Figura 56. Figura 57. Figura 58. Figura 59. Figura 60. Figura 61. Edifício projetado por Oscar Niemeyer Edifício projetado por Oscar Niemeyer Planta do pavimento tipo do edifício projetado por Oscar Niemeyer Maquete do edifício projetado por Oscar Niemeyer Edifício projetado por Oscar Niemeyer Detalhe do pilar em v Edifício projetado por Oscar Niemeyer Detalhe do pilar em v Edifício projetado por Oscar Niemeyer Detalhe do pilar em v Detalhe edifício projetado por Oscar Niemeyer Hospital Sul-América, Rio de Janeiro, projetado por Oscar Niemeyer e Hélio Uchoa ( ) Detalhe do pilar em v Palácio da Agricultura do Parque do Ibirapuera, São Paulo, projetado por Oscar Niemeyer, Zenon Lotufo, Hélio Uchoa e Eduardo Kneese de Mello (1955) Detalhe do pilar em v Unidade de Habitação projetada por Le Corbusier Unidade de Habitação projetada por Le Corbusier Maquete da Unidade de Habitação projetada por Le Corbusier Plantas das unidades residenciais da Unidade de Habitação projetada por Le Corbusier Corte esquemático da Unidade de Habitação projetada por Le Corbusier xi

12 Figura 62. Figura 63. Figura 64. Figura 65. Figura 66. Figura 67. Figura 68. Figura 69. Figura 70. Figura 71. Figura 72. Figura 73. Figura 74. Figura 75. Figura 76. Figura 77. Plantas do pavimento tipo do edifício e unidade residencial projetados por Fritz Jaenecke e Sten Samuelson Planta do pavimento tipo e corte esquemático do edifício projetado por Pierre Vago Maquete do edifício projetado por Paul Schneider-Esleben Planta do pavimento tipo do edifício projetado por Paul Schneider-Esleben Planta do edifício projetado por Hans Schwippert Planta do pavimento tipo do edifício projetado por Eugène Beaudouin e Raymond Lopez Plantas do edifício projetado por Kay Fisker Plantas do edifício projetado por J.H. van den Broek e Jacob Berend Bakema Desenho em perspectiva do edifício projetado por Otto H. Senn Planta das residências projetadas por Arne Jacobsen Planta das residências projetadas por Eduard Ludwig Planta das residências projetadas por Sep Ruf Planta das residências projetadas por Werner Fauser Desenho em perspectiva das residências projetadas por Franz Heinrich Sobotka e Gustav Muller Planta das residências projetadas por Franz H. Sobotka e Gustav Muller Desenho do edifício projetado por Paul Baumgarten xii

13 Figura 78. Figura 79. Figura 80. Figura 81. Figura 82. Figura 83. Figura 84. Figura 85. Figura 86. Figura 87. Figura 88. Figura 89. Figura 90. Figura 91. Figura 92. Figura 93. Foto da maquete do edifício de Paul Baumgarten Planta dos apartamentos projetados por Paul Baumgarten. Primeiro e segundo pavimentos Planta baixa do edifício projetado por Paul Baumgarten Edifício projetado por Paul Baumgarten Edifício projetado por Paul Baumgarten Edifício projetado por Paul Baumgarten Edifício projetado por Paul Baumgarten Parte do bairro Hansa. Prédios no parque Planta de Berlim e localização da Avenida Friedrichstrasse, do bairro Kreuzberg e do limite do Muro Foto aérea de Berlim e localização das áreas onde a IBA ocorreu Edifício projetado por Wilhelm Holzbauer Edifício Kindertagesstätte, creche, projetado por Karl Manfred Pflitsch Desenho do conjunto projetado por Rob Krier no Tiergarten Sul. No canto esquerdo superior, o edifício de Aldo Rossi Foto aérea do conjunto projetado por Rob Krier no Tiergarten Sul xiii

14 Figura 94. Figura 95. Figura 96. Figura 97. Figura 98. Figura 99. Figura 100. Figura 101. Figura 102. Figura 103. Figura Edifício projetado por Aldo Rossi Planta tipo do edifício projetado por Aldo Rossi Desenho do edifício projetado por Rossi inserido no conjunto de Rob Krier no Tiergarten Sul Figura 105. Desenho do projeto para o Hotel Berlim (nunca construído) de autoria de Ungers Figura 106. Figura 107. Figura 108. Figura 109. Desenho do conjunto da Lutzowplatz, projeto de Oswald Mathias Ungers Planta do conjunto de Ungers na Lutzowplatz Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers xiv

15 Figura 110. Figura 111. Figura 112. Figura 113. Figura 114. Figura 115. Figura 116. Figura 117. Figura 118. Figura 119. Figura 120. Figura 121. Figura 122. Figura 123. Figura 124. Figura 125. Figura 126. Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Conjunto de Ungers na Lutzowplatz, fachada do interior do bloco Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício Mario Botta Foto aérea do bloco projetado por Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Edifício projetado por Oswald Mathias Ungers Acesso do passeio público ao interior do bloco de Ungers Foto do interior do bloco edificado de Ungers Edifício projetado por Álvaro Siza Edifício de Elia Zenghelis e Matthias Sauerbruch, OMA Foto do prédio projetado pelo OMA xv

16 Figura 127. Figura 128. Figura 129. Figura 130. Figura 131. Figura 132. Figura 133. Figura 134. Figura 135. Figura 136. Figura 137. Figura 138. Figura 139. Figura 140. Figura 141. Figura 142. Figura 143. Edifício de Peter Eisenman Desenho do edifício Zaha Hadid Desenhos do edifício Zaha Hadid Planta do edifício de Zaha Hadid Edifício de Zaha Hadid Desenho do edifício de Zaha Hadid Desenho do edifício de Zaha Hadid Desenho do edifício de Zaha Hadid Desenho do edifício de Zaha Hadid Desenho do edifício de Zaha Hadid Desenho do edifício de Zaha Hadid Desenho de Aldo Rossi: coluna branca em destaque Foto aérea do conjunto projetado por Rossi Foto do conjunto projetado por Rossi: interior da quadra Planta baixa do edifício projetado por Aldo Rossi: acesso do passeio público Edifício de Aldo Rossi Edifício de Aldo Rossi xvi

17 Figura 144. Figura 145. Figura 146. Figura 147. Figura 148. Figura 149. Figura 150. Figura 151. Figura 152. Figura 153. Figura 154. Figura 155. Figura 156. Figura 157. Figura 158. Figura 159. Figura 160. Edifício de Aldo Rossi Edifício de Aldo Rossi Edifício de Aldo Rossi Edifício de Aldo Rossi Edifício de John Hejduk xvii

18 Figura 161. Figura 162. Figura 163. Figura 164. Figura 165. Edifício de John Hejduk Neue Nationalgalerie de Mies van der Rohe Fileira de tijolos que marcam o local onde havia o Muro Potsdamer Platz destruída após a Segunda Guerra Mundial Potsdamer Platz dividida pelo Muro de Berlim Figura 166. Potsdamer Platz, aproximadamente década de Figura 167. Figura 168. Figura 169. Figura 170. Figura 171. Figura 172. Figura 173. Figura 174. Figura 175. Figura 176. Figura 177. Área desocupada da Potsdamer Platz, vendida às empresas Maquete vencedora do concurso Potsdamer Platz Hilmer e Sattler Implantação da proposta vencedora do concurso Potsdamer Platz Heinz Hilmer e Christoph Sattler Implantação da proposta Potsdamer Platz, 2º lugar Ungers e Vieths Implantação da proposta Potsdamer Platz, 2º lugar Ungers e Vieths Maquete para concurso Potsdamer Platz, segundo lugar Ungers e Vieths Potsdamer Platz em construção Potsdamer Platz, vista aérea do conjunto Potsdamer Platz, conjunto edificado Potsdamer Platz, imagem interna Potsdamer Platz noturna xviii

19 SUMÁRIO Introdução: As Cidades-Mosaicos Os cacos do todo Um mosaico chamado Berlim Objetivos Procedimento de Pesquisa Roteiro da Dissertação O Urso: Notas Históricas de Berlim A ascensão da tormenta A importância da tomada da capital Tijolo por tijolo: duas cidades e uma cicatriz A unificação Berlim em cacos O Espírito Novo: Interbau Pioneiros: o alemão e o suíço A forma segue a função Tábula rasa e as cidades das linhas retas...71 O esfriamento da utopia Interbau Niemeyer no Hansaviertel A agradável surpresa de Baumgarten A Caixa de Pandora: IBA Os críticos da racionalidade Substituição da idéia de verdade única O lugar pós-moderno Apologia da diversidade Esfriamento do pós-modernismo? IBA Rossi na Rauchstrasse Rossi na Kochstrasse As Naturezas Sobrepostas de Berlim: Impressões do Caminhar Berlin wird xix

20 Referências Bibliográficas xx

21 INTRODUÇÃO: AS CIDADES-MOSAICOS As cidades-mosaicos se fazem por colagens. 1 São o que há de mais curioso e ao mesmo tempo intrigante aos olhos deste arquiteto e urbanista. Refletem, recontam, revelam em suas ruas e paredes, portas e telhados, massas construídas por tijolos e em seus espaços vazios, fragmentos de tempos passados que, somados, ilustram o que foi e o que é, tudo ao mesmo tempo e agora, tudo contido em um mesmo olhar. Há um quê de nostalgia nas cidades-mosaicos, porém de uma qualidade que não a faz querer retornar a tempos passados. O saudosismo ora referido busca dar conta de vestígios que tornar-se-ão os pequenos cacos de um grande mosaico. Na busca pelos sinais, arqueologia de resquícios de outras épocas, as cidades-mosaicos nutrem-se com o que há de melhor: seus caminhos. Encontrar evidências destes caminhos conservadas ou simplesmente indicadas, como reflexos de tempos idos e por que não como cacos de um todo maior traduz, de maneira geral, a busca desta pesquisa. Calvino apresentou sua imaginária Tecla no livro Cidades Invisíveis. E Tecla, aparentemente, não tinha a menor intenção em parar de fazer-se: Quando se chega a Tecla, pouco se vê da cidade, escondida atrás dos tapumes, das defesas de pano, dos andaimes, das armaduras metálicas, das pontes de madeira suspensas por cabos ou apoiadas em cavaletes, das escadas de corda, dos fardos de juta. À pergunta: Por que a construção de Tecla prolonga-se por tanto tempo?, os habitantes, sem deixar de içar baldes, de baixar cabos de ferro, de mover longos pincéis para cima e para baixo, respondem: - Para que não comece a destruição. E questionados se temem que após a retirada dos andaimes a cidade comece a desmoronar e a despedaçar-se, acrescentam rapidamente, sussurrando: - Não só a cidade. Se, insatisfeito com as respostas, alguém espia através dos cercados, vê guindastes que erguem outros guindastes, armações que revestem outras armações, traves que escoram outras traves. - Qual é o sentido de tanta construção? pergunta. Qual é o objetivo de uma cidade em construção senão uma cidade? Onde está o plano que vocês seguem, o projeto? 1 No Novo Dicionário Aurélio, página 947, Mosaico: 1. Pavimento de ladrilhos variegados. 2. Embutido de pequenas pedras, ou de outras peças de cores, que pela sua disposição aparentam desenho. 3. Qualquer trabalho intelectual ou manual composto de várias partes distintas ou separadas. 21

22 - Mostraremos assim que terminar a jornada de trabalho; agora não podemos ser interrompidos respondem. O trabalho cessa ao pôr-do-sol. A noite cai sobre os canteiros de obras. É uma noite estrelada. - Eis o projeto dizem. 2 Seguindo a metáfora de Tecla e das cidades que se refazem permanentemente, qualificamos os cacos do mosaico nesta pesquisa a partir de importantes passagens da história da arquitetura e do urbanismo no último século. As diferenças entre estes cacos fundamentam-se especialmente no período de mudança do Movimento Moderno para o pós-modernismo, em que é possível observar arquiteturas e cidades distintas entre si. Entende-se por Moderno, e assim será tratado o termo nesta dissertação, a arquitetura e o urbanismo pensados dentro do racionalismo próprio da vanguarda artística do final do século XIX e principalmente início do século XX, especialmente o grupo que chamou-se de International Style 3 no qual destacaram-se nomes como Walter Gropius e Le Corbusier, entre outros. Suas atuações, teorias, produções e escritos, de maneira pioneira, marcaram como veremos em momento apropriado uma mudança significativa no olhar para o urbano baseada em linhas gerais na universalização das necessidades, no funcionalismo e racionalismo da produção industrial como fator estruturador desta arquitetura, na produção de cidades a objetos para um homem-tipo, na desvinculação deste novo olhar às questões históricas e na crença revolucionária de que estes ingredientes pudessem dar conta de reformas sociais. Pós-Moderno é considerado, aqui, o período que seguiu o esfriamento do discurso e da produção modernos, com destaque para as décadas posteriores às publicações de três obras literárias fundamentais à crítica ao funcionalismo e racionalismo do International Style. Em primeiro lugar o livro de Jane Jacobs, Morte e Vida de Grandes Cidades, de 1961, seguido por Complexidade e Contradição em Arquitetura, de Robert Venturi e A Arquitetura da Cidade, de Aldo Rossi, ambos originalmente publicados em O pós-modernismo na produção arquitetônica e urbanística possibilitou a proliferação de uma diversidade oposta à verdade única modernista, de modo que, especialmente a partir da década de setenta, os olhares à cidade multiplicaram-se em diversos modos e caminhos, produzindo experiências variadas de intervenções urbanas e projetos de edifícios. 2 CALVINO, Ítalo. As Cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p PORTOGHESI, Paolo. Depois da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins fontes,

23 Os dois tempos históricos escolhidos como pontos focais deste trabalho revelam como modificaram-se ao longo das últimas décadas questões determinantes no campo da arquitetura e do urbanismo, modificações estas que, edificadas nos tecidos urbanos de determinadas cidades as quais optamos classificar de mosaicos, podem ser identificadas, lidas e analisadas de modo a configurar verdadeiros livros de memórias arquitetônicas e urbanísticas, tendo cada capítulo suas características próprias, porém parte de um mesmo conjunto chamado cidade. OS CACOS DO TODO A escolha por trabalhar estes dois tempos históricos Movimento Moderno e pós-modernidade enquanto cacos de um grande mosaico urbano deve-se ao interesse que estes dois momentos provocaram ainda no período de graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo em aprofundar as discussões conceituais e enxergar através deles as questões urbanas relativas a cada um. A curiosidade pessoal despertada para o tema direcionou olhares mais atentos aos fragmentos urbanos resultantes destes diferentes discursos. Que cidade é produzida a partir das teorias modernas? Qual mudança há para a cidade ou seus fragmentos construída durante a pós-modernidade? Como os pedaços destas teorias fundamentalmente diversas convivem e se fazem notar em um mesmo tecido urbano? Meu primeiro contato com a arquitetura e o urbanismo modernos aconteceu já na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Em matéria intitulada simplesmente Arquitetura Moderna 4 fui, até então jovem aspirante aos traços arquitetônicos, apresentado às idéias do Movimento Moderno, ilustradas por dois importantes livros neste período de descobertas: Arquitetura Contemporânea no Brasil 5, de Yves Bruand e Arquitetura Moderna no Brasil 6, de Henrique Mindlin, que nestes primeiros momentos de contato com o novo foram de relevante contribuição e abriram portas à curiosidade que naquele instante emergia. Por algum tempo, este contato fez-me encantar por aquele grupo de arquitetos e 4 Ministrada pela Prof a. Dr a. Sophia da Silva Telles no primeiro semestre de BRUAND, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, MINDLIN, Henrique E. Arquitetura Moderna no Brasil. Rio de Janeiro: Aeroplano,

24 urbanistas que criaram um novo discurso a respeito de nossos temas, seja no modo de ver as cidades, seja na escala das edificações fato que induziu-me, nas matérias seguintes, a planejar, por exemplo, cidades de características funcionalistas nas disciplinas de Urbanismo e a projetar edifícios sobre pilotis e com janelas horizontais nas cadeiras de Projeto, simplesmente por estar convencido de que o modo moderno de ver a arquitetura e o urbanismo era, por sua pureza, o mais apropriado e formalmente elegante. Em período posterior, novo contato se deu com a história da arquitetura e do urbanismo, desta vez em matéria chamada Arquitetura Contemporânea 7. Confesso certa resistência ao tema no primeiro momento, sobretudo por estar mais familiarizado com as idéias modernas e considerar o pós-modernismo, a princípio, um tanto anárquico e desorganizado, contrário à clareza plástica e evidente do modernismo. Quanto à forma de sua arquitetura, naquele instante se mostrava verdadeiramente difícil aceitar que alguém fosse capaz de projetar algo que pudesse atingir a beleza das formas de Oscar Niemeyer 8 e Alvar Aalto embora estes não propriamente integrantes, ou melhores exemplos, do chamado International Style sempre os meus preferidos, talvez pela dificuldade de entender a profundidade dos projetos e especialmente das críticas de figuras como Aldo Rossi e Robert Venturi. Todavia, à semelhança das aulas sobre a Arquitetura Moderna, as de Arquitetura Contemporânea ajudaram-me a ampliar repertório sobre as questões arquitetônicas e urbanísticas ao discorrer sobre outras duas obras literárias que tiveram fundamental participação neste período de primeiros contatos e acesso às idéias pós-modernas: Morte e Vida de Grandes Cidades 9, de Jane Jacobs e, de Diane Ghirardo, Arquitetura Contemporânea, uma História Concisa Sob os cuidados da Prof a. Dr a. Silvana Rubino, primeiro semestre de No momento em que Niemeyer completa 100 anos de idade, registro aqui uma poesia escrita pelo arquiteto, que evidencia sua notável diferença com relação a todos os demais arquitetos, inclusive dentro do próprio Movimento Moderno de vanguarda. Trata-se de seu Poema da Curva, retirado do Portal Eletrônico < Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein. 9 JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo: Martins Fontes, GHIRARDO, Diane. Arquitetura Contemporânea, uma História Concisa. São Paulo: Martins Fontes,

25 Impossível não estabelecer comparações entre estes dois momentos da história da arquitetura e do urbanismo, comparações que agora, anos após o primeiro contato com as teorias modernistas, constituem-se base desta dissertação, que procura trabalhar exatamente nas diferenças entre o moderno e o pós-moderno na constituição de um tecido urbano de características variadas, construído ao longo do tempo como um mosaico que se faz de pequenos cacos. UM MOSAICO CHAMADO BERLIM Para analisar com maior proximidade as diferenças entre os discursos moderno e pós-moderno e como comportam-se estes dois modelos e momentos de cidade, escolheu-se um local como base, uma cidade cuja história muito se aproxima do conceito de mosaico que buscamos: Berlim 11. A capital da Alemanha, além de assemelhar-se à cidade invisível Tecla, aproxima-se também de outra cidade de Calvino, Clarisse: Clarisse, cidade gloriosa, tem uma história atribulada. Diversas vezes decaiu e refloresceu (...). Nos séculos de degradação, a cidade, esvaziada por causa das pestilências, reduzida em estrutura por causa do desabamento de traves e cornijas e do desmoronamento de terras, enferrujada e bloqueada por negligência ou férias dos funcionários da manutenção, repovoava-se lentamente com hordas de sobreviventes emersos de sótãos e covas como férvidos ratos movidos pelo afã de resolver e roer e que ao mesmo tempo se reuniam e se ajeitavam como passarinhos num ninho. Os tempos de indigência eram sucedidos por épocas mais alegres: uma suntuosa Clarisse-borboleta saía da mísera Clarisse-crisálida; a nova abundância fazia a cidade extravasar de novos materiais edifícios objetos; afluía gente nova de fora; nada e ninguém tinha a ver com a Clarisse ou as Clarisses anteriores; e, quanto mais se estabelecia triunfantemente no lugar e com o nome da primeira Clarisse, mais a nova cidade percebia afastar-se desta, destruí-la com a velocidade dos ratos e do mofo (...). 11 Berlim é feita de cicatrizes, de lembranças dolorosas. De ditadura, intolerância, guerra, destruição, separação, dualidade e reunificação. Intriga pelo contraste, conquista pela riqueza de detalhes e fascina pelo passado turbulento. A história não foi esquecida. Está nas balas da Segunda Guerra, ainda incrustadas em prédios do antigo bairro judeu, nas ruínas de igrejas e sinagogas bombardeadas, nos monumentos socialistas e claro, no que restou do Muro. Por isso, o primeiro requisito para o visitante de Berlim é gostar de história. KLEINE, Johanna. Apud BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. Os guias turísticos em Berlim. Tempo Social. Revista de Sociologia da Universidade de São Paulo, v.17, n.1. São Paulo: junho

26 Eis então os fragmentos do primeiro esplendor, que haviam se salvado adaptando-se a necessidades mais obscuras, sendo novamente deslocados, ei-los protegidos sob recipientes de vidro, trancados em vitrinas, apoiados sobre travesseiros de veludo, e não mais porque ainda podiam servir para alguma coisa, mas porque por meio deles seria possível reconstruir uma cidade sobre a qual ninguém sabia mais nada. Sabe-se com certeza apenas o seguinte: um certo número de objetos desloca-se num certo espaço, ora submerso por uma grande quantidade de novos objetos, ora consumido sem ser reposto; a regra é sempre misturá-los e tentar recolocá-los no lugar. Talvez Clarisse sempre tenha sido apenas uma misturada de bugigangas espedaçadas, pouco sortidas, obsoletas. 12 A escolha de Berlim pode ser justificada em argumentos que passam por sua condição histórica singular, reconstrução no pós-segunda Guerra, divisão físico-ideológica ocidental/oriental e recente unificação. Se tais argumentos validam o interesse por tão complexo histórico, urbanisticamente Berlim, aos olhares de um arquiteto e urbanista, mostra-se igualmente fascinante por dois acontecimentos em especial tornados aqui objetos de estudo que alimentam esta dissertação e propiciam as comparações base da reflexão central deste trabalho. Primeiro acontecimento, a Exposição Internacional de Construção conhecida como Interbau, abreviação de Internationale Bauausstellung para a reconstrução do central bairro Hansa Hansaviertel após sua quase completa destruição durante os bombardeios à Berlim na Segunda Guerra Mundial. Naquele momento, segunda metade da década de cinqüenta, o plano urbanístico vencedor e as edificações projetadas e construídas para o novo Hansa vincularamse exclusivamente às teorias do Movimento Moderno. Desta forma, implantado em meio a um jardim, o bairro Hansa, localizado na área de comando norte-americano, britânico e francês, ganhou conceitos e formas do que havia de mais moderno em arquitetura e urbanismo, contrapondo-se de forma visível à rigidez quase burocrática dos edifícios que erguiam-se do lado socialista da cidade com o intuito de sanar o déficit habitacional ocasionado pelos conflitos da guerra. O novíssimo traçado urbano do novo Hansa anteriormente um típico bairro berlinense com casas geminadas e telhados inclinados definiu os locais de implantação de exemplos de edifícios modernos dando ao local as características de um show-room do que a arquitetura moderna era capaz de imaginar, desenhar e construir, sobretudo em uma área relativamente 12 CALVINO, Ítalo. As Cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p

27 central e praticamente vazia de uma capital importantíssima, oportunidade que certamente os modernos não ousariam desperdiçar mesmo porque, como veremos, o projeto do novo bairro Hansa teve, como uma de suas marcas iniciais, provocar a parte soviética de Berlim. O pós-segunda Guerra Mundial na Europa e a destruição parcial de suas grandes cidades possibilitou a reconstrução de áreas relevantes. Assim, não há como negar que dos escombros surgiu a oportunidade para a criatividade moderna atuar em grandes e bem localizadas áreas de capitais européias que naquele momento tentavam refazer-se. Berlim, por ser uma das cidades mais destruídas durante os combates, constituiu-se também um dos maiores laboratórios de reconstrução, onde experimentações tornaram-se possíveis, fortalecendo assim sua característica de mosaico, a qual nos referimos ainda a pouco. O segundo acontecimento é igualmente um evento internacional de arquitetura e urbanismo, ocorrido já no final da década de oitenta e conhecido como IBA. Já envolta às críticas aos caminhos modernos, a nova Exposição Internacional de Construção visou a revitalização de áreas centrais da capital, envoltórias ao Muro que sucumbiu em 1989, pulverizando pelo centro de Berlim Ocidental projetos pontuais de importantes nomes da arquitetura pós-moderna, evidenciando assim diferenças conceituais e físicas com relação aos projetos do bairro Hansa durante a Interbau. Desta forma, a partir dos objetos de estudo escolhidos Interbau e IBA, cujas localizações podem ver vistas na figura 1, p. 28 busca-se a compreensão das diferenças fundamentais entre as teorias modernistas de cidade, suas críticas por parte da pós-modernidade, e a procura de exemplos edificados em Berlim que evidenciem estas diferenças. Talvez não haja outra grande cidade ocidental que suporte as marcas da história do século XX tão intensamente e de forma tão autoconsciente como Berlim. A cidade-texto tem sido escrita, apagada e reescrita ao longo deste século violento, e sua legitimidade se deve tanto mais às marcas visíveis do espaço construído quanto às imagens e memórias reprimidas e rompidas pelos eventos traumáticos HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela Memória. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000, p

28 Figura 1 Foto aérea de Berlim com a identificação de alguns locais de implantação dos objetos de estudo tratados nesta pesquisa. Em amarelo, área do bairro Hansa, palco da Interbau, década de cinqüenta. Em laranja, locais onde ocorreu a IBA, década de oitenta. Fonte: Google Earth. Quais as principais diferenças conceituais entre Interbau e IBA? Que imagem de cidade se buscava em cada uma das exposições? O que há do discurso moderno e do pós-moderno em cada uma delas? Buscar as respostas para estas indagações em uma cidade-mosaico como Berlim nos ajuda a enxergar quão distintos foram os momentos moderno e pós-moderno para a arquitetura e o urbanismo e quão diversa é Berlim, marcada por períodos terríveis e que conserva, em sua paisagem atual, além de cicatrizes físicas de seu passado, exemplos riquíssimos de momentos distintos do pensar arquitetônico e urbanístico. 28

29 OBJETIVOS A pesquisa busca uma reflexão sobre as diferenças fundamentais entre o discurso do Movimento Moderno e o pós-modernismo, de modo que esta discussão se transforme em base para a apresentação dos objetos de estudo específicos da cidade de Berlim. Espera trazer à tona dois eventos importantes para a história recente da arquitetura e do urbanismo, que são as Exposições Internacionais de Construção Interbau e IBA ocorridas em Berlim nas últimas décadas de cinqüenta e oitenta respectivamente. Por serem pouco tratadas nas pesquisas brasileiras da área, bem como nos livros sobre o tema, esta contribuição parece ser relevante pela apresentação de significativos projetos arquitetônicos realizados, bem como de futuros estudos acadêmicos. Assim, a pesquisa busca compreender de que forma teorias tão distintas de cidade como são a moderna e a pós-moderna comportam-se num mesmo tecido urbano, evidenciando suas diferenças e as percepções advindas delas. PROCEDIMENTO DE PESQUISA A pesquisa, descritiva e bibliográfica, estruturou-se basicamente em quatro vertentes, divididas de acordo com os assuntos abordados nos diferentes capítulos que a compõe. A primeira vertente, que trata de um breve histórico da cidade de Berlim, utilizou documentos sob a forma predominante de livros que abordam as histórias da Alemanha e de Berlim. Com o intuito de descrever a cidade ao longo dos tempos, desde sua fundação até a queda de seu célebre Muro, serão utilizados autores que preocuparam-se com o tema berlinense, dentre os quais podemos destacar Richie e Friedrich sobre a história geral da cidade; Salinas, Ryan, Beevor, Magnoli e Araripe sobre os períodos correspondentes às guerras; Marabini e Margulies sobre o nazismo; Barreto, Gerhardt, Borella e Gruber sobre o Muro e, finalmente, Cavalcante e Bandeira sobre a unificação alemã. 29

30 A segunda vertente concentra o que chamamos de bases teóricas, e consiste na reflexão sobre os fundamentos da arquitetura e do urbanismo do Movimento Moderno e igualmente das críticas que o seguiram, denominadas aqui de pós-modernismo. Divididas em dois capítulos distintos, as duas bases teóricas foram compostas e estruturadas com referências colhidas de importantes arquitetos e pesquisadores: para a formulação das teorias modernas, utilizamos, dentre outros, Benévolo, Portoghesi, Kopp, Choay, Colquhoun, Gropius, Le Corbusier e Loos; para tratarmos das críticas às idéias modernistas, Frampton, Montaner, Jameson, Tafuri, Lyotard, Harvey, Ghirardo, Jacobs, Rossi, Venturi e Arantes. A terceira vertente, embasada igualmente em pesquisa bibliográfica, consiste na descrição das duas Exposições Internacionais de Construção Interbau e IBA tomadas por objetos de estudo nesta pesquisa, que utiliza documentos de naturezas distintas a fim de registrar os dois eventos tão pouco mostrados na literatura da área. Para descrever a Interbau, realizada durante a década de cinqüenta, o catálogo oficial da exposição publicado em 1957 foi fundamental. Não há fonte mais completa, tendo em conta que pouco se fala da Interbau nas pesquisas acadêmicas e mesmo nos livros de arquitetura e urbanismo 14. Principalmente com respeito às imagens, não há material mais rico que o catálogo, freqüentemente utilizado para ilustrar nossas descrições. Sobre a IBA, foi possível analisar bibliografia mais extensa, posto que há maior quantidade de trabalhos críticos sobre este objeto em especial, principalmente em autoras como Passaro e Ghirardo. A quarta e última vertente desta pesquisa traz a visão do autor sobre Berlim, através de uma visita à cidade a fim de percorrer os locais estudados ao longo do processo. As impressões do trajeto estão relatadas em capítulo específico deste trabalho. ROTEIRO DA DISSERTAÇÃO Após este capítulo introdutório, As Cidades-Mosaicos, o leitor chegará ao capítulo 1, denominado O Urso: Notas Históricas de Berlim, que aborda questões sobre a cidade, desde sua fundação até momentos posteriores à queda do Muro passagem da década de oitenta 14 Com exceção feita a pequenos trechos colhidos em: BENÉVOLO, 2004; FREITAG, 2002; MENNEH,

31 para noventa. É importante recuperar o passado de Berlim para tornar possível o entendimento de ações e projetos propostos para a cidade e que são apresentados posteriormente como objetos desta pesquisa. O capítulo 2 foi denominado O Espírito Novo: Interbau e aprofunda olhares sobre a reflexão do Movimento Moderno na arquitetura e no urbanismo. Apresenta uma linha que chamamos de base teórica, de fundamental importância para a análise do primeiro objeto de estudo, a Exposição Internacional de Construção Interbau realizada durante a década de cinqüenta no destruído bairro Hansa. Além de descrever a Interbau, pouco retratada em pesquisas e livros, a intenção deste segundo capítulo é analisar de que maneira as teorias modernas de cidade e arquitetura fizeram-se edificar no tecido urbano berlinense e quais as principais características encontradas no novo e modernista bairro Hansa. A fim de abordar o segundo momento histórico tratado nesta pesquisa, que compreendem as questões da pós-modernidade, apresentamos A Caixa de Pandora: IBA. Este terceiro capítulo trata dos temas relativos às críticas ao Movimento Moderno e da maneira com que a arquitetura e o urbanismo se portaram, de modo geral, a partir do declínio das idéias modernistas momento para o qual preferimos utilizar o termo esfriamento, como será visto adiante. Aos moldes do capítulo anterior, após a apresentação da base teórica, buscamos explorar a segunda Exposição Internacional de Construção aqui tratada, abreviada de IBA e ocorrida no fim dos anos oitenta. É com base nesta exposição que se pode observar como o pósmodernismo e as críticas ao modernismo resultaram em um modo de fazer cidade muito distinto do utilizado no bairro Hansa da Interbau. O quarto e último capítulo, denominado As Naturezas Sobrepostas de Berlim: Impressões do Caminhar, evidencia impressões pessoais do autor em relação à cidade de Berlim, resultado de recente visita ao local. Em linguagem diferente do tom acadêmico dos capítulos anteriores, este capítulo buscou retratar como os objetos de estudo as exposições aqui descritas apresentam-se aos olhos de um pedestre-arquiteto e pesquisador do assunto, que pela primeira vez os vê. O capítulo indica, ainda, após as reflexões sobre o Movimento Moderno e o pósmodernismo edificados em Berlim, um caminho novo a partir do projeto de reconstrução da Potsdamer Platz e sugere, apontando para pesquisas, trabalhos e escritos futuros, um novo capítulo da história da arquitetura e do urbanismo na cidade, como um mosaico que continuamente ganha novos cacos. 31

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