VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E EMERGÊNCIA DE PADRÕES MORFOLÓGICOS: UM ESTUDO SOBRE O PLURAL DAS PALAVRAS TERMINADAS EM ÃO NO PB

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1 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E EMERGÊNCIA DE PADRÕES MORFOLÓGICOS: UM ESTUDO SOBRE O PLURAL DAS PALAVRAS TERMINADAS EM ÃO NO PB Miriam Cristina Almeida Severino (UFRJ) 1 cristinasmiriams@yahoo.com.br Christina Abreu Gomes (UFRJ/CNPq) 2 christina-gomes@uol.com.br RES UMO: Este artigo trata da alternância no plural das palavras terminadas em ão na comunidade de fala do Rio de Janeiro. A pesquisa foi conduzida dentro do quadro teórico da Sociolinguística e dos Modelos baseados no Uso. Os dados foram obtidos através da aplicação de um teste de produção de formas de plural a 70 indivíduos estratificados por faixa etária, escolaridade e sexo. Os resultados revelaram que o padrão ões é a variante mais usada, tendendo a ocorrer em itens com baixa frequência de ocorrência no plural e itens com plural esperado em ães, a mais baixa frequência de tipo, por indivíduos com apenas o Ensino Fundamental. Os resultados contribuem com evidências para as hipóteses sobre inferência probabilística de padrões estruturais no léxico. PALAVRAS-CHAVE: variação; frequência de tipo; Sociolinguística; Modelos baseados no Uso. ABSTRACT: This paper deals with the plural alternation of the words ending in ão in the speech community of Rio de Janeiro. The research was conducted within the theoretical framework of Sociolinguistics and Usage-based Models. The data were obtained from a production test of plural forms applied to 70 subjects stratified by age level, schooling and sex. The results revealed that the ões pattern is the most used variant, occurring mostly in items with low frequency of occurrence in the plural form and items with expected ães plural, the lowest type frequency, by individuals with only Intermediate School. The results provide evidence for the hypothesis about probabilistic inference of structural patterns in the lexicon. KEYWORDS: variation; type frequency; Sociolinguistics; Usage-based Models. Introdução O presente artigo apresenta resultados de estudo sobre a alternância de morfema de plural de palavras terminadas em ão a partir de dados obtidos em teste de produção (Severino, 2013). A análise desenvolvida tem por objetivo abordar a questão da 1 Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFRJ. 2 Professora do Departamento de Linguística e Filologia e do Programa de Pós -Graduação em Linguística da UFRJ. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

2 variação linguística no âmbito dos Modelos baseados no Uso, além de trazer contribuição para um aspecto pouco explorado nos estudos de variação morfológica sobre o português brasileiro (PB), o da alternância de realização de morfemas de plural. Há um enorme vasto conjunto de trabalhos de variação da realização ou não da marcação de plural no sintagma nominal e verbal no PB. Do ponto de vista teórico, o estudo conjuga a concepção de gramática heterogênea segundo o pressuposto da Sociolinguística Variacionista de Weinreich, Labov & Herzog (1968) o de que a variação é inerente ao sistema linguístico e a do Modelo de Redes de Bybee (1995, 2001, 2010), segundo o qual tanto formas flexionadas regulares quanto irregulares estão representadas no léxico, que se organiza multidimensionalmente em função de relações de semelhança sonora e semântica entre as palavras. O foco é a variação que se verifica na marca de plural das palavras terminadas em ão na variedade falada na cidade do Rio de Janeiro. Exemplos do uso do português brasileiro mostram que palavras terminadas em ão no singular podem ter seu plural variavelmente realizado com ãos, ães, ou ões como em cidadãos, cidadães, ou cidadões, enquanto o esperado do ponto de vista etimológico é cidadãos. Há registro de ocorrências como caminhãos, sugestãos, arrastãos e tabeliões em lugar de caminhões, sugestões, arrastões e tabeliães 3. Esse artigo se estrutura da seguinte maneira: na seção 1, serão apresentados os pressupostos teóricos adotados, relativos ao status das formas flexionadas na gramática com ênfase no Modelo de Redes de Bybee (1995) e à abordagem da heterogeneidade sistemática, isto é, da variação sociolinguística de acordo com WLH (1968); a seção 2 apresenta os principais aspectos do objeto de estudo e comenta resultados obtidos em outros estudos sobre a alternância de formas de plural, realizados com dados do português brasileiro; na seção 3, são apresentadas as hipóteses e a metodologia de coleta e análise dos dados; e, finalmente, a seção 4 trata dos resultados obtidos, seguidos das Considerações Finais. 3 Estes são exemplos de realizações encontradas em observação não sistemática de produção espontânea e em programas televisivos. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

3 1. Pressupostos Teóricos Os Modelos baseados no Uso propõem que léxico e gramática constituem um contínuo. Evidências de estudos de percepção (PISONI et al., 1995) sustentam a hipótese segundo a qual as palavras armazenadas no léxico se organizam multidimensionalmente em função de conexões ou redes baseadas em semelhanças sonoras e semânticas e não em uma lista. O léxico reflete a experiência dinâmica do falante com a língua. As diversas formas sonoras de um item lexical são armazenadas a partir da experiência de ouvir e produzir as palavras em diferentes contextos linguísticos e sociais, constituindo abstrações sobre a fala (PIERREHUMBERT, 2001, 2003; BYBEE, 2001, 2010). Há na literatura linguística hipóteses distintas sobre como formas morfologicamente regulares e irregulares são armazenadas e processadas. De um lado, o Modelo Dual (CLAHSEN et. al, 1992; PRASADA & PINKER, 1993; MARCUS,1995) estabelece que formas irregulares estão armazenadas no léxico e formas regulares são geradas por uma regra default, estabelecendo naturezas diferentes de representação e processamento de formas regulares e irregulares. De outro, o Modelo Único (PLUNKETT & MARCHMAN, 1991) e o Modelo de Redes (BYBEE, 1995) estabelecem que tanto formas regulares quanto irregulares estão representadas no léxico mental. Para os proponentes do Modelo Único, o armazenamento e processamento de formas morfologicamente regulares e irregulares são o resultado de um único processo cognitivo. De acordo com esta concepção, conforme mencionado anteriormente, tanto as formas regulares quanto as irregulares estão armazenadas no léxico. Não haveria a aplicação de regras simbólicas para a formação das formas flexionadas regulares, mas a organização dos itens em esquemas presentes no próprio léxico que permitiriam a inferência de diversos padrões morfológicos e sua produtividade. Os esquemas, neste modelo, são relações lexicais estabelecidas entre base e palavras flexionadas ou palavras derivadas. O Modelo de Redes difere do Modelo Único no que diz respeito aos tipos de armazenamento em redes. Segundo Bybee (1995), as relações lexicais entre as formas Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

4 morfologicamente complexas podem se estabelecer de duas maneiras: por meio de um esquema orientado para a fonte, em que a conexão se dá entre forma base e forma flexionada (wait waited, formas de presente e passado do verbo esperar em inglês), como postulado no Modelo Único; e por meio de um esquema orientado para o produto, em que a conexão se faz entre formas flexionadas (strung stung flung hung, no inglês, formas de passado respectivamente dos verbos pendurar, picar, arremessar, pender). O esquema orientado para o produto indica as características compartilhadas entre as formas derivadas, baseadas em semelhança sonora e semântica, mas sem estipular de que maneira foram formadas. Como todo esquema, apresenta tanto membros centrais, no caso mencionado acima, strung e stung, quanto membros marginais como dug, forma de passado do verbo dig (cavar). A inferência acerca da estrutura interna das palavras e as generalizações para novos itens podem ser feitas a partir de um ou de outro esquema de relações lexicais. No modelo proposto pela autora, as conexões lexicais relacionam tanto forma base e forma flexionada quanto formas flexionadas em uma mesma rede, ou seja, uma mesma relação morfológica pode apresentar tanto um esquema orientado para a fonte, quanto um esquema orientado para o produto. A Figura 1, a seguir, exemplifica os dois tipos de conexões. Evidentemente, a hipótese de organização multidimensional pressupõe a conexão desses itens com outros em função de outras semelhanças compartilhadas. O esquema da Figura 1 tem função apenas de exemplificação. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

5 Figura 1: Rede associativa de itens lexicais em esquema orientado para a fonte e orientado para o produto (Severino, 2013:30) Fundamental para compreender e identificar a inferência que o falante faz de padrões morfológicos no léxico é o conceito de frequência de tipo (type frequency). A partir das redes lexicais estabelecidas em função de relações de semelhança sonora e semântica são feitas generalizações que levam à emergência de padrões morfológicos que podem ser usados para produzir novas combinações. A hipótese é a de que o morfema mais produtivo será determinado pelo esquema que contem mais itens, pois quanto maior a frequência de tipo deste afixo (quanto maior for a quantidade de itens distintos a que esse afixo se aplicar), mais robusto se tornará e maiores serão as chances de se aplicar a novos itens ou a itens cujas conexões são desconhecidas (BYBEE, 1995). Também se postula que a frequência de uso de um item (token frequency) tem impacto na sua representação. Assim, formas irregulares e regulares de baixa frequência de ocorrência podem não ser acessadas e, por isso, podem adotar outro padrão morfológico, tendendo a ser o de maior frequência de tipo. Isto é, se a frequência de ocorrência de uma palavra é muito baixa, sua representação é fraca e terá consequências Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

6 tanto no acesso lexical quanto na possibilidade de adotar outro padrão morfológico. Assim, a forma flexionada, seja regular ou irregular, é obtida diretamente da memória lexical. Não é derivada de uma forma mais simples através da aplicação de uma regra que não faz parte do léxico. Tanto a forma base quanto a forma de plural estão disponíveis no léxico. Na ausência de uma forma de plural representada, ou na impossibilidade de acesso a ela, esta é derivada através da associação com a forma base e as formas de plural dos outros itens lexicais organizados em esquemas, aplicando-se o padrão do esquema lexical com mais itens ou com maior frequência de tipo. De acordo com Bybee (1998), unidades como os morfemas não têm representação independente e são resultantes das relações de similaridades entre palavras. Dessa forma, a estrutura interna das palavras afixos, raízes, os padrões morfológicos e os paradigmas não seriam resultantes da aplicação de uma regra externa ao léxico, mas derivados a partir das conexões existentes entre os itens lexicais. Hay & Baayen (2005), que também adotam a perspectiva dos Modelos baseados o Uso, defendem que os morfemas podem ter representação individual. Contudo, a origem e manutenção dos morfemas se dão conforme a hipótese de Bybee apresentada no parágrafo anterior, isto é, de acordo com os autores, embora possa ocorrer uma representação independente dos morfemas, sua existência vai depender de um suporte contínuo de inferência a partir de uma analogia paradigmática, que é resultante do armazenamento em redes. Em outras palavras, vai depender das relações lexicais das palavras em redes e das inferências que delas podem emergir. Nesse artigo, a relação entre léxico e gramática dos Modelos baseados no Uso é considerada juntamente com a noção de heterogeneidade sistemática de Weinreich, Labov & Herzog (1968), base dos estudos de variação e mudança da Sociolinguística Variacionista, cujo objetivo é capturar a dinamicidade do sistema linguístico através do estudo da variação socialmente indexada, identificando processos de mudança ou de variação estável, contribuindo com evidências para a discussão da organização da gramática, isto é, do conhecimento linguístico do falante. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

7 Para os autores, heterogeneidade e sistematicidade não são mutuamente excludentes, sendo que sistematicidade não é sinônimo de homogeneidade. Assim, neste trabalho a alternância de morfemas de plural recebe tratamento de variável linguística. A modelagem teórica fornecida pelos Modelos baseados no Uso situa a variação de formas de plural no plano representacional, isto é, no da representação da variação no léxico, uma vez que a variação atestada no uso de diversos itens lexicais, como, por exemplo, em limãos ~ limões, é parte das instâncias armazenadas do item, ao mesmo tempo em que é resultante de diferentes padrões emergentes no léxico que decorrem do armazenamento multidimensional em redes. A adoção da perspectiva da Sociolinguística no tratamento da variação implica na utilização dos procedimentos metodológicos e analíticos normalmente utilizados nos estudos variacionistas e que serão apresentados na seção A alternância de morfemas de plural no PB A alternância de morfemas de plural, e especificamente de palavras terminadas em ão, já foi mencionada por gramáticos tradicionais. Além de apresentarem listas de itens e o plural correspondente esperado em função da etimologia da palavra, ãos, ões ou ãos, alguns fazem menção à alternância entre as formas. Por exemplo, Rocha Lima (2007:81-82) apresenta formas alternativas para o mesmo item (anãos anões, guardiãos guardiões, charlatães charlatões, verãos verões). Para Rocha Lima, a variação é motivada por uma certa confusão popular. No entanto, o aspecto mais estudado da variação que envolve a expressão do plural em nominais no português brasileiro é o da ausência versus a presença do morfema de plural no sintagma nominal (SCHERRE, 1998; SCHERRE & NARO, 1997). As três possibilidades sincrônicas de marcação de plural de nomes terminados em ão é resultante de um processo de mudança que envolveu tanto a evolução da forma do singular quanto da do plural. Segundo Câmara Jr. (1976), no português Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

8 arcaico, os nomes que no latim tinham o radical terminado em e, antecedido por um -n intervocálico no singular, perderam a vogal e nesse contexto, deixando assim na língua uma série de nomes terminados em om e am: leone > leom, cane > cam (Teyssier 2001: 36-55). No entanto, a vogal e se manteve na forma de plural devido à presença do -n, como em leones e canes. Ainda de acordo com Câmara Jr., após a perda do e, uma outra mudança levou à convergência das terminações om e am para a forma do ditongo ão. Dessa forma, ocorreu uma unificação na terminação da forma no singular dos nomes originalmente terminados em om e am com os nomes de radical em o, que já apresentavam a terminação em ão, como mão e irmão, oriundos do latim manu e (g)ermanu. Portanto, a configuração sincrônica de três formas de plural para as palavras terminadas em ão é um resíduo histórico de um processo de mudança ocorrido no português arcaico gerando formas irregulares de plural (OLIVEIRA, 1993). A classificação como flexão regular ou irregular diz respeito ao fato de ser possível ou não sincronicamente derivar uma forma a partir de outra, sendo a flexão irregular a que não pode ser prevista fonologicamente, como, por exemplo, na alternância da raiz de foot (pé) e feet (pés) no inglês, ou acréscimo de diferentes flexões, como, por exemplo, no plural de nominais de Hund (cachorro) e Kind (criança) no alemão, respectivamente, Hunde e Kinder (CLAHSEN, 2004:684). Alguns trabalhos já trataram da alternância de morfemas de plural no PB. Huback (2007) estudou a variação na marcação do plural no português brasileiro, considerando a alternância de diferentes marcas (excluídos os casos de ausênc ia de marca) na comunidade de fala de Belo Horizonte a partir de dados obtidos em teste de produção, uma vez que esse tipo de alternância tem frequência de ocorrência muito baixa em amostras de fala espontânea para possibilitar um estudo mais amplo. Gomes e Gonçalves (2010), também utilizando a metodologia de produção controlada, focalizaram o uso alternativo de formas de plural em nomes com plural regular (chapéu/chapéus; bolo/bolos) e plural em is e metafônico (animal/animais; Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

9 forno/fornos) a partir de dados obtidos em crianças e adultos da cidade do Rio de Janeiro. Em Huback (2010), são apresentados os resultados obtidos em relação ao plural das palavras terminadas em ão. O trabalho mostrou que o plural em ões apresenta frequência de tipo bastante superior aos demais plurais ( ãos e ães), ocorrendo em 97,8% dos itens terminados em ão, em um total de palavras, enquanto os casos de ãos e ães correspondem, respectivamente, a 1,5% e 0,7% do total, em pesquisa realizada no dicionário eletrônico Houaiss. Os resultados baseados nos dados obtidos no teste de produção mostraram que os falantes produzem mais flexão em ões e que palavras com plural em ãos e ães estão migrando para o grupo de plural em ões. Considerando somente os dados com plural esperado em ãos e ães, foi verificado que o grupo dos falantes mais velhos, anos, é o que tende a conservar os plurais etimológicos, ao passo que os indivíduos dos grupos mais jovens, anos e 15-30, tenderam a usar o plural em ões. Também foi verificado que os itens com plural esperado em ãos são os que mais tendem a alternar com ões (38,8%, peso relativo =.860) comparado com o grupo dos itens com plural esperado em ães (14,6%, peso relativo =.066). De acordo com a autora, a resistência dos itens com plural etimológico em ães pode se dever ao fato de que, por ser um grupo pequeno dentro da classe de palavras terminadas em ão, o plural desse grupo acaba sendo marcado e preservado. A autora acrescenta ainda que no grupo em ães estão os itens monossílabos cães e pães, itens estes que não mudaram sua pluralização nos dados obtidos pela autora. Ainda, foi verificado que os itens de baixa frequência de ocorrência foram os que mais tenderam a ocorrer com a forma ões (76,6%, peso relativo = 0.995), ao passo que palavras de alta frequência como mão (2.949 ocorrências), irmão (1.125 ocorrências) e alemão (1.025 ocorrências), desfavoreceram consideravelmente a ocorrência do plural em ões (4,3%, peso relativo = 0.019). Esses resultados levaram a autora a afirmar que os itens pouco frequentes estão desencadeando a mudança em progresso no grupo das palavras terminadas em ão. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

10 A autora fez ainda uma análise das palavras individualmente a fim de verificar se essa análise também corroboraria a informação de que palavras pouco frequentes favorecem a adoção do plural em ões. Os itens controlados por ela, com suas respectivas frequência de ocorrência no plural, foram: escrivão (14), benção (26), guardião (26), vulcão (62), pão (118), anão (142), cristão (235), cão (350), grão (471), alemão (1.025), irmão (1.125), órgão (1.578) e mão (2.949). Os resultados revelaram que a migração de plural diminui conforme aumenta a frequência de ocorrência das palavras individualmente. Esses resultados levaram a autora a concluir que essa variação linguística está afetando o léxico gradualmente, conforme os postulados da Difusão Lexical (Wang, 1969, 1977). Embora a autora não aponte explicitamente que palavras lideram o processo de mudança, o gráfico apresentado revela que as palavras mais suscetíveis à mudança são vulcão, seguido de anão, seguido de escrivão. Huback afirma ainda que não haverá necessariamente uma regularidade na mudança. Segundo ela, é possível que alguns itens mudem seu plural definitivamente enquanto outros podem nunca mudar. Os itens monossílabos, por exemplo, não foram afetados pela migração de plural. Segundo a autora, a característica de ser monossílabo é uma referência muito importante para a manutenção dos plurais em ãos ou ães, uma vez que no português não existe nenhuma palavra monossílaba cujo plural seja em ões. Diante do exposto para a origem das flexões dos nomes terminados em ão e para o tratamento dado pelas gramáticas tradicionais, não há como tratar a marcação do plural em ãos, ães, e ões através de regra (ou regras) que atribuem uma determinada forma de plural a uma determinada raiz. O plural desses nomes parece, para os falantes do português contemporâneo, mais um caso de aquisição lexical, em que as três formas de plural vão sendo adquiridas ao longo do tempo. A variação sincrônica constitui evidência da ausência de configuração fonológica da raiz para a atribuição de uma das três formas. Além disso, o fato de a forma ões ser a que lidera as possibilidades de alternância, e não a forma ãos, correspondente à flexão regular, constitui mais uma evidência de que não há uma regra default sendo acionada. Isso também coloca a Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

11 questão sobre a inferência probabilística relativa ao padrão mais frequente no léxico, que será tratada na seção relativa à análise dos dados. 3. Hipóteses e Metodologia Conforme mencionado anteriormente, a alternância em questão não é muito frequente em amostras de fala espontânea. Em levantamento realizado na Amostra Censo (PEUL/UFRJ) foram encontradas 149 ocorrências, sendo que destas, 146 ocorreram com o plural esperado. Foram encontrados, portanto, apenas três casos de ocorrência de plural diferente do esperado (anães, irmões, decisãos). 92% das palavras encontradas tinham o plural esperado em ões, e eram, em sua maioria, palavras com alta frequência de ocorrência, segundo levantamento feito na base de dados do Projeto ASPA/UFMG ( como visitações, latões, fiações, anciões, brigões, confraternizações, machões, ostentações, e Brizolões. Sendo assim, não foi possível conduzir a pesquisa com ocorrências de fala espontânea, embora esta seja a metodologia mais adequada para estudos sociolinguísticos, uma vez que objetiva-se estudar o vernáculo. Diante disso, foi elaborado um teste de produção de formas de plural de palavras em ão, controlando-as em função do plural esperado e da frequência de ocorrência dos itens no plural. O levantamento feito por Silva et al. (2005) da frequência de tipo das três terminações de plural na base ASPA/UFMG, apresentada no Quadro 1 a seguir, mostra a frequência de tipo de cada padrão de plural das palavras terminadas em ão. 4 Disponível em Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

12 Tipo Total de itens Frequência de Ocorrência Singular em ão Plural em ãos Plural em ães Plural em ões Quadro1: Frequência de tipo e de ocorrência de ão, ãos, ães, e ões na base ASPA Essa distribuição reflete a encontrada por Huback (2010) utilizando o Dicionário Eletrônico Houaiss, sendo o plural em ões o tipo mais frequente de plural das palavras terminadas em ão. Para a realização desta pesquisa, foi elaborado um teste de produção, nos mesmos moldes de Huback (2007), em que palavras terminada em ão no singular foram apresentas aos sujeitos do teste por escrito seguidas de frase com contexto de plural para que os sujeitos pudessem completá-las produzindo a forma de plural correspondente ao espaço em branco, conforme nos exemplos a seguir. Os indivíduos foram instruídos a completar a sentença com a forma de plural correspondente. As respostas foram gravadas em gravador digital. O teste durou cerca de 5 a 10 minutos a depender do informante. Mão Os assaltantes tinham cheiro de pólvora nas. Pão Aquela padaria tem os melhores do bairro. Prisão As do nosso país são desumanas. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

13 As palavras utilizadas no teste foram selecionadas na base do projeto ASPA, em função do tipo de plural esperado ( ãos, ães, e ões) e em função da frequência de ocorrência no plural. Foram utilizadas 24 palavras, 8 com plural etimológico em ãos, 8 com plural etimológico em ães e 8 com plural etimológico em ões, sendo, em cada grupo, metade de alta frequência de ocorrência e metade de baixa frequência de ocorrência no plural. Os itens selecionados e a frequência de ocorrência correspondente estão apresentados no Quadro 2 a seguir. Palavras +frequentes Número de ocorrências Palavras frequentes Número de ocorrências -ãos Cidadãos Irmãos Órgãos Mãos Nãos 5 Chãos Sótãos Pagãos ães Capitães Pães Cães Alemães Capelães Tabeliães Escrivães Catalães ões Prisões Ladrões Caminhões Decisões Circuncisões Mamões Tecelões Pavões Quadro 2: Lista das palavras utilizadas no teste de produção e sua frequência de ocorrência no plural (Severino, 2013:46) Na aplicação do teste, foi evitada a apresentação de itens lexicais com o mesmo tipo de plural esperado em sequência. Também foram inseridos no teste 24 itens distratores, isto é, itens com forma de singular e plural diferente da do objeto de estudo, entre cada estímulo terminado em ão. 5 No teste, o item não foi utilizado na função de substantivo como em Recebemos muitos nãos até sermos aceitos. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

14 Os sujeitos da pesquisa foram organizados de acordo com três faixas etárias, dois níveis de escolaridade e sexo. As faixas etárias foram de 7 a 14 anos, 15 a 25 anos, 26 a 49 anos, e 50 anos ou mais. Os níveis de escolaridade foram ensino fundamental (completo ou incompleto) e ensino superior (completo ou incompleto). Foram utilizados os mesmos intervalos de faixa etária das amostras de fala espontânea Censo 1980 e Censo 2000 (PEUL/UFRJ), para possibilitar a comparação a outros processos de mudança na comunidade de fala do Rio de Janeiro. A amostra é composta de indivíduos da região de Bangu e Campo Grande (Zona Oeste do Rio de Janeiro), com ensino fundamental completo ou incompleto e de universitários de diversos cursos da UFRJ. Os testes foram realizados por um total de 70 indivíduos, distribuídos de acordo com o Quadro 3 a seguir: Homem Mulher Homem Mulher Ensino Fundamental Ensino Superior 7 a 14 anos a 25 anos a 49 anos anos ou mais Quadro 3: Distribuição dos indivíduos por células (Severino, 2013:49) As variáveis linguísticas utilizadas na codificação dos dados foram: Frequência de ocorrência da palavra no plural: + frequentes e frequentes Plural etimológico da palavra: plural esperado em ãos, em ães, e em ões As variáveis não-linguísticas foram: Faixa etária: 7 a 14 anos, 15 a 25 anos, 26 a 49 anos, e 50 anos ou mais Sexo: homem e mulher Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

15 Escolaridade: ensino fundamental e ensino superior Os dados obtidos com o teste de produção foram transcritos, codificados e submetidos à análise estatística no programa Goldvarb (versão 2001) e os resultados encontrados estão apresentados na próxima seção. Uma vez que os diversos fatores que compõem as variáveis independentes atuam em conjunto na escolha de uma ou outra variante de um fenômeno variável, de acordo com Naro (2003), entender o quanto cada um desses fatores contribui para a escolha de determinada variante é de grande importância para o pesquisador. Segundo Scherre (1996), nos fenômenos que apresentam duas variantes, as probabilidades (ou pesos relativos) acima de 0,50 indicam um favorecimento da aplicação da regra variável, enquanto probabilidades abaixo de 0,50 indicam um desfavorecimento desta. Além de calcular o peso de cada variável independente, o programa estatístico utilizado seleciona as variáveis que são relevanates do ponto de vista estatístico, aquelas que atuam na ocorrência de uma ou outra variante. Além do Goldvarb, também foi utilizado o Programa Rbrul para possibilitar a verificação do efeito da variável item lexical. O Programa Rbrul 6 (JOHNSON, 2009) é um programa estatístico capaz de realizar os mesmos procedimentos de análise estatística do Goldvarb além de permitir, entre outras coisas, que se verifique o efeito de variáveis aleatórias como, por exemplo, o papel do indivíduo e do item lexical (GOMES, 2012). De acordo com Bybee (2001, 2010), a frequência de uso do item lexical tem impacto em sua representação. Assim itens lexicais mais frequentes vão ter representação mais robusta, vão ser mais acessados e por isso serão menos suscetíveis a processos analógicos, tendendo, então, a manter o plural esperado. Além disso, a alternância entre morfemas de plural vai tender à realização da forma ões, tipo de plural mais frequente de itens terminados em ão. 6 Programa disponível em Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

16 Segundo Gomes e Gonçalves (2010), a inferência probabilística de padrões de flexão de plural para itens com mesma configuração sonora por exemplo, itens terminados em ão, itens terminados em ditongo oral decrescente ( au, ɛu, eu ou ɔu, em chapéu, papel, pau, sal) é feita a partir da relação entre a forma base e a forma no plural de um grupo específico de palavras dentro do léxico (inferência local) e não, a partir do léxico como um todo (inferência global), isto é, tomando o léxico como um todo. Se assim o fosse, haveria tendência à predominância de plural em s nas situações em que a forma no plural não está acessível ou não existe. Essa hipótese se baseia na evidência fornecida pelos resultados de flexão de pseudopalavras terminadas em ditongos orais decrescentes, em que houve a predominância da forma is, e nas palavras de baixa frequência com plural regular esperado, como céu e véu, que tenderam à realização com is. Diante disso, propõe-se nesse artigo que, se os falantes inferem a produtividade de uma forma a partir da frequência de tipo no léxico, conforme o postulado pelo Modelo de Redes, um falante com pouca experiência com o padrão ões (o padrão com maior frequência de tipo na língua), isto é, com poucas instância de formas em ões armazenadas no léxico, poderia apresentar inferências diferentes (em ãos, por exemplo). A seção a seguir apresenta os resultados encontrados para os dados obtidos na produção elicitada de formas de plural em itens terminados em ão. 4. Resultados A distribuição geral das ocorrências obtidas no teste de produção mostra que a forma ões foi a que mais ocorreu nas respostas: 742 ocorrências de ões, correspondendo a 48% do total de respostas; 512 ocorrências de ãos, correspondendo a 33% e 288 ocorrências de ães, correspondendo a 19% do total de dados obtidos. Assim como no trabalho de Huback (2007, 2010), também foi verificada a predominância da variante ões como forma de plural de nomes terminados em ão, o padrão mais frequente para estes itens conforme informado no Quadro 1 da seção 3. O Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

17 padrão ãos, mesmo sendo o padrão regular do português, formado pelo acréscimo do s às formas de singular terminadas em segmentos vocálicos, não tem uma frequência de tipo tão alta quanto o padrão ões, ao tomar-se esse grupo em particular no léxico. Portanto, conforme o postulado por Bybee (1995), não é a regularidade que faz com que um padrão seja mais produtivo, mas a frequência de tipo deste padrão, a quantidade de itens diferentes a que este padrão se aplica. A Tabela 1 a seguir apresenta a distribuição das três variantes em função do plural esperado para os itens do teste. As diferenças de total de respostas para os três tipos se deve ao fato de que, em algumas respostas, os falantes produziram a forma da palavra no singular. Plural esperado Respostas dadas -ãos % -ães % -ões % -ãos 364/ % 13/479 2 % 102/ % -ães 88/ % 256/ % 184/ % -ões 60/ % 19/535 3 % 456/ % 512/ % 288/ % 742/ % Tabela 1: Distribuição das três variantes em função do plural esperado (Severino, 2013:55) Os resultados apresentados na tabela 1 indicam que há possiblidade de alternância das três formas de plural para os itens terminados em ão independentemente do plural esperado. Houve predominância do plural esperado para cada grupo, sendo o grupo com plural esperado em ões o que teve maior percentual de ocorrência da forma esperada (85%). Tanto no grupo de itens com plural esperado em ãos quanto no dos itens com plural esperado em ães, a forma ões é a segunda forma Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

18 mais frequente, correspondendo a, respectivamente, 21% e 34% das ocorrências. Além disso, diferentemente do obtido em Huback (2010), os itens com plural esperado em ães foram os que mais ocorreram com a variante ões, se comparado com as com plural esperado em ãos. Considerando a predominância de plural esperado para o grupo de itens com plural esperado ões, estes dados foram retirados e a análise multivariada, para verificar o efeito das variáveis em estudo, foi realizada somente com os outros dois grupos de itens, tendo a variante ões como o valor de aplicação. As variáveis selecionadas, na seguinte ordem, foram: frequência de ocorrência do item lexical, escolaridade, plural esperado e faixa etária. Primeiramente serão apresentados os resultados relativos às variáveis linguísticas, seguidos dos resultados das variáveis sociais. Conforme pode ser observado na Tabela 2, os itens com baixa frequência de ocorrência foram os que tenderam a ocorrer com a forma plural em ões, confirmando a hipótese de Bybee (2001, 2010) mencionada anteriormente e o encontrado no trabalho de Huback (2007, 2010). Frequência de Ocorrência Apl/Total % Peso Relativo + Frequentes 89/ % 0,336 - Frequentes 197/ % 0,689 Total 286/ % Tabela 2: Realização do plural ões em função da frequência de ocorrência (Severino, 2013:59) Esse resultado era esperado, pois, de acordo com a hipótese dos Modelos baseados no Uso, a experiência do falante tem impacto na representação. Assim, palavras com baixa frequência de ocorrência têm representação lexical fraca e, para Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

19 serem acessadas, precisam que a conexão com a sua rede seja ativada, ficando dessa forma mais propensas a sofrerem mudança analógica, isto é, serem flexionadas de acordo com o padrão mais frequente do esquema do qual fazem parte. Por outro lado, as palavras +frequentes, por terem representação lexical forte, são facilmente acessadas e tendem a manter sua forma, sendo menos sujeitas à analogia. Portanto, a experiência que se tem com a forma no plural se mostra de grande importância, no sentido de que, quando o falante não está familiarizado com a palavra no plural ou não consegue acessá-la, entra em ação o padrão morfológico mais produtivo para as palavras terminadas em ão, que é o plural em ões. A Tabela 3 a seguir apresenta os resultados obtidos para a variável plural esperado, que corresponde à origem etimológica da forma de plural. Plural Esperado Apl/Total % Peso Relativo -ãos 102/ % 0,410 -ães 184/ % 0, / % Tabela 3: Realização do plural ões em função do plural esperado (Severino, 2013:60) Diferentemente dos resultados obtidos por Huback (2010), em que os itens com plural esperado em ãos favoreceram a realização de formas de plural com ões, os resultados obtidos neste estudo indicam que os itens lexicais com plural esperado em ães têm uma maior tendência a adotar o padrão morfológico ões (peso relativo.582) do que os itens com plural esperado em ãos (peso relativo.410). É possível que a diferença de resultados obtidos nos dois estudos resida no fato de que os itens lexicais usados não serem exatamente os mesmos, além de ães ser o padrão com menor frequência de tipo na rede das palavras terminadas em ão. Huback (2010) argumenta que a alta conservação do plural dos itens com plural esperado em Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

20 ães no seu estudo pode estar relacionada aos itens monossílabos cães e pães, itens estes que, nos resultados obtidos pela autora, não mudaram seu plural em nenhuma ocorrência. Por outro lado, os itens monossílabos são os itens de maior frequência de ocorrência. A lista de itens com plural esperado em ães do presente estudo contém itens lexicais com frequência bem abaixo dos utilizados no teste de Huback, o que remete ao efeito de frequência. Os itens de mais baixa frequência do estudo de Huback foram escrivão (91) e guardião (76) e os do presente estudo capelão (13), tabelião (17) e catalão (98). Os resultados revelam, portanto, uma interação entre frequência de tipo e frequência de ocorrência, em que o padrão com maior frequência de tipo é aplicado a itens que pertencem a outro padrão menos frequente e a itens com baixa frequência de ocorrência individual. Na Tabela 4 a seguir são apresentados os resultados para a segunda variável selecionada, a variável escolaridade: Escolaridade Apl/Total % Peso Relativo EnsinoFundamental 209/ % 0,658 Ensino Superior 77/ % 0, / % Tabela 4: Realização do plural ões em função da escolaridade (Severino, 2013:62) Constata-se que os indivíduos com menos escolaridade demonstraram uma maior tendência ao uso do plural ões para a marcação do plural de um item cujo plural esperado não seja este, por exemplo, cidadões em vez de cidadãos, escrivões em vez de escrivães, órgões em vez de órgãos, do que os indivíduos com ensino superior, resultado ratificado pelos respectivos pesos relativos de cada fator,.658 e.314. Os indivíduos com ensino superior demonstram, portanto, uma maior tendência a manter o plural esperado. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

21 A experiência de uso com a forma no plural bem como o valor associado ao uso da forma de plural esperada parece ter influência nesses resultados. Os falantes que possuem ensino superior podem ser mais sensíveis ao valor social atribuído ao uso da forma de plural esperada para os itens em questão. A Tabela 5 a seguir apresenta os resultados para faixa etária. Faixa Etária Apl/Total % Peso Relativo 7-14 anos 42/ % 0, anos 89/ % 0, anos 70/ % 0, anos ou mais 85/ % 0, / % Tabela 5: Realização do plural ões em função da faixa etária (Severino, 2013: 63) Os resultados para a variável faixa etária revelam que as crianças (7-14 anos), os indivíduos jovens (15 a 25 anos), e os indivíduos mais velhos (50 anos ou mais) demonstram uma maior tendência à adoção da forma de plural em ões do que os indivíduos em faixa etária mediana (26-49 anos). Os percentuais de uso dessa variante por esses indivíduos é 30%, 30%, 29% e 24% respectivamente. Estes resultados indicam um padrão de variação estável e não de mudança em progresso. Isto porque, através do construto do tempo aparente, os indícios de mudança em progresso são constatados através da diferença na distribuição da variante pelos extremos etários. Em casos de mudança em progresso, o que se verifica, normalmente, é que os extremos etários têm resultados distantes um dos outros. Conforme pode ser observado na Tabela 5, não há diferença significativa entre as faixas 15 a 25 anos e 50 ou mais. 7 O peso relativo para esta faixa etária aparece invertido com relação ao seu percentual co rrespondente. A razão pode estar relacionada às diferentes quantidades de dados para cada faixa, resultado da produção ed formas sem flexão por alguns dos sujeitos e à distribuição dos dados para esta faixa etária em função de todas as variáveis consideradas. A variável ensino superior, por exemplo, não contava com dados relativos a essa faixa etária. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

22 Com o objetivo de verificar o papel do item lexical na variação em questão, os dados foram submetidos à análise estatística do Programa Rbrul, considerando os mesmos grupos de fatores avaliados pelo Goldvarb e incluindo uma variável relativa ao item lexical. Os grupos de fatores selecionados foram os mesmos da rodada no Goldvarb, incluindo o item lexical. A Tabela 6 a seguir apresenta o resultado para o grupo de fatores item lexical. Item Frequência de plural em ões Peso Relativo Tabelião 74,6% Catalão 61,9% Cidadão 53,6% Capelão 53,2% Pagão 51,6% Escrivão 40% 0.52 Capitão 27,3% Alemão 24,3% Irmão 15,7% Chão 14% 0.22 Sótão 10,2% Não 9,8% Órgão 4,7% Mão 2,9% Pão 1,5% Cão 0% --- Tabela 6: Realização do plural ões por item lexical (Severino, 2013:66) Os resultados apresentados na Tabela 6 mostram que, de fato, algumas palavras estão mais propensas a serem produzidas com a forma de plural em ões do que outras, Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

23 como é o caso de tabelião, catalão, cidadão, capelão e pagão. Também, observa-se que um dos dois itens monossilábicos com plural esperado em ães apresentou variação, mesmo com baixa frequência de ocorrência, com ões. Esses resultados parecem confirmar a hipótese anteriormente mencionada de que é possível que haja um processo de mudança que se implementa em algumas palavras, segundo os pressupostos da Difusão Lexical, como constatado por Huback (2010). Isto é, uma mudança que se implementa gradualmente pelo léxico, neste caso, atingindo os itens cuja forma de plural esperado têm baixa frequência de ocorrência, sem que haja uma configuração estrutural específica para esses itens que os diferencie de outros que se mantém estáveis com a produção majoritária do plural etimológico esperado. Com relação aos monossílabos mão, chão, não e pão, muito embora, nos resultados obtidos por Huback (2010), os itens monossílabos tenham sido categóricos na manutenção do plural etimológico esperado, nos dados obtidos para a comunidade de fala do Rio de Janeiro, o comportamento desses itens foi diferente. Mesmo baixos, os percentuais revelam que é possível encontrar variação nesse grupo como mões, chões, nões, e mesmo pões. Uma explicação possível para essas ocorrências pode estar relacionada com a experiência dos falantes com as formas de plural propriamente ditas. Isto é, considerando o perfil social dos sujeitos da pesquisa, principalmente os de ensino fundamental, é possível que sejam pouco familiarizados com formas de plural e, dessa forma, a alta frequência de tipo do padrão ões pode fazer com que seja a forma utilizada na situação do teste. Os resultados obtidos para os grupos de fatores frequência de ocorrência, plural esperado e item lexical indicam que a tendência à realização da forma ões é um processo de mudança que parece afetar alguns poucos itens lexicais dos usados no teste, uma mudança que se implementa gradualmente pelo léxico atingindo primeiramente os itens menos frequentes, principalmente aqueles que pertencem ao grupo com plural esperado ães, embora não tenha sido possível capturá-la através do construto do tempo aparente aplicado a dados de produção controlada. Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

24 Considerações Finais Os resultados obtidos com o teste de produção fornecem evidências que corroboram alguns dos pressupostos do Modelo Único e do Modelo de Redes relacionados à representação de formas regulares e irregulares e à não existência de uma regra default, bem como pressupostos relacionados à produtividade de um padrão morfológico. De acordo com esses modelos, na ausência de uma forma de plural representada no léxico ou de dificuldade de acesso ao item, como no caso de palavras de baixa frequência, esta é gerada a partir da associação com o padrão de maior frequência de tipo para os itens de um determinado esquema. A maior tendência à realização de ões ao invés de ãos mostra que os falantes fazem inferência probabilística do padrão mais frequente para as palavras terminadas em ão e não aplicam uma regra default do tipo acrescente s. Assim, a produtividade do padrão morfológico foi determinada pela frequência de tipo no léxico. Os resultados obtidos com o teste de produção também revelam que, assim como o atestado para a comunidade de fala de Belo Horizonte, na comunidade de fala do Rio de Janeiro, o plural de palavras terminadas em ão também se caracteriza como um caso de mudança em progresso em direção ao plural ões para alguns itens lexicais. Essa mudança é resultante de uma relação analógica baseada em similaridades sonora e semântica com itens previamente experienciados, como postula Bybee (2010). Esta mudança só é atestada, porém, se incluirmos o item lexical como uma variável de análise. Os resultados também indicam que é possível que a mudança não atinja o léxico como um todo, mas apenas alguns itens individualmente, como, por exemplo, os itens com baixa frequência de ocorrência no plural e itens cujo plural é do tipo menos frequente, os que fazem o plural em ães. É possível que, para alguns itens, a mudança esteja bem avançada conforme pode ser atestado para o item tabelião, neste estudo, e pelo uso, inclusive na escrita, do item guardiões (forma não testada no presente estudo). Web-Revista SOCIODIALETO NUPES DD / LALIMU, v. 6, nº 18, mai./

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