AULA 13. Espécies de Intervenção de terceiro no novo CPC. d) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
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- Thalita Aires Coelho
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1 Turma e Ano: Master A (2015) 11/05/2015 Matéria / Aula: Direito Processual Civil / Aula 13 Professor: Edward Carlyle Silva Monitor: Alexandre Paiol AULA 13 CONTEÚDO DA AULA: assistência: simples e litisconsorcial a) Assistência b) Denunciação da lide Espécies de Intervenção de terceiro no novo CPC c) chamamento ao processo d) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica e) Amicus Curiae obs1: A oposição não é mais espécie de intervenção de terceiro. Ela passou a ser procedimento especial e está no art. 682 e seguintes do NCPC 5) ASSISTÊNCIA (art. 50 a 55 CPC e art. 119 a 123 NCPC) É a mais comum e a mais admitida no curso do processo. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. (art NCPC) Existe algumas condições para o ingresso de terceiro como assistente: a) Pendência da relação processual: Essa condição afirma que não há possibilidade de ingressar como assistente em processo encerrado. O processo deve estar pendente, até mesmo no 2 grau de jurisdição. b) Interesse jurídico daquele terceiro: ocorre quando a esfera jurídica do terceiro é atingida por determinada decisão proferida em processo do qual ele não faz parte. Por exemplo: A é credor de B, só que B está sendo demandado por C. Naquele processo, C consegue penhora e
2 leiloa o carro de B, por força de uma decisão judicial. Eu sei que o carro de B é o único bem que ele tem para pagar a dívida, então C penhora e leiloa o carro de B. A credor, não terá onde fazer incidir atos executivos no patrimônio do devedor B. A, credor, teria interesse jurídico em ingressar no processo como assistente de B para evitar a penhora? NÃO. Isto porque a decisão acerca da penhora não faz com que ele deixe de ser credor de B. Ele continua credor de B com os mesmos poderes e deveres. O credor não perdeu qualquer direito com a penhora do carro de B, o que existe é o risco de que ele não consiga obter o pagamento da dívida, uma vez que o devedor não possui outros bens. Para identificar a espécie de assistência devemos questionar (não são perguntas cumulativas): 1ª) De quem é a relação jurídica de direito material discutida em juízo? Somente do assistido = Assistência Simples Também é do assistente = Assistência Qualificada ou Litisconsorcial 2ª) Com quem o assistente possui relação jurídica? Só com o assistido = Assistência Simples Também possui relação jurídica com o adversário do assistido = Assistência Litisconsorcial Atualmente, o grande critério para descobrir se a assistência é simples ou litisconsorcial é verificar com quem terceiro possui relação jurídica. Isto porque quando o assistente possuir relação jurídica somente com o assistido, a hipótese será de assistência simples. Exemplificando: o locador ingressa com demanda em face do locatário, sendo que o terceiro é o sublocatário que requer seu ingresso como assistente. O locatário é assistido. O critério utilizado é verificar com quem o assistente (sublocatário) possui relação jurídica. No caso da assistência simples, o assistente (sublocatário) possui relação jurídica somente com o assistido, ou seja, há duas relações jurídicas. Aquela entre o assistente e o assistido, e uma outra do autor da demanda com o réu da demanda (isto é, o assistido). São duas relações jurídicas diferentes.
3 Quando a sentença na ação principal for prolatada, ela atingirá o terceiro. No entanto, ela atingirá primeiro o réu, e depois o terceiro. É o que se chama de efeito reflexo ou indireto. Por isso que nesta hipótese existe um interesse jurídico indireto ou reflexo. O assistente não é atingido diretamente pela sentença, uma vez que essa irá decidir a relação jurídica entre o autor e réu. 5.1 Espécies Assistência simples, Comum ou Adesiva (art. 52 e 53 CPC) Assistência simples (interesse jurídico INDIRETO) significa que o terceiro é titular de relação jurídica de direito material CONEXA a principal. O terceiro não é titular da relação jurídica de direito material discutida em direito. Exemplo clássico Art. 52. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de negócios. Art. 53. A assistência não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a intervenção do assistente. Da Assistência Simples (NCPC) Art O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
4 Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. Art A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. Art Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. O assistente simples possui todos os poderes da parte assistida. Não pode haver antagonismo de vontades, ou seja, a vontade do assistente não poderá ser diversa da vontade do assistido. Se houver antagonismo de vontades, sempre prevalecerá a vontade de assistido, porque ele é o titular da relação jurídica de direito material discutida no processo. Exceções: 1. Art. 130 CPC - Juiz determina de ofício a produção de prova por considerá-la necessária para a formação do seu convencimento. Exemplo: Antagonismo de vontades - Assistente requer a produção de determinada prova, mas assistido não concorda. Observe-se que o juiz não pode deferir o pedido do assistente em detrimento da vontade do assistido, sob pena de anulação da decisão. O juiz deve afirmar que prevalece a vontade do assistido, mas que por considerar essencial aquela prova para a formação do seu convencimento, ele determina a sua produção de ofício. 2. Assistido inerte - se decorrer o prazo de manifestação in alvis (em branco) não há antagonismo de vontades, prevalecendo a vontade do assistente.
5 Embora o assistente simples participe do processo com os mesmos poderes do assistido, ele não poderá se opor caso o assistido reconheça a procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre direitos controvertidos, tendo em vista que o assistido é o titular da relação jurídica de direito material (art. 53 CPC e 122 NCPC). Na hipótese de réu revel, o assistente simples passará a ser seu gestor de negócios somente em relação a este processo. Imaginemos a hipótese de transação entre autor e assistente simples, sendo o réu revel. Esta transação pode ser homologada pelo juiz? Não, pois o assistente simples não pode transigir sobre relação jurídica de direito material alheia, ainda que a transação seja vantajosa para o réu revel. O papel do assistente simples é somente apresentar argumentos na tentativa de convencer o juiz que o autor não tem razão. O réu revel pode ingressar no processo? Sim, mas receberá o processo no estado em que se encontra. Com o ingresso do réu revel no processo, o assistente simples deixará de ser gestor de negócios, voltando a ser apenas um assistente simples. Se o réu citado não responder, o assistente simples tem como evitar o efeito material da revelia (presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo autor)? Sim, desde que o assistente consiga ingressar no processo e apresente a resposta dentro do prazo de 15 dias. Neste caso, a revelia irá ocorrer (ausência de contestação pelo réu), mas o seu efeito material poderá ser afastado. Ex1: Interdição cumulada com anulação de negócios jurídicos - terceiro que comprou um apartamento do possível interditado poderá ingressar como assistente deste, com o
6 objetivo de evitar que a sua compra e venda seja anulada, embora não tenha relação direta com o processo de interdição. Ex2: Nulidade de registros - o dono do cartório onde foram realizados os registros poderá ingressar como assistente simples daqueles que tiveram seus registros questionados, a fim de evitar futuras ações de indenização Assistência Qualificada ou Litisconsorcial (art. 124 NCPC) Art Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. Na assistência simples, o terceiro possui relação jurídica com o assistido. Na assistência litisconsorcial isso não ocorre. Nesta hipótese, o terceiro assistente que vai ingressar no processo não tem relação jurídica tão somente com o réu; tem relação jurídica também com o adversário do assistido. Na assistência litisconsorcial, temos o regime da unitariedade, ou seja, relação jurídica de direito material una com vários coobrigados, vigorando as regras do litisconsórcio unitário. POLO ATIVO
7 POLO PASSIVO A assistência qualificada ou litisconsorcial é hipótese de assistência ou litisconsórcio? Existem 6 correntes 1ª corrente: Vicente Greco Filho Assistência o assistente litisconsorcial é um assistente, isso porque a assistência litisconsorcial está tratada na seção de assistência. Os poderes e deveres estão na seção da assistência, e o fato de ser litisconsorcial seria apenas uma característica da assistência. Art. 54. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentença houver de influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. Parágrafo único. Aplica-se ao assistente litisconsorcial, quanto ao pedido de intervenção, sua impugnação e julgamento do incidente, o disposto no art ª corrente: Humberto Theodoro Jr, Ovídio Batista - Litisconsórcio. Isso porque se eles têm poderes, mesmos ônus e é titular da mesma relação jurídica de direito material, ele é litisconsorte, e não assistente. Além disso, a lei afirma expressamente no art. 54 CPC ou no art. 124 NCPC, que ele é um litisconsorte Art Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
8 3ª corrente: Arruda Alvim, Alexandre Câmara - Assistente tratado como litisconsorte. 4ª corrente: Nelson Nery Jr. (mais adotada na jurisprudência) - Litisconsorte facultativo superveniente, ou seja, ele poderia ter sido litisconsorte originalmente, mas não foi. Posteriormente no curso do processo, ele ingressa na demanda como assistente litisconsorcial 5ª corrente: Praticamente não é mais adotada (Barbosa Moreira e Reis Fried) - Intervenção litisconsorcial voluntária. O terceiro ingressa depois da citação, mas com as vestes de assistente litisconsorcial. Como o litisconsórcio facultativo somente pode ser admitido se for originário, qualquer ingresso posterior seria intervenção litisconsorcial voluntaria, salvo quando existir previsão legal, como é o caso de assistência litisconsorcial. 6ª corrente: 6) Genacéia Alberton: Pode ocorrer em dois casos Assistente litisconsorcial: a) Interesse para agir e intervir (poderiam ter sido litisconsortes): Cotitular da relação jurídica de direito material (poderia ter ajuizado a demanda ou ser demandado) Colegitimidade ou plurissubjetividade extraordinária para ajuizar a demanda b) Interesse para intervir: Art. 42 CPC - alienação de objeto litigioso Fim da aula 13
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