OS CRIMES DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA A POSSIBILIDADE JURÍDICA DE PUNIÇÃO FRENTE AO DIREITO PENAL PÁTRIO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "OS CRIMES DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA A POSSIBILIDADE JURÍDICA DE PUNIÇÃO FRENTE AO DIREITO PENAL PÁTRIO"

Transcrição

1 OS CRIMES DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA A POSSIBILIDADE JURÍDICA DE PUNIÇÃO FRENTE AO DIREITO PENAL PÁTRIO presente artigo trata da possibilidade jurídica de punição dos crimes cometidos pelos agentes do Estado brasileiro no período da ditadura militar, analisando-se tal possibilidade à luz do Direito Penal pátrio em vigor, considerando a Lei nº 6.683/79 (Lei da Anistia), a decisão proferida pelo STF na ADPF nº 153 e a sentença do Caso Araguaia." Após o fim do período da ditadura militar brasileira, o Brasil, gradativamente, caminhou para o Estado Democrático de Direito. Com o advento da Constituição Federal de 1988, instaurou-se uma nova ordem jurídica. Todavia, daquele período de excessos por parte do Estado restaram graves violações a direitos humanos, que restaram sem a responsabilidade dos seus autores.* A propositura da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental ADPF, em 2008, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil CFOAB, foi o início do caminho trilhado em direção à responsabilização penal dos envolvidos nas atrocidades cometidas pelo Estado naquele período. Em que pese tenha sido julgada improcedente a ADPF, pelo Supremo Tribunal Federal, perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos CIDH, o Brasil foi condenado a investigar, processar, e se fosse o caso, punir os responsáveis pelas violações de direitos humanos praticadas pelo Estado durante o Regime Militar. Ainda, considerou a CIDH inválida a Lei da Anistia (nº 6.683/79). Nesse contexto, o presente artigo trata da possibilidade jurídica de punição dos crimes cometidos pelos agentes do Estado brasileiro no período da ditadura militar, analisando-se tal possibilidade à luz do Direito Penal pátrio em vigor, considerando a Lei nº 6.683/79 (Lei da Anistia), a decisão proferida pelo STF na ADPF nº 153 e a sentença do Caso Araguaia. OS CRIMES DA DITADURA MILITAR Sabe-se que, no período do regime militar, os agentes a serviço do Estado cometeram excessos. A pesquisa desenvolvida nesse artigo leva a verificar se há, ou não, a possibilidade jurídica de punição dos crimes 1 praticados pelos agentes da ditadura militar, contudo, cumpre, primeiramente, expor os tipos penais em que comumente incorriam alguns dos agentes da ditadura naquele período, para aferir quais seriam puníveis, se é que ainda o são. Na obra intitulada Anistia penal: problemas de validade da Lei de Anistia brasileira (nº 6.683/79), de Swensson Júnior, faz-se menção aos seguintes delitos, tipificados no Código Penal de 1940, que teriam sido praticados pelos agentes do Estado durante o regime militar: I crimes contra a vida e integridade corporal: homicídio (art. 121), lesões corporais (art. 129), maus-tratos (art. 136), omissão de socorro (art. 135); II crimes contra a liberdade individual privação arbitrária de liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado (art. 148), constrangimento ilegal (art. 146), ameaça (art. 147), violação de domicílio (art. 150); III crimes contra o patrimônio: furto (art. 155), dano (art. 163), apropriação indébita (art. 168); IV crimes contra o respeito aos mortos: destruição ou ocultação de cadáver (art. 211); V crimes contra a liberdade sexual: estupro (art. 213), atentado violento ao pudor (art. 214); VI crimes de falsificação: falsificação de documento público (art. 297), atestado falso por médico (art. 302); VII crimes contra a administração pública: concussão (art. 316), violência arbitrária (art. 322), abuso de autoridade (art. 350), e condescendência criminosa (art. 320). 2 Haja vista estes delitos terem sido, em tese, cometidos entre 1964 a 1979, e prevendo o art. 109 do CP, a prescrição máxima de 20 (vinte) anos, constata-se que os tipos penais acima elencados estão prescritos, com apenas algumas exceções devido às suas peculiaridades. Tratam-se dos crimes de sequestro e ocultação de cadáver, quando considerados crimes permanentes. 16 PRÁTICA JURÍDICA - ANO XIII - Nº ABRIL/2014

2 DIVULGAÇÃO AS IMPLICAÇÕES DOS CRIMES PERMANENTES FRENTE À LEI Nº 6.683/79 A iniciar pela conduta tipificada como sequestro, que já estava presente no CP durante o período da ditadura, diz o art. 148, caput, do CP, com o mesmo teor desde a sua promulgação: Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. A conduta definida como crime e pena abstrata cominada dizem respeito ao tipo penal do sequestro em sua forma simples. Ocorre que os sequestros praticados pelos agentes da ditadura estão a ultrapassar o tempo, sendo, nesse caso, a conduta de sequestro praticada em sua forma qualificada, nos termos do 1º do inciso III do art. 148 do Diploma Penal, in fine: A pena e de reclusão de 2 (dois) anos a 5 (cinco) anos; (...) III se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias. Destarte, uma vez que as vítimas estão desaparecidas, em geral, desde os anos 1970, superando a marca de 15 dias definida pela Lei Penal, há lugar para a forma qualificada do delito. No caso específico das vítimas do regime militar que teriam sido sequestradas, inexistindo qualquer declaração judicial de morte presumida (prevista no art. 7º do Código Civil), bem como a ausência total de vestígios, ou exame de corpo de delito (direto ou indireto), pode-se inferir que o delito ainda persiste, sendo um crime permanente. Nesse viés, entende o STF que o crime de sequestro qualificado é crime de natureza permanente enquanto não encontrada a vítima, ou seus restos mortais, restando evidente que o delito ainda está em consumação, tal como no pedido de Extradição nº 974. A República Argentina buscou no STF o deferimento do pedido para extraditar o nacional uruguaio Major Manuel Cordeiro Paicentini, que participou da Operação Condor, uma organização terrorista, secreta e multinacional para caçar adversários políticos dos regimes militares do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia nas décadas de 1970 e Naquela operação diligenciada por PRÁTICA JURÍDICA - ANO XIII - Nº ABRIL/

3 "A consequência de se entenderem os crimes de sequestro e ocultação de cadáver como crimes de caráter permanente, conforme demonstrado pela jurisprudência do STF, é que nem a Lei de Anistia (nº 6.683/79), nem a decisão do STF na ADPF nº 153 tocam aqueles que ainda estariam praticando o sequestro, ou ocultando cadáveres." militares, pessoas foram levadas a uma fábrica abandonada, e lá submetidas a interrogatórios e torturas. A Corte Suprema, em 2009, por maioria de votos, julgou parcialmente procedente o pedido, entendendo que o crime de sequestro praticado naquele caso é crime permanente. Decisão tomada, visto que não foi descoberto o paradeiro da vítima ou de seus restos mortais, portanto não se operando a prescrição sobre aquele fato, sendo juridicamente possível naquele contexto a extradição pleiteada pela República Argentina 3-4. No entanto, merece destaque a conclusão do Ministro Cezar Peluso nesse mesmo julgado, sobre a possibilidade de homicídio nos casos de sequestro permanente: o homicídio não passa no plano jurídico de mera especulação, incapaz de desencadear fluência do prazo prescricional 5. Desse modo, conforme já exposto, não cabe presumir a morte para fins penais. Há outro julgado da Suprema Corte, no pedido de Extradição nº realizado pelo Estado argentino contra o Major do Exército argentino Norberto Tozzo, por crimes de homicídio e desaparecimento forçado (sequestro) praticados em 13 de dezembro de Isto é, em pleno período do regime ditatorial argentino, o STF por maioria de votos julgou parcialmente procedente o pedido, nos termos da Ministra Relatora Cármen Lúcia, que registrou em seu voto: Em relação ao sequestro qualificado, não há que se falar em prescrição, pois se trata de crime permanente no Brasil. Nesse caso, o resultado delituoso se protrai no tempo enquanto a vítima estiver privada de sua liberdade e o prazo prescricional só terá início após a interrupção da ação do agente. 6 Seguindo a relatora, o Ministro Ricardo Lewandowski consignou em seu voto no pedido de Extradição nº 1.150: Senhor Presidente, acompanho integralmente o voto da eminente Relatora. Está calcado no parecer da Procuradoria-Geral da República, que faz menção a um pronunciamento meu feito na Extradição nº 974, em que afirmo que, nos delitos de sequestro, quando os corpos não são encontrados como é o caso que examinamos agora, no qual quatro corpos não foram encontrados, em que pese o fato do crime ter sido cometido há décadas, na verdade, está-se diante de um delito de caráter permanente, com relação ao qual não há como assentar-se a prescrição. 7 Naquela ação, a defesa do extraditando alegou que tais crimes seriam crimes políticos, mas a tese restou afastada pela Ministra Cármen Lúcia: Apesar das alegações apresentadas pela defesa, os fatos pelos quais o Extraditado está sendo processado não constituem crime políticos e militares, mas crimes comuns, afastada, portanto, a aplicação do inciso VII do art. 77 da Lei nº 6.815/80 ao presente caso. 8 Ora, parece evidente, à luz da jurisprudência do STF, conforme os pedidos de extradição julgados em 2009 e 2011, respectivamente, que o crime de sequestro é crime permanente. Também, a Ministra Cármen Lúcia passou a entender que o crime cometido por agentes do Estado durante regimes de exceção com a intenção de combater opositores não é crime político, contrariando a posição anterior na ADPF nº 153, julgada em Sem esquecer, segundo a Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro), nos termos do art. 77, caput, e incisos III e VI, respectivamente, não se poderia deferir o pedido de extradição se o Brasil não detiver competência, conforme suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando (requisito da dupla tipicidade), ou se estiver extinta a punibilidade pela prescrição, conforme a legislação brasileira ou a do Estado requerente. Dessa monta, nos pedidos de extradição supramencionados, não se operou a prescrição. Isso porque, ao teor do art. 111, inciso III, do CP, a prescrição nos crimes permanentes começa a correr a partir do dia em que cessou a permanência, e assim se verifica no caso dos sequestros praticados pelo regime militar. Em sede processual, outra implicação do crime de sequestro ser um crime permanente é a possibilidade de se realizar a prisão em flagrante delito. O Código de Processo Penal assim prevê em seu art. 303: Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. Destarte, como preleciona Lopes Jr., nesses: (...) casos a consumação se prolonga no tempo, fazendo com que exista um estado de flagrância igualmente prolongado. Enquanto durar a permanência, pode o agente ser preso em flagrante delito, pois consi- 18 PRÁTICA JURÍDICA - ANO XIII - Nº ABRIL/2014

4 dera-se que o agente está cometendo a infração penal, nos termos em que prevê o inciso I do art Logo, assiste a possibilidade de qualquer do povo, ou as autoridades policiais e seus agentes, dar voz de prisão em flagrante ao agente que esteja a praticar o crime de sequestro. Em aspecto de direito material, em face do caráter permanente do crime de sequestro qualificado neste caso, por este continuar ainda em execução, deve-se aplicar a lei vigente, como bem sugere Nucci: A regra geral em Direito é a aplicação da lei vigente à época dos fatos (tempus regit actum). No campo penal não ocorre de maneira diversa: ao crime cometido em determinada data, aplica-se a lei penal vigente no mesmo dia, ainda que posteriormente venha a ser proferida a sentença. 10 Ao que se conclui que, estando a conduta delitiva ainda em curso, há de se aplicar a lei vigente. O teor do art. 1º, caput, da Lei nº 6.683/79 lembra que foram anistiados todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de Destarte, os crimes de sequestro, sendo delitos permanentes não exauridos, não estão acobertados pela anistia da Lei nº 6.683/79. Essa afirmação decorre do entendimento do Ministro Eros Grau em seu voto no julgamento da ADPF nº 153 na Corte Suprema, em que assentou o magistrado que essa lei exauriu todos os seus efeitos na sua promulgação. Se a Lei da Anistia exauriu todos os seus efeitos em , e o crime de sequestro continua em execução, pode-se aplicar o CP que ainda vige, mesmo sendo norma mais gravosa. Apresenta-se o entendimento do STF, que editou a Súmula nº 711: A Lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 12 Nessa mesma linha, em relação ao crime permanente, afirma Toledo: Nos crimes permanentes, cuja execução tenha tido início sob império de uma lei, prosseguindo sob o de outra, aplica-se a lei nova se esta tem início de vigência antes enquanto dura a conduta ilícita. 13 Ainda, demonstrando a pacificidade desse entendimento, ensina Nucci: Aplica-se a lei nova durante a atividade executória do crime permanente, aquele cuja consumação se estende no tempo, ainda que seja prejudicial ao réu. 14 Portanto, o ordenamento jurídico penal vigente permite que nos casos de sequestro se aplique a lex gravior, de modo que, nos casos desse estudo, a Lei de Anistia, por ser lei benéfica anterior ao fato, não é aplicável, porquanto a conduta criminosa ainda está em execução. Outrossim, disso decorre que, se eventualmente sobrevier novatio legis in pejus que venha tornar mais rígida a pena ao delito de sequestro, ou, ainda, conferindo-lhe qualidade de crime hediondo, essa nova lei mais gravosa será aplicada aos casos de sequestro como delito permanente. Outro argumento à possibilidade jurídica de punição do crime supramencionado funda-se, acima de tudo, na Sentença do Caso Araguaia, proferida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que, em seu 9º, assim obriga: O Estado deve conduzir eficazmente, perante a jurisdição ordinária, a investigação penal dos fatos do presente caso a fim de esclarecê-los, determinar as correspondentes responsabilidades penais e aplicar efetivamente as sanções e consequências que a lei preveja, em conformidade com o estabelecido nos 256 e 257 da presente Sentença. 15 A referida sentença obriga, tendo em vista ser proferida por Tribunal Internacional que exerce jurisdição sobre os casos internacionais de violação de direitos humanos, devendo ser objeto do controle de convencionalidade perante o Direito interno, conforme defende Mazzuoli 16. Portanto, os argumentos aqui expostos permitem a possibilidade jurídica de punição ao menos ao crime de sequestro, sem necessitar de qualquer consideração à Lei de Anistia e ao julgado pela ADPF nº 153. Ação esta que se sugere possível com base na análise que se fez respaldada na jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Sentença do Caso Araguaia), na jurisprudência do STF (Ext n os 974 e 1.150), nas disposições do CP (arts. 111, inciso III, e 148, caput, e 1º, inciso III) e CPP (art. 158), no Código Civil (art. 7º), e na Súmula nº 711 do STF. Tanto se constatou a possibilidade jurídica de punição desse crime, que o Ministério Público Federal de Marabá já apresentou denúncia recebida contra os responsáveis pelo sequestro dos opositores do regime militar 17, e o Ministério Público Federal de São Paulo apresentou duas denúncias, sendo uma rejeitada, e, a outra, apresentada recentemente, recebida pela Justiça Federal 18. Porventura, se no curso da persecução penal se constatar que a vítima de sequestro faleceu, mas mesmo assim não se localizar o cadáver da vítima, poder-se-á imputar ao agente responsável, além da conduta tipificada como homicídio, o incurso no crime de ocultação de cadáver tipificado no art. 211 do CP, in fine: Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Penal reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Admite-se a possibilidade de imputar o tipo penal supramencionado por ser um crime permanente, tal qual o PRÁTICA JURÍDICA - ANO XIII - Nº ABRIL/

5 sequestro nos casos em que não se localiza a vítima ou seus restos mortais. O Superior Tribunal de Justiça, no RHC nº RJ, manifestou-se no sentido de que o crime de ocultação de cadáver possui a qualidade de crime permanente, sendo cabível, inclusive, a prisão em flagrante: Flagrante. Crime permanente. Ocultação de cadáver. Enquanto não cessada a permanência, perdura o flagrante ensejador da prisão (art. 303, CPP). 19 O Ministro Felix Fischer, no julgamento do REsp nº PR, entendeu que: O crime previsto no art. 211 do CP, na modalidade ocultar, constitui delito permanente. Logo, a consumação se prolonga no tempo. 20 No mesmo norte estabeleceu o STF, ao decidir o HC nº RJ, tendo como relator o Ministro Maurício Corrêa, que em seu voto entoou: Entendo que a retirada do cadáver do local onde deveria permanecer, conduzindo-o para outro local onde não seria normalmente reconhecido, caracteriza o crime de ocultação de cadáver. A conduta foi a de evitar que o crime fosse descoberto e visou, de forma manifesta, destruir a prova do homicídio cometido, o que revela o dolo. Trata-se de crime permanente porque subsiste até o instante em que o cadáver é descoberto, pois ocultar é esconder, e não simplesmente, remover, como pretendem os impetrantes, sendo irrelevante para a incidência do tipo o tempo em que o cadáver esteve escondido sob o veículo estacionado em via pública, provavelmente para simular atropelamento. 21 Consoante a jurisprudência do STF e STJ, os agentes do regime militar que ocultaram os cadáveres das vítimas no intuíto de esconder a prática de homicídio podem ser responsabilizados penalmente em razão do crime de ocultação de cadáver ser crime permanente enquanto não aparecer o cadáver. Outrossim, os efeitos práticos do crime de ocultação de cadáver são os mesmos do crime de sequestro enquanto crime permanente, isto é, em face de prolongação do crime no tempo, a conduta não estaria anistiada pela Lei nº 6.683/79, sendo possível, como já apontado anteriormente, a possibilidade de prisão em flagrante delito daqueles agentes. Neste aspecto destaca Lopes Jr.: (...) a descoberta de um cadáver ocultado, ou de bens e valores (no caso do delito de lavagem), autoriza a prisão em flagrante do agente, pois é como se o crime estivesse sendo praticado naquele momento 22. Pelo apresentado, tem-se a possibilidade jurídica de punir os crimes de sequestro e ocultação de cadáver quando considerados crimes permanentes. Ressalta-se, com isso, que, se admitidas eventuais denúncias apresentadas pelo Ministério Público, prosseguindo-se a investigação dos fatos, independentemente de, ao fim, obter a condenação dos réus, o Brasil estaria cumprindo parcialmente determinação realizada pela Corte Interamericana no Caso Araguaia, evitando qualquer sanção de Direito Internacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Acerca da possibilidade jurídica de punição daqueles crimes cometidos pelos agentes do regime militar, verifica-se possível a persecução penal em relação aos autores dos crimes de sequestro e ocultação de cadáver, tendo em vista que esses crimes, segundo a doutrina e jurisprudência pátrias, são considerados crimes permanentes enquanto não localizada a vítima ou encontrados os seus restos mortais. Logo, a consequência de se entenderem os crimes de sequestro e ocultação de cadáver como crimes de caráter permanente, conforme demonstrado pela jurisprudência do STF, é que nem a Lei de Anistia (nº 6.683/79), nem a decisão do STF na ADPF nº 153 tocam aqueles que ainda estariam praticando o sequestro, ou ocultando cadáveres. Destarte, atualmente, tem-se a possibilidade jurídica de processar e, se for o caso, punir os agentes do regime militar pela prática dos crimes de sequestro, ou ocultação de cadáver, ambos na modalidade de crime permanente. Outrossim, por oportuno, ante essa possibilidade de punir esses delitos, com as denúncias propostas pelo Ministério Público Federal, está o Estado brasileiro, cumprindo, ainda que parcialmente, com a decisão proferida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no Caso Araguaia. NOTA DO AUTOR * Artigo extraído do terceiro capítulo do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito da Universidade Luterana do Brasil, aprovado com grau máximo pela banca examinadora composta pela Orientadora, Professora Dra. Angela Molin, Professor Me. César Peres, Professor Me. Lisandro Luis Wöttrich, em 3 de dezembro de NOTA DA REDAÇÃO Para consultar as notas e referências deste artigo, acesse o site da Consulex ( no link Prática Jurídica, edição nº 145. ARQUIVO PESSOAL MARCELO ERON RODRIGUES DA SILVEIRA é graduando do Curso de Direito da Universidade Luterana do Brasil ULBRA, Campus Gravataí (RS). 20 PRÁTICA JURÍDICA - ANO XIII - Nº ABRIL/2014

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N o 2.379, DE 2006 (MENSAGEM N o 20, de 2006) Aprova o texto do Tratado sobre Extradição entre o Governo da República Federativa

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

PONTO 1: REVISÃO. PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME FORMAL PRÓPRIO + C. CONTINUADO REQUISITO SUBJETIVO.

PONTO 1: REVISÃO. PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME FORMAL PRÓPRIO + C. CONTINUADO REQUISITO SUBJETIVO. 1 DIREITO PENAL PONTO 1: REVISÃO PONTO 2: a) CRIME CONTINUADO PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME CONTINUADO ART. 71 CP 1 é aquele no qual o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois

Leia mais

GABARITO E ESPELHO XXVII EXAME DA ORDEM DIREITO PENAL - PROVA PRÁTICO - PROFISSIONAL

GABARITO E ESPELHO XXVII EXAME DA ORDEM DIREITO PENAL - PROVA PRÁTICO - PROFISSIONAL PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL Considerando a situação narrada, o(a) examinando(a) deve apresentar Memoriais, ou Alegações Finais por Memoriais, com fundamento no art. 403, 3º, do Código de Processo Penal.

Leia mais

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei 1 -Aplicação da Lei Penal no Tempo ART. 1o do CP PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 2 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Funções do Princípio da Legalidade: Proibir a

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO ACÓRDÃO Registro: 2015.0000699565 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0008772-23.2006.8.26.0072, da Comarca de Bebedouro, em que é apelante/apelado PAULO HENRIQUE FRANÇA DE BRITO,

Leia mais

CRIMES HEDIONDOS. Prof. Gladson Miranda. Facebook: GladsonMiranda

CRIMES HEDIONDOS. Prof. Gladson Miranda.   Facebook: GladsonMiranda CRIMES HEDIONDOS Prof. Gladson Miranda www.mentoryconcursos.com.br Facebook: GladsonMiranda LEGENDA DOS EMOTIONS Caiu em prova até 5 vezes Caiu em prova mais de 5 vezes Caiu na prova do concurso Base normativa

Leia mais

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. 2ª edição revista e atualizada

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. 2ª edição revista e atualizada Ana Cristina Mendonça 13 Processo Penal 2ª edição revista e atualizada 2017 capítulo 1 DA APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL Leia a lei: Arts. 1º e 2º, do CPP e arts. 1º, 2º e 6º do Decreto-Lei 4.657/42.

Leia mais

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO MARTÔNIO PONTES DE VASCONCELOS

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO MARTÔNIO PONTES DE VASCONCELOS fls. 74 Processo: 0627098-73.2017.8.06.0000 - Habeas Corpus Impetrante: Alexandre dos Santos Geraldes Paciente: Luiz Fabiano Ribeiro Brito Impetrado: Juiz de Direito da 5ª Vara Júri da Comarca de Fortaleza

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Poder Executivo Responsabilidade do Presidente da República e Lei nº 1.079 de 1950 (Crimes de Responsabilidade) Parte 2. Profª. Liz Rodrigues - Além do PR, podem ser processados

Leia mais

Direito Internacional. Informativos STF e STJ (agosto/2017)

Direito Internacional. Informativos STF e STJ (agosto/2017) Direito Internacional Informativos STF e STJ (agosto/2017) Joyce Lira www.masterjuris.c om.br INFORMATIVO 873 TEMA: ESTRANGEIRO PROCESSO: Ext 1497/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 15.8.2017.

Leia mais

PONTO 1: Prisão 1. PRISÃO. Quanto às espécies de prisão, podemos falar em:

PONTO 1: Prisão 1. PRISÃO. Quanto às espécies de prisão, podemos falar em: 1 DIREITO PROCESSUAL PENAL PONTO 1: Prisão 1. PRISÃO Segundo o art. 5º, LXI, da CF/88, é possível a prisão mediante flagrante delito ou ordem escrita e fundamentada da autoridade competente, salvo transgressão

Leia mais

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. Resumos p Conc v13 -Mendonca -Proc Penal-1ed.indd 3 25/04/ :35:43

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. Resumos p Conc v13 -Mendonca -Proc Penal-1ed.indd 3 25/04/ :35:43 Ana Cristina Mendonça 13 Processo Penal 2016 Resumos p Conc v13 -Mendonca -Proc Penal-1ed.indd 3 25/04/2016 10:35:43 capítulo 1 DA APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL Leia a lei: Arts. 1º e 2º, do CPP e

Leia mais

Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Vol. I

Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Vol. I Resumos Gráficos de Direito Penal Parte Geral Vol. I Arts. 1 o a 120 do Código Penal Atualização OBS: As páginas citadas neste arquivo são da 2 a edição. Pág. 148 Colocar novo item dentro dos destaques

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale Ações de Impugnação revisão criminal Órgão competente para julgar a revisão criminal: (art. 624, CPP) Ações de Impugnação revisão criminal STF TFR (???), TJ, TACRIM (???)

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Associação ocasional (artigo 18, III, da Lei nº. 6.368/76) Eloísa de Souza Arruda, César Dario Mariano da Silva* Com o advento da nova Lei de Drogas (Lei 11.343/06) uma questão interessante

Leia mais

Direito Penal. Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos

Leia mais

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP APLICAÇÃO DA LEI PENAL Art. 1º ao 12 do CP LEI PENAL NO TEMPO Princípio da Legalidade ou Reserva Legal Art. 5º, inciso XXXIX da CR/88: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia

Leia mais

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP Rogério Greco Curso de Direito Penal Parte Geral Volume I Arts. 1 o a 120 do CP Atualização OBS: As páginas citadas são referentes à 14 a edição. A t u a l i z a ç ã o Página 187 Nota de rodapé n o 13

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Meios autônomos de impugnação Prof. Gisela Esposel - Previsão legal: artigo 5 º, inciso LXVIII da CR/88 e artigo 647 e seguintes do CPP. - Natureza jurídica: ação autônoma de impugnação

Leia mais

Execução provisória da pena e a prescrição. César Dario Mariano da Silva. Promotor de Justiça/SP

Execução provisória da pena e a prescrição. César Dario Mariano da Silva. Promotor de Justiça/SP Execução provisória da pena e a prescrição César Dario Mariano da Silva Promotor de Justiça/SP Muitas questões jurídicas surgirão com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal de flexibilizar o princípio

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale Competência SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA Súmula Vinculante 45 A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido

Leia mais

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PRESCRIÇÃO

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PRESCRIÇÃO CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE M ARLON RICARDO LIMA CHAVES PRESCRIÇÃO Conceito: É quando o Estado perde o direito/poder de punir tendo em vista o seu não exercício durante um prazo previamente estipulado

Leia mais

RODRIGO JULIO CAPOBIANCO

RODRIGO JULIO CAPOBIANCO RODRIGO JULIO CAPOBIANCO Decisões favoráveis à defesa Penal e Processo Penal EDITORA WEB MÉTODO SÃO PAULO SUMÁRIO 1. Abandono de incapaz e de recém-nascido (arts. 133 e 134 do CP) 15 2. Abandono intelectual

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direitos Constitucionais Penais e Garantias Const. do Processo Parte 4 Profª. Liz Rodrigues - Art. 5º, LXIV, CF/88: o preso tem direito à identificação dos responsáveis

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale PRISÃO PROVISÓRIA A prisão provisória, também chamada de prisão processual ou prisão cautelar se destaca no processo penal brasileiro por ser uma forma de isolar o agente

Leia mais

Aula nº. 15 CONCEITO. EXTRADIÇÃO PASSIVA. PROCEDIMENTO. EXCEÇÃO À EXTRADIÇÃO.

Aula nº. 15 CONCEITO. EXTRADIÇÃO PASSIVA. PROCEDIMENTO. EXCEÇÃO À EXTRADIÇÃO. Curso/Disciplina: Nova Lei de Migração (Lei 13.445/17) Aula: Nova Lei de Migração - 15 Professor(a): Joyce Lira Monitor(a): Bruna Paixão Aula nº. 15 CONCEITO. EXTRADIÇÃO PASSIVA. PROCEDIMENTO. EXCEÇÃO

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento Penal Prof. Gisela Esposel - O procedimento comum ordinário será aplicado para a apuração de crimes cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro)

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO ACÓRDÃO Registro: 2016.0000093697 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0020885-65.2012.8.26.0050, da Comarca de São Paulo, em que é apelante MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO,

Leia mais

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações.

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações. PROCEDIMENTO ESP.DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI Nº 2004.71.04.005970-2/RS AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ACUSADO : IRENI FRANCO : ZIGOMAR TEODORO : LEOMAR CORREIA : CILDO ANANIAS : SERGIO ANANIAS

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, Expulsão e Deportação 4ª parte Prof.ª Raquel Perrota 11. Competência (art. 89, caput, Lei nº 13.445/2017 e art. 102, I, g, CF) - O pedido de extradição originado de Estado

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO ACÓRDÃO Registro: 2015.0000381731 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 2034326-30.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é paciente CARLOS OLIVEIRA SANTOS e Impetrante

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO ACÓRDÃO Registro: 2015.0000242890 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 2117621-96.2014.8.26.0000, da Comarca de Limeira, em que é paciente JOÃO RAUL DO PRADO OLIVEIRA e Impetrante

Leia mais

LEGISLAÇÃO ESPECIAL: DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

LEGISLAÇÃO ESPECIAL: DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL LEGISLAÇÃO ESPECIAL: DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 143 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS FUNDAMENTADAS Edição junho 2017 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material,

Leia mais

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL - LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL - - Lei nº 9.455/1997 - Lei Antitortura - Professor: Marcos Girão - A TORTURA E A CF/88 1 - CF/88 - CF/88 O STF também já decidiu que o condenado por crime de tortura também

Leia mais

ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado.

ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado. 01) No Código Penal brasileiro, adota se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado. ( ) CERTO

Leia mais

Agravo em execução. A) Problema modelo nº 01 (Agravo em execução)

Agravo em execução. A) Problema modelo nº 01 (Agravo em execução) Aula 09 Agravo em execução A) Problema modelo nº 01 (Agravo em execução) Alberto Ramos foi processado e finalmente condenado por violação do artigo 33, caput, da Lei 11.343/06, tendo o magistrado competente

Leia mais

PRÉ-AULA/PÓS-AULA. - Validade temporal da lei penal, sucessividade no tempo e lei excepcional (intermitentes, temporárias e excepcionais).

PRÉ-AULA/PÓS-AULA. - Validade temporal da lei penal, sucessividade no tempo e lei excepcional (intermitentes, temporárias e excepcionais). PRÉ-AULA/PÓS-AULA CONTEÚDO: - Validade temporal da lei penal, sucessividade no tempo e lei excepcional (intermitentes, temporárias e excepcionais). - Tempo do crime. FERNANDO CAPEZ CAPÍTULOS 7 e 8. GUILHERME

Leia mais

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM 1ª QUESTÃO José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de receptação (Art. 180 do Código Penal pena: 01 a 04 anos de reclusão

Leia mais

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Atualização Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Segundo parágrafo e continuação na pág. 26: Texto no livro: O caput do art. 306 do Código de Processo Penal possui a mesma redação do referido inciso LXII,

Leia mais

Direito Penal 1 (Material de apoio)

Direito Penal 1 (Material de apoio) APLICAÇÃO DA LEI PENAL PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 1º CP e Art 5º, XXXIX, CF) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (cláusula pétrea da Constituição Federal

Leia mais

Aula 31. Crime de responsabilidade impróprio equipara-se ao crime comum (STF julga). I - a existência da União;

Aula 31. Crime de responsabilidade impróprio equipara-se ao crime comum (STF julga). I - a existência da União; Curso/Disciplina: Constitucional Aula: Constitucional - 31 Professor (a): Luis Alberto Monitor (a): Mônica Berçot El-Jaick Aula 31 PODER EXECUTIVO Crime de responsabilidade: Próprio: Infração político-

Leia mais

JURISPRUDÊNCIA DO STJ

JURISPRUDÊNCIA DO STJ JURISPRUDÊNCIA DO STJ REsp 751782 / RS ; RECURSO ESPECIAL 2005/0082927-4 Ministra LAURITA VAZ (1120) 06/09/2005 DJ 03.10.2005 p. 328 RECURSO ESPECIAL. PENAL. ESTUPRO. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. CONCURSO

Leia mais

Olá, amigos! Valeu! 1. Apresentação e estrutura textual (0,40). 2. Endereçamento à Vara Criminal da Comarca de São Paulo (0,20),

Olá, amigos! Valeu! 1. Apresentação e estrutura textual (0,40). 2. Endereçamento à Vara Criminal da Comarca de São Paulo (0,20), Olá, amigos! A peça do simulado é a prova prática do Exame de Ordem 2009.3 (CESPE). Percebam que o gabarito elaborado pela banca é bastante simples em comparação àquele da queixa do ciclo de correções.

Leia mais

05/02/2013 SEGUNDA TURMA : MIN. GILMAR MENDES TERRITÓRIOS

05/02/2013 SEGUNDA TURMA : MIN. GILMAR MENDES TERRITÓRIOS Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5 RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) :ANDRE VICENTE DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Extinção da Punibilidade Parte 1 Prof. Pablo Cruz A punibilidade é o quarto e último degrau de avaliação do fato punível. É o requisito final para que um agente que pratique um ato

Leia mais

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA Princípios Devido Processo Legal Juiz Natural PRINCÍPIOS IMPORTANTES Ampla Defesa Presunção de Inocência Aplicação da lei processual Art. 2º,

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal HABEAS CORPUS 117.180 RIO DE JANEIRO RELATORA PACTE.(S) IMPTE.(S) COATOR(A/S)(ES) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :WAGNER VITOR DE SOUZA :MARCELO DA SILVA TROVÃO :SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR DECISÃO HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL.

Leia mais

CRIMES HEDIONDOS. Conceito. Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto

CRIMES HEDIONDOS. Conceito. Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto Conceito Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto Sistema legal temperado? Habeas Corpus (HC) 118533 tráfico privilegiado; Crimes militares Art. 5º, XLIII - a lei considerará

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Nº 25.662/CS HABEAS CORPUS N. 135.921 SANTA CATARINA IMPETRANTE: EUNICE ANISETE DE SOUZA TRAJANO E OUTRO(A/S) PACIENTE: PEDRO FERNANDES GUERREIRO JUNIOR COATOR: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATORA: MINISTRA

Leia mais

Crimes contra o Patrimônio Receptação

Crimes contra o Patrimônio Receptação LEGALE RECEPTAÇÃO Crimes contra o Patrimônio Receptação Receptação Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RELATOR AGRAVANTE ADVOGADO AGRAVADO : MINISTRO JORGE MUSSI : J J DA F : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EMENTA REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO ACÓRDÃO Registro: 2015.0000416747 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 2041427-21.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é paciente AGNES ROCHA DE JESUS SILVA e Impetrante

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Remédios Constitucionais e Garantias Processuais Remédios Constitucionais -habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO ACÓRDÃO Registro: 2015.0000319253 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 2015456-34.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são pacientes JOSIEL DA SILVA GOMES, RUBIMAR

Leia mais

Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos. Pena

Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos. Pena Estupro (CP, art. 213) Caput Redação anterior Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. Reclusão de (04) quatro a (10) dez anos. Redação atual Constranger alguém, mediante

Leia mais

I miii mil mil mil um mi um mi mi m

I miii mil mil mil um mi um mi mi m G> TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N I miii mil mil mil um mi um mi mi m *03164757* Vistos, relatados e discutidos

Leia mais

07/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

07/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 10ª -Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 1 EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,

Leia mais

02/04/2019. Professor: Anderson Camargo 1

02/04/2019. Professor: Anderson Camargo 1 02/04/2019 Professor: Anderson Camargo 1 Busca e apreensão Busca: diligencias realizadas com o objetivo de investigação e descoberta de materiais que possam ser utilizados no inquérito policial ou no processo

Leia mais

Resultado final dos julgamentos dos recursos do EXIN SESSÃO DE JULGAMENTO 18/05/ ª. Série

Resultado final dos julgamentos dos recursos do EXIN SESSÃO DE JULGAMENTO 18/05/ ª. Série 3ª. Série QUESTÃO RECORRIDA ALTERNATIVA DO GABARITO PRELIMINAR DISCIPLINA 15 B DIREITO CONSTITUCIONAL II 16 E TEORIA GERAL DO PROCESSO RESULTADO FUNDAMENTAÇÃO (desnecessária quando o resultado for anulada

Leia mais

28/03/2019. Professor: Anderson Camargo 1

28/03/2019. Professor: Anderson Camargo 1 28/03/2019 Professor: Anderson Camargo 1 Espécies de Prisão Cautelar. a) Prisão em flagrante; b) Prisão preventiva; c) Prisão temporária. 28/03/2019 Professor: Anderson Camargo 2 PRISÃO EM FLAGRANTE. 1-

Leia mais

Apresentação Capítulo I

Apresentação Capítulo I Su m á r i o Apresentação... 13 Capítulo I Premissas Fundamentais e aspectos introdutórios... 15 1. A importância do exame da competência criminal... 15 2. Jurisdição e competência... 19 3. Princípio do

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 128.415 - RJ (2013/0172294-2) RELATOR : MINISTRO ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP) SUSCITANTE : JUÍZO FEDERAL DA 3A VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO RIO

Leia mais

Direito Processual Penal

Direito Processual Penal JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA Jurisdição e competência: Jurisdição é o poder e a competência é a delimitação desse poder. 1 Competência em razão da matéria: 1) Competência da Justiça Especial: o Justiça Militar

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento penal Outros Procedimentos Especiais Prof. Gisela Esposel - Procedimento da lei 11.340/06 Lei Maria da Penha - A Lei 11.340/06 dispõe sobre a criação de Juizados de

Leia mais

Direito Penal. Extorsão e Extorsão Mediante Sequestro

Direito Penal. Extorsão e Extorsão Mediante Sequestro Direito Penal Extorsão e Extorsão Mediante Sequestro Sequestro Relâmpago Art. 158, 3, CP: Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção

Leia mais

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios + Multa Qualificada Paulo Caliendo Multa Qualificada Paulo Caliendo + Sumário Multa Qualificada Responsabilidade dos Sócios 1 + Importância da Definição: mudança de contexto Modelo Anterior Sentido Arrecadatório

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Crimes hediondos anteriores à Lei 11.464/2007: progressão de regime após cumprimento de um sexto da pena - parte I Luiz Flávio Gomes * No nosso livro Direito penal-pg, v. 2 (L.F.

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da Liberdade Provisória Prisões cautelares: definições e espécies Parte II Prof. Gisela Esposel - Da prisão preventiva stricto sensu - Previsão legal: artigo 311 316

Leia mais

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA PROCESSO PENAL JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA Continuação: Conexão e Continência contato@theuan.com.br 8.1. Prevenção Haverá prevenção quando mais de um juiz for competente ou quando houver dúvida razoável sobre

Leia mais

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo Extraterritorialidade Art. 2º. A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Tentativa

Leia mais

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. 1. Introdução histórica 2. Natureza jurídica 3. Referências normativas 4. Legitimidade 5. Finalidade 6. Hipóteses de cabimento

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. 1. Introdução histórica 2. Natureza jurídica 3. Referências normativas 4. Legitimidade 5. Finalidade 6. Hipóteses de cabimento CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Introdução histórica 2. Natureza jurídica 3. Referências normativas 4. Legitimidade 5. Finalidade 6. Hipóteses de cabimento Habeas corpus - Tenhas corpo (...) a faculdade concedida

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática Professor: Rodrigo J. Capobianco LEGISLAÇÃO ESPECIAL LEI DOS CRIMES HEDIONDOS Lei 8072/90 Trata dos crimes hediondos e dos assemelhados (equiparados)

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 785.268 - PA (2005/0157958-1) RELATOR : MINISTRO GILSON DIPP RECORRENTE : AUGUSTO MORBACH NETO RECORRENTE : WILSON ROCHA MORBACH ADVOGADO : MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA E OUTRO RECORRIDO

Leia mais

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. MÓDULO II 1. Regras de competência 2. Procedimento 3. Pedidos 4. Recurso Ordinário Constitucional

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. MÓDULO II 1. Regras de competência 2. Procedimento 3. Pedidos 4. Recurso Ordinário Constitucional CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÓDULO II 1. Regras de competência 2. Procedimento 3. Pedidos 4. Recurso Ordinário Constitucional 1. REGRAS DE COMPETÊNCIA O habeas corpus deve ser interposto à autoridade judicial

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 26.141 - PA (2009/0099346-7) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : AMARILDO SOBRINHO DA SILVA (PRESO) ADVOGADO : ANTÔNIO COSTA PASSOS E OUTRO(S) RECORRIDO

Leia mais

CRIMES CONTRA A HONRA. (continuação)

CRIMES CONTRA A HONRA. (continuação) LEGALE CRIMES CONTRA A HONRA (continuação) Difamação Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação Atenção: difamar é imputar a prática de um fato Pena: detenção (de 3 meses a 1 ano, e multa)

Leia mais

Professor Wisley Aula 10

Professor Wisley Aula 10 - Professor Wisley www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 7 COMPETÊNCIA: MATÉRIA 1. JUSTIÇA FEDERAL: A Justiça Federal NÃO JULGA CONTRAVENÇÕES

Leia mais

REFORMA NO CÓDIGO PENAL

REFORMA NO CÓDIGO PENAL REFORMA NO CÓDIGO PENAL Guilherme Frederico Lima Nomura * RESUMO: Por meio deste, deseja mostrar alguns aspectos sobre a nova lei que reformou o código penal no aspecto sobre os crimes sexuais, alguns

Leia mais

Direito Processual Penal. Aula demonstrativa. Prof. Aurélio Casali

Direito Processual Penal. Aula demonstrativa. Prof. Aurélio Casali Direito Processual Penal Aula demonstrativa Prof. Aurélio Casali 1 (SEJUS/PI 2017) Quanto a lei processual no tempo, marque a alternativa CORRETA. a) Um processo que tiver sido encerrado sob a vigência

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça HABEAS CORPUS Nº 173.426 - MS (2010/0092077-6) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO ADVOGADO : ENY CLEYDE SARTORI NOGUEIRA - DEFENSORA

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Registro: 2018.0000472375 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Em Sentido Estrito nº 0092099-19.2012.8.26.0050, da Comarca de, em que é recorrente MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO

Leia mais

APRESENTAÇÃO. Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma obsessão.

APRESENTAÇÃO. Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma obsessão. APRESENTAÇÃO Caro(a) Aluno(a), A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, focada

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça HABEAS CORPUS Nº 219.752 - SC (2011/0230278-6) RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ IMPETRANTE : IVAN RICARDO GOMES DA SILVA E OUTRO ADVOGADO : IVAN RICARDO GOMES DA SILVA E OUTRO(S) IMPETRADO : TRIBUNAL

Leia mais

Destaques penais do STF em ) Interrogatório do acusado Informativo 812 ADPF 378/DF, rel. min. Edson Fachin, julgada em dezembro de 2015, rito

Destaques penais do STF em ) Interrogatório do acusado Informativo 812 ADPF 378/DF, rel. min. Edson Fachin, julgada em dezembro de 2015, rito Destaques penais do STF em 2016-01) Interrogatório do acusado Informativo 812 ADPF 378/DF, rel. min. Edson Fachin, julgada em dezembro de 2015, rito do impeachment, interrogatório como último ato da instrução.

Leia mais

A EXTRADIÇÃO DE BRASILEIRO NATO: UMA ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E SUA APLICABILIDADE

A EXTRADIÇÃO DE BRASILEIRO NATO: UMA ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E SUA APLICABILIDADE A EXTRADIÇÃO DE BRASILEIRO NATO: UMA ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E SUA APLICABILIDADE AMORIM, Aleissa Lima de 1 ; DIAS, Eliotério Fachin 2 ² RESUMO: O presente trabalho irá estudar a possibilidade

Leia mais

Vistos, relatados e discutidos os autos. 1

Vistos, relatados e discutidos os autos. 1 APELAÇÃO CRIME. DESOBEDIÊNCIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. FATO ATÍPICO. ABSOLVIÇÃO. O descumprimento de medidas protetivas deferidas em favor da vítima, fundada na Lei Maria da Penha, não tipifica os crimes

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Parte 8 Prof. Renata Menezes Veja: Lei 6815/80 art. 91: não se referia à pena de prisão perpétua. Interpretação do STF: no EE não havia nenhuma menção à pena de prisão perpétua.

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RELATOR AGRAVANTE ADVOGADO AGRAVADO : MINISTRO JOEL ILAN PACIORNIK : : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO EMENTA PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO

Leia mais

Direito Penal. Roubo e Extorsão

Direito Penal. Roubo e Extorsão Direito Penal Roubo e Extorsão Roubo Impróprio Art. 157, 1, do CP Na mesma pena (do caput - reclusão de 4 a 8 anos, e multa) incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A ação penal popular no ordenamento jurídico brasileiro Liduina Araujo Batista * O presente estudo trata da discussão acerca da possibilidade, ou não, de existência, em nosso ordenamento

Leia mais

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM Atualização legislativa (Lei 13.344/2016) TRÁFICO DE PESSOAS Revogação dos arts. 231 e 231-A do CP Criação do art. 149-A do CP Alteração do art.

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 21/06/2016 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 125.480 RIO DE JANEIRO RELATOR PACTE.(S) IMPTE.(S) PROC.(A/S)(ES) COATOR(A/S)(ES) : MIN. MARCO AURÉLIO :VICTOR

Leia mais

Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Paulo Caliendo

Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Paulo Caliendo + Multa Qualificada Paulo Caliendo Multa Qualificada Paulo Caliendo + Importância da Definição: mudança de contexto Modelo Anterior Sentido Arrecadatório Modelo Atual Sentido repressor e punitivo Última

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL. Jurisdição e competência Competência criminal da Justiça Federal Parte 6 Prof. Thiago Almeida

DIREITO PROCESSUAL PENAL. Jurisdição e competência Competência criminal da Justiça Federal Parte 6 Prof. Thiago Almeida DIREITO PROCESSUAL PENAL Jurisdição e competência Parte 6 Prof. Thiago Almeida Causas relativas a graves violações a direitos humanos. Emenda Constitucional 45, de 2004: Art. 109. Aos juízes federais compete

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 82.241 - MG (2017/0060469-3) RELATOR RECORRENTE ADVOGADOS RECORRIDO : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA : ALOÍSIO PASSOS DE SOUZA : SAVIO COELHO MAROCCO - MG112275 PAULO BARQUETTE

Leia mais

Aula nº 54. Liberdade Provisória (continuação)

Aula nº 54. Liberdade Provisória (continuação) Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Aula: Liberdade Provisória - 54 Professor(a): Marcelo Machado Monitor(a): Adriana Vasconcellos Pereira Aula nº 54 Liberdade Provisória (continuação) O valor da

Leia mais

SÚMULAS DE DIREITO PENAL

SÚMULAS DE DIREITO PENAL SÚMULAS DE DIREITO PENAL DIVIDIDAS POR TEMAS STJ E STF Súmula nº 611 APLICAÇÃO DA LEI PENAL Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal Tempo do crime (art. 4º, CP) Muitas são as perguntas referentes ao tempo do crime. Para solucionar tal questão, a doutrina elaborou três teorias: a da atividade, a do resultado e a mista ou da ubiqüidade.

Leia mais