NEWSLETTER I LABORAL. NEWSLETTER LABORAL I Março, I Legislação em Destaque 2. II Legislação 3. III Obrigações Laborais 4. II Jurisprudência 4

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1 NEWSLETTER I LABORAL NEWSLETTER LABORAL I Março, 2016 I Legislação em Destaque 2 II Legislação 3 III Obrigações Laborais 4 II Jurisprudência 4

2 NEWSLETTER LABORAL I LEGISLAÇÃO EM DESTAQUE Decreto-Lei n.º 10/2016, de 8 de Março Este diploma vem alterar o Decreto-Lei n.º 8/2015, de 14 de Janeiro, que revogou a suspensão do acesso à pensão antecipada, estabelecendo um regime transitório quanto às condições de reconhecimento do direito à pensão antecipada, que vigorou durante o ano de Findo esse regime transitório, o acesso à pensão antecipada voltou a depender de o beneficiário ter, pelo menos, 55 anos e, na data em que perfizesse esta idade, ter completado 30 ou mais anos civis com registo de remunerações relevantes para o cálculo da pensão. Com a presente alteração legislativa, até à revisão do regime de flexibilização da idade de pensão de velhice por antecipação, o reconhecimento do direito à pensão antecipada depende de o beneficiário ter idade igual ou superior a 60 anos e 40 ou mais anos civis com registo de remunerações relevantes para o cálculo da referida pensão (regime que vigorou em 2015). Note-se, contudo, que esta alteração legislativa salvaguarda os direitos de que tenha apresentado requerimento de pensão antecipada até à data da sua entrada em vigor, a 9 de Março de 2016, que poderá aceder à pensão antecipada das condições referidas no segundo parágrafo supra. Este diploma veio também introduzir, como condição de deferimento da pensão, a manifestação expressa da vontade do beneficiário em manter a decisão de aceder à pensão antecipada. Decreto-Lei n.º 11/2016, de 8 de Março No seguimento do aumento do valor da retribuição mínima mensal garantida ( 530), o Governo decidiu proceder à redução de 0,75% da taxa contributiva para a segurança social a cargo das entidades empregadoras referentes às remunerações devidas nos meses de Fevereiro de 2016 a Janeiro de 2017 (incluindo os valores devidos a título de subsídios de férias e Natal). Esta medida aplica-se às entidades empregadoras de direito privado, contribuintes do regime de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, sem prejuízo das excepções previstas no diploma acima mencionado. A atribuição desta redução fica dependente da verificação cumulativa das seguintes condições: NEWSLETTER I LABORAL 2/6

3 - O trabalhador esteja vinculado à entidade empregadora por contrato de trabalho a tempo completo ou a tempo parcial com data anterior a 1 de Janeiro de 2016; - O trabalhador auferir, à data de 31 de Dezembro de 2015, uma retribuição base mensal de valor compreendido entre os 505 e os 530, ou o valor proporcional no caso dos contratos a tempo parcial; - A entidade empregadora tenha a sua situação contributiva regularizada perante a Segurança Social. A redução da taxa contributiva é concedida oficiosamente pelos serviços da Segurança Social, quando estejam reunidas as condições acima identificadas, após a entrega, pela entidade empregadora, das declarações de remunerações dos trabalhadores abrangidos de forma autonomizada de acordo com a redução da taxa contributiva aplicável. Em caso de contrato de trabalho a tempo parcial, a redução da taxa contributiva depende da apresentação de requerimento. Esta medida de apoio pode ser cumulada com outros apoios ao emprego aplicáveis ao mesmo posto de trabalho. II LEGISLAÇÃO Despacho n.º 3859/ Diário da República n.º 53/2016, Série II de Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Aprova as normas reguladoras do reconhecimento por equiparação a instituições particulares de solidariedade social das cooperativas de solidariedade social que prossigam os objectivos previstos no Estatuto das IPSS. Lei n.º 6/ Diário da República n.º 54, Série I, 17 Março 2016 Assembleia da República Altera o regime especial de protecção na invalidez e o complemento por dependência. Lei n.º 7/ Diário da República n.º 54, Série I, 17 Março 2016 Assembleia da República Estabelece uma majoração da protecção social na maternidade, paternidade e adopção para os residentes nas regiões autónomas. Aviso n.º 3968/ Diário da República n.º 58/2016, Série II de Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Aplicação do Acordo de Segurança Social entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil NEWSLETTER I LABORAL 3/6

4 III OBRIGAÇÕES LABORAIS Mapa de férias O empregador deve elaborar o mapa de férias, com indicação do início e do termo dos períodos de férias de cada trabalhador, até ao dia 15 de Abril, e mantê-lo afixado nos locais de trabalho entre esta data e 31 de Outubro. IV JURISPRUDÊNCIA Acórdão do Tribunal da Relação de Évora de Audiência de partes Justificação de falta - Multa No presente acórdão, o Tribunal da Relação de Évora foi chamado a pronunciar-se sobre a questão de saber se uma parte se pode fazer representar na audiência de partes por mandatário judicial com poderes forenses especiais para confessar, desistir e transigir, sem ter que justificar a sua impossibilidade de comparência. Sobre esta matéria prescreve o art.º 54.º n.º 3 do CPT, que o autor é notificado e o réu citado para comparecerem pessoalmente ou, em caso de justificada impossibilidade de comparência, se fazerem representar por mandatário judicial com poderes especiais para confessar, desistir e transigir. Resulta desta norma, que o regime de representação da parte quando está impossibilitada de comparecer é igual para o autor e para o réu. É assim consagrado o princípio da igualdade material entre autor e réu, no que diz respeito à representação em caso de impossibilidade de comparência. O escopo da lei, ao limitar a representação por mandatário judicial aos casos de justificada impossibilidade, é obrigar a que ambas as partes estejam presentes na audiência, uma vez que, a presença dos sujeitos da relação material controvertida promove a resolução do conflito através de acordo. Com efeito, a dinâmica característica da audiência de partes vai no sentido destas dialogarem, apresentarem os seus argumentos e contra argumentos, de forma directa, dado que são estas as conhecedoras directas da relação laboral, das suas vicissitudes, de modo a criar um ambiente mais propício ao acordo sobre o objecto do processo. Mais ainda, dado que a lei prescreve a comparência pessoal como obrigatória, a sua letra não permite outra interpretação que não seja a de que o autor e o réu só se podem fazer representar através de mandatário judicial, na hipótese de justificada impossibilidade, cabendo à parte faltosa o ónus de apresentar a justificação da falta, sob pena se ser condenada em multa. NEWSLETTER I LABORAL 4/6

5 Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de Justa causa de despedimento Dever de respeito Oposição à reintegração No acórdão em análise, o STJ veio considerar ilícito o despedimento de um director no contexto de uma reorganização empresarial, uma vez que a humilhação e o desrespeito a colegas e a subordinados, argumentos utilizados para o despedimento, não revestiram um nível de gravidade que permitisse despedi-lo por justa causa. Nestes termos e no caso em apreço, o STJ destacou que constitui justa causa de despedimento o comportamento culposo do trabalhador que, pela sua gravidade e consequências, torne imediata e praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho. No entanto, o STJ teve o cuidado de clarificar o facto de que embora o Director tenha violado os direitos dos trabalhadores ao serviço da empregadora, nomeadamente através de insultos, ameaças, humilhações e desrespeito pelos tempos de descanso, estes factos não revestiram um nível de gravidade que permitisse considerá-los como justa causa de despedimento daquele. Com efeito, os factos que lhe são imputados não tornaram insustentável a manutenção da relação de trabalho, uma vez que o despedimento do Director surgiu no contexto de reorganização empresarial da empregadora que decidiu extinguir o seu posto de trabalho, pelo que o seu despedimento foi ilícito. Quanto à questão da reintegração, o STJ entendeu que, dado que a relação de confiança existente entre o Director e a empregadora foi posta em causa pela forma como aquele foi despedido, a reintegração do último seria gravemente prejudicial e perturbadora do funcionamento da entidade empregadora, uma vez que as funções que este exercia exigiam uma forte confiança entre as partes. Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de Contrato de trabalho Cessação do contrato de trabalho Suspensão do despedimento Obrigação de pagamento da retribuição No acórdão em epígrafe, o STJ uniformizou jurisprudência no sentido de os trabalhadores despedidos terem direito a retribuição durante seis meses, mesmo que o empregador impugne a decisão de suspensão provisória do despedimento. No entendimento do STJ, enquanto o trabalhador permanecer desempregado é-lhe garantida a faculdade de auferir a retribuição durante o período de seis meses, por força da caução prestada pelo empregador como condição para a atribuição ao recurso de efeito suspensivo. No entanto, "se o trabalhador despedido obtiver em 1.ª instância a suspensão provisória do despedimento e o empregador impugnar essa decisão, atribuído a esse recurso efeito suspensivo, não são devidas as retribuições no período que medeia entre o despedimento e NEWSLETTER I LABORAL 5/6

6 o trânsito em julgado do acórdão da 2.ª instância que confirme a suspensão do despedimento. Acórdão do Tribunal Constitucional de No acórdão em referência, o Tribunal Constitucional pronunciou-se pela não inconstitucionalidade da norma do artigo 186.º-O, n.º 1, do Código de Processo do Trabalho, introduzido pela Lei n.º 63/2013, de 27 de Agosto, interpretada no sentido de, na acção de reconhecimento da existência de contrato de trabalho, não ser permitido aos putativos trabalhador e empregador acordar, em sede de audiência de partes, que a relação jurídica existente entre ambos é de prestação de serviços, pondo, assim, termo ao processo, sem a concordância do Ministério Público. CONTACTOS CUATRECASAS, GONÇALVES PEREIRA & ASSOCIADOS, RL Sociedade de Advogados de Responsabilidade Limitada LISBOA Praça Marquês de Pombal, 2 (e 1-8º) I Lisboa I Portugal Tel. (351) I Fax (351) cuatrecasasportugal@cuatrecasas.com I PORTO Avenida da Boavista, I Porto I Portugal Tel. (351) I Fax (351) cuatrecasasporto@cuatrecasas.com I A presente Newsletter foi elaborada pela Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL com fins exclusivamente informativos, não devendo ser entendida como forma de publicidade. A informação disponibilizada bem como as opiniões aqui expressas são de carácter geral e não substituem, em caso algum, o aconselhamento jurídico para a resolução de casos concretos, não assumindo a Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL qualquer responsabilidade por danos que possam decorrer da utilização da referida informação. O acesso ao conteúdo desta Newsletter não implica a constituição de qualquer tipo de vínculo ou relação entre advogado e cliente ou a constituição de qualquer tipo de relação jurídica. A presente Newsletter é gratuita e a sua distribuição é de carácter reservado, encontrando-se vedada a sua reprodução ou circulação não expressamente autorizadas. Caso pretenda deixar de receber esta Newsletter, por favor envie um para o endereço cuatrecasasportugal@cuatrecasas.com. NEWSLETTER I LABORAL 6/6