Disciplina: Diversidade Étnico Cultural. Tema: Etnografia Rural e Etnografia Urbana. Prof. Rodrigo Medina Zagni
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- Teresa das Neves Padilha
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1 Disciplina: Diversidade Étnico Cultural Tema: Etnografia Rural e Etnografia Urbana Prof. Rodrigo Medina Zagni
2 Etnografia rural O que é etnografia? Etnografia urbana
3 O QUE É ETNOGRAFIA? O termo ethno, do vernáculo grego, significa nação, povo, o que implica em: traços biotípicos, cultura e relação com um território. Recorrendo também à etimologia e já sabendo que ethno se refere a povo, o termo grego graphein designa ato de escrever. Seria então o ato de registrar de forma escrita as características de um povo. Na Antropologia cultural, a Etnografia é o método de coleta de dados sobre um determinado povo. Hammersley, M. & Atkinson, P. Ethnography Principles and Practice. London: Routltdge 1983.
4 Se utilizarmos as categorias classificatórias de Talcott Parsons, por exemplo, podemos distinguir grupos sociais entre simples e complexos, que por sua vez podem existir ou terem existido, ou seja, do presente ou do passado. Primordialmente, a Antropologia se ocupou do estudo de sociedades simples do presente, isso porque sociedades simples do passado são estudadas pela História (no caso de sociedades portadoras de escrita) e a Arqueologia (para o caso de sociedades ágrafas); já as sociedades complexas do presente, seriam estudadas pela Sociologia.
5 É claro que esse quadro não é assim tão simples. Isso porque, tendo a Antropologia se ocupado de sociedades simples, de organização primordialmente tribal e do presente, passou a perceber a existência de tribos, ou seja, sociedades simples, inseridas dentro de sociedades urbanas e complexas no presente, ou seja, as chamadas tribos urbanas (grafiteiros, comunidades hip-hop, punks, headbangers etc.). BLASS, Leila Maria da Silva; PAIS, José Machado (org.). Tribos urbanas: produção artística e identidades. São Paulo: Annablume, 2007.
6 A publicação dos estudos de Bronislaw Malinowski sobre Os Argonautas do Pacífico Ocidental (1922), fundou para a antropologia moderna uma moderna forma de etnografia, envolvendo uma observação participante. Ocorre que tal estudo foi empreendido tomando como objeto sociedades simples e do presente. Contudo, como podem ser designadas as sociedades simples e complexas que se confundem e se acotovelam em espaço cada vez mais limítrofes? Temos então, para a etnografia, duas categorias fundamentais: etnografia rural e etnografia urbana. MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1977.
7 ETNOGRAFIA RURAL Grupos sociais simples e do tempo presente contrapõem-se à complexidade dos grandes centros urbanizados, constituindo o que chamamos de sociedades rurais. Enquanto nas cidades encontram-se dinâmicas complexas, nas sociedades rurais temos estruturas sociais de tipo simples; enquanto nos centros urbanizados temos densos processos de ocupação do espaço, nas comunidades rurais a natureza está muito mais presente, bem como a interação do Homem com o meio natural é muito mais enfática. MONTEIRO, Anita Maria de Queiroz. Castainho: etnografia de um bairro rural de negros. Recife : Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, Artigo: Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural, de Claudia Lee Williams Fonseca: 44
8 Autores da Antropologia e da Sociologia, no Brasil, deram inomináveis contribuições aos estudos etnográficos rurais. Os Parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido (Coleção Espírito Crítico, Livraria Duas Cidades, Editora 34, Abril de 2001), na qual são profundamente estudados vários aspectos da cultura rústica termo utilizado pelo autor para se referir à conhecida cultura caipira. CÂNDIDO, Antonio. Os Parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, Editora 34, 2001.
9 Para Antonio Cândido, a cultura caipira é produto das miscigenações dos desbravadores portugueses com os índios e negros, dando origem, respectivamente, aos caboclos e mulatos que iniciaram a povoação do interior paulista; seus meios de vida em relação à sua sociabilidade e seu modelo econômico de subsistência; a situação presente (para o autor, cuja obra foi concebida na década de 1940), relacionando-se a organização dos municípios, sua estrutura para o trabalho e características contemporâneas em relação às origens culturais do caipira, buscando os determinantes de suas mudanças culturais.
10 Sobre o comportamento de povos indígenas, uma referência é a obra de Darcy Ribeiro, Utopia Selvagem, que trata do cotidiano de uma tribo indígena e nos possibilita analisar as relações entre o homem branco e o índio, origem do conhecido caboclo. RIBEIRO, Darcy. Utopia selvagem: saudades da inocência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
11 Vasto material a respeito das tribos indígenas que habitavam o Estado de São Paulo durante os séculos XV a XVIII, pode ser encontrado por meio do endereço virtual da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), no sítio: -, onde há preciosismo material para pesquisa histórica e mesma a respeito da situação atuação das populações indígenas que habitam o território nacional.
12 A ETNOGRAFIA URBANA A etnografia urbana, como o próprio nome pressupõe, se ocupa de sociedades urbanizadas, ou seja, de tipo complexo, cujo grau de institucionalização pressupõe alto grau de burocratização e de racionalização de leis e procedimentos, complexa divisão do trabalho social e de processos produtivos, bem como um modus vivendi completamente distinto de outras sociedades com configurações menos complexas. Trata não só de sociedades urbanas acabadas; mas do processo de complexização que acompanha a urbanização nas grandes metrópoles contemporâneas e suas rápidas transfigurações. Os estudos de etnografia urbana, por suja vez, dividem-se em duas correntes
13 O primeiro tipo está focado nos aspectos desagregadores dos processos de urbanização, ou seja, no quão traumático e doloroso pode ser o crescimento urbano para aqueles que o experimentam na forma de colapsos e crises. Dentre seus temas estão os problemas pelos quais passam as grandes metrópoles, como: o trânsito, o colapso do transporte urbano, o deficitário sistema de saúde, as desigualdades sociais, a aprofundização da miséria a exclusão social, a falta de saneamento básico, a desigual distribuição de direitos, violência urbana, poluição etc.
14 Não que não haja etnografia urbana nos centros desenvolvidos de capitalismo mundializado, os países centrais em cuja órbita gravitam os países periféricos; o que muda é o enfoque. Não tendo os graves problemas da periferia, os estudos etnográficos se focam nos aspectos oníricos de um mundo que entendem globalizado por gozarem da quase globalidade dos adventos do progresso técnico e científico (que tanto carecem as realidades periféricas e que experimentam os aspectos nefastos da globalização de misérias e mazelas sociais). Esse mundo onírico é o mundo das imagens que circulam em velocidade nunca antes vista, informações em out-doors, na mídia impressa, televisiva e internet, redes de relacionamento, não-lugares, ou seja, ambientes virtuais de sociabilidade pela difusão e uso comum de tecnologias de informação, como a internet em dispositivos cada vez mais portáteis e que encurtam cada vez maiores distâncias.
15 Responsável pelo Conteúdo: Prof. Rodrigo Medina Zagni Obrigado! Campus Liberdade R. Galvão Bueno, São Paulo SP Brasil Tel: (55 11)
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