CONSULTORIA TRIBUTÁRIA
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1 2011 OLIVEIRA & CARVALHO Auditoria e Consultoria Empresarial Ltda. CONSULTORIA TRIBUTÁRIA
2 Sumário 1. INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Lucro Presumido Lucro Real Simples Nacional Outras opções Lucro Presumido e Simples Nacional em conjunto (!) Lucro Real e Presumido em conjunto (!) Lucro Real e Simples Nacional em conjunto (!) Aproveitamento do ágio para fins fiscais Comparativo RISCO TRIBUTÁRIO Do desenquadramento do SIMPLES Da apuração do Débito Do parcelamento da Dívida Riscos em função da omissão de receita CONCLUSÃO
3 1. INTRODUÇÃO. O presente de relatório de consultoria tributária tem como macro objetivo propiciar para a Sociedade, de forma prática e objetiva, um conjunto de alternativas a serem consideradas no planejamento tributário da entidade (elisão fiscal), bem como evidenciar o risco tributário ao qual a entidade está sujeita em virtude de incongruências porventura identificadas. O trabalho foi desenvolvido considerando os seguintes eixos, conforme proposta de serviços: A. Levantamento da situação fiscal da entidade, notadamente no que concerne aos tributos que eventualmente possam não ter sido recolhidos, evidenciando alternativas para regularização da empresa junto às receitas federal e municipal; e B. Planejamento tributário sob a ótica de imposto de renda (IR), contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) e imposto sobre serviços (ISS), considerando, ainda, a possibilidade de serem realizadas combinações de negócios e adotados critérios de tributação diferentes dos utilizados de forma corrente. Muito embora os procedimentos tenham sido aplicados considerando os itens supra, foram consideradas, mesmo que de forma incipiente, alternativas com vistas à economia tributária de outros tributos, tais como o PIS/PASEP, COFINS e Contribuição Previdenciária Patronal (INSS/CPP). Inicialmente, buscou- se, por meio de testes de observância e substantivos, conhecer- se as práticas tributárias adotadas pela entidade, bem como os principais grupos de receitas e despesas apresentados nos demonstrativos contábeis. Este 2
4 esforço intentou mapeá- la e levantar as evidências necessárias à emissão do presente relatório conclusivo. Para isso, as seguintes etapas foram implementadas: Reunião com o sócio- gerente para alinhamento de expectativas, definição do escopo e apresentação do projeto; Levantamento da documentação necessária para confecção do relatório, em especial: o Extratos bancários dos últimos dois exercícios; o Demonstrações contábeis dos últimos dois exercícios; o Livros contábeis, em especial razão e diário, fiscais e societários; o Guias de recolhimento de impostos, notadamente IR, CSLL e ISS; o Documentação- suporte dos lançamentos efetuados pela contabilidade; o Atas de reunião de sócios/acionistas; o Declarações fiscais; Análise da escrituração dos livros fiscais, por amostragem; Correlação dos livros com a documentação- suporte, dados constantes na contabilidade e outros dados fiscais; Estudo acerca da possibilidade de refazimento dos dados fiscais e homogeneidade das informações; Pesquisa na legislação, notadamente a que regulamenta o IR, CSLL e ISS; Elaboração do relatório conclusivo; Apresentação aos acionistas/sócios; 3
5 2. DESENVOLVIMENTO. Nossas conclusões serão apresentadas de forma segregada: inicialmente, trataremos planejamento tributário (1) e logo depois abordaremos sobre o risco tributário (2). 2.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. O Regulamento do Imposto de Renda RIR prevê que cabe à entidade escolher o critério de tributação ao qual estará sujeita, podendo optar por ter sua base de cálculo para fins de IR e CSLL apurada de acordo com o (1) lucro real trimestral, o (2) lucro presumido e o (3) simples nacional. Em algumas situações previstas no RIR, essa opção inexiste, como, por exemplo, quando a entidade tiver lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, ou quando o faturamento anual ultrapassa R$ ,00/ano. Nessas situações, a tributação é feita necessariamente com base no lucro real. Cumpre ressaltar que não identificamos nenhuma restrição dessa natureza. A partir daí, considerando o faturamento projetado para o ano de 2011 e para os exercícios de 2012 e 2013, efetuamos simulações com vistas a determinar o melhor critério de tributação, que serão apresentadas ao decorrer do relatório. É necessário destacar que as simulações foram feitas considerando uma expectativa de faturamento com base nos últimos exercícios, alcançando a média harmônica de 48% de crescimento ao ano projetado para os próximos anos, sendo estatisticamente a média mais apropriada para projeção de receitas e fluxos de caixa. 4
6 Com base no exposto, estimamos a receita da Sociedade para os dois próximos exercícios em R$ ,90 e R$ ,52. A partir daí, projetamos os tributos a serem pagos pela entidade de acordo com os gastos que nos foram fornecidos. O custo fiscal, compreendendo os tributos incidentes sobre o faturamento e sobre o lucro estão apresentados a seguir. É importante ressaltar que qualquer estratégia tributária envolve risco. O máximo de segurança consiste em não buscar eventuais lacunas na legislação, pagando- se o imposto sem efetuar- se qualquer tipo de estudo com vistas a minimizar o impacto da carga tributária. Normalmente quem opta por esse caminho vê parcela significativa de seu faturamento e lucro ser transferido para os cofres públicos. Por outro lado, evitará dissabores e surpresas quando sofrer fiscalizações pelo Poder Público. Em outro extremo, figuram as entidades que operam com recursos não- contabilizados, praticam meia- nota, enfim, praticam a evasão fiscal. Nesse caso, o impacto tributário é minimizado, só que por meio de fraude. Nestes casos, o risco envolvido é enorme. NÃO FAREMOS PROPOSIÇÕES DESSA ORDEM. Ou seja, nosso trabalho consistirá em apresentar opções para que a entidade escolha a que melhor lhe convier, com base na disposição que possui para correr riscos, COM OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO Lucro Presumido. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano- calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a vinte e quatro milhões de reais, ou a dois milhões de reais 5
7 multiplicado pelo número de meses de atividade no ano- calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13). A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano- calendário. A opção será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano- calendário (Lei nº 9.430, de 1996, art. 26, 1º). O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano- calendário (Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25). A base de cálculo do IRPJ e do adicional do IRPJ, em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de 16% (dezesseis por cento) para a atividade de prestação de serviço de transporte, exceto o de carga. Para efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido no período de apuração, o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo. Dentre as obrigações acessórias a serem observadas, podemos citar a necessidade de escriturar contabilmente os eventos nos termos da legislação comercial (a), bem como (b) manter em boa guarda e ordem todos os livros previstos na legislação fiscal e os documentos e demais papéis que serviram de base para registro comercial e fiscal. Sendo assim, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo lucro presumido: 6
8 OLIVEIRA & CARVALHO Com base nos quadros supra, foi possível denotar que, sendo escolhido o lucro presumido, o somatório dos impostos e contribuições representará 18,36% da receita no ano de 2011, 18,80% no ano de 2012 E 19,25% no ano de
9 2.1.2 Lucro Real. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto- Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º). A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, 1º). Na determinação do lucro real, serão adicionadas ao lucro líquido do período de apuração as despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores, não observadas nas demonstrações contábeis (!). A pessoa jurídica deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais devendo abranger todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior. A pessoa jurídica, além dos livros de contabilidade previstos em leis e regulamentos, deverá escriturar o livro de Apuração do Lucro Real LALUR, contendo: Lançamento dos ajustes do lucro líquido do período de apuração, Demonstração do lucro real transcrita; Registros de controle dos valores excedentes a serem utilizados no cálculo das deduções nos períodos de apuração subseqüentes, dos dispêndios com programa de alimentação ao trabalhador, vale- transporte e outros. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial. Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até 8
10 OLIVEIRA & CARVALHO que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios (Lei nº 9.430, de 1996, art. 37). Ex positis, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo lucro real: 9
11 Com base nos quadros supra, foi possível denotar que, sendo escolhido o lucro real, o somatório dos impostos e contribuições representará 35,48% da receita no ano de 2011, 35,93% no ano de 2012 E 36,38% no ano de Caso a entidade faça a opção pelo lucro presumido no exercício de 2012 (melhor até agora), a carga tributária, considerando- se impostos e contribuições incidentes sobre o lucro, folha de pagamento e sobre o faturamento (IR, AIR, CSLL, PIS PASEP, COFINS, ISS E INSS CPP), será de R$ ,00 representando aproximadamente 18% do faturamento. Há de se ressaltar que essa opção é a melhor com base na estrutura de receitas e despesas apresentadas pela entidade. Caso ela sofra alteração, a opção pode e deve ser revista. Independentemente disso, vale a pena ponderar sobre o melhor critério de tributação de forma constante, pelo menos uma vez o ano, dado que a opção é anual Simples Nacional. Considerando que o faturamento da entidade ultrapassará o teto do simples, de R$ 2,4 milhões/ano, não é permitido à entidade efetuar a opção de tributação com base neste critério, considerando- se uma única empresa. Cabe ressaltar que não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 17). Para que se mantenha a tributação baseada no Simples Nacional, se faz necessário que: A empresa possua a partir de 2012 uma média de 6 outras empresas abertas chegando a 8 em 2013; e Que faturamento de fora do município seja apropriado a uma empresa que não esteja no SIMPLES. 10
12 Será tributada na forma do Anexo III da Lei Complementar nº 123 de 2006 a atividade de prestação de serviços transporte municipal de passageiros, cabendo a essa atividade a alíquota total de 17,42% na tributação do Simples. Sendo assim, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo Simples Nacional: Com base nos quadros supra, foi possível denotar que, sendo escolhido o Simples Nacional, o somatório dos impostos e contribuições representará 17,42% da receita nos anos de 2011, 2012 e Comparando com a tributação pelo lucro Presumido, apresentada anteriormente, é possível perceber que a economia é de R$ ,00 em 2012 e R$ ,00 em 2013, representando uma economia de aproximadamente 7% em 2012 e 10% em Implementação. Ainda consoante à legislação, há um limite de faturamento para que as entidades sejam enquadradas no Simples. O faturamento máximo é de R$ ,00/ano. Ou seja, para que o simples seja implementado, haverá a necessidade de serem criadas várias empresas e atentar para o fato de que, sendo os sócios os mesmos, a opção não fará sentido, visto que nessa situação os faturamentos devem ser somados. É importante ressaltar que, dado que as empresas são, de fato, diferentes, é necessário que essa autonomia esteja clara para os Órgãos de fiscalização. Ou seja, empresas diferentes: 11
13 A. Não compartilham recursos materiais e humanos. Isso significa que a venda de cada uma não se confunde com a outra, sendo registradas de forma separada. Assim, cada entidade tem a sua própria conta- corrente, e os recursos não são transferidos e movimentados livremente, como se fosse uma coisa só. Cada uma das entidades tem seus próprios equipamentos e funcionários. A priori, não faz sentido, por exemplo, uma máquina trabalhar para mais de uma entidade. Isso também vale para os colaboradores: alocados em uma entidade, devem trabalhar somente para ela; B. Possuem endereços diferentes. Nada impede que uma entidade opere em frente a outra ou ao lado, mas há necessidade dos endereços serem diferentes; C. Normalmente possuem sócios diferentes; D. Possuem, em seu contrato social, atividades diferentes. Ainda no que diz respeito às novas sociedades, há de se ponderar sobre a possibilidade das novas entidades não serem qualificadas como sucessoras das anteriores. A transferência de recursos materiais e humanos pode levar a esse entendimento. Há de se ponderar, ainda, sobre os custo de legalização e de manutenção de contabilidades separadas. Dado que o faturamento em 2012 ficará entre R$ e R$ , deverão operar 6 (seis) entidades. Caberá ao sócio determinar a relação custo- benefício da opção pelo simples até o presente momento, considerando a economia gerada face ao cenário alternativo e custos/riscos de desenquadramento envolvidos. 12
14 2.1.4 Outras opções Lucro Presumido e Simples Nacional em conjunto (!). Dado que o faturamento em 2012 ficará entre R$ e R$ , podemos considerar ainda uma empresa no lucro presumido e outra no Simples Nacional, alocando 50% (cinquenta por cento) da mão- de- obra em cada. Sendo assim, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo lucro presumido e Simples Nacional alocando 50% da mão- de- obra na empresa optante pelo lucro presumido: 13
15 OLIVEIRA & CARVALHO A partir de então alocamos 10% (dez por cento) da mão- de- obra na empresa optante pelo lucro presumido e 90% (noventa por cento) na empresa optante pelo Simples Nacional. Sendo assim, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo lucro presumido e Simples Nacional com atribuição de 10% da mão- de- obra na empresa optante pelo lucro presumido, sofrendo alteração somente na Contribuição Previdenciária Patronal e no total de tributos: 14
16 Até o presente momento, conforme demonstraremos a seguir, esta opção parece- nos a melhor (mais vantajosa). Há de se ponderar, contudo, sobre os gastos com a distribuição dos funcionários nas empresas Lucro Real e Presumido em conjunto (!). Dado que o faturamento em 2012 ficará entre R$ e R$ , podemos considerar ainda uma empresa no lucro presumido e outra no real, alocando 50% (cinquenta por cento) da mão- de- obra em cada. Sendo assim, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo lucro presumido e real: 15
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18 OLIVEIRA & CARVALHO Até o presente momento, conforme demonstraremos a seguir, esta opção NÃO parece ser a melhor (mais vantajosa). Há de se ponderar, contudo, sobre os gastos com a distribuição dos funcionários nas empresas. 17
19 OLIVEIRA & CARVALHO Lucro Real e Simples Nacional em conjunto (!). Dado que o faturamento em 2012 ficará entre R$ e R$ , podemos considerar ainda uma empresa no lucro real e outras três no Simples Nacional, alocando 50% (cinquenta por cento) da mão- de- obra na do lucro real e 50% (cinquenta por cento) divididos nas outras três do Simples. Sendo assim, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo lucro real e Simples Nacional alocando 50% da mão- de- obra na empresa optante pelo lucro real: 18
20 OLIVEIRA & CARVALHO A partir de então alocamos 10% (dez por cento) da mão- de- obra na empresa optante pelo lucro real e 90% (noventa por cento) divididos pelas empresas optantes pelo Simples Nacional. Sendo assim, projetamos valores estimados de tributos a pagar se a opção for pelo lucro real e Simples Nacional com atribuição de 10% da mão- de- obra na empresa optante pelo lucro real, sofrendo alteração somente na Contribuição Previdenciária Patronal e no total de tributos: Até o presente momento, conforme demonstraremos a seguir, esta opção NÃO parece ser a melhor (mais vantajosa). Há de se ponderar, contudo, sobre os gastos com a distribuição dos funcionários nas empresas. 19
21 Aproveitamento do ágio para fins fiscais. A aquisição de qualquer sociedade pode ser feita pelo valor contábil, maior ou menor que este, em função, por exemplo, da expectativa de rentabilidade futura (ou prejuízo futuro) do negócio adquirido. A diferença, quando maior, é chamada de ágio. O ágio, em essência, corresponde a uma despesa antecipada. O assunto é regulamentado atualmente pelo pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis que regulamenta a combinação de negócios. O assunto, contudo, é antigo e um dos diplomas legais mais referenciados é a instrução da CVM n. 247/96. Fiscalmente, o assunto é abordado no Decreto n. 3000/99 e outros normativos. Acontece que o ágio, enquanto antecipação de gasto, fica registrado transitoriamente no ativo e, dependendo de sua natureza, é baixado pra a demonstração de resultado do exercício em função de seu fundamento econômico. Tributariamente, o ágio é amortizável e dedutível na base de cálculo do IR/CSLL à razão máxima de 1/60 por mês, em uma operação de combinação de negócios. Ou seja, após uma operação de fusão ou incorporação legítimas, devidamente suportadas por lado específico, o ágio passa a ser dedutível para fins tributários. Isso gera uma economia de IR/CSLL ao longo de 60 meses. Como fazer? O ágio existe na aquisição de empresas e na integralização de capital. No caso concreto, os seguintes passos seriam necessários: Criação de uma sociedade investidora (A) pelos sócios pessoas físicas; Transferência da titularidade da Sociedade (XXXX) para a sociedade A. Ou seja, os sócios passariam a ser donos de A que por sua vez seria proprietária de XXXX. Isso significa que a integralização de capital de A seria feita por meio da transferência de XXXX para A, cujo objetivo pode ser a exploração de outras sociedades, uma holding; Em seguida, na qualidade de investidora, a empresa A cria uma empresa de participações, a B, integralizando o capital de B por meio da participação societária que tinha em XXXX. Ou seja: nesse momento, A é dona de B que, por sua vez, é dona de XXXX; 20
22 OLIVEIRA & CARVALHO Por fim, a empresa XXXX é incorporada (ou vice- versa) ou fundida; Como consequência fiscal da operação, o ágio passa a ser dedutível para fins de IR, ao longo de 60 meses; ou seja, admitindo um registro de ágio no valor de R$ ,08, isso significará uma economia de R$ ,05 (34% sobre o ágio) Comparativo. Segue um quadro comparativo das formas de tributação que a empresa pode optar, considerando a estimativa de crescimento projetado e alíquotas cabíveis: Podemos notar a partir de então que a melhor forma de tributação é ter uma empresa no Simples Nacional e outra no lucro presumido com 10% (dez por cento) da mão- de- obra, gerando assim, menor carga tributária. 2.2 RISCO TRIBUTÁRIO Do desenquadramento do SIMPLES. Tratando- se de risco tributário, observou- se que a empresa teve faturamento acima do limite de enquadramento do SIMPLES desde Baseado na legislação a 21
23 seguir, entendemos que a mesma já estaria excluída deste regime desde o ano mencionado (período do escopo com efeito retroativo). ART. 3º - (...) 10. A microempresa e a empresa de pequeno porte que no decurso do ano- calendário de início de atividade ultrapassarem o limite de R$ ,00 (duzentos mil reais) multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período estarão excluídas do regime desta Lei Complementar, com efeitos retroativos ao início de suas atividades. (...) 12. A exclusão do regime desta Lei Complementar de que tratam os 10 e 11 deste artigo não retroagirá ao início das atividades se o excesso verificado em relação à receita bruta não for superior a 20% (vinte por cento) dos respectivos limites referidos naqueles parágrafos, hipóteses em que os efeitos da exclusão dar- se- ão no ano- calendário subsequente Da apuração do Débito. Percebemos que há emissão de notas fiscais com valores cuja tributação não conseguimos identificar. A fim de apurar esse risco de uma autuação, efetuamos o levantamento do faturamento com base na emissão das notas fiscais, o cálculo dos impostos e a atualização da dívida nos cenários de (1) denúncia espontânea e (2) fiscalização. A planilha com os cálculos detalhados encontram- se no Anexo I deste relatório. Em caso de denúncia espontânea, a empresa poderá optar pela forma de tributação com base no Lucro Real ou Presumido. Art. 32. As microempresas ou as empresas de pequeno porte excluídas do Simples Nacional sujeitar- se- ão, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. 1o Para efeitos do disposto no caput deste artigo, na hipótese da alínea a do inciso III do caput do art. 31 desta Lei Complementar, a microempresa ou a empresa de pequeno porte desenquadrada ficará sujeita ao pagamento da totalidade ou diferença dos respectivos impostos e contribuições, devidos de conformidade com as normas gerais de 22
24 incidência, acrescidos, tão- somente, de juros de mora, quando efetuado antes do início de procedimento de ofício. 2o Para efeito do disposto no caput deste artigo, o sujeito passivo poderá optar pelo recolhimento do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na forma do lucro presumido, lucro real trimestral ou anual. Vale ressaltar que fica a critério do fiscal, em caso de fiscalização, arbitrar a forma de tributação para definição das alíquotas a serem aplicadas para IR, AIR, CSLL, PIS, COFINS, ISS e INSS patronal, respaldados por lei, uma vez que a empresa não está enquadrada no regime do SIMPLES. Apenas para se ter uma ordem de grandeza, considerando o montante de emissão de notas fiscais, o débito para a XXXX de XXXX, hoje, em valores nominais, sem correção monetária seja de R$ ,06 se for avaliado pelo Lucro Real e de R$ ,11 se for avaliado pelo Lucro Presumido. Ao considerarmos os juros de mora de 1% ao mês e multa de mora de 20% sobre o débito em caso de denúncia espontânea (1), é possível que esse valor passe para R$ ,09 no Lucro Real e R$ ,17 no Lucro Presumido. Se simularmos o valor a ser pago em caso de fiscalização (2) considerando juros de mora de 1% ao mês, multa de mora de 20% sobre o débito e multa punitiva, arbitrada em 50% do débito (valor nominal + multa de mora), passará esse valor para R$ ,04 no Lucro Real e R$ ,15 no Lucro Presumido. Os juros incidem sobre multa punitiva, pois a mesma integra o crédito tributário, podendo chegar a 75% do valor da dívida. Segue quadro resumo dos impostos a serem pagos com valor nominal, atualizado para denúncia espontânea e atualizado para caso de fiscalização. 23
25 Considerando o art. 138 do Código Tributário Nacional, pode- se entender como sendo indevida a cobrança de multa moratória sobre o débito quando efetuada a denúncia espontânea, conforme artigo a seguir: Art A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração Do parcelamento da Dívida. Inexiste previsão para parcelamento na Lei Complementar nº 123, de Inclusive, a existência de débitos é motivo que enseja a exclusão da microempresa (ME) e da empresa de pequeno porte (EPP) do Simples Nacional. Na esfera municipal, em se tratando de Imposto Sobre Serviço ISS, o parcelamento da dívida pode ser efetuado em até 30 (trinta) vezes para débitos não inscritos em dívida ativa (Fonte: id=141861). Sendo assim, o parcelamento ficaria em até 30 parcelas de R$ ,13 em caso de denúncia espontânea. Na esfera federal será formalizado parcelamento distinto para cada tributo ou contribuição e cumpridas as condições para o parcelamento e o montante dos débitos 24
26 parcelados será consolidado na data da formalização do pedido, compreendendo o débito atualizado pelos acréscimos e encargos, legais e contratuais, vencidos até a data da formalização do pedido. Os débitos junto à Receita Federal poderão ser parcelados em até 60 (sessenta) parcelas mensais e consecutivas (Fonte: O valor de cada parcela será obtido mediante a divisão do valor do débito consolidado pelo número de parcelas, observado o limite mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando o devedor seja pessoa jurídica, ainda que o parcelamento seja de responsabilidade de pessoa física. Sendo assim, o parcelamento ficaria em até 60 parcelas de R$45.287,80 se a opção for pelo lucro real ou R$35.981,70 se a opção for pelo lucro presumido em caso de denúncia espontânea Riscos em função da omissão de receita. Uma das alternativas comumente adotadas consiste em proceder- se ao encerramento das atividades das entidades inadimplentes e abertura de outras. Por razões de ordem prática, é possível que ele tenda a diminuir em caso de descontinuidade. Entendemos, contudo, que esse caminho configura, salvo melhor juízo, fraude, motivo pelo qual não o recomendamos. Caso a opção das entidades seja pela descontinuidade, há de se ponderar os riscos de, em uma eventual fiscalização, a autoridade fiscal entenda que outra entidade a ser criada seja, na verdade, continuação da anterior com outra razão social. Para mitigar esse risco (admitindo que a criação de novas entidades seja legítima e sem o intuito de burlar o fisco), sugere- se a adoção dos seguintes procedimentos: A. Alteração de endereço, por ocasião da nova entidade; B. Alteração do quadro societário; 25
27 C. Cautela por ocasião do registro dos funcionários. A simples transferência de todos os funcionários, de forma que a nova entidade tenha EXATAMENTE ou mesmo QUASE A MESMA força de trabalho é por demasiado arriscada; D. Abertura de novas contas- correntes; E. Celebração de novos contratos junto aos clientes; F. Formatação diferente. 3. CONCLUSÃO. Com base nos cenários supra, esperamos ter contribuído para a redução da carga tributária da entidade, desejando sucesso em sua jornada. Colocamo- nos à disposição para dirimir eventuais dúvidas que venham a surgir. 26
28 Dada a própria natureza do negócio (atividade de consultoria), alertamos que a efetivação das medidas porventura sugeridas correrá por conta e risco exclusivos do contratante (Sociedade). Assim, as eventuais implicações societárias, financeiras, tributárias, operacionais e penais decorrentes dos cenários apontados não poderão recair, em nenhuma hipótese, sobre o contratado. Dada a falta de ingerência do contratado sobre eventos futuros, a possibilidade mudança do entendimento dos Órgãos públicos e da Justiça e os cálculos de probabilidade porventura utilizados, não há como ser diferente. Da mesma forma, não recairá sobre o contratado nenhum tipo de responsabilidade em função de informações inverídicas ou incompletas porventura prestadas pela Sociedade. Oliveira & Carvalho Auditoria e Consultoria Empresarial LTDA. 27
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