Estudo Epidemiológico de Casos de Câncer no Estado de Mato Grosso do Sul - MS
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- Edison Rocha Penha
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1 Estudo Epidemiológico de Casos de Câncer no Estado de Mato Grosso do Sul - MS Study Cancer Epidemiology Case in Mato Grosso do Sul - MS TRENKEL, Fernanda Adriéli 1 ; MAIA, Sebastião Gabriel Chaves 2 1 Faculdades Magsul/FAMAG, Ponta Porã, MS, fernanda_trenkel@hotmail.com; 2 Faculdades Magsul - FAMAG, Ponta Porã, MS, Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ecologia Aplicada ESALQ-CENA/USP, Piracicaba, SP, sgchavesmaia@usp.br. Resumo: O câncer passou a ser considerado um caso de saúde pública, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. No Brasil é considerado a terceira maior causa de morte. O câncer é a doença que mais cresce mundialmente, elevando seu número de óbitos. Vários fatores influenciam neste processo carcinogênico, como, por exemplo, os hábitos alimentares. Tem por objetivo determinar os dados epidemiológicos de câncer no estado de Mato Grosso do Sul-MS e analisar as variáveis relacionadas ao gênero e localização primária das neoplasias nos períodos de 2003 à As presentes informações fazem parte de um estudo que se caracteriza como de cunho epidemiológico quantitativo, descritivo, transversal e retrospectivo. No estado de Mato Grosso do Sul o índice de caso de câncer aumentaram nos últimos anos, porém durante os anos de 2003 à 2014 há quedas nos número, estas variações podem ser reflexo das campanhas de prevenções. Sendo as neoplasias mais presentes no gênero feminino o câncer de mama e no gênero masculino o de câncer de próstata. Palavras-chave: neoplasia, incidência, saúde pública. Abstract: The cancer has been considered the public health case, in both developed countries and developing countries. In Brazil is the third largest cause of death. Cancer is the disease the fastest growing worldwide, bringing its number of deaths. Several factors influence this carcinogenic process, for example, eating habits. It aims to determine the epidemiological cancer data in the state of Mato Grosso do Sul-MS and analyze the variables related to gender and primary location of cancer in the period 2003 to The information presented are part of a study that is characterized as quantitative epidemiological studies, descriptive, cross-sectional and retrospective. In the state of Mato Grosso do Sul cancer case rate increased in recent years, but during the years 2003 to 2014 there are decreases in number, these variations may reflect the prevention campaigns. Being the most present tumors in female breast cancer and in males the prostate cancer. Keywords: cancer, incidence, public health. 1
2 Introdução O termo câncer se refere a neoplasias, especificamente aos tumores malignos, que se caracterizam por apresentar um crescimento descontrolado nas células. Existem quase 200 tipos que correspondem aos sistemas de células do corpo, no qual se diferenciam pela capacidade de invadir tecidos e órgãos, vizinhos ou distantes (ALMEIDA et al., 2005). O câncer é causado por fatores externos e internos, estando ambos interrelacionados. Os fatores externos se referem às exposições ambientais, os hábitos ou costumes e o próprio meio cultural, enquanto os internos são, na maioria das vezes, geneticamente determinados e estão relacionados à capacidade individual de se defender das agressões externas (SANTOS, 2008). Os principais fatores de risco são o tabagismo, a hereditariedade, o alcoolismo, hábitos alimentares e sexuais, medicamentos, radiação solar e fatores ocupacionais (BRASIL, 1996; WESTPHAL, 2009 apud MERGEN; STRASSBURGER, 2009). O processo de reorganização global determina grandes modificações nos padrões de saúde no mundo, no qual esta modificação epidemiológica se caracteriza pelas mudanças no perfil de mortalidade com diminuição da taxa de doenças infecciosas e aumento concomitante da taxa de doenças crônico-degenerativas, especialmente as doenças cardiovasculares e o câncer (GUERRA et al., 2005). O câncer passou a ser considerado um caso de saúde pública (FRANÇA et al., 2012), sendo considerado a terceira causa de morte no Brasil, precedido apenas por acidentes e doenças cardiovasculares (BRUMINI et al., 1982 apud SANTOS, 2008). Assim, um estudo epidemiológico sobre o câncer é de extrema importância para que ocorra o conhecimento referente às variações nas características padrões da doença e indicação de fatores associados, bem como para o estabelecimento de ações de prevenção, controle e tratamento. O presente estudo tende por objetivo determinar os dados epidemiológicos de câncer no Estado de Mato Grosso do Sul-MS e analisar as variáveis relacionadas ao gênero e localização primária das neoplasias nos períodos de 2003 à Metodologia O presente estudo é de cunho epidemiológico quantitativo, descritiva, transversal e retrospectivo, que visa analisar a incidência de casos câncer no estado de Mato Grosso do Sul. 2
3 O trabalho teve como ponto inicial a realização de uma ampla revisão bibliográfica, cujas fontes de pesquisas foram à base de informações como: Scielo, Google Acadêmico, CNPQ, entre outros. O universo e a amostra do presente estudo foram constituídos através do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para contextualização dos dados no estado de Mato Grosso do Sul, no qual abrange os portadores de neoplasias de 2003 à Foram incluídos especificamente os pacientes com confirmação histopatológica de neoplasia maligna, além de ter recebido atendimento dentro do período deste estudo. Os dados foram relacionados com as variáveis: gênero e localização da neoplasia. Resultados e discussões A prevalência de casos de câncer varia conforme as regiões, o estado apresenta a maior taxa de câncer de mama na região do Centro-Oeste e a segunda maior do país (UOL, 2014). A tabela 1 reúne dados referentes às estimativas do ano de 2003, no qual foram estimados cerca de novos casos de câncer no estado do Mato Grosso do Sul entre homens e mulheres, sendo que as neoplasias que mais de destacam são o de próstata em homens que apresenta em torno de 610 novos casos e o de mama nas mulheres em torno de 460 de novos casos de câncer. Foram estimados cerca de casos de óbitos no referido estado, sendo que a maior parte das vítimas é do gênero masculino no qual apresenta 840 casos e 680 vítimas do gênero feminino. Tabela 1. Estimativas para o ano 2003 das taxas brutas de incidência e mortalidade por e de número de casos novos e de óbitos por câncer, em homens, segundo localização primária. Localização Primária Neoplasia maligna Estimativa dos Casos Estimativa dos Óbitos Novos Masculino Feminino Masculino Feminino Pele não Melanoma Mama Feminina Próstata Traquéia, Brônquio e Pulmão Estômago Colo do Útero Cólon e Reto Esôfago Leucemias Cavidade Oral Pele Melanoma
4 Outras Localizações Total Fonte: BRASIL (2003) Para ano de 2005 foram estimados cerca de novos casos de câncer no estado de Mato Grosso do Sul, no qual cerca de casos foram estimados para o gênero masculino e para o gênero feminino, sendo que as neoplasias que mais se destacou para o gênero masculino foram o de próstata com 650 casos e no gênero feminino se destacou o de pele não melanoma com 810 casos (BRASIL, 2004). A tabela 2 reúne dados que foram estimados em 2008, no qual apresenta cerca de novos casos de câncer, no qual são referentes ao gênero masculino e ao gênero feminino, sendo a neoplasia que mais se destaca no gênero masculino é o de próstata com cerca de 720 casos e no gênero feminino é o de não melanoma com cerca de 890 casos estimados. Tabela 2. Estimativas para o ano 2008 das taxas brutas de incidência por e de número de casos novos em homens e mulheres, segundo localização primária Localização Primária Estimativa dos Casos Novos Neoplasia maligna Homens Mulheres Total Pele não Melanoma Mama Feminina Próstata Traquéia, Brônquio e Pulmão Estômago Colo do Útero Cólon e Reto Esôfago Leucemias Cavidade Oral Pele Melanoma Outras Localizações Total Fonte: BRASIL (2007) A tabela 3 reúne dados que foram estimados para ano de 2010, no qual novos casos de câncer foram estimados para o estado de Mato Grosso do Sul-MS, no qual cerca de casos foram estimados para o gênero masculino e para o gênero feminino, no qual a neoplasia que mais se destaca no gênero masculino é o de próstata com cerca de 800 casos e no feminino é de pele não melanoma com cerca de 790 casos estimados. 4
5 Tabela 3. Estimativas para o ano 2010 das taxas brutas de incidência por e de número de casos novos em homens e mulheres, segundo localização primária Localização Primária Estimativa dos Casos Novos Neoplasia maligna Homens Mulheres Total Pele não Melanoma Mama Feminina Próstata Traquéia, Brônquio e Pulmão Estômago Colo do Útero Cólon e Reto Esôfago Leucemias Cavidade Oral Pele Melanoma Outras Localizações Total Fonte: BRASIL (2009) De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (2011) para ano de 2012 foram estimados novos casos de câncer, no qual são referentes ao gênero masculino, na qual a neoplasia que apresentou maior incidência é o de próstata com casos. Para o gênero feminino foram estimados novos casos, sendo a neoplasia com maior incidência de casos foi a de mama com cerca de 740 novos casos. Para ano de 2014 foram estimados novos casos de câncer para o estado, no qual foram estimados para o gênero masculino, sendo a neoplasia que apresenta um maior número de estimativas é o de próstata com novos casos. Para o gênero feminino foram estimados novos casos, no qual a neoplasia que apresenta maior estimativa de incidência é o de mama com 770 novos casos (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2014). A tabela 4 reúne dados dos últimos 12 anos, sendo referente às estimativas de casos câncer, no qual aumentaram quando comparados com ano 2003, porém observamos que durante os anos de 2003 á 2014 há quedas no número de casos, estas variações podem ser reflexo das campanhas de prevenções. Tabela 4. Comparação do número de novos de câncer no estado de Mato Grosso do Sul entre os anos 2003 á 2014 Ano Estimativas
6 Fonte: o próprio autor Atualmente o estado de Mato Grosso do Sul, apresenta três estabelecimento que ofertam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e estão prevista a habilitação de serviços de tratamento oncológico em mais um hospital, além da modernização dos equipamentos usados em mais outro (NOTÍCIAS, 2015). Conclusões O estudo referente a este assunto ainda é polêmico, porém há dados que são suficientes para que possam recomendar a toda população para que haja uma mudança nas características de consumo, em especial na busca por uma qualidade melhor da alimentação, incentivando o aumento no consumo de verduras, frutas, peixes e legumes frescos como uma forma de prevenção de câncer digestivo (ILIAS, 2006). Não existe uma sociedade sem câncer, porém os tipos de câncer ocorrem conforme o desenvolvimento dos países e a modificação da população em uma forma vulnerável, onde acabam não tendo escolha e tendo que viver exposto com os diversos meios considerados propagador de células cancerígenas. As mudanças sociais e culturais causam um forte impacto para o setor da saúde, consequências que são consideradas previsíveis. O câncer é uma doença que cresce em nível mundial, sendo uma das quais que mais ocasionam óbitos, sendo definido como um crescimento celular anormal devido às alterações e modificações genéticas que mudam o seu ciclo celular, podendo ser classificado em tumor benigno e maligno e em primário e metastático referente ao seu processo de desenvolvimento. No estado de Mato Grosso do Sul o índice de caso de câncer aumentaram nos últimos anos, porém durante os anos de 2003 à 2014 há quedas nos número, estas variações podem ser reflexo das campanhas de prevenções. No qual as neoplasias mais presentes no gênero feminino é o câncer de mama sendo estimados aproximadamente 560 casos para o ano de 2008 e no gênero masculino a neoplasia que apresenta maior numero de estimativas é o de próstata com aproximadamente 800 casos estimados para o ano de Referências bibliográficas 6
7 ALMEIDA, V. L. DE; LEITÃO, A.; REINA, L. D. C. B.; MONTANARI, C. A.; DONNICI, C. L. Câncer e agentes antineoplásicos ciclo-celular específicos e ciclo-celular não específicos que interagem com o DNA: uma introdução. Química Nova, v. 28, n. 1, p , Disponível em: < Acesso em: 11 set BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer INCA. Estimativas da incidência e mortalidade por câncer, Rio de Janeiro: INCA, Disponível em: < Acesso em: 11 out Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2005: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, Disponível em: < Acesso em: 11 out Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativas 2008: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, Disponível em: < > Acesso em: 11 out Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro: INCA, Disponível em: < > Acesso em: 11 out GUERRA, M. R.; GALLO, C. V. DE M.; MENDONÇA, G. A. E S. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 51, n. 3, p , Disponível em: < Acesso em: 11 out ILIAS, E. J. Hábitos alimentares e câncer digestivo. Revista da Associação Medica Brasileira, v. 52, n. 5, set-out, Disponível em: < Acesso em: 10 out INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José 7
8 Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de Janeiro: Inca, Disponível em: < Acesso em: 11 out Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2014: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de Janeiro: INCA, Disponível em: < destaques/estimativa-de-incidencia-de-cancer- 2014/estimativa_cancer_ pdf> Acesso em: 11 out MERGEN, C. T. T.; STRASSBURGER, S. Z. Prevalência dos tipos de câncer em pacientes atendidos em um centro de alta complexidade em oncologia. Revista Contexto & Saúde Ijuí, Editora Unijuí, v. 9, n. 17, p , jul-dez, Disponível em: Disponível em: < 214> Acesso em: 10 out NOTÍCIAS, MS. Ministério da Saúde informa que rede oncológica de Mato Grosso do Sul será ampliada. Amambaí notícias, Disponível em: < Acesso em: 05 nov SANTOS, S. S. DA. Exposição a substâncias químicas e câncer: aspectos epidemiológicos, genéticos e moleculares. Caderno da Saúde, Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: 08 mar UOL. Prevalência do câncer varia de acordo com a região do país, mostra Inca. Uol Notícias Ciências e Saúde, Disponível em: < Acesso em: 05 nov
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