Kelli Carneiro de Freitas Nakata
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1 III Oficina Novos e velhos desafios da assistência farmacêutica Fornecimento de medicamentos via judicial x equidade, integralidade e universalidade. Kelli Carneiro de Freitas Nakata Sinop-MT, 07 de Novembro de Kelli Carneiro de Freitas Nakata Mestre em Saúde Coletiva. Área de Concentração: Avaliação de Tecnologias em Saúde. MBA em Economia e Avaliação de Tecnologia. Especialista em Gestão Hospitalar. Especialista em Hematologia. Bacharel em Farmácia. Habilitação Bioquímica. Judicialização: pedra no sapato? Ou salvação da lavoura? 1
2 Depende do ângulo de observação do fenômeno judicialização?? Qual a fundamentação jurídica das ações judiciais? Garantia do direito à saúde e à vida. Art.196 A saúdeédireito de todos edever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Constituição Federal Capítulo da Saúde. ARTIGO 6º - Estão incluídas, ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde SUS. Lei Orgânica da Saúde (8.080, de 1990) Ações executadas pelo SUS: vigilância sanitária; vigilância epidemiológica; saúde do trabalhador; e assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. 2
3 Causas de demandas judiciais Mobilização da sociedade Dinâmica de avanços técnicocientíficos Velocidade de pesquisas e descobertas Disputa de mercado Fonte: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência Farmacêutica no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília : CONASS, Características comuns do fenômeno de judicialização no Brasil Adecisãoétomadatomandocomobaseúnica a prescrição medicamentosa apresentada pelo reivindicante. A prescrição contem tanto medicamentos incorporados como não incorporados pela assistência farmacêutica(af) do SUS. Crescimento exponencial das demandas judiciais e dos gastos com medicamentos. Bloqueio judicial BLOQUEIO JUDICIAL NAS CONTAS DO FUNDO ESTADUAL DE SAUDE(FES) E DA CONTA ÚNICA DO ESTADO A 2014* EXERCICIOS CONTA ÚNICA FES TOTAL , , , , , , ,34 490, , , , , , , , * , , ,36 TOTAL , , ,91 Fonte de dados: FIPLAN - FIP680, Ofícios SATE-SEFAZ n 324, 773 e 915 e Relatório da COFICO dados do FES. *2014: Até set/14 para FES e até out/14 para Conta Única 3
4 Linha do tempo dos bloqueios judiciais(2008 a 2014) , , , , ,00 CONTA ÚNICA FES , , * , , , ,00 FES CONTA ÚNICA * Judicialização x doutrina do SUS Universalidade Ingerência do Poder Judiciário nas Políticas Públicas Equidade Integralidade O SUS e suas doutrinas UNIVERSALIDADE EQUIDADE: É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer para todos(grifo nosso). INTEGRALIDADE Fonte: Ministério da Saúde ABC do SUS - Doutrinas e Princípios,
5 Efeito positivo da judicialização O uso da via judicial para o fornecimento de medicamentos presentes nas listas oficiais públicas é uma forma legítima de garantir o pleno exercício do direito à assistência individual terapêutica, que integra o direito à saúde na lei brasileira. Ponderações sobre o efeito negativo Deferimento absoluto de pedidos judiciais pode aprofundar as iniquidades de acesso no sistema público de saúde. Dificuldades na gestão da AF - criação de estruturas paralelas. Segurança do paciente em razão de possíveis prescrições inadequadas. Fonte: Pepe et al. A judicialização da saúde e os novos desafios da gestão da assistência farmacêutica. Ciênc. saúde coletivavol.15no.5riodejaneiroaug Consequências Demandas individuais em detrimento das coletivas Disponibilização de medicamentos de forma acrítica Melhor alternativa terapêutica? Falta de registro na ANVISA Uso off label Evidência das drogas dispensadas? Desestruturação da hierarquia do SUS Elevação dos gastos financeiros e orçamentários com medicamentos Dificuldade na programação e aquisição Problemas no acesso 5
6 Impactos no caso dos medicamentos Demanda individual Uso off label; Queima de tratament o Quebra da hierarquia do SUS Liminar Desorgani zação do ciclo de AF Falta de registro na ANVISA Quebra dos PCDT do SUS O que fazer???? Definir fluxo para cadastro das liminares e organização dos dados. Aquisição de medicamentos para atender as demandas. Estratégias de defesa. Papel do farmacêutico neste contexto Elaborar o parecer técnico 6
7 Perguntas que devem ser feitas ao pleito O pedido corresponde a melhor alternativa? É eficaz? É segura? No caso de medicamentos: tem registro na ANVISA? É uso off label? Há alternativas terapêutica no SUS? Melhor ou igualmente eficaz? Menor custo? Aonde posso encontrar? Como faço pra usufruir? Não há alternativas no SUS? Há outra alternativa mais custo-efetiva? Informação Gestão Como reduzir demandas judiciais evitáveis? Informar o paciente/prescritor/profissional da saúde dos programas e protocolos dosus. Procurar resolver o problema do usuário. Que alternativas existem? Formação de Comissão de especialistas para manifestação durante a tramitação dos processos(como o NAT). Melhorar o ciclo da AF, principalmente a gestão de compras e a qualidade na dispensação. Negociar soluções com as associações de pacientes. Investir na melhora do acesso. Estudo Entender que algumas ações judiciais são pertinentes. Conhecer as demandas locais e regionais e firmar acordos, inclusive com gestores municipais. Promover o uso racional de medicamentos. Formular e atualizar as listas e protocolos(cft). Atores Cidadãos Legisladores Operadores do direito Gestores de saúde Profissionais da saúde 7
8 III Oficina Novos e velhos desafios da assistência farmacêutica Assistência Oncológica x Judicialização Kelli Carneiro de Freitas Nakata Cuiabá, 07 de Novembro de Tabagismo Alcoolismo Hábitos alimentares Fatores ocupacionais Fatores de Risco Hábitos sexuais Radiação solar Hereditariedade Fonte: INCA: 8
9 Transição Demográfica Transição Epidemiológica Ranking de casos novos de câncer em 2016 ( ), segundo o Inca. Melanoma: casos novos/ano Próstata: casos novos/ ano Pulmão: Cólon e reto: Estômago: Cavidade Oral: Esôfago: Bexiga: Laringe:6.360 Leucemia: Fonte: INCA: 9
10 Segundo o Inca, Câncer mais incidentes em mulheres Mama: Cólon e reto: Colo do útero: Pulmão: Estômago: 7600 Corpo do útero: Ovário:6150 Glândula tireóide: Linfoma não-hodgkin: Fonte: INCA: Linha do Tempo de Mortalidade por Câncer, segundo INCA Fonte: Constituição da rede de atenção às pessoas com doenças crônicas no eixo temático do câncer Atenção Básica Atenção Domiciliar Atenção Especializada Hospitalar: CACON, UNACON Atenção Especializada Ambulatorial Serviço de Radioterapia Sistemas Logísticos e Governança Regulação Sistemas de Apoio FONTE: PORTARIA Nº 140, DE 27 DE FEVEREIRO DE
11 Tratamento Cirurgia Radioterapia Quimioterapia Transplante de medula Combinação de modalidades 1. Por quê a funciona diferente? Grande variedades de tumores e situações clínicas, necessidade de múltiplas escolhas de opção terapêutica. Ações que extrapolam a assistência farmacêutica 2. Existem protocolos Clínicos? Diretrizes Terapêutica? Sim. 3. Como é o financiamento? Incluído no bloco da Assistência a Saúde de Média e Alta Complexidade. Ressarcimento mediante produção de procedimentos específicos: cirúrgicos, radioterápicos, quimioterápicos e iodoterápicos. 4.Como acontece o acesso? É de competência da REGULAÇÃO estabelecer fluxos e mecanismosparagarantiroacessoarede. Procedimentos cirúrgicos devem ser autorizados antecipadamente verificando a adequação e encaminhar o paciente para o serviço mais qualificado ao procedimento, monitorando o tempo de espera. 5. E os medicamentos? O Ministério da saúde NÃOpadroniza nem FORNECE, salve exceções, medicamento antineoplásicosdiretamente a hospitais ou usuário do SUS. Os procedimentos quimioterápicos NÃO fazem referência a NENHUM medicamento sendo aplicáveis a situações clínicas para os quais os medicamentos são indicados. 11
12 6. Quais são as exceções? Talidomida para o tratamento do mieloma múltiplo; Imatinibe para a quimioterapia do tumor do estroma gastrointestinal (GIST), da leucemia mieloide crônica e da leucemia linfoblástica aguda cromossoma Philadelphia positivo. Trastuzumabe para a quimioterapia do carcinoma de mama inicial e locorregionalmente avançado. Rituximabe para a quimioterapia do linfoma difuso de grandes células B e do linfoma folicular. Dasatinibe e o nilotinibe para a quimioterapia da leucemia mieloide crônica de adultos. 7. De quem é a responsabilidade de ofertar o medicamento na? Do hospital credenciado. 12
13 Por que então o medicamento oncológico é judicializado? Alto custo Grande oferta de novos produtos Prescrição Valor da APAC PORTARIA Nº 140, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2014 Redefine os critérios e parâmetros para organização, planejamento, monitoramento, controle e avaliação dos estabelecimentos de saúde habilitados na atenção especializada em oncologia e define as condições estruturais, de funcionamento e de recursos humanos para a habilitação destes estabelecimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde(SUS). PORTARIA Nº 874, DE 16 DE MAIO DE 2013 Institui a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 13
14 Serviços credenciados Cuiabá Hospital Geral Universitário: Unaconcomserviço de Hematologia. Hospital do Câncer de Mato Grosso: Unacon com serviços de Radioterapia, Hematologia e Pediátrica. Hospital da Sociedade Beneficente Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá: Unaconcomserviços de Radioterapia e Pediátrica. Rondonópolis Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis (Unacon) Sinop Hospital Santo Antônio/Fundação de Saúde Comunitária de Sinop (Unacon) Fonte: INCA( 14
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