Como elaborar um Mapa de Risco:... 7
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- Tomás Alves Gentil
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2 CONCEITO DE HIGIENE... 4 CONCEITO DE PROFILAXIA... 4 CONCEITO DE SAÚDE X DOENÇA... 4 EXPOSIÇÃO AO RISCO... 4 MAPA DE RISCO... 6 Como elaborar um Mapa de Risco:... 7 PRECAUÇÃO PADRÃO... 9 HIGIENE PESSOAL... 9 PRECAUÇÕES DE CONTATO... 9 PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS PARA AEROSSÓIS PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS PARA GOTÍCULAS CONTROLE AMBIENTAL E EQUIPAMENTOS ROUPAS E CAMPOS DE USO NO PACIENTES OBJETOS PERFURO-CORTANTES LAVAGEM DAS MÃOS Técnica de Higienização das mãos: PROTEÇÃO E DESCONTAMINAÇÃO: BARREIRAS DE PROTEÇÃO EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) Luvas Tipos de luvas e indicação de uso Jaleco e gorro Protetor Facial e Ocular PROTETOR RESPIRATÓRIO RETIRADA DOS EPI S EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCS) PROCESSOS DE LIMPEZA HOSPITALAR ÁREAS HOSPITALARES LIXO HOSPITALAR ACIDENTE DE TRABALHO RELACIONADO AO MANEJO DO LIXO
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4 CONCEITO DE HIGIENE Higiene é Conjunto de técnicas e conhecimentos utilizados para evitar doenças e prolongar a vida. Todo profissional de enfermagem deve ter como responsabilidade promover a higiene de seus pacientes, promoverem também a adoção nas suas diferentes fases da vida (recém-nascido, pré-escolar, adolescência, adulto e terceira idade), incentivando sempre ao auto-cuidado, respeitando a privacidade e a vontade do paciente para que não cause constrangimento e desrespeite a vontade do cliente. Higiene Oral: Promoção e manutenção da higiene da boca e dos dentes são fundamentais para a saúde e conforto do seu paciente. Certas condições patológicas provocam irritação e lesões da mucosa oral, estes casos requerem uma maior freqüência da higiene oral, esta compreende: Limpeza dos dentes, gengivas, bochechas, língua e lábios. Higiene Corporal: Chamada também como higiene individual, conjunto de técnicas e conhecimentos utilizados para evitar doenças e realizar a manutenção do cuidado corpóreo do indivíduo. Higiene Coletiva: Conjunto de técnicas e conhecimentos utilizados por uma coletividade a fim de evitar doenças e prolongar a vida de todos em comum. CONCEITO DE PROFILAXIA Profilaxia é Conjunto de medidas que têm por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e conseqüências. São medidas diversas que incluem desde procedimento simples como lavar as mãos até mais complexos ou que incluem usos de antibióticos e medicamentos, variando de acordo com a doença a se prevenir. CONCEITO DE SAÚDE X DOENÇA Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde, saúde é um estado completo de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. E doença é a falta ou perturbação da saúde, levando a um distúrbio funcional, um desequilíbrio do organismo. EXPOSIÇÃO AO RISCO As atividades em estabelecimentos de saúde expõem os trabalhadores não só aos riscos comuns a outros grupos profissionais, como também a riscos específicos da sua atividade. Segundo a Portaria do Ministério do Trabalho nº 3214 de 08/06/1978, o agente de risco consiste em qualquer componente de natureza física, química, 4
5 biológica que possa comprometer a saúde do Homem, dos animais, do ambiente ou qualidade dos trabalhos desenvolvidos. O risco elevado proporciona a possibilidade de acidentes além de funcionar como limitador da saúde dos usuários, contribuindo, ainda que indiretamente, para o surgimento de doenças (CARDOSO, 2005). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), risco é considerado Um acontecimento fortuito, independente da vontade humana, provocada por uma força externa agindo rapidamente, manifestando-se por um dano corporal ou mental. Os riscos são classificados em cinco principais grupos, são eles: Riscos físicos: relacionado às diversas formas de energia, como ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade. Riscos biológicos: associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos e/ou animais infectados com patógenos capazes de produzir efeitos nocivos sobre seres humanos, animais e meio ambiente. Exemplo: vírus, bactérias, parasitas, rickettsias, fungos e bacilos. Frente ao grande risco à saúde que os agentes biológicos conferem ao homem, animais e plantas, o Ministério da Saúde, por meio da Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), classificou tais agentes em classes de 1 a 4, incluindo a classe de risco especial. Os critérios de classificação têm como base aspectos, tais como: virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração e volume, origem do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao trabalhador (BRASIL, 2006a). As diferentes classes são, a saber: Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp. Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni. Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via 5
6 respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis. Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola. Classe de risco especial (alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente): inclui agentes biológicos de doença animal não existentes no País e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos. MAPA DE RISCO O mapa de risco consiste em uma representação gráfica dos fatores existentes no local de trabalho, capazes de interferir na saúde do trabalhador, como os acidentes e doenças de trabalho. A partir de uma planta baixa do local de trabalho, são levantados todos os tipos de riscos, simbolizados por círculos de tamanhos diferentes, de acordo como grau de perigo: pequeno (diâmetro de 2,5cm); médio (diâmetro de 5cm); e grande (diâmetro de 10cm) e agrupados por cores correspondentes ao tipo de agente químico (figura 1). O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos trabalhadores sobre os perigos existentes na área e, quando no mesmo local houver incidência de mais de um risco de igual gravidade, deve-se utilizar o mesmo circulo, dividindo-o em partes, pintando-as com cor correspondente ao risco. 6
7 Figura 1 Cores usadas no Mapa de Risco e Tabela de Gravidade. Fonte: Como elaborar um Mapa de Risco: As etapas da Elaboração do Mapa de risco são: 1. Conhecer os setores/seções da empresa (o que é e como produz. Para quem e quanto produz?); 2. Fazer fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das etapas de produção); 3. Listar todas as matérias-primas e os demais insumos (equipamentos, tipo de alimentação das máquinas etc) envolvidos no processo produtivo; 4. Listar todos os riscos existentes, setor por setor, etapa por etapa (se forem muitos, priorizarem aqueles de que os trabalhadores mais se queixam e que geram doenças ocupacionais ou do trabalho, comprovadas ou não). Riscos ergonômicos: qualquer fator que possa interferir nas características psicológicas e fisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. Exemplo: monotonia, posturas incorretas, ritmo de trabalho intenso, fadiga, preocupação, trabalhos físicos pesados e repetitivos. Riscos de acidentes / mecânicos: risco de ocorrência de um caso negativo do qual resulta uma lesão pessoal ou dano material. Os acidentes mais comuns são as queimaduras cortes e perfurações. Exemplo: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e ausência de sinalização. 7
8 Riscos químicos: exposição de agentes ou substâncias químicas na forma líquida, gasosa ou particulada, presentes nos ambientes ou processos de trabalho, que consigam atingir o organismo através via respiratória, por contato ou absorção da pele ou ingestão. Exemplo: poeiras minerais, poeiras vegetais, poeiras alcalinas, fumos metálicos, névoas, neblinas, gases, vapores e produtos químicos diversos. Os rótulos devem conter informações necessárias para que o produto seja manuseado com toda a segurança possível, conforme descrito no Quadro 1. Não se recomenda a reutilização de frasco de um produto para guardar algum outro diferente, ou até mesmo colocar outra etiqueta sobre a original, podendo causar algum tipo de acidente. Como os profissionais da saúde manipulam várias substâncias e compostos químicos, os efeitos tóxicos, carcinogênicos, teratogênicos e mutagênicos devem ser sempre cuidadosamente calculados e evitados. Tais atitudes impedem a maioria dos acidentes decorrentes de descuido, descaso, pressa e condições precárias de trabalho. Quadro 1 Símbolos de Risco e suas respectivas definições. Fonte: 8
9 PRECAUÇÃO PADRÃO As precauções padrão são um conjunto de medidas, utilizadas para dimunir os riscos de transmissão de micro-organismos nos hospitais e constituem-se basicamente em: HIGIENE PESSOAL Com relação à higiene pessoal, alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo: Cabelos: os cabelos longos devem ser mantidos presos durante os trabalhos; Unhas: as unhas devem ser mantidas limpas e curtas, não ultrapassando a ponto dos dedos; Calçados: usam-se exclusivamente sapatos fechados e de preferência impermeáveis e do tipo antiderrapante. Se houver muita umidade no local, usar botas de borracha. Lentes de contato: recomenda-se a não utilização de lentes de contato em atividades com substâncias químicas, uma vez que podem sofrer ação de vapores ou reter substâncias que provoque irritação ou lesão nos olhos. Se for necessária a utilização das lentes de contato, estas não podem ser manuseadas durante o trabalho e necessitam de proteção com o uso de óculos de segurança. Jóias e adereços: recomenda-se a utilização do mínimo possível, principalmente anéis que contenham reentrâncias, incrustações de pedras, bem como pulseiras e colares que possam tocar a superfícies de trabalho, vidrarias ou pacientes. PRECAUÇÕES DE CONTATO Está indicada para situações em que exista possibilidade de transmissão de agentes infecciosos por contato direto ou indireto. Isto é, contato entre pacientes, contato através do profissional de saúde (mãos) ou contato por meio de artigos. Quarto: Privativo ou comum para o mesmo microrganismo. Luvas: É obrigatório o uso de luvas para qualquer contato com o paciente. Trocas as luvas entre dois procedimentos diferentes no mesmo paciente. Descartar as luvas no próprio quarto e lavar as mãos imediatamente com anti-séptico degermante (clorexidina). 9
10 Avental: Usar sempre que houver possibilidade de contato das roupas do profissional com o paciente, com seu leito ou com material infectante. Se o paciente apresentar diarréia, ileostomia, colostomia ou ferida com secreção não contida por curativo, o avental passa a ser obrigatório ao entrar no quarto. Cada profissional deve utilizar um avental individual, que será dispensado ao final do plantão, ou antes, se houver sujeira visível. Transporte do paciente: Deverá ser evitado. Quando necessário o material infectante deverá estar contido com curativo, avental ou lençol, para evitar contaminação de superfícies. O profissional deverá seguir as precauções de contato durante todo o trajeto, para qualquer contato com o paciente. Artigos e equipamentos: São todos de uso exclusivo para o paciente, incluindo termômetro, estetoscópio e esfigmomanômetro. Devem ser limpos e desinfetados (ou esterilizados) após a alta. PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS PARA AEROSSÓIS A transmissão por aerossóis é diferente da transmissão por gotículas. Algumas partículas eliminadas durante a respiração, fala ou tosse se resseca e fica suspensa no ar, podendo permanecer durante horas e atingir ambientes diferentes, inclusive quartos adjacentes (são carreados por corrente de ar). Destinam-se às situações de suspeita ou confirmação de tuberculose pulmonar ou laríngea, sarampo, varicela e herpes zoster disseminado ou em imunossuprimido. Quarto privativo: Obrigatório, com porta fechada. Preferencialmente deverá dispor de sistema de ventilação com pressão negativa e 6 trocas de ar por hora, com uso de filtro HEPA (central ou portátil). Máscara: É obrigatório o uso de máscara específica (PFF2 ou tipo N95) com capacidade de filtrar partículas. PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS PARA GOTÍCULAS A transmissão por gotículas ocorre através do contato próximo com o paciente. Gotículas de tamanho considerado grande (>5m) são eliminadas durante a fala, respiração, tosse, e procedimentos como aspiração. Atingem até um metro de distância, e rapidamente se depositam no chão, cessando a transmissão. Portanto, a transmissão não ocorre em distâncias maiores, nem por períodos prolongados. Exemplos de doenças transmitidas por gotículas: Doença Meningocócica e Rubéola. Destinam-se para situações em que existam pacientes sob suspeita ou confirmação 10
11 da transmissão de microrganismos por via aérea (exceto para M. tuberculosis laríngea e pulmonar, sarampo, varicela e herpes-zóster disseminada ou em imunossuprimido). Quarto privativo: Obrigatório, privativo ou comum para o mesmo microrganismo, mantendo porta fechada. Máscara: É obrigatório o uso de máscara comum (tipo cirúrgica), durante o período de transmissibilidade de cada doença em particular, para todas as pessoas que entrarem no quarto. Deverá ser desprezada ao sair do quarto. Transporte do paciente: Deverá ser evitado. Quando necessário o paciente deverá sair do quarto utilizando máscara comum. Artigos e equipamentos: Deverão ser exclusivos ao paciente ou comum aos pacientes acometidos com o mesmo microrganismo. CONTROLE AMBIENTAL E EQUIPAMENTOS A implantação de procedimentos rotineiros e adequados para a limpeza e a desinfecção das superfícies ambientais: camas, equipamentos de cabeceiras e outras superfícies tocadas frequentemente dentro de ambientes hospitalares é de suma importância no combate a infecções hospitalares e á possibilidade de infecção pelo profissional da saúde. Com relação ao paciente, algumas medidas relevantes devem ser tomadas. Pacientes com micro-organismos altamente transmissíveis e/ou epidemiologicamente importantes devem ser colocadas em quartos privativos com banheiro e pias próprios. Quando tal instalação estiver disponível, estes pacientes devem ser alocados com companheiros de quarto infectados com o mesmo micro-organismo e com possibilidade mínima de infecção. Já com relação aos equipamentos utilizados em unidades de saúde, a rotina de limpeza e de desinfecção de superfícies do ambiente e de equipamentos deve ser freqüente. Botões, alças de equipamentos, teclados, mouses e monitores que estão sujeitos a contato direto devem ser protegidos filme plástico (PVC), papel alumínio ou outros materiais próprios a este fim. Tal procedimento impede a aderência da sujidade, por facilitar a desinfecção. 11
12 ROUPAS E CAMPOS DE USO NO PACIENTES Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e das mucosas (olhos, nariz e boca), das roupas, e a transferência de microorganismos para pacientes e para o ambiente. O transporte e a manipulação destes utensílios devem ser feitos em sacos plásticos e os serviços que utilizam rouparia e campos reutilizáveis devem ter um sistema de lavanderia, própria ou terceirizada, que garanta a desinfecção desta roupas. OBJETOS PERFURO-CORTANTES Os objetos perfuro-cortantes devem ser manipulados com cuidado e segurança, a fim de evitar, acidentes, e sempre descartados em caixas apropriadas, rígidas e impermeáveis, colocadas próximo à área em que os materiais são usados. As recomendações para manipulação de tais objetos são: Nunca recapar agulhas ou scalp; Nunca remover agulhas das seringas; Não dobrar agulhas; Não manipular os recipientes com perfuro-cortantes; Transportar seringas e agulhas reutilizáveis para a área de limpeza e de esterilização sempre em caixa de inox ou bandeja; Local de Descarte de perfuro-cortante: Todo material perfuro-cortante (agulhas, seringas, laminas de bisturi, vidraria quebrada, entre outros), mesmo que esterilizado, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa, exemplo em figura 2; Os recipientes específicos para descarte de materiais não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento. Mostre todos os materiais considerados perfuro-cortantes e informe a necessidade de serem descartados imediatamente após o uso; O local adequado para os descartes de infectantes perfuro-cortantes deve ser em recipientes estanques, rígidos, com tampa e identificados (tipo DESCARTEX), localizados no local de sua geração; 12
13 O funcionário deve ser informado como montar o recipiente rígido (tipo DESCARPACK) e qual o melhor local para colocá-lo (não deixá-lo no chão, em local úmido ou passível de respingo), figura 3; Figura 2 Caixa de descarte de perfuro-cortante e sua descrição. Fonte: Figura 3 Montagem caixa de perfuro-cortante. Fonte: 13
14 Vale ressaltar que todos os profissionais de saúde devem estar vacinados contra hepatite B e contra tétano, ambas as vacinas disponíveis na rede pública de saúde. LAVAGEM DAS MÃOS A importância das mãos na transmissão de infecção hospitalar é mundialmente conhecida, tornando-se sua higienização um procedimento essencial para a prevenção de infecções (NOGUERAS et al., 2001). Mesmo utilizando-se luvas para manipular materiais potencialmente infectantes e substâncias químicas, a necessidade de lavagem das mãos regularmente e de forma correta, não é dispensável. A lavagem das mãos é pratica prioritária e pode reduzir consideravelmente os casos de infecção. O objetivo é remover mecanicamente a sujidade e a maioria da flora transitória da pele. Assim, em boa parte dos casos, lavar bem as mãos com água e sabão é suficiente para a descontaminação. Já em situações de maior risco é recomendada a utilização de sabão germicida. As torneiras, preferencialmente, devem ser acionadas com o pé ou outro tipo de acionamento automático. Caso não estejam disponíveis, usa-se papel toalha para fechar a torneira, a fim de evitar a contaminação das mãos lavadas. A OMS preconiza a higienização das mãos em cinco momentos importantes, a saber: Figura 4 Cinco momentos higienização das mãos. Fonte: OMS 14
15 A higienização das mãos também é recomendada ao iniciar o turno de trabalho; sempre depois de ir ao banheiro; antes de beber e comer e ao final das atividades. Técnicas Assépticas Anti-sepsia: Segundo o Ministério da Saúde, é o conjunto de meios empregados para impedir a proliferação microbiana. Utiliza-se este termo quando se emprega o uso de soluções germicidas e hipoalergênicas na pele e mucosas. As principais são: PVPI (polivinilpirrolidona iodo) ou povidine, Clorohexidina (clorexidina), Álcool iodado 2%, água oxigenada 10volumes, nitrato de prata 1%, Violeta Genciana e tintura de iodo. Assepsia: Processo pelo qual se consegue afastar os germes patogênicos de determinado local ou objeto. Degermação: Remoção ou redução do número de bactérias na pele por meio de limpeza mecânica (escova com sabão ou detergentes), feita quando se lavam as mãos. Técnica de Higienização das mãos: A higienização das mãos, tanto com água e sabão quanto agente antisséptico, reduz a infecção. De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, o tempo gasto para a higienização das mãos deve ser de cinco minutos. O profissional de saúde deve fazer deste procedimento um hábito, seguindo sempre recomendações e etapas descritas na figura 5 para higienização com água e sabão e figura 6 para higienização com antisséptico: 15
16 Figura 5 Higienização das mãos com água e sabão. Fonte: 16
17 Figura 6 Higienização das Mãos com Álcool a 70%. Fonte: 17
18 Outras Recomendações: Ficar em posição confortável, sem tocar na pia, e abrir a torneira, de preferência com a mão não dominante (destro, com a esquerda; e canhoto, com a mão direita); Ensaboar as mãos e friccioná-las por cerca de 15 segundos, em todas as suas faces, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos; Enxaguar as mãos, retirando totalmente a espuma e os resíduos de sabão; Enxugar com papel-toalha descartável. PROTEÇÃO E DESCONTAMINAÇÃO: BARREIRAS DE PROTEÇÃO Todo local de trabalho, inclusive o laboratório e unidades hospitalares, deve apresentar barreiras de contenção de danos e um programa de segurança a fim de resguardas a integridade do profissional, proteger o meio ambiente de resíduos tóxicos e garantir o controle de qualidade do trabalho executado (SILVA, 1996). As barreiras de proteção são dividas em: Barreiras primárias: consistem nos equipamentos de segurança e equipamentos de proteção individual e coletiva. Barreiras secundárias: estão relacionados à construção do laboratório, localização e instalação físicas com a finalidade de gerar uma barreira de proteção para as pessoas dentro e fora do local de trabalho. Os tipos de barreiras secundárias dependem do risco de transmissão dos agentes específicos manipulados que podem ser exemplificados como: a localização distante do acesso público, a presença de sistemas de ventilação, especializados em assegurar o fluxo de ar unidirecionado e sistemas de tratamento de ar para a descontaminação ou remoção do ar liberado (BRASIL, 2006c). EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) O uso de EPIs no Brasil é regulamentado pela Norma Regulamentadora NR-6 da Portaria nº 3214 de 1978, do Ministério do Trabalho. O uso desses equipamentos deve ocorrer sempre que houver risco de contato com material contaminado e em procedimentos que utilize agentes potencialmente perigosos como sangue, fluidos 18
19 corporais, secreções ou excreções, visando à proteção da saúde e à integridade física do trabalhador. Luvas As luvas servem para promover uma barreira de proteção e seu uso reduz a possibilidade de transmissão de microorganismos que possam estar presentes nas mãos dos profissionais. Tal equipamento de proteção individual deve ser usado em procedimentos que envolvam sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, membranas mucosas, pele não integra e durante a manipulação de artigos contaminados. Não é recomendada a circulação pelo ambiente de trabalho, usando luvas, exceto durante o transporte de material contaminado. Outro cuidado a ser tomado é quanto ao contato com diferentes pacientes, fazendo-se necessário a troca de luvas entre o contato de pessoas distintas, com o objetivo de diminuir a possibilidade de transmissão cruzada de infecções e microorganismos. Tipos de luvas e indicação de uso As luvas são fabricadas em diferentes materiais para atender as diversas atividades e promover a melhor proteção possível. Os principais tipos de luvas são: Luvas de Látex: utilizadas em trabalhos que envolvem contato com membranas, mucosas e lesões, no atendimento a pacientes e para procedimentos e diagnóstico. Podendo ser divididas em (Quadro 2): Luvas Estéreis (Cirúrgicas) Luvas Não Estéreis (Procedimento) Quadro 2 Ilustração dos tipos de luvas de Látex. Fonte: Luvas de cloreto de vinila (PVC): especialmente recomendadas para o 19
20 manuseio de determinados produtos químicos que irritam a pele ou causam deteriorização das luvas de procedimento (figura 7); Jaleco e gorro O jaleco (ou avental) tem como função prevenir a contaminação das roupas e proteger a pele dos profissionais durante a exposição à matéria orgânica ou química, reduzindo a transmissão de microorganismos. Este equipamento de proteção deve ser usado dentro da área técnica, mesmo quando não se esteja executando algum trabalho. O tipo de jaleco é selecionado de acordo com a atividade e quantidade de material a ser manipulado. Entretanto, recomenda-se o uso de jalecos de mangas longas e com elástico na extremidade confeccionando em tecido de algodão ou misto não inflamável, com fechamento frontal de botões ou preferencialmente de pressão e comprimento abaixo dos joelhos. O jaleco deve ser usado permanentemente fechado e lavado sempre que sujar, ou no mínimo, uma vez por semana. A lavagem domiciliar dos jalecos deve ser precedida de desinfecção, utilizando solução de hipoclorito de sódio a 0,02% por um período de 30 minutos. Para profissionais que trabalham com amostras potencialmente contaminadas com agentes biológicos classe 3 (mycobacterium tuberculosis ou histoplasma capsulatum), deve ser utilizado um jaleco exclusivo para a área restrita de manuseio destes agentes e descontaminação do avental feito em autoclave antes da lavagem normal. Figura 7 Luva de vinil. Fonte: É proibido o uso de jalecos em elevadores, copas, refeitórios, toaletes e outros locais públicos, seu uso em áreas comuns só é permitido para o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou resíduos. O gorro estará indicado principalmente para profissionais que trabalham com procedimentos que envolvem dispersão de aerossóis, projeção de partículas e proteção de pacientes quanto o atendimento envolver procedimentos cirúrgicos. 20
21 Protetor Facial e Ocular Esses equipamentos devem ser usados durante procedimentos e cuidados que possam gerar respingos de material. Servem para proteger a mucosa dos olhos, nariz e boca e impedir a transmissão por contato de patógenos. Existem diferentes tipos de máscaras com maior ou menos capacidade de retenção de partículas. A seleção é feita, considerando o agente biológico com o qual se vai trabalhar. As mascaras cirúrgicas devem ter um filtro bacteriano de até 5µ de diâmetro, de uso único e durante procedimentos de longa duração, sua troca deverá ocorrer quando úmidas ou submetidas a respingos visíveis. Já os profissionais que trabalham com amostras potencialmente contaminadas com agentes classe 3 utilizam máscaras com sistema de filtração que retenha no mínimo 95% das partículas menores que 0,3µ. Após o uso, os protetores ocular e facial (figura 9) devem ser desinfectados com hipoclorito 0,1%, evitando a utilização de álcool que prejudica o material de fabricação, e acondicionados de forma adequada. Figura 9 Protetor ocular e facial. Fonte: PROTETOR RESPIRATÓRIO Trata-se de um dispositivo com sistema de filtro a ser utilizado em áreas de alta contaminação com aerossóis de material biológico e manipulação de substâncias 21
22 químicas com alto teor de evaporação, promovendo a integridade do aparelho respiratório. Esse equipamento é indicado ao entrar em quarto de isolamento de pacientes com tuberculose pulmonar, sarampo ou varicela, e outras doenças transmitidas por via aérea. O protetor respiratório é de uso individual, intrasferível e reutilizável, com vida útil variável de acordo com o tipo de contaminante, concentração, freqüência respiratória do usuário e umidade do ambiente. Máscara Respiratória Para 2 Filtros Máscara Descartável N95 Máscara Cirúrgica Descartável Máscara Descartável PFF1 RETIRADA DOS EPI S Máscara Descartável PFF2 22
23 Para uma maior segurança, a vestimenta e retirada dos equipamentos descritos anteriormente, devem seguir uma ordem correta. Esse procedimento evita não só a autocontaminação com também a disseminação por toda a vestimenta. Quadro 3 Sequência de Vestimenta e Retirada de EPI's. Sequência de Vestimenta de EPI s Sequência de Retirada de EPI s 1ª Vestir o Jaleco 2ª Máscara ou respirador 3ª óculos de segurança ou Protetor Facial 4ª Luvas 1ª Retirar as luvas 2ª Óculos de segurança ou protetor facial 3ª Jaleco 4ª Máscara ou Respirador EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCS) Os equipamentos de proteção coletivo (EPCs) são destinados à proteção do trabalhador, dos companheiros e técnicos de setores próximos, do meio ambiente e do produto ou pesquisa desenvolvida com a finalidade de minimizar a exposição dos trabalhadores aos riscos e, em casos de acidentes, reduzir suas conseqüências (TEIXEIRA, 1996). Entre os equipamentos de proteção coletiva estão (figura 10): Chuveiro de emergência: chuveiro para banhos em caso de acidentes com produtos químicos e fogo. Deve ser colocado em local de fácil acesso e é acionado por alavancas de mãos cotovelos ou joelhos. Lava-olhos: utilizado para lavação dos olhos em casos de respingos ou salpicos acidentais. Cabines de segurança biológica CSB: equipamentos projetados com sistemas de filtração de ar para que se possa ter uma área de trabalho segura para os diversos tipos de ensaios desenvolvidos no laboratório. PROC ESSOS DE LIMPEZA HOSPITALAR 23
24 A limpeza do hospital começou a ser realizada a partir da relação de sujeira X infecção, os processos infecciosos se dão pela má ou a ausência de limpeza nos hospitais. A limpeza hospitalar é considerada como a limpeza de superfícies fixas e equipamentos permanentes das diversas áreas hospitalares o que inclui pisos, paredes, janelas, mobiliários, equipamentos, instalações sanitárias, ar condicionado e caixas d água. São realizados 3 tipos de limpeza dentro de uma unidade hospitalar: Diária: realizada diariamente com água e sabão com fricção mecânica após retirada total do lixo. Concorrente: é aquela realizada nas dependências do paciente, onde se retira papéis, arruma a mesinha, recolhe a roupa suja, utiliza-se pano seco ou pano úmido com sabão e posteriormente álcool 70% em todos o mobiliário do paciente. Terminal: realizada após a alta do paciente ou óbito, utiliza-se água, sabão e desinfetante em chão, paredes e mobiliário. As soluções usadas para essa desinfecção são o álcool a 70% (friccionado pelo menos 3 vezes) e hipoclorito de sódio (água sanitária) que deverá agir por pelo menos 10 minutos sobre a superfície ou equipamento. ÁREAS HOSPITALARES Área crítica: Aquela que possui maior risco de infecção pelas atividades desenvolvidas e pela presença de pacientes graves, ex: Centro cirúrgico, UTI. Área semi-critica: São ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não-infecciosas com enfermarias e ambulatórios oferecem menor risco de contaminação para o cliente. Área não critica: Áreas onde não são ocupadas por pacientes e não realizam procedimentos como as áreas administrativas e de circulação estas, não oferecem risco nenhum de contaminação. Substâncias de desinfecção e esterilização Esterilização - Destruição total de agentes infecciosos, microorganismos e esporos. Líquidos Artigos termossensíveis são imersos na solução em recipientes de plástico ou vidro colocando uma compressa no fundo para não haver contato com outros artigos, garantir a ventilação do local (para não haver intoxicação), respeitar o tempo de imersão segundo as informações dos fabricantes mantendo o recipiente fechado enxaguar abundantemente com água esterilizada de acordo com a técnica asséptica, secar com compressa estéril, acondicionar o artigo em invólucro adequado. 24
25 Glutaraldeído a 2% para artigos como enxertos de acrílico, cateteres, drenos, tubos de polietileno, nylon, tubos de silicone, PVC, metálicos (10hs para esterilização). Formaldeído a 8% ou 10% mesmos artigos do glutaraldeído (18hs para esterilização). Gasosos Realizado com gases altamente tóxicos em ambientes especializados. Óxido de etileno EtO indicado para esterilização de marca-passos, próteses e instrumentos de hemodinâmica, acessório de respiradores, materiais com fibra ótica de laparoscopia, astroscopia, ventriculoscopia e coledoscopia. Desinfecção Processo de destruição de microrganismo em sua forma vegetativa, mediante a aplicação de agentes físicos e químicos em materiais inanimados. Usado na presença de material orgânico e contaminação. Tipos de artigos: Críticos: São aqueles que penetram através da pele e mucosas atingindo os tecidos subepiteliais e o sistema vascular. Ex.: Instrumentos de corte ou de ponta, pinças, afastadores, próteses ou fios, cateteres venosos, drenos, roupas utilizadas em atos cirúrgicos. Semi-críticos: São aqueles que entram em contato com somente com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Ex.: Equipamentos de anestesia e assistência ventilatória, cateteres vesicais, traquéias e sondas gástricas, endoscópios medicamentos orais e inaláveis pratos, talheres e alimentos. Não-críticos: São os que entram em contato com a pele íntegra e ainda os que não entram em contato direto com o paciente. Ex.: termômetros, mesas e aparelhos de Raio X, incubadoras, microscópios cirúrgicos, telefones e mobiliário geral, artigos de higiene do paciente. LIXO HOSPITALAR A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece regras nacionais sobre o acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar gerado de acordo com a classificação do lixo (RDC 33/03). Essa classificação é a seguinte: Grupo A: São aqueles lixos potencialmente infectantes. Ex.: bolsa de sangue. Grupo B: Lixo químico, aqueles que contenham substâncias químicas capazes de causar dano à saúde. Ex.: medicamentos para câncer, reagentes para laboratórios. Grupo C: São os artigos radioativos, materiais que contenham radioatividade acima do padrão. Ex.: césio 137. Grupo D: Resíduos comuns, qualquer lixo que não tenha sido contaminado. Ex.: gesso, luvas, gazes, papel. 25
26 ACIDENTE DE TRABALHO RELACIONADO AO MANEJO DO LIXO Todo lixo deve ser armazenado e descartado em recipiente próprio de acordo com sua classificação e o uso de EPI é indispensável a fim de evitar possíveis acidentes de trabalho. 26
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