EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE COLOMBO ESTADO DO PARANÁ

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE COLOMBO ESTADO DO PARANÁ Autos n.º Ação de Obrigação de Fazer O MUNICÍPIO DE COLOMBO, pessoa jurídica de direito público interno, por seu Prefeito Municipal, inscrito no CNPJ sob n º / , com sede na, Colombo, Estado do Paraná, representado por seu Prefeito Municipal, através de seus Procuradores Judiciais, ao final assinado, vem com o devido respeito e acato a presença de Vossa Excelência, tendo em conta o despacho exarado nestes autos apresentar as necessárias INFORMAÇÕES, ante os fatos narrados por ADRIANE GONÇALVES GODOI & OUTRAS, já qualificadas, conforme faz a seguir: DOS FATOS Em primeiro lugar, as presentes informações não afetam o prazo de contestação desta municipalidade, eis que apresentadas por ordem deste juízo na sequência 10 destes autos. A peça de defesa será oportunamente apresentada quando da citação do Município. Dizem as autoras nestes autos, assistidas por procurador da Associação dos Professores do Município de Colombo APMC Sindicato, que o Município de Colombo não estaria cumprindo o disposto no artigo 4º, do artigo 2º, da Lei , que estabelece que a jornada de trabalho dos professores deve ser composta, no mínimo, fax

2 de 1/3 de atividades extraclasse, a chamada hora-atividade (atividades sem interação com os alunos). Contrapõem-se à redação do artigo 6º do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério, Lei Municipal 1221/2011, que prevê que as atividades extraclasse não sejam inferior a 20% da jornada integral. A grosso modo, em forçosa conta matemática, a legislação municipal prevê, para uma jornada de professor de 20 horas semanais, 4 horas de atividade extraclasse, ao passo que as autoras tencionam que essa atividade passe a ser de 6 horas. Em sede liminar requereram que o juízo determine que o Município de Colombo faça, imediatamente, as adequações na jornada de trabalho dos professores do Magistério Municipal de Colombo, conforme previsto no artigo 2º, 4º, da Lei Federal /2008, de modo que os mesmos possam cumprir 1/3 da jornada de trabalho em atividades sem interação com os alunos. Requerem, no mérito, a procedência do pedido inicial, com a confirmação da tutela pretendida. A tutela antecipada não foi apreciada pelo juízo que, corretamente, determinou, por cautela, a intimação desta municipalidade para que, no prazo de 72 horas, preste informações sobre o pedido. Assim, por conta do que foi narrado acima, vem esta municipalidade prestar as necessárias informações requestadas por este juízo.

3 DAS INFORMAÇÕES Excelência, o pedido liminar merece ser indeferido. Em um primeiro momento, é de se ressaltar que as autoras que ingressaram com a presente ação representam parcela mínima dos professores da rede pública municipal de ensino. Atualmente, o Município de Colombo conta com cerca de (um mil e duzentos) profissionais de ensino na rede pública, entre professores e educadores infantis. Destes, cerca de 650 (seiscentos e cinqüenta) profissionais estão afiliados ao sedizente sindicato APMC. Aliás, a relação de profissionais da educação em anexo, todos afiliados à APMC, dá conta desse número. O que se tem, então, Excelência, é que a parcela que se insurge em relação à hora atividade praticada pelo Município de Colombo é mínima. Representa menos de 5% do total de servidores municipais em educação. Vale dizer, não há a mínima repercussão, para não dizer insurgência, entre os profissionais da educação em relação à hora atividade do Plano de Carreira dos Professores. A conclusão, portanto, é a de que a maioria esmagadora tem como objetivo cumprir seu múnus profissional sem desrespeitar seus colegas de trabalho e alunos. Diz-se isso, Nobre Julgador, porque a cada profissional da educação fora da sala de aula, outro deve ser reposto. E quanto mais tempo fora da sala de aula, maior será a demanda por outros profissionais substitutos.

4 Isso incorreria ao Município de Colombo a realização de concurso público para preenchimento de vagas de professores substitutos ou de matérias específicas, fazendo inchar ainda mais os índices de folha de pagamento. Atualmente o Município de Colombo está gastando 54% de sua receita com folha de pagamento, já ultrapassando o limite que é de 53%. É de se aventar, ainda, que se somente 50 professores ingressaram com a ação, todo o restante, mais de 1.100, está de acordo com o plano de hora atividade que vem sendo desenvolvido pela municipalidade. Vale dizer, não há como entender a urgência da situação se apenas uma mínima parcela dos interessados se insurgiu. Assim, Excelência, em um primeiro momento a tutela de urgência merece não ser concedida, eis que a parcela de professores que se insurge em relação à Lei Municipal não representa, nem de longe, a vontade dos professores da rede pública. De outro lado, da análise da Lei Federal 11738/2008, vê-se que o legislador não determinou um prazo estanque para a implantação do disposto no artigo 2º, 4º, por parte dos entes da federação. O que fez a lei, em seu artigo 3º, foi estabelecer uma data de vigência para o piso salarial da categoria, não para a hora atividade. Vejamos: Art. 3 o O valor de que trata o art. 2 o desta Lei passará a vigorar a partir de 1 o de janeiro de 2008, e sua integralização, como vencimento inicial das Carreiras dos profissionais da educação básica pública, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios será feita de forma progressiva e proporcional, observado o seguinte:

5 Nesse sentido, é a seguinte decisão: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. DIFERENÇAS SALARIAIS. PISO NACIONAL DO MAGISTÉRIO. LEI Nº /2008. GRATIFICAÇÃO DE REGÊNCIA DE CLASSE. O julgamento da ADI nº mostra-se inócuo à pretensão do reclamado em alterar a decisão que negou provimento ao agravo de instrumento, uma vez que o recurso de revista, quanto ao tema, veio amparado somente em violação do art. 2º, caput, da Lei nº /2008, a qual foi afastada pelo fato desse dispositivo não registrar o período em que passará a vigorar o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, nem a data a partir da qual se dará a integralização do valor correspondente. No tocante à gratificação de regência de classe, as matérias tidas pelo embargante como omissas foram amparadas somente em divergência jurisprudencial, a qual foi afastada pelo fundamento de que os julgados colacionados são inservíveis (arestos oriundos do STF) ou inespecíficos, nos termos da Súmula 296, I, do TST. Ausentes, portanto, os vícios inscritos nos arts. 897-A da CLT e 535 do CPC. Embargos de declaração rejeitados. (TST - ED-AIRR: , Relator: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 26/06/2013, 8ª Turma) É de se aventar, ainda, que a Lei de Responsabilidade Fiscal pressupõe ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas entre receitas e despesas. Significa dizer que a tomada de decisão de determinado ato que implique incremento nas despesas do ente público deve ser tomada pelo gestor, sendo que nem mesmo ao Judiciário é possível intervir em assunto estritamente administrativo.

6 Ademais, nenhuma das autoras trouxe argumentos convincentes em relação ao periculum in mora e ao fumu boni iuris, não havendo a mínima demonstração de dano irreparável ou de difícil reparação (os autores estão laborando sob a égide da Lei Municipal há vários anos, sem que haja o mínimo prejuízo para si), ou de abuso de direito de defesa (a Lei Federal 11738/2005 não previu uma data inicial ou limite para que os entes federados implantem suas disposições). Enfim, Excelência, atendendo à determinação de Vossa Excelência, o Município de Colombo espera ter trazido as necessárias informações a respeito dos fatos e que farão com que o pedido liminar seja indeferido, eis que ausentes o periculum in mora e o fumus boni iuris, ou seja, nada que não possa aguardar até a prolação da sentença, caso procedente. Informa, por fim, que a contestação será apresentada no tempo oportuno. DO PEDIDO Em vista do exposto, pelos fatos e fundamentos acima expendidos, bem como pelo que será suprido pelo notável saber jurídico de Vossa Excelência, é que confia o ora peticionário que a liminar requerida será INDEFERIDA, pelos fatos acima expostos. Nestes Termos, Pede Deferimento. Colombo, 15 de julho de ESTEVÃO BUSATO OAB/PR