Pró-Reitoria de Graduação Curso de Nutrição Trabalho de Conclusão de Curso
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- Sonia Sousa Mascarenhas
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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Nutrição Trabalho de Conclusão de Curso PERFIL NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA ESCOLA DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA NOS ANOS DE 2011 E 2012 Autora: Adalgisa Barbosa Lima dos Santos Orientadora: MSc. Caroline Olímpio Romeiro de Meneses Brasília - DF 2012
2 ADALGISA BARBOSA LIMA DOS SANTOS PERFIL NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA ESCOLA DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA NOS ANOS DE 2011 E 2012 Monografia apresentada ao curso de graduação em Nutrição da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Orientadora: MSc. Caroline Romeiro Brasília 2012
3 Monografia de autoria de Adalgisa Barbosa Lima dos Santos, intitulada PERFIL NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA ESCOLA DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA NOS ANOS DE 2011 E 2012, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, 29 de novembro de 2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: Professora MSc. Caroline Olímpio Romeiro de Meneses Orientadora Nutrição UCB Nutricionista Nayara Alves de Oliveira Examinadora Nutrição UCB Nutricionista Glícia Fabriza Soares Examinadora Nutrição UCB Brasília-DF 2012
4 Dedico este trabalho: A Deus, por ter me oferecido a oportunidade de viver, evoluir a cada dia e por ter colocado na minha vida todas as pessoas que citarei abaixo. Aos meus pais, Daniel e Mariana, e irmãos, Daniel Filho e Mariano, pelo apoio e carinho oferecidos em todo momento de minha vida e principalmente neste. Aos meus tios, demais familiares e ao Josivaldo, por terem acreditado e fornecido condições para que eu concluísse mais uma etapa da vida. Ao meu maravilhoso tio Mariano, pelo companheirismo, dedicação e incentivo oferecido antes, durante e, seguramente, por toda a minha trajetória de vida e profissional.
5 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, ao meu maravilhoso Deus, por estar sempre ao meu lado em todas as minhas alegrias e dificuldades e pela oportunidade a mim confiada. Aos meus pais, em especial minha mãe, Mariana, pelo excesso de preocupação e por estarem sempre me dando forças em todas as minhas adversidades. Por todos os meus familiares, em especial pelo meu tio Mariano Barbosa, que contribuiu direta e indiretamente para eu estar concluindo este curso. À professora Caroline Romeiro, minha orientadora, pelo apoio, paciência, credibilidade e compreensão que me proporcionou. A todos os professores que passaram pela minha vida, pelos ensinamentos oferecidos. Aos meus companheiros de curso, em especial, Agnes Daldegan Balduino e Clari Sonáglio pela amizade, apoio, carinho e confiança fornecidos durante todo o curso. Aos mestres e professores e todos os responsáveis pelo andamento da direção do curso de nutrição pelo apoio, atenção e contribuição em minha formação profissional. A todos que contribuíram direta e indiretamente na realização deste trabalho.
6 Confia teus negócios ao Senhor e teus planos terão bom êxito. (Provérbios 16:3)
7 RESUMO A adolescência é um período de várias transformações que ocorre entre os 10 e 19 anos de idade, marcada por alterações físicas típicas da puberdade. Os agravos à saúde que o excesso de peso e as doenças crônicas transmissíveis (DCNT) acarretam, aumentam a importância do acompanhamento nutricional nos adolescentes. A fase da adolescência é um momento em que os jovens pouco se preocupam com a alimentação não levando em consideração às consequências de seus hábitos de vida, que costumam ser irregulares e que podem ser maléficos à saúde. Por isso, o presente estudo teve por objetivo descrever o perfil nutricional dos adolescentes atendidos na Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da Universidade Católica de Brasília (UCB). Trata-se de uma pesquisa transversal e descritiva, constituída por adolescentes com idades entre 10 e 19 anos, de ambos os sexos, com amostra de 52 pacientes que foram atendidos entre os meses de fevereiro 2010 a fevereiro de 2011 na Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da Universidade Católica de Brasília (UCB). A média de idade foi de 15,51 anos. Em relação aos hábitos alimentares escolares, a maioria dos adolescentes estudados, consomem alimentos comprados nas cantinas das escolas. Os resultados obtidos no presente estudo comprovam que, de modo geral com base no estado nutricional, menos da metade dos indivíduos encontravam-se eutróficos (38,46%) seguidos de um alto percentual de adolescentes considerados obesos (36,53%), segundo o índice de massa corporal. Referente aos dados do consumo alimentar verificou-se baixo consumo de frutas com (76,92%), legumes e verduras com (80,76%). Foi verificado o consumo inadequado em sete dos oito grupos alimentares analisados. Mais da metade dos adolescentes (82,69%) apresentaram um consumo elevado do grupo de óleos e gorduras e o que também foi encontrado no consumo de açúcares e doces (90,38%). Existiu uma grande falta de adesão dos adolescentes para os devidos acompanhamentos nutricionais, explicando a necessidade de um planejamento de ações para estreitar o contato profissional paciente e, assim, contribuir para o êxito do tratamento nutricional. Palavras-chave: Adolescentes. Perfil Nutricional. Hábitos alimentares. Epidemiologia Nutricional.
8 ABSTRACT Adolescence is a period of several transformations that occurs between 10 and 19 years of age, marked by typical physical changes of puberty. The health problems that overweight and chronic diseases (NCDs) cause, increase the importance of nutritional counseling in adolescents. The adolescence is a time when young people have little concern for the power, not considering the consequences of their lifestyle habits, which tend to be irregular and may be harmful to health. Therefore, this study aimed to describe the nutritional status of adolescents treated at the Clinical School of Nutrition (CENUT) Catholic University of Brasília (UCB). This is a cross-sectional, descriptive, consisting of adolescents aged 10 to 19 years, of both sexes, with a sample of 52 patients who were seen between the months of February 2010 to February 2011 in the School of Clinical Nutrition ( CENUT) Catholic University of Brasília (UCB). The mean age was years. Regarding eating habits school, most teenagers studied, consume foods purchased at school canteens. The results of this study show that, in general based on nutritional status, less than half of the subjects were normal weight (38.46%) followed by a high percentage of adolescents considered obese (36.53%), according The body mass index. Referring to the data of food consumption was found with low consumption of fruits (76.92%), with vegetables (80.76%). It was found inadequate intake in seven of the eight food groups analyzed. More than half of teenagers (82.69%) had a high intake of fats and oils group and was also found in the consumption of sugar and sweets (90.38%). There was a great lack of adherence of adolescents for appropriate nutritional accompaniments, explaining the need for a plan of action to strengthen the professional patient contact and thus contribute to the success of nutritional treatment. Keywords: Adolescents. Nutritional Profile. Eating habits. Nutritional Epidemiology.
9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CENUT Clínica Escola de Nutrição POF Pesquisa de Orçamentos Familiares DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis DP Desvio Padrão FAO Food and Agriculture Organization HAS Hipertensão Arterial Sistêmica IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC Índice de Massa Corporal OMS Organização Mundial de Saúde QFA Questionário de Frequência Alimentar UCB Universidade Católica de Brasília WHO World Health Organization
10 10 INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência é um período de várias transformações que ocorre entre os 10 e 19 anos de idade, caracterizado por mudanças físicas típicas da puberdade, distintas do crescimento e desenvolvimento que acontecem em ritmo constante na infância. Essas alterações ocorrem por fatores ambientais, biológicos, nutricionais, psicológicos e sociais (COSTA & SOUZA, 2002; VITOLO, 2008). É explícito que a obesidade infantil vem crescendo de forma expressiva, causando diversos agravos à saúde na infância, e que pode se prolongar até a idade adulta (MEYER et al., 2004). A prevalência de sobrepeso e obesidade tem crescido nas últimas décadas entre crianças e adolescentes de diversas regiões do mundo (WANG & LOBSTEIN, 2006). Os agravos à saúde que o excesso de peso acarreta aumentam a importância do acompanhamento nutricional em adolescentes (DUMITH & FARIAS 2010; WANG et al., 2002). No Brasil, houve um aumento de 16,7% de acordo com a Pesquisa em Orçamentos Familiares (POF, ), para 21,5% de adolescentes com excesso de peso, segundo dados da última POF, (IBGE, 2010a). O aumento de peso na infância e entre os adolescentes foi constante nos últimos 34 anos. Os dados se tornaram mais expressivos na infância, pois, em 2008, o excesso de peso atingiu 33,5% das crianças de cinco a nove anos de idade e, na adolescência, os meninos passaram de 3,7% para 21,7%, o que é alarmante, pois houve um crescimento em seis vezes nesse período. Já entre as meninas, as estatísticas triplicaram: de 7,6% para 19,4% entre as pesquisas de e No caso de obesidade, o crescimento foi menos intenso, de 0,4% para 5,9% no sexo masculino e de 0,7% para 4,0% entre as adolescentes do sexo feminino (IBGE, 2010b). A fase da adolescência é um momento em que os jovens pouco se preocupam com a alimentação, não levando em consideração as consequências de seus hábitos de vida, que costumam ser irregulares e que podem ser maléficos à saúde. Devido a isso, compreende-se que os comportamentos alimentares impróprios nos períodos da infância e adolescência podem contribuir significativamente para o
11 11 desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e obesidade na vida adulta (GAMBARDELLA, et al. 1999). A obesidade na infância e na adolescência é um dos principais agravos nutricionais da atualidade e vem se tornando cada vez mais frequente nas comunidades modernas (VITOLO, 2008). Nos países desenvolvidos, já é considerada um dos principais problemas de saúde pública, e, pela OMS, é considerada uma epidemiologia global (WHO, 2007). A obesidade, nesta fase da vida, tende a persistir na vida adulta, contribuindo consideravelmente para a morbimortalidade desses indivíduos. Os problemas de saúde no adulto envolvem elevada prevalência de DCNT como diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemias, doenças cardiovasculares, dentre outras, e que apresentam grande impacto na vida adulta. Além disso, a obesidade também pode estar associada a distúrbios psicológicos e depressão (ANDING, 1996; VITOLO, 2008). A exagerada exposição a gêneros alimentares com elevada quantidade de energia não acompanhada de nutrientes, chamados de alimentos ricos em calorias vazias, como os que são ricos em gordura saturada, carboidratos simples e sódio, aumenta a incidência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis, comprometendo o estado nutricional no médio e no longo prazo. Essa preocupação é uma das diretrizes trabalhadas pelo Ministério da Saúde em seu Guia Alimentar para a População Brasileira (WHO et al., 2000) que vai ao encontro dos resultados da POF (IBGE, 2010) que identificou os principais riscos nutricionais a que estão sujeitos os brasileiros atualmente. O ambiente familiar contribui para que crianças e adolescentes aprendam a fazer suas escolhas alimentares, o que pode ou não resultar em uma alimentação saudável. Os pais devem ter o poder de escolher os horários e os alimentos que serão disponibilizados para as refeições principais e os lanches de seus filhos. É de grande relevância que toda a família tenha uma alimentação saudável e que os pais atuem como modelos para os seus filhos (ANDRADE et al., 2005; OSSUCCI, 2008; STORY, 1984; VITOLO, 2008;) Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo descrever o perfil nutricional dos adolescentes atendidos na Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da Universidade Católica de Brasília (UCB), no período de fevereiro 2011 a fevereiro de 2012.
12 12 METODOLOGIA Trata-se de um estudo transversal e descritivo, baseado na busca de dados em prontuários de adolescentes com idades entre 10 e 19 anos de idade, de ambos os sexos, que foram atendidos entre os meses de fevereiro 2010 a fevereiro de 2011 pelas nutricionistas e/ou estagiários da Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da Universidade Católica de Brasília (UCB). Foi realizado um levantamento de 74 prontuários e selecionados 52, pois os demais traziam dados incompletos e/ou não se enquadravam na análise do presente estudo. Foi utilizada uma ficha de avaliação nutricional padrão do serviço de atendimento da CENUT para adolescentes, elaborada por professores e nutricionistas da UCB (ANEXO 1). As seguintes informações foram analisadas: Dados sociodemográficos (sexo, idade), dados e indicadores antropométricos (estatura, peso atual, IMC/idade e estatura/idade) e dados referentes ao padrão de consumo alimentar. Para a classificação dos dados antropométricos e do estado nutricional, foram considerados: o percentil 3º para desnutrição/baixo peso, p 6º a p 94º para eutrofia e percentil 95º para excesso de peso ou obesidade como indicam tabelas 1 e 2 (SISVAN, 2008). Tabela 1. Dados antropométricos de estatura-para-idade: VALORES CRÍTICOS DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL < Percentil 3 < Escore-z -2 Estatura baixa para a idade Percentil 3 Escore-z -2 Estatura adequada para a idade *Vigilância Alimentar e Nutricional, SISVAN (2008). Tabela 2. Dados antropométricos de IMC-para-idade: VALORES CRÍTICOS DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL < Percentil 3 < Escore-z -2 Baixo IMC para idade Percentil 3 e < Percentil 85 Escore-z -2 e IMC adequado ou Eutrófico < Escore-z +1 Percentil 85 e < Percentil Escore-z +1 e Sobrepeso 97 < Escore-z +2 Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade *Vigilância Alimentar e Nutricional, SISVAN (2008).
13 13 A avaliação do padrão de consumo alimentar foi realizada por meio do Questionário de Frequência Alimentar (QFA) presente nos prontuários, e os dados obtidos foram comparados com as porções recomendadas pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2006), classificando o consumo como adequado, inadequado ou abaixo do recomendado e acima do recomendado. Os dados foram tabulados em planilhas do Microsoft Office Excel, versão 2010, e a partir daí realizaram-se análises estatísticas descritivas com apresentação de frequências absolutas e relativas.
14 14 RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra estudada foi de 52 adolescentes com uma distribuição nas faixas etárias entre 10 e 19 anos que podem ser observadas na Figura 1, sendo a média de 15,51 anos (±2,5 desvio-padrão). Houve uma frequência de retornos de 69,23% para buscas de dietas e os devidos acompanhamentos nutricionais e 30,76% dos pacientes não tiveram adesão ao tratamento nutricional. Esses resultados se aproximam daqueles obtidos por Callejon et al. (2008), que constataram, em um estudo realizado com 298 pacientes de diferentes faixas etárias, que 60% dos adolescentes compareceram pelo menos uma vez para o acompanhamento nutricional e 10% não retornaram. Sobre os hábitos alimentares nas escolas, constatou-se que 17,30% levam merenda de casa, 34,61% compram na cantina e 15,38% consomem os alimentos oferecidos pela escola. Quanto à atividade física, 48,07% dos pacientes praticam atividades variadas em dias frequentes ou alternados. Dos adolescentes avaliados, em relação aos índices antropométricos IMC e estatura/idade, a maioria está com esses índices adequados para a idade. Em relação ao indicador de IMC, podemos observar a Figura 3. No caso do sobrepeso e obesidade, o resultado foi consideravelmente superior ao encontrado na POF , que foi de 20,5% de excesso de peso para essa faixa etária (IBGE, 2010a). Foi constatado um IMC médio de 24,73 kg/m² (5,88 DP) e, de acordo com o que recomenda a (OMS, 2005), essa média de IMC é classificada como eutrofia. No indicador de estatura/idade, verificou-se que 98,07% dos pacientes estão com altura adequada para a idade e 1,92% dos adolescentes está com altura baixa para a idade.
15 15 Figura 1. Distribuição por faixa etária dos adolescentes atendidos nos anos de 2010 e 2011 na Escola Clínica de Nutrição da Universidade Católica de Brasília. 35,00% 32,69% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 15,38% 23,07% 21,15% 10,00% 7,69% 5,00% 0,00% anos anos anos anos anos O consumo alimentar dos adolescentes nas escolas pode ser observado na Figura2: Figura 2. Distribuição do consumo alimentar dos adolescentes nas escolas. 40,00% 35,00% 34,61% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 17,30% 15,38% 0,00% Leva merenda de casa Compra na cantina Oferecida pela escola A classificação de acordo com o IMC pode ser observada na Figura 3:
16 16 Figura 3. Classificação de acordo com o IMC dos adolescentes atendidos nos anos de 2010 e 2011, na Escola Clínica de Nutrição da Universidade Católica de Brasília. 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 38,46% 36,53% 25,00% 20,00% 21,15% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 3,84% Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obesidade Na Tabela 3, encontra-se descrito o consumo alimentar dos adolescentes referentes aos grupos alimentares. O consumo de alimentos considerados saudáveis, como legumes e verduras, frutas e leite, foi muito baixo, seguidos de cereais/pães/tubérculos/raízes e do grupo de carnes e ovos. Dentre os adolescentes estudados, as leguminosas foram consumidas adequadamente por 55,76% dos pacientes e 26,92% consumiram leite abaixo do recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (2006). Levy et al. (2009) acharam um consumo superior desses alimentos para essa faixa etária: com 62,6% de feijão e de leite 53,6%. O consumo de frutas e verduras é baixo entre os adolescentes pesquisados, sendo que 63,46% consomem frutas abaixo do recomendado e 67,30% não consomem verduras na quantidade recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (2006). Esses resultados são superiores aos de Toral et al. (2006), que constataram em um estudo com 234 adolescentes que 50% consumiam menos de uma porção diária de fruta e 38,9% de verduras. Os resultados encontrados nesse estudo mostram que, apesar de ser um problema antigo, a obesidade vem alcançando proporções epidêmicas preocupantes, em especial na infância, fato explicado pelas modificações dos hábitos alimentares e pela redução da atividade física (ESCRIVÃO, 2003).
17 17 Tabela 3. Consumo alimentar dos adolescentes atendidos nos anos de 2010 e 2011, na Escola Clínica de Nutrição da Universidade Católica de Brasília. Grupos de alimentos Números de porções recomendadas Consumo acima Consumo adequado Consumo abaixo Cereais, tubérculos, 6 13,46% 21,15% 65,38% raízes e derivados Leguminosas 1 38,46% 55,76% 11,53% Frutas e sucos de 3 26,91% 23,07% 63,46% frutas naturais Legumes e verduras 3 13,46% 19,23% 67,30% Leite e derivados 3 30,76% 28,84% 40,38% Carnes e ovos 1 71,15% 28,84% 0% Óleos, gorduras e 1 82,69% 17,30% 0% sementes Açúcares e doces 1 86,53% 9,61% 3,84%
18 18 CONCLUSÃO Os resultados obtidos no presente estudo comprovam que, de modo geral, a maioria dos adolescentes apresentou um estado nutricional satisfatório, mas é significativa a prevalência de sobrepeso e obesidade. A obesidade não é apenas uma preocupação estética, existem riscos significativos para a saúde. A escola deve ter um papel fundamental no controle do sobrepeso e obesidade, promovendo hábitos alimentares saudáveis. O atual estudo confirma também que, existiu uma grande falta de adesão dos adolescentes para os devidos acompanhamentos nutricionais, o que explica a necessidade de um planejamento de ações para estreitar o contato profissional paciente e, assim, contribuir para o êxito do tratamento nutricional. O Nutricionista é o profissional de saúde mais capacitado para tratar e prevenir doenças crônicas desencadeadas por desequilíbrios nutricionais. É de grande relevância que toda a família tenha uma alimentação saudável e que os pais atuem como modelos para os seus filhos.
19 19 REFERÊNCIAS ANDING, J. D., KUBENA, K. S., MCINTOSH, W. A., O BRIEN, B. Blood lipids, cardiovascular fitness, obesity, and blood pressure: the presence of potential coronary heart disease risk factors in adolescents. Journal of the American Dietetic Association, Chicago, v.96, n.3, p , ANDRADE, S. A., et al. Ambiente familiar e desenvolvimento cognitivo infantil: uma abordagem epidemiológica. Rev. Saúde Pública, 2005; 39(4): Salvador, BA. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia Alimentar para a População Brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde, CALLEJON, K. S.; PATERNEZ A. C. A. C. Adesão ao tratamento nutricional por pacientes atendidos na clínica de nutrição com docentes assistencial da Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano III, nº 17, jul/set COSTA, Ester Q.; RIBEIRO, Victoria M. B.; RIBEIRO, Eliana C. O. Programa de alimentação escolar: de aprendizagem e produção de conhecimento. Rev. Nutr., set./dez. 2001, vol.14, nº3, p ISSN COSTA, M. C. O.; SOUZA, R. P. Adolescência. Aspectos clínicos e psicossociais. Porto Alegre: Artmed, 2002, p DUMITH, S. C.; FARIAS J.C. Sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes: comparação de três critérios de classificação baseados no índice de massa corporal. Rev. Panam Salud Publica. 2010; 28(1):30 5. ESCRIVÃO M.; OLIVEIRA F. L. C; TADDEI J. A. A. C; LOPES F. A. Obesidade na infância e na adolescência. In: Lopes FA, Brasil ALD. Nutrição e dietética em clínica pediátrica. São Paulo: Atheneu; 2003.
20 20 GAMBARDELLA, A. M. D.; FRUTUOSO, M. F. P. & FRANCHI, C., Prática Alimentar de adolescentes. Revista de Nutrição, 12(1): IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares : antropometria e análise do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares : análise do consumo alimentar no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares : antropometria e análise do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares : antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2010a.. Pesquisa de Orçamentos Familiares : avaliação nutricional da disponibilidade de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2010b. LEVY, R. B. et. al. Consumo e comportamento alimentar entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p , MEYER, F.; MELLO, E. D.; LUFT., V. C. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Rio de Janeiro. Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº3, p , jan MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L.; COSTA, R. Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil ( ). Rev. Saúde Pública, Vol.34, n.3, p , jun OLIVEIRA, R. G. A. (2000). Obesidade na infância e adolescência como fator de risco para doenças cardiovasculares do adulto. In Simpósio-Obesidade e anemia carencial na adolescência (pp ). Salvador, BA.
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22 ANEXO 1 FICHA CLÍNICO NUTRICIONAL ADOLESCENTE 22
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