25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas
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- José de Mendonça Dinis
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1 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL E ATENDIMENTO NUTRICIONAL AMBULATORIAL PARA A POPULAÇÃO PEDIÁTRICA ATENDIDA PELA POLICLÍNICA DA 108 SUL DA CIDADE DE PALMAS TO Talanta Santos Oliveira 1 ; Kellen Cristine Silva 2 1 Aluno do Curso de nutrição; Campus de Palmas; talantaoliveira@gmail.com: PIBIC/UFT 2 Orientador(a) do Curso de Nutrição; Campus de Palmas; kellensilva@uft.edu.br RESUMO O estado nutricional de crianças pode ser influenciados por diversos fatores, devido a isso o objetivo deste trabalho foi verificar a associação entre fatores socioeconômicos e estado nutricional de crianças. Tratase de um estudo transversal prospectivo envolvendo crianças atendidas por pediatras de uma policlínica da cidade de Palmas (TO). O estado nutricional foi avaliado segundo o peso e a altura das crianças. Os dados socioeconômicos foram obtidos através de entrevista direcionada aos pais e/ou responsáveis. Foi aplicado o Teste Quiquadrado e Exato de Fischer e adotouse como nível de significância p<0,005. Foram avaliadas 253 crianças com idade média de 35,3 ±39,3 meses, sendo que 51,4% eram do sexo feminino, 76,3% possuem mais de cinco anos de idade, 67,6% procuraram atendimento por motivo de doença, 75% das famílias recebem mais um salário mínimo per capta, 83,9% e 52,2% possuem mães com escolaridade superior ou igual ao ensino médio e que trabalham fora de casa, respectivamente, 51% das crianças vivem em casas alugadas, 64,8% vivem em famílias com mais de quatro moradores, 54,2% possuem irmãos, 77,2% possuem rede de esgoto canalizado e 96% relataram ter água tratada. Observouse que não ter irmãos está associado à baixa estatura (p=0,046), viver em famílias com mais de quatro moradores associouse à eutrofia (p=0,01) e ter idade inferior à 5 anos está associado à magreza (0,005). Diante dos resultados encontrados concluise que a composição familiar e a idade das crianças estão associadas ao estado nutricional das crianças analisadas. Palavraschave: crianças; estado nutricional; condições socioecônomicas; fatores determinantes; infância. Página 1
2 INTRODUÇÃO No Brasil, tem sido observado o fenômeno epidemiológico da transição nutricional, caracterizada pela redução na prevalência de desnutrição e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade, não só na população adulta, mas também em crianças e adolescentes (POF, ). A desnutrição ainda é responsável por mais de 50% da mortalidade infantil em todo o mudo, pois aumenta a incidência e na severidade de enfermidades infecciosas, eleva as taxas da mortalidade na infância, retarda o desenvolvimento psicomotor e dificulta o aproveitamento escolar, além de trazer prejuízos na vida adulta, como diminuição da estatura e da capacidade produtiva no trabalho. (Martorell, 1992; Pelletier, 1993). Por outro lado, o excesso de peso vem crescendo em escala exponencial na população infantil. Dados da POF ( ) revelam que a prevalência de excesso de peso oscilou de 25% a 30% nas Regiões Norte e Nordeste e de 32% a 40% nas Regiões Sudeste, Sul e CentroOeste. Diferentemente da prevalência da desnutrição, o excesso de peso apresenta menores taxas na região Norte. Baseado nesse cenário o presente trabalho teve por objetivo realizar o diagnóstico nutricional e identificar os fatores socioeconômicos relacionados ao estado nutricional das crianças atendidas em uma Policlínica da cidade de Palmas (TO). MATERIAL E MÉTODOS Tratase de um estudo transversal prospectivo do tipo descritivo envolvendo as crianças atendidas pelos pediatras da Policlínica da 108 Sul, na cidade de Palmas, Tocantins. A pesquisa gerou dados referentes à situação nutricional das crianças que são atendidas pela área de abrangência da Policlínica e que poderá servir de subsídio para a geração de medidas de saúde que vão de encontro com as reais necessidades desta população. Todas as crianças que foram atendidas no período da pesquisa passaram pela triagem, onde foram aferidos peso e altura pelos acadêmicos de nutrição, sendo que esse procedimento faz parte da rotina da policlínica. Em seguida foi feito o convite aos pais e/ou responsáveis das crianças com posterior assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A todos que assinaram o termo foi aplicado um questionário socioeconômico, contendo informações gerais da criança. O diagnóstico nutricional foi obtido pelos dados de peso e altura, através das Curvas de Crescimento produzidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS, ): peso para idade, Página 2
3 comprimento/estatura para idade, peso para comprimento/estatura e índice de massa corporal (IMC) para idade. Para dos dados antropométricos foi utilizado o Software Who Anthro e Who AnthroPlus 2009 versão 3, obtendo os diagnostico final de acordo com as classificações para cada índice. Foram consideradas em risco nutricional todas as crianças que apresentaram inadequação de pelo menos um dos seguintes índices: peso para idade, comprimento/estatura para idade, peso para comprimento/estatura e índice de massa corporal (IMC) para idade. Para avaliar as condições socioeconômicas e a história clínica foi aplicado um questionário socioeconômico, contendo dados gerais da criança, condições socioeconômica da família, doenças prévias e atuais da criança, características do nascimento. Foi utilizado o Excel versão 2007 para a análise dos dados e estes foram expressos em frequências, medianas, médias ± desvio padrão, Quiquadrado e Exato de Fischer. Nível de significância p<0,005. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram avaliadas 253 crianças com idade média de 35,3 ±39,3 meses, sendo que 51,4% eram do sexo feminino, 76,3% possuem mais de cinco anos de idade, 67,6% procuraram atendimento por motivo de doença. Quanto às condições socioeconômicas, observouse que 75% vivem em famílias que recebem mais um salário mínimo per capta, 10,1% recebem o benefício do bolsa família, 83,9% e 52,2% possuem mães com escolaridade superior ou igual ao ensino médio e que trabalham fora de casa, respectivamente. Em relação às condições de moradia, 51% das crianças vivem em casas alugadas, 64,8% vivem em famílias com mais de quatro moradores, 54,2% possuem irmãos, 77,2% possuem rede de esgoto canalizado e 96% relataram ter água tratada. Observase que a idade média das 253 crianças foi de 40 (±35,55) meses. A média de moradores por residência foi de 4,33(±1,54) pessoas, com renda média de 220,41(±1385,46) reais. A média do tempo de estudo das mães foi de 11 anos, com mínimo e máximo de 4 e 20 anos respectivamente. Quanto à antropometria, o peso médio das crianças foi de 14,25 (±7,64) kg, a altura média de 87,03 (±27,27) cm e IMC médio de 16,22(±2,56) kg/m². Em relação ao estado nutricional das crianças podemos observar pela Tabela 1 que de acordo com o índice Pesoparaestatura, recomendado para crianças das crianças menores de cinco anos 1,94% com baixo peso e 5,42% com excesso de peso. Com relação ao índice Pesoparaidade 2,59% com peso elevado e 1,94% com baixo peso para a idade. Este índice é recomendado para avaliar o estado nutricional de crianças menores de 10 anos. O Índice de massa corporalparaidade demonstrou Página 3
4 que 6,87% estavam com baixo peso e 8,77% com excesso de peso. O índice Estaturaparaidade revelou que 8,98% das crianças apresentaram baixa estatura. Observase que a prevalência de excesso de peso apresentase maior que a prevalência de baixo peso pelos índices P/I e IMC/I. Esta característica epidemiológica foi confirmada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF ) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde. Este documento evidenciou um aumento importante no número de crianças acima do peso no país, principalmente na faixa etária entre 5 e 9 anos de idade. Quando observamos o índice E/I notase uma prevalência de 8,98% de baixa estatura, o que é um indicador de desnutrição crônica. Durante a infância, infecções frequentes e prolongadas e a ingestão inadequada de nutrientes, particularmente energia, proteína, vitamina A, zinco e ferro, exacerbam os efeitos do retardo de crescimento intrauterino. Falha de crescimento ocorre rapidamente até os 2 anos de idade, resultando em baixo peso e baixa estatura. (ACS/SCN, 2000). De acordo com WHO (1995) a desnutrição é a segunda causa de morte mais frequente em menores de 5 anos nos países em desenvolvimento. Tabela 1. Estado nutricional das crianças de acordo com as curvas de crescimento produzidas pela OMS ( ). Eutrofia/ Estatura Baixo peso Baixa estatura Excesso de Variável adequada peso para idade P/E¹ P/I² E/I³ IMC/I 4 1,94% 1,94% 6,87 8,98% 71,31% 91,55% 91,02% 73,12% 5,42% 2,59% 8,77% ¹ Peso para estatura, ² Peso para idade, ³ Estatura para idade, 4 Índice de Massa Corporal para Idade. Quando avaliada a associação entre as variáveis estudadas e o estado nutricional das crianças observouse que: ausência de irmãos apresentou associação com baixa estatura (p=0,048); famílias numerosas (mais de 4 pessoas) com eutrofia (p=0,001); e idade inferior a 5 anos com magreza (p=0,005). Em São Paulo, Fisberg et al (2004) observaram associação de retardo de crescimento com: idade das crianças ( 24 meses), e número de irmãos (2 ou mais). LITERATURA CITADA ACS/SCN. Nutrition throughout life. Report on the world nutrition situation. Geneva; ACS/SCN.World Health Organization: Página 4
5 FISBERG, R. M; MARCHIONI, D. M. D; CARDOSO, M. R. A. Estado nutricional e fatores associados ao déficit de crescimento de crianças freqüentadoras de creches públicas do Município de São Paulo, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 3, n. 20, p , maijun, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares, (POF): Antropometria e análise do estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil World Health Organization. Prevenção de doenças crônicas: um investimento vital.brasília: organizaçãopanamericana da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares, (POF): Antropometria e análise do estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição,1990 (INAN). Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição,PNSN, 1989 Arquivo de Dados da Pesquisa. Brasília: INAN/Ministério da Saúde. MARTORELL, R; RIVERA, J; KAPLOWITZ, H; POLLITT, E. Longterm consequences of growth retardation during early childhood. In: Hernandez M, Argente J, editors. Human growth: basic and clinical aspects. Amsterdam: Elsevier; p PELLETIER, D; FRONGILLO, J. A; HABICHT, J. P. Epidemiologic evidence for a potentiating effect of malnutrition on child mortality. Am J Public Health, 1993;83: WHO. The World health report Bridging the Gasp. Geneva: World Health Organization; 1995 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, porque por Ele e para Ele são todas as coisas. Agradeço a universidade, pois o presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT. Também expresso minha gratidão a Prof. Msc. Kellen Cristine Silva, pela dedicação e orientação. Página 5
3. Material e Métodos
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