CONSULTA Nº /2011 PARECER

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1 1 CONSULTA Nº /2011 Assunto: Sobre questões relacionadas à Resolução CFM nº1.974/2011, a qual passará a vigir na data de Relator: Conselheiro Lavínio Nilton Camarim. Ementa: A publicidade médica deve obedecer ao disposto no Código de Ética Médica, bem como nas Resoluções específicas atinentes ao tema emanadas pelo CFM e pelos Conselhos Regionais de Medicina. O consulente Dr. M.W., solicita à CODAME esclarecimentos e confirmações sobre questões relacionadas à Resolução CFM nº1.974/2011, a qual passará a vigir na data de , bem como sobre o seu sítio eletrônico. PARECER Em cumprimento do disposto no Artigo 15 da Resolução CFM 1.701/2003 e em atenção à Consulta encaminhada, avaliamos a solicitação. Em breve síntese, o consulente elenca diversos questionamentos sobre a Resolução CFM nº 1.974/2011, bem como ao seu sítio eletrônico pessoal. Pontuaremos a seguir considerações sobre os questionamentos específicos. Prossigamos: eletrônico do médico durante entrevistas; Da possibilidade de divulgação do sítio A participação do médico na divulgação de assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa, deve se pautar pelo caráter exclusivo de esclarecimento e educação da sociedade, não cabendo ao mesmo agir de forma a estimular o sensacionalismo, a autopromoção ou a promoção de outro(s), sempre assegurando a divulgação de conteúdo cientificamente comprovado, válido, pertinente e de interesse público.

2 2 alínea e dispõe in verbis: O artigo 9º da Resolução em epígrafe, em sua Resolução CFM 1.974/11: Art. 9º - Por ocasião das entrevistas, comunicações, publicações de artigos e informações ao público, o médico deve evitar sua autopromoção e sensacionalismo, preservando, sempre, o decoro da profissão. 1º Entende-se por autopromoção a utilização de entrevistas, informações ao público e publicações de artigos com forma ou intenção de: e) Permitir a divulgação de endereço e telefone de consultório, clínica ou serviço. Como podemos depreender, ao fornecer o endereço de seu sítio eletrônico, o médico estará, mesmo que indiretamente, fornecendo os dados de seu consultório ou clínica, em colisão com o disposto na norma elencada. Sobre a possibilidade de receber patrocínio na publicação de obra destinada ao público leigo, bem como de citar a utilização de respectivo produto ou marca; É lícita a elaboração por parte do profissional médico de obras voltadas ao esclarecimento populacional quando constatado o seu intuito estritamente informativo/educativo. Deve-se, entretanto, ressaltar o exposto no ANEXO I RESOLUÇÃO CFM Nº 1.974/11, in verbis: É vedado ao médico, na relação com a imprensa, na participação em eventos e no uso das redes sociais: (...) c) realizar divulgação publicitária, mesmo de procedimentos consagrados, de maneira exagerada e fugindo de conceitos técnicos, para individualizar e priorizar sua atuação ou

3 3 a instituição onde atua ou tem interesse pessoal; p) realizar e/ou participar de demonstrações técnicas de procedimentos, tratamentos e equipamentos de forma a valorizar domínio do seu uso ou estimular a procura por determinado serviço, em qualquer meio de divulgação, inclusive em entrevistas. As demonstrações e orientações devem acontecer apenas a título de exemplo de medidas de prevenção em saúde ou de promoção de hábitos saudáveis, com o intuito de esclarecimento do cidadão e de utilidade pública(...) DAS PROIBIÇÕES GERAIS (...)XVII - participar de campanha social sem ter como único objetivo informar ações de responsabilidade social do profissional ou do estabelecimento de saúde, não podendo haver menção a especialidades ou outras características próprias dos serviços pelos quais são conhecidos (...) Por outro lado, a divulgação por parte do médico de qualquer produto ou marca, no bojo de uma eventual obra literária, mesmo que citados de forma ilustrativa, ensejariam uma possível divulgação, prática esta frontalmente vedada pelo Código de Ética Médico e pela Resolução CFM nº 1.974/2011: Código de Ética Médica: CAPÍTULO XIII PUBLICIDADE MÉDICA É vedado ao médico: Art Participar de anúncios de empresas comerciais qualquer que seja sua natureza, valendo-se de sua profissão.

4 4 Resolução CFM nº 1.974/2011: c) Participar de anúncios de empresas ou produtos ligados à Medicina, dispositivo este que alcança, inclusive, as entidades sindicais ou associativas médicas; Da possibilidade de expor fotos ilustrativas referentes a procedimentos médicos no sítio eletrônico; Devemos considerar que tal prática pode levar à interpretação de se tratarem de possíveis pacientes, por parte do público leigo, podendo ensejar uma expectativa de resultados. comento: Nesse sentido, dispõe a Resolução em Resolução CFM nº 1.974/2011: Art. 9º - Por ocasião das entrevistas, comunicações, publicações de artigos e informações ao público, o médico deve evitar sua autopromoção e sensacionalismo, preservando, sempre, o decoro da profissão. 2º - Entende-se por sensacionalismo: f) Usar de forma abusiva, enganosa ou sedutora representações visuais e informações que possam induzir a promessas de resultados. Devemos ainda, ressaltar o exposto no ANEXO I RESOLUÇÃO CFM Nº 1.974/11, in verbis: DAS PROIBIÇÕES GERAIS De modo geral, na propaganda ou publicidade de serviços médicos e na exposição na imprensa ao médico ou aos serviços médicos é vedado:

5 5 IX - fazer uso de peças de propaganda e/ou publicidade médica independentemente da mídia utilizada para sua veiculação nas quais se apresentem designações, símbolos, figuras, desenhos, imagens, slogans e quaisquer argumentos que sugiram garantia de resultados e percepção de êxito/sucesso pessoal do paciente atreladas ao uso dos serviços de determinado médico ou unidade de saúde; consulta no sítio eletrônico; Da possibilidade de realização de pré As características personalíssimas da atividade médica, não se coadunam com a possibilidade de uma avaliação médica à distância, mesmo que a título de pré-consulta. Em última análise, de acordo com o exposto pelo consulente, tal expediente objetivaria ter o condão de contra indicar um procedimento médico, evitando o deslocamento do paciente que reside em outras localidades, o que per se já configuraria uma ilicitude ética: Código de Ética Médica: CAPÍTULO XIII PUBLICIDADE MÉDICA É vedado ao médico: Art Consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa. Resolução CFM Nº 1.974/11: j) Oferecer consultoria a pacientes e familiares como substituição da consulta médica presencial; Da possibilidade de registro de uma parceria com um centro médico americano junto ao CRM;

6 6 O registro de empresas médicas junto o CREMESP possui suas normas administrativas disciplinadas pela SRE Seção de Registro de Empresas, devendo as solicitações de registro serem encaminhadas à referida Seção para a oportuna análise. Cumpre-nos ressaltar, que a troca de informações científicas e a produção de trabalhos científicos, devem obedecer às disposições da CONEP e normas do CFM, das quais destacamos: Código de Ética Médica: CAPÍTULO IX SIGILO PROFISSIONAL É vedado ao médico: Art. 75. Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. RESOLUÇÃO CFM Nº 1.974/11: g) Expor a figura de seu paciente como forma de divulgar técnica, método ou resultado de tratamento, ainda que com autorização expressa do mesmo, ressalvado o disposto no art. 10 desta resolução; reconhecidas pelo convênio CFM/AMB; Do anúncio de especialidades médicas não O artigo 115 do CEM dispõe da proibição de anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina. pontua de forma cristalina: A Resolução CFM nº 1.974/11, por sua vez,

7 7 Resolução CFM 1.974/11: a) Anunciar, quando não especialista, que trata de sistemas orgânicos, órgãos ou doenças específicas, por induzir a confusão com divulgação de especialidade; l) Fica expressamente vetado o anúncio de pósgraduação realizada para a capacitação pedagógica em especialidades médicas e suas áreas de atuação, mesmo que em instituições oficiais ou por estas credenciadas, exceto quando estiver relacionado à especialidade e área de atuação registrada no Conselho de Medicina. Devemos considerar que a Resolução CFM 1.845/2008, em seu item 2, define as especialidades médicas reconhecidas, figurando a Cirurgia Plástica em sua alínea 13. Com relação à Rinoplastia e Contorno Corporal pós Obesidade não há qualquer menção na Resolução em epígrafe como Especialidade Médica ou Área de Atuação, não sendo legítimo o anúncio destas como especialidade médica. Este é o nosso parecer, s.m.j. Conselheiro Lavínio Nilton Camarim APROVADO NA REUNIÃO DA CODAME, REALIZADA EM HOMOLOGADO NA 4.474ª REUNIÃO PLENÁRIA, REALIZADA EM