GUIA DE FONTES JORNALÍSTICAS: UMA ABORDAGEM SOBRE O CARIRI.

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1 GUIA DE FONTES JORNALÍSTICAS: UMA ABORDAGEM SOBRE O CARIRI. Antonio Pinheiro Torres Neto 1 ; José Anderson Freire Sandes 2 1. Introdução/Desenvolvimento Por meio da participação na Monitoria de Iniciação à Docência das disciplinas de Jornalismo Impresso I e II é que propomos este trabalho. Estando vinculada ao curso de Comunicação Social Jornalismo, da Universidade Federal do Ceará (campus Cariri), a monitoria tem como propósito desenvolver ações que relacionem um primeiro contato do estudante da graduação de Jornalismo com a carreira docente. Nesse sentido, as atividades desenvolvidas pelo monitor são acompanhadas por professores-orientadores, sendo eles Ms. José Anderson Sandes, Ms. Tiago Coutinho Parente e Ms. Luis Celestino de França Júnior. Por tratar-se de uma monitoria que foca à iniciação à docência apresentamos como objetivos principais desta: a atuação do monitor no auxílio a um melhor desempenho das turmas das disciplinas de Jornalismo Impresso I e II; realizar o acompanhamento e discussão dos textos produzidos pelos estudantes das disciplinas citadas acima (em conjunto com os professores-orientadores); produção de textos jornalísticos com a supervisão dos professores-orientadores e a elaboração de um guia com as principais fontes jornalísticas da região do Cariri, mais especificamente das cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. É neste último ponto apresentado que este trabalho se inscreve. Temos como intuito neste resumo expandido discutirmos a produção de um guia de fontes jornalísticas referente à região do Cariri. Podemos destacar como aspecto principal deste o fornecimento de subsídios ao trabalho jornalístico na produção de notícias, reportagens, artigos, colunas, perfis, entrevistas, etc. Isso porque orientados pelas ideias de objetividade, imparcialidade e equilíbrio se faz necessário, por parte do jornalista, ouvir opiniões sobre assuntos variados, em alguns casos, temas bastante específicos, de pessoas consideradas dignas de crédito ou autorizadas para falar sobre determinada temática (HALL, 1993, p.229). Desse modo, o guia de fontes desenvolvido na monitoria das disciplinas de Jornalismo Impresso I e II busca fazer com que os estudantes da graduação de jornalismo da UFC Cariri possam utilizar o mesmo na hora de produzirem suas matérias, tendo uma lista de contatos (ou fontes) que possam lhes auxiliar ao abordarem determinada temática. Assim, o objetivo principal deste resumo expandido é expor os dados obtidos até o momento, relativos à produção do guia de fontes da região Cariri. A partir disso, iremos apresentar a metodologia utilizada ao realizarmos tal tarefa, faremos algumas problematizações sobre o trabalho jornalístico e apontaremos algumas causas da necessária relação existente entre 1 Estudante do curso de Comunicação Social Jornalismo, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Campus Cariri, Juazeiro do Norte, Ceará; toinho_62jua@yahoo.com.br 2 Professor do curso de Comunicação Social Jornalismo, da Universidade Federal do Ceará,, Juazeiro do Norte, Ceará; josesandes@cariri.ufc.br 1

2 fontes de informação e jornalistas. Iremos relatar, também, as dificuldades encontradas pelo monitor nos momentos de recolha de dados. 2. Metodologia/Resultados Diante da exposição do objetivo de produzirmos um guia de fontes jornalísticas da região do Cariri, iremos apresentar a metodologia de trabalho empregada. Através de reuniões realizadas entre o monitor das disciplinas de Jornalismo Impresso I e II, e os professores-orientadores da monitoria, optamos por catalogarmos fontes da chamada Região Metropolitana do Cariri, mais especificamente, as cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha. A partir dessa disposição inicial, decidimos criar categorias que abrangessem a maior diversidade possível de temáticas, sempre levando em conta o fator tempo (tanto para a escolha das categorias, quanto para as cidades que seriam abordadas). Isso porque as atividades referentes aos projetos de iniciação à docência tem o período de duração de 10 meses, imaginando também a existência de outras tarefas a serem desenvolvidas pelo monitor, afinal, apenas um estudante da graduação de Jornalismo participa deste projeto. Quanto às temáticas a serem abordadas pelo guia de fontes, decidimos trabalhar com sete categorias, sendo elas: veículos de comunicação (emissoras de rádio, jornais impressos, emissoras de televisão); espaços de produção e apreciação cultural; instituições universitárias (públicas e privadas); órgãos públicos (tais como prefeituras municipais, Secretaria da Fazenda, Correios, etc.); instituições religiosas; entidades/associações comerciais e professores da UFC Cariri. Está última categoria tendo como objetivo listar docentes (aqueles que se disponham) e suas áreas de conhecimento específico. Por objetivar o contato entre fontes e jornalistas, decidimos estabelecer um formato padrão de como seriam dispostas as informações sobre os pontos descritos. Assim, ao listarmos, por exemplo, os veículos de comunicação da cidade do Crato, apresentamos para o usuário do guia de fontes informações específicas sobre cada um deles, tais como: endereço, telefone para contato, horário de funcionamento, endereço eletrônico e uma pequena descrição sobre o histórico ou a natureza do assunto/espaço/indivíduo em questão. Somam-se a isso algumas especificidades de cada uma das categorias, tal como acontece com as rádios, onde apresentamos a frequência sonora. Exemplo: Rádio Iracema AM (850 khz) Endereço: Rua Padre Cícero, 1045, Salesianos. Telefone: (88) / (88) / (88) Horário de funcionamento: Segunda a domingo 24h. Endereço eletrônico: radioiracema@ig.com.br / Descrição: A Iracema AM foi a primeira emissora radiofônica a se instalar na cidade de Juazeiro do Norte, em 15 de novembro de Atualmente, a rádio se encontra alugada à Rede Aleluia, pertencente ao grupo Record. 2

3 Como trabalhamos com a produção de um guia de fontes abrangendo três cidades (Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha), imaginamos ser pertinente abordarmos uma categoria de cada vez. Ou seja, ao catalogarmos, por exemplo, os espaços de produção e apreciação de cultura fazemos isso, concomitantemente, nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, e só após concluirmos esta é que começamos a explorar outra categoria. O trabalho de listagem das fontes é realizado de três maneiras: visita ao espaço/indivíduo em questão; busca de informações por meio da internet (sites e ), e busca de informações por meio de entrevistas por telefone. Entre as sete categorias listadas neste trabalho, optamos por iniciarmos o guia de fontes tratando dos veículos de comunicação (emissoras de rádios, jornais impressos e emissoras de televisão) da Região Metropolitana do Cariri. Tal atitude deve-se muito ao fato da proximidade desta temática com o curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (campus Cariri), no qual este trabalho está sendo desenvolvido. Apresentaremos nos parágrafos seguintes quais categorias conseguimos catalogar, as problemáticas encontradas e buscaremos realizar uma discussão, mesmo que mínima, sobre o papel do guia de fontes na produção jornalística. A atividade do jornalista, principalmente para àqueles que trabalham em redações de jornais diários, é marcada por horas de fechamento (deadline) entenda-se o termo como aquele momento do dia em que o jornal precisa ser enviado para a impressão na gráfica, ou o instante em que determinada matéria precisa ser encerrada para ir ao ar no rádio ou na televisão, cumprindo uma grade noticiosa pré-estabelecida entre editores e repórteres. Como destaca o pesquisador Nelson Traquina (2001), a tribo jornalística vive em uma cultura cronometrizada, onde o verdadeiro teste de competência profissional está na capacidade de deixar de ser vitimado pelas horas de fechamento e passar a controlar o tempo (TRAQUINA, 2001, p.41). Essas pressões de tempo fazem com que, muitas vezes, o repórter precise recorrer, quase instantaneamente, a fontes ligadas ao acontecimento. Porém, o jornalista precisa estar atento à relação existente entre o acontecimento e a fonte, e os interesses guardados pela mesma ao repassar sua versão dos fatos. O jornal impresso Folha de S. Paulo, por exemplo, em seu Manual da Redação (2010), defende que a hierarquização das fontes de informação é uma tarefa fundamental na atividade do repórter. Nesse sentido, a Folha caracteriza quatro tipos de fonte, sendo elas: fonte tipo zero (referente a documentos emitidos por instituições de credibilidade; enciclopédias renomadas, que prescindem de cruzamento de informações); fonte tipo um (a mais confiável, quando se trata da fonte ser uma pessoa); fonte tipo dois (está relacionada com o acontecimento, não tem interesses pessoais na publicação de determinada matéria, porém, é menos confiável); e a fonte tipo três (apesar de ser bem informada, é a de menor confiabilidade, pois possui interesses econômicos, políticos, etc., na publicação da notícia). (MANUAL DA REDAÇÃO, 2010, p. 38). Assim, ao longo dos anos, o jornalista vai construindo uma rede de contatos que vão lhe auxiliar a ter um acesso direto à informações do seu campo de trabalho, afinal, o jornalismo é o constante exercício de verificação, e isso se dá através das fontes. Na produção do nosso guia temos o intuito de construir uma base mínima de possíveis fontes noticiosas do Cariri, imaginando as sete categorias descritas anteriormente. Assim, os estudantes de jornalismo da UFC Cariri poderão utilizar este guia na hora de produzirem suas matérias. 3

4 Entre as sete categorias que temos o objetivo de abordarmos, conseguimos, até o seguinte momento, catalogarmos três delas. A primeira a constar no guia de fontes será a dos veículos de comunicação. Graças aos dados obtidos pelo projeto de graduação de monitoria de Mapeamento das Práticas Comunicacionais da Região Metropolitana do Cariri (desenvolvido também no curso de Jornalismo da UFC Cariri) foi possível chegarmos à listagem das emissoras de rádio, TV e jornais impressos das cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, como apresentado no quadro abaixo: Tabela 1: resultados da primeira categoria abordada. Veículos de Comunicação Juazeiro do Norte Crato Barbalha Total Emissoras de rádio Emissoras de TV Jornais Impressos É valido destacarmos que aqui estão sendo apresentados apenas os números dos espaços/instituições catalogadas, porém o guia de fontes, como foi dito em outro tópico deste resumo expandido, apresenta para o seu usuário informações como endereço, telefone para contato, endereço eletrônico, horário de funcionamento e uma pequena descrição do item em questão. Assim, o trabalho desenvolvido não se resume apenas a apresentar números (descrição quantitativa), porém, por conta da limitação de espaço não será possível apresentar os dados de forma mais detalhada, ou na íntegra. A segunda categoria que conseguimos abordar neste primeiro momento foram os espaços de produção e apreciação cultural. De modo mais específico, incluímos neste tópico dimensões como museus, centros culturais, bibliotecas públicas, livrarias, teatros, galerias de arte e parques de eventos. Não foi possível encontrarmos qualquer órgão ou instituição do Cariri que tenha realizado um trabalho de catalogar espaços como os descritos acima, pelo menos não que tenha sido publicado através de site na internet, ou mesmo por meio de publicação impressa. Assim, para chegarmos aos dados referentes a esta categoria, foi necessário realizarmos visitas in loco na maioria dos espaços. Deste modo, é necessário mencionarmos aqui o caráter pioneiro desenvolvido neste trabalho, como também a contribuição que o mesmo prestará não somente para a comunidade acadêmica, mas para todos aqueles que tenham contato com as informações dispostas no guia, ficando disponíveis para os interessados, os contatos dos espaços culturais aqui listados. A mesma premissa é válida para os veículos de comunicação e a outra categoria que aqui será apresentada. Nesse sentido, obtivemos o seguinte resultado: Tabela 2: resultados da segunda categoria abordada Espaços de apreciação e produção cultural Juazeiro do Norte Crato Barbalha Total Teatros Galerias de Arte Centros Culturais Museus Bibliotecas Públicas Livrarias Parques de Eventos

5 É necessário ressalvar que muitas vezes um espaço é utilizado com mais de uma finalidade, ou seja, um centro cultural pode, por exemplo, receber uma exposição e servir de palco para uma apresentação teatral, assim como uma biblioteca pública pode promover uma exposição de artes. Desse modo, a nomenclatura utilizada neste trabalho guarda especificidades e serve muito mais como um modo de sistematização. A terceira categoria que conseguimos abordar, até o momento em que este trabalho estava sendo escrito, foi a das entidades/associações comerciais. Neste tópico estão inclusos instituições como, por exemplo, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Serviço Social do Comércio (SESC), entre outros. O levantamento feito nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha chegou ao seguinte resultado: Tabela 3: resultados da terceira categoria abordada. Juazeiro do Norte Crato Barbalha Total Entidades/associações comerciais Conclusões Até a seguinte data conseguimos abordar três das sete categorias a qual nos propusemos catalogar para o guia de fontes da região metropolitana do Cariri. No total, 65 espaços/instituições/indivíduos constam em nosso guia. Por tratar-se de um trabalho em desenvolvimento, consequentemente, esses números serão ampliados até o final da monitoria. Além disso, os dados apresentados neste momento não devem ser vistos como absolutos, de modo que um museu ou uma biblioteca possam ter ficado de fora desta listagem, mas que venham a ser incluídos ao longo do desenrolar desta atividade. Temos também o objetivo de, ao final do trabalho, disponibilizar os dados referentes ao guia no site da UFC Cariri, de modo que tais informações fiquem disponíveis não somente para a comunidade acadêmica, ultrapassando os muros da universidade. Sabemos das limitações do nosso trabalho, principalmente as de ordem temporal, o que nos impede de realizarmos um levantamento mais abrangente de fontes da região supracitada. Porém, esperamos que a produção deste guia possa auxiliar, mesmo que minimamente, tanto os estudantes da graduação de Jornalismo da UFC Cariri, quanto à comunidade caririense como um todo. 4. Referências bibliográficas HALL, Stuart. A produção social das notícias: o mugging nos media. In: TRAQUINA, Nelson (org.). Jornalismo: questões, teorias e estórias. Lisboa: Veja, MANUAL DA REDAÇÃO. São Paulo: Publifolha, TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo: a tribo jornalística uma comunidade interpretativa transnacional. 2. ed. Florianópolis: Insular, 2008, 2.v. 5