LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL:

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1 ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA PAULO VOLPINI CASTANHEIRO LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL: uma necessidade? Rio de Janeiro 2011

2 PAULO VOLPINI CASTANHEIRO LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL: uma necessidade? Trabalho de Conclusão de Curso Monografia apresentado ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Cel. Edison Gomes. Rio de Janeiro 2011

3 Dedico esta monografia ao meu sogro Pedro Paulo; a sogra Luzia; a esposa Ana Paula, brilhante e paciente revisora deste trabalho; e aos filhos Paulo, Pedro Paulo e Paulo Sansão, pela tranquilidade e segurança que me permitiram levar adiante os meus estudos, na certeza de ter minha família sempre unida e resguardada. Dedico, em especial consideração, a meu pai Paulo e a minha mãe Henriqueta verdadeiros responsáveis por tudo.

4 AGRADECIMENTOS Ao insigne orientador, Cel R/1 Édison Gomes de Souza Neto, pela condução na busca do conhecimento. Agradeço o companheirismo, a fraternidade e o empenho na orientação para a elaboração deste trabalho. Ao Comando da Marinha do Brasil pela oportunidade proporcionada, possibilitandome realizar o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) e apresentar o presente estudo. A Associação Brasileira de Indústrias de Defesa e Segurança, nas pessoas de seu Vice-Presidente Executivo, o Vice-Almirante Carlos Afonso Pierantoni Gambôa, do Vice- Almirante Engenheiro Naval Marcilio Boavista da Cunha e do Sr. Cláudio Moreira. Aos Oficiais do Estado-Maior da Armada, aos Adidos Navais Brasileiros e aos Adidos Navais Estrangeiros no Brasil, pelas valiosas colaborações e pelo pronto atendimento às minhas solicitações. Aos integrantes da Escola Superior de Guerra (ESG) pela excelência na seleção do corpo discente; pela qualidade do ensino prestado pelo corpo docente; pelo distinto trato e apoio aos Estagiários na árdua jornada acadêmica empreendida. A toda equipe, civis e militares, da ESG, o reconhecimento pela organização e alto grau de profissionalismo na execução de seus ofícios e na condução dos trabalhos, possibilitando amenizar nossas naturais dificuldades. Aos colegas do CAEPE 2011 Turma Segurança e Desenvolvimento, pela qualidade de conteúdo e pela convivência durante o curso. Agradeço a honra em poder estar ao lado de todos os senhores e senhoras, meus colegas de turma. A todos que, de alguma maneira, contribuíram para a concretização deste empreendimento.

5 "Uma Nação que confia em seus direitos em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara a sua própria queda". Rui Barbosa

6 RESUMO Esta monografia aborda o Livro Branco de Defesa Nacional, como um dos documentos necessários para prover eficiência à gestão dos assuntos de defesa. O objetivo deste estudo é avaliar a real necessidade de se publicar este tipo de documento, com fundamento nas opiniões de personalidades de notório saber sobre o assunto. A metodologia adotada comportou uma pesquisa bibliográfica e documental, visando buscar referenciais teóricos e práticos. O campo de estudo limitou-se à coleta de dados que permitissem analisar a necessidade de se estruturar um documento dessa complexidade, sem se prender aos processos de elaboração e à metodologia empregada para a sua consecução. Discorre sobre: a definição do que seja um Livro Branco de forma abrangente; como será estruturado o Livro Branco de Defesa do Brasil; e os relatos de personalidades de notório saber em assuntos de defesa, para embasar a análise sobre a necessidade desse tipo de documento no ordenamento doutrinário dos assuntos afetos à Defesa Nacional. Os principais tópicos são: a estruturação do Livro Branco de Defesa Nacional no Brasil; as impressões do Ministro da Defesa; as impressões de personalidades de notório saber, como o Vice-Presidente Executivo da ABIMDE, Revista do Clube Naval e outras instituições não menos importantes; e relatos dos Adidos Brasileiros e dos Adidos Estrangeiros acreditados no Brasil. Palavras-chave: Defesa Nacional. Livro Branco. Transparência. Dissuasão.

7 ABSTRACT This monograph addresses the National Defense White Paper as one of the documents necessary to provide efficient management of defense issues. The aim of this study is to evaluate the real need to publish such document, based on the opinions of well-known personalities on the subject. The methodology involved a literature search and documentation, aiming to seek theoretical and practical. The field study was limited in collecting data that allow analyzing the need to structure a document of this complexity, without being attached to the processes of formulation and methodology for achieving them. Discusses: the definition of what constitutes a "White Paper" in a comprehensive manner, how it is structured the Defense White Paper of Brazil, and the stories of notable personalities in defense matters, to base the analysis on the need for such document in planning matters pertaining to the doctrine of National Defense. The main topics are: the structure of the National Defense White Paper in Brazil, the impressions of the Defense Minister, the prints of renowned personalities, such as the Executive Vice President of ABIMDE, Journal of the Naval Club and other institutions that are no less important, and reports of Brazilian Attachés and Foreign Attachés accredited to Brazil. Keywords: National Defense. White Paper. Transparency. Deterrence.

8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Alte CAEPE ESG LBDN OEA Almirante Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia Escola Superior de Guerra Livro Branco de Defesa Nacional Organização dos Estados Americanos

9 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO O QUE É UM LIVRO BRANCO? GÊNESE DO LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL NO BRASIL O LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL DO BRASIL IMPRESSÕES DO MINISTRO DA DEFESA IMPRESSÕES DE PERSONALIDADES DE NOTÓRIO SABER VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DA ABIMDE REVISTA DO CLUBE NAVAL CONSULTOR CIVIL SOBRE DEFESA NACIONAL PROFESSOR OF NATIONAL SECURITY AFFAIRS JORNAL DEFESA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS PORTUGAL RÁDIO INTERNACIONAL DA CHINA (CRI) RELATOS DOS ADIDOS BRASILEIROS NO EXTERIOR ADIDO DE DEFESA E NAVAL DO BRASIL NO REINO UNIDO, SUÉCIA E NORUEGA ADIDO DE DEFESA E NAVAL NA ÁFRICA DO SUL RELATOS DOS ADIDOS ESTRANGEIROS NO BRASIL CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXO A - DECRETO Nº 7.438, DE 11 DE FEVEREIRO DE ANEXO B - MAPA MUNDI EVIDENCIANDO PAÍSES QUE POSSUEM O LIVRO BRANCO ANEXO C - RESOLUÇÃO DO CONSELHO PERMANENTE DA OEA Nº. 829 (1342/02)... 58

10 10 1 INTRODUÇÃO A elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional do Brasil, neste ano de 2011, é um assunto em evidência tanto no ambiente civil, quanto no militar. Um Grupo de Trabalho, presidido pelo Ministério da Defesa, com a participação de representantes de outros Ministérios e instituições de elevado conceito e importância para o nosso País, foi constituído, por força do Decreto nº 7438, de 11 de fevereiro de 2011, da Presidente Dilma Rousseff (ANEXO A), para a sua consecução. O termo Livro Branco, não faz parte do cotidiano do seu público alvo, qual seja: todas as pessoas (brasileiros e estrangeiros), a sociedade como um todo, o Congresso Nacional, os Ministérios, as Academias, outros Estados e os Organismos de segurança internacional, como a ONU, OEA etc. Adicionalmente, em sua essência, é dotado de grande complexidade para a sua compreensão e carece de ter seu propósito elucidado com detalhe, visando permitir o perfeito entendimento, para minimizar a possibilidade de interpretações equivocadas. O Brasil é um dos últimos países das Américas e do mundo a ter o seu Livro Branco de Defesa publicado, para não dizer que é o último, se levar em consideração a estatura político-estratégica de nosso País, no cenário mundial (ANEXO B). Muitos dos países que publicaram seus Livros Brancos de Defesa, não obtiveram os resultados que esperavam. O Brasil há, então, que selecionar os métodos das nações que obtiveram êxito com a sua publicação, evitando os equívocos dos que despenderam elevados montantes de recursos humanos e financeiros na elaboração desse instrumento, sem galgarem o devido retorno, em termos de melhoria da Defesa Nacional, corroborando com Otto Von Bismark 1 quando cita: os tolos dizem que aprendem com os seus próprios erros: eu prefiro aprender com os erros dos outros. Este estudo tem o propósito de avaliar a real necessidade de ser publicado um Livro Branco de Defesa Nacional, como instrumento auxiliar à Política de Defesa Nacional e à Estratégia Nacional de Defesa. Para tal, se propõe a caracterizar, de forma global, o documento Livro Branco, apontar o que provocou a iniciativa de sua 1 Otto von Bismarck ( ), o Chanceler de Ferro, foi o estadista mais importante da Alemanha do século XIX. Coube a ele lançar as bases do Segundo Império, ou 2º Reich ( ), que levou os países germânicos a conhecer, pela primeira vez na sua história, a existência de um Estado Nacional único. Para formar a unidade alemã, Bismarck desprezou os recursos do liberalismo político, preferindo a política da força.

11 11 elaboração pelo Brasil e como se pretende realizar a sua estruturação. Após esta fase inicial, várias opiniões foram reunidas, de forma a captar as expectativas de personalidades de notório saber e experiências práticas dos países que já possuem o seu livro. Vale ressaltar que o Grupo de Trabalho para tal encontra-se em andamento e que alterações de perspectivas e conteúdo poderão ocorrer após a finalização deste trabalho. Uma vez de posse de todas essas informações, será possível, então, analisar a real necessidade desse instrumento. Este trabalho, por ser uma coleta de opiniões de personalidades de notório saber sobre a Defesa Nacional, pode servir como um marco de referência para se comparar as expectativas deste momento que precede a estruturação do Livro Branco de Defesa Nacional, com os reais acontecimentos que poderão advir da publicação deste instrumento.

12 12 2 O QUE É UM LIVRO BRANCO? Este autor efetuou um levantamento sobre: o que é um Livro Branco ; dentro de um espaço amostral de vinte cidadãos: civis (Promotores de Justiça e Defensores Públicos) e Oficiais Superiores das Forças Armadas e Singulares, ou seja, todos com nível de escolaridade superior. Ninguém sabia em que consistia um Livro Branco. Este fato motivou o início do estudo para definir, ou harmonizar os conhecimentos a respeito da identidade desse tipo de Livro, sem o qual não seria possível desencadear um pensamento lógico sobre a necessidade ou não desse veículo de informações, para a gestão dos assuntos afetos à Defesa Nacional. Outro fato relevante, corroborando o relatado no parágrafo anterior, ocorreu ao se recorrer a uma biblioteca, em busca de material sobre Livros Brancos, e as funcionárias, entre elas uma universitária do oitavo período de Biblioteconomia, desconheciam o termo: Livro Branco. Apesar de já existirem publicados livros brancos no Brasil, tanto na esfera governamental, quanto fora, e pessoas com elevado nível de formação acadêmica não terem o conhecimento de seu propósito, se faz necessária uma reflexão sobre o real impacto que poderá surtir esse instrumento em seu público alvo. O termo 'Livro Branco, dentro do ordenamento governamental, é o nome que se empresta a um documento oficial, publicado por um governo ou uma organização internacional, com a finalidade de expor uma nova política, ou linha de ação sobre um tema atual. Pode servir como fonte de consulta sobre os detalhes de uma nova legislação proposta, onde haja franco interesse governamental para sua aprovação. Pode, ainda, informar ou servir de guia sobre algumas das atividades governamentais, apresentando como serão gerenciados os caminhos para a consecução dos objetivos, como por exemplo: o planejamento de uma política governamental de médio a longo prazos. (KITCHO, 2004, não paginado) A denominação Livro Branco teve origem no Reino Unido, porém não é conhecido o momento exato ou evento histórico do seu surgimento. O termo em inglês é White Paper, o qual até hoje é utilizado para documentos do Governo. As explicações das políticas do governo inglês circulavam em volumosas publicações de capa azul e o Livro Branco era um relatório,

13 13 demasiado curto, resumindo os itens tratados pelo Livro Azul. (KITCHO, 2004, não paginado) Um momento clássico de utilização de um Livro Branco foi durante o Mandato Britânico na Palestina, quando foram publicados três Livros Brancos que nortearam os caminhos desse momento histórico, que teve o seu encerramento com o Livro Branco de 1939, pondo fim à missão. (ES.WIKIPIDIA, 2011, não paginado) Acredita-se que os Livros Brancos migraram para os Estados Unidos a bordo da lendária nau Mayflower, viagem considerada o marco fundador dos Estados Unidos da América, que partiu de Southampton na Inglaterra, chegando aos EUA, em 21 de dezembro de 1620, trazendo 102 colonos. (KITCHO, 2004, não paginado) Algum tempo depois, o Governo dos EUA passou a utilizar os Livros Brancos, a partir da descoberta por seus funcionários, que seus enormes relatórios de trabalho, cerca de 300 páginas, eram submetidos à apreciação dos altos escalões do Governo, que reagiam mal à leitura de documentos extensos. Para darem conta desses volumosos relatórios, estes determinavam aos seus auxiliares, que criassem uma versão sinóptica em papel branco. Uma vez que os elaboradores dos extensos relatórios perceberam que perdiam tempo criando documentos volumosos, pois seriam resumidos por terceiros, passaram, então, a fazer relatórios menores e todos, doravante, trabalharam mais produtivamente. Depois disso, as empresas captaram a tendência. (KITCHO, 2004, não paginado) Na União Européia, os Livros Brancos proporcionam uma gama de argumentos e propostas sobre qualquer tema específico. É sob esta ótica que a Comissão Européia, em seus comitês consultivos, compostos por membros da Comissão, representantes de grupos de interesse e administrações regionais, harmonizam as decisões políticas num sentido único. (ES.WIKIPIDIA, 2011, não paginado) Na Comunidade das Nações Commonwealth of Nations, "white paper" é um nome informal para um documento parlamentar enunciar a política do governo. White Papers são ferramentas "[...] de democracia participativa não [...] [um] compromisso político inalterável (DOERR, pp ). " White Papers tentam executar o duplo papel de apresentar as

14 14 políticas do governo de maneira firme e, ao mesmo tempo, convidando as opiniões sobre eles." (PEMBERTON, 1969) No Canadá, um white paper é considerado como um documento político, aprovado pelo Conselho de Ministros, apresentado na Câmara dos Comuns e colocados à disposição do público em geral." (DOERR, 1973, 1. 56). Doerr observa que o Canadá acredita que " [...] a política de informação através do uso de Livros Bancos e Verdes pode ajudar a criar uma consciência sobre questões políticas entre os parlamentares, para o público e incentivar a troca de informações e análises. Eles também podem servir como técnicas de ensino. (DOERR, 1981, p. 153) Para Chapin, "Livros Brancos são usados como um meio de apresentar as preferências políticas do governo, antes da introdução da legislação [...]" e, como tal, a publicação "[...] de um Livro Branco serve para testar o clima da opinião pública a respeito de uma questão política controversa e permite ao governo avaliar seu provável impacto." (CHAPIN, 1978, p. 33) Os Livros Brancos podem assumir alguns dos seguintes formatos: -Um relatório do governo sobre qualquer assunto; -Um pequeno tratado, cujo objetivo seja orientar os clientes da indústria; -Um posicionamento da política governamental, com uma documentação de apoio; e -Uma Declaração oficial sobre o motivo que conduziu o Governo a adotar determinada conduta. (KITCHO, 2004, não paginado) Alguns exemplos de Livros Brancos históricos: Russia No 1. Uma Coleção de relatórios sobre o Bolchevismo na Rússia, abril de 1919, frequentemente referenciado como "The White Paper" uma coleção de mensagens telegráficas de Oficiais Britânicos na Rússia, a respeito da Revolução Bolchevista. Churchill White Paper, 1922, Planejamento de um lar nacional na Palestina para os Judeus.

15 15 White Paper de 1939, solicitando a criação de um Estado unificado palestino e de uma limitada imigração judaica e capacidade de compra de terras. White Paper on Full Employment, 1945, Commonwealth of Australia - reconhecer a obrigação do Estado em prover trabalho para o povo. Defence White Paper, 1957, uma reavaliação das necessidades de defesa do Reino Unido. White Paper on Defence, 1964, a unificação/criação das modernas Forças Canadenses. White Paper, 1969 (posteriormente cancelado), para abolir a lei indígena no Canadá e reconhecer Primeiras Nações como outras minorias no Canadá, ao invés de grupos distintos. The White Paper, 1966, Estados Unidos. Documento do Conselho Nacional de Pesquisa, que levou ao desenvolvimento de serviços médicos de emergência nos Estados Unidos. (EN.WIKEPIDIA, 2011, não paginado) Os Livros Brancos, nas outras esferas da sociedade, são utilizados como uma ferramenta de divulgação, para disseminar informações sobre um produto ou tecnologia de interesse. Os Livros Brancos podem ser utilizados para instruir os interessados nos assuntos neles contidos, servindo como instrumento auxiliar na tomada de decisão, tanto políticas como nos negócios. (ES.WIKIPIDIA, 2011, não paginado) Existem os Livros Brancos Comerciais, onde esta terminologia teve início nos anos de 1990, se referindo aos documentos usados como ferramentas de Marketing ou de vendas. Atualmente, muitos Livros Brancos dissertam sobre os benefícios de tecnologias emergentes, ou antigas remodeladas, de produtos específicos. Dessa forma, este tipo de Livro Branco serve apenas como um documento informativo e promocional de uma campanha específica. É importante ressaltar, que o enfoque desses livros é diferente dos utilizados pelos Governos, pois estes destacam informações favoráveis sobre a Empresa que o está financiando, visando o lucro comercial, ou informando ao consumidor a respeito do produto.

16 16 Existem três tipos básicos de Livros Brancos Comerciais: 1. Benefícios do negócio: Se restringem a apresentar uma situação de negócio favorável aos executivos; 2. Técnicos: Ajuda pessoas influentes a entender como funciona um novo conceito ou tecnologia; e 3. Híbridos: Combina o enfoque de negócios de alto nível com detalhes técnicos, em um só documento. (ES.WIKIPIDIA, 2011, não paginado) Não se pode falar sobre os Livros Brancos, sem citar a existência dos Livros Verdes, pois estes, conhecidos como livros de consulta, podem simplesmente propor uma estratégia a ser implementada sobre os detalhes de outras legislações, ou ainda apresentar propostas sobre as intenções dos governos, visando captar a opinião pública. (ES.WIKIPIDIA, 2011, não paginado). No Brasil, o objetivo do Livro Verde é servir como documento consultivo destinado ao Congresso Nacional que explica como o Ministério da Defesa pretende desenvolver seus objetivos e como pensa questões de sua competência. Como características principais, o Livro Verde é subproduto do Livro Branco, tem como público alvo o Congresso Nacional e não é conclusivo, pois não define estrutura organizacional nem equipamento, porém identifica a contribuição dos congressistas, das academias, das indústrias etc. Mostra, também, claramente o envolvimento da sociedade na responsabilidade da concepção e atualização do Livro Branco de Defesa Nacional e esclarece a necessidade de financiamento para a Defesa. (FGV, 2011, p.13)

17 17 3 GÊNESE DO LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL NO BRASIL Nas Conferências da Organização dos Estados Americanos de Santiago (1995) e de San Salvador (1998) sobre as medidas de fortalecimento da confiança e da segurança, se reconheceu a necessidade de estimulação da elaboração e o intercâmbio de informações sobre as políticas e as doutrinas de defesa nacionais. O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), por meio da sua resolução nº 829 (1342/02), de 06 de novembro de 2002 (ANEXO C), cita que a Resolução da Assembléia Geral da OEA nº 1801, que trata do Fortalecimento da confiança e da segurança, já havia solicitado que a Comissão de Segurança Hemisférica realizasse um seminário sobre a preparação de documentos sobre política e doutrina da defesa, em coordenação com o Colégio Interamericano de Defesa e outras instituições especializadas no assunto. Tal seminário foi realizado e as Diretrizes para a elaboração de documentos sobre política e doutrina da Defesa (Livros Brancos) foram submetidas à apreciação da Quinta Conferência de Ministros da Defesa das Américas, realizada em Santiago, Chile, em novembro de Nessa mesma Resolução número 829, o Conselho Permanente resolve instar os Estados membros a implementarem essas Diretrizes e a manter a OEA informada, bem como, solicita à Secretaria-Geral da OEA que preste apoio aos Estados membros, para a implementação dessas Diretrizes. As Diretrizes para a elaboração de documentos sobre política e doutrina da Defesa (Livros Brancos) tecem os seguintes termos em sua introdução: Os países das Américas identificaram a elaboração e o compartilhamento dos Livros Brancos da Defesa Nacional como um mecanismo útil de fortalecimento da confiança e da segurança para a promoção da segurança no Hemisfério. É importante notar que nas Américas não há um formato padrão acordado para os Livros Brancos. Isso talvez seja um reflexo lógico dos diferentes contextos históricos, geográficos, culturais, políticos e fiscais nos quais os países das Américas definem suas ameaças à segurança e objetivos, capacidades e limitações da defesa. Este documento localiza princípios básicos e levanta questões que poderiam ser úteis aos governos na formulação dos próprios Livros Brancos, com base na

18 18 experiência dos Estados membros da OEA que já iniciaram esse processo. (grifo nosso) As Diretrizes para a elaboração de documentos sobre política e doutrina da Defesa (Livros Brancos) definem o Livro Branco de Defesa como: [...] um documento chave de política que oferece a visão do Governo a respeito da defesa. É um documento público que descreve o contexto amplo da política e estratégia para o planejamento da defesa com uma perspectiva de médio prazo. Não se destina a ser redigido anualmente ou a cada dois anos, mas oferece uma perspectiva suficiente para permitir um orçamento ou um planejamento plurianual. Deve ser elaborado de modo a ser suficientemente flexível para levar em conta pequenas modificações no ambiente da segurança. Um novo Livro Branco é normalmente preparado em resposta a importantes mudanças no ambiente estratégico ou para indicar mudanças significativas nas prioridades do Governo. As Diretrizes continuam a nortear breves comentários sobre como deveriam nascer os Livros Brancos: Um Livro Branco é produzido depois de extensa consulta tanto dentro como fora do Governo. Visa a refletir um consenso de base ampla sobre o papel apropriado das forças de defesa desse país, no contexto de suas prioridades nacionais, contexto jurídico e recursos. Um Livro Branco determina a análise do Governo sobre o ambiente de segurança do país, tanto nacional como internacional. Isso pode incluir uma avaliação das ameaças e fatores de segurança, tanto tradicionais como não-tradicionais. O documento destaca questões da mais alta prioridade para esse país e proporciona uma visão geral do modo como a política de defesa será implementada para enfrentar esses desafios à segurança. Também descreve, em termos amplos, as capacidades atuais e planejadas, bem como a funções das forças de defesa. Até este momento, a necessidade da publicação de um Livro Branco encontra-se em termos de aconselhamento de um organismo internacional, para que os seus Estados Membros elaborem seus Livros Brancos como um instrumento de fortalecimento da confiança e da segurança. Passando para o âmbito nacional, em sua aula inaugural do ano letivo de 2002, na Escola Superior de Guerra, o então Ministro de Estado da Defesa, Dr. Geraldo Magela da Cruz Quintão, abordou o tema O Ministério da Defesa, de maneira a permitir aos presentes, segundo ele, uma visão global do futuro Sistema de Defesa Nacional, no qual está incluída a Escola

19 19 Superior de Guerra, como órgão de formação de capital humano para os quadros de alto nível do Ministério da Defesa e como centro de excelência para a discussão dos assuntos atinentes à defesa nacional. Os aspectos da aula inaugural que abordaram o Livro Branco foram: Os documentos-chave atinentes à defesa são a Política de Defesa Nacional (PDN), a Política Militar de Defesa (PMD), a Estratégia Militar de Defesa (EMD) e o Livro Branco de Defesa. (grifo nosso) Por último, o Livro Branco de Defesa deve constituir um documento declaratório, indicador de transparência e representativo da cooperação e da confiança mútua nos planos regional, hemisférico e global e, ainda, constituir-se em um meio eficiente de persuasão da opinião pública e dos setores do governo sobre a necessidade de se contar com Forças Armadas modernas e capazes. O seu conteúdo deve explicitar aspectos relacionados com a estrutura militar de defesa e abordar aspectos relevantes da PDN, da PMD e da EMD. O Livro Branco de Defesa é um documento não formal, mas de importância fundamental para incrementar a transparência e credibilidade do país, na área de defesa. (grifo nosso) Todos os documentos enunciados, atualmente em fase de revisão ou de elaboração, serão finalizados proximamente, encerrando um processo que teve início no ano de 2000, quando decidi realizar consulta sobre a PDN junto a personalidades do segmento acadêmico, da esfera política, da sociedade e do domínio militar; todos de notório saber, posteriormente chamados de notáveis pela imprensa, de modo a agregar maior representatividade e legitimidade. (grifo nosso) O resultado desse trabalho foi consolidado, no final de 2001, pelo documento intitulado Modernização do Sistema de Defesa Nacional, que [...] também incluiu outras contribuições de relevo, a saber: Segurança e Defesa; Postura Estratégica; Política de Defesa Nacional; Política Militar de Defesa; Estratégia Militar de Defesa; Estrutura Organizacional do MD; Reconfiguração; Livro Branco de Defesa (grifo nosso) Após um exame minucioso do documento, decidi, em fevereiro deste ano (2002), criar um Grupo de Trabalho restrito, integrado por representantes das Forças e do Ministério, para revisar a Política de Defesa Nacional e elaborar propostas da Política Militar de Defesa, da Estratégia Militar de Defesa e do Livro Branco de Defesa, em um prazo de noventa dias. (grifo nosso) Por meio da citação acima, se comprova que a intenção de elaboração de um Livro Branco de Defesa, acompanha a pauta de sedimentação doutrinária do Ministério da Defesa de longa data. O que reforça e comprova essa aspiração é que, no ano seguinte à aula inaugural

20 20 proferida pelo Ministro da Defesa Geraldo Quintão, ou seja, em 2003, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Capítulo 30 Defesa, da Mensagem Presidencial encaminhada ao Congresso Nacional, determinou que o Ministério da Defesa promovesse a atualização da Política de Defesa Nacional, revigorasse o debate sobre temas estratégicos com a sociedade civil e elaborasse um Livro Branco de Defesa. Até 2009, porém, as referidas ações concernentes ao Livro Branco não haviam se concretizado, quando então, o Deputado Federal (PPS-PE) Raul Jungmann elaborou o Requerimento de Indicação número 5336, de 15 de setembro de 2009, que foi enviado pela Câmara dos Deputados à Presidência da República, sugerindo ao Ministro de Estado da Defesa a necessidade de estabelecimento de consulta, objetivando a urgente implantação do Livro Branco de Defesa Nacional, transcrito abaixo: Na Mensagem Presidencial encaminhada ao Congresso Nacional, em 2003, o Presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, no capítulo 30 - Defesa diz : Em 2003, o Ministério da Defesa deverá promover a atualização da Política de Defesa Nacional, revigorar o debate sobre temas estratégicos com a sociedade civil e elaborar um Livro Branco de Defesa. A ONU, através do Departamento de Assuntos Políticos, e a OEA, através da Comissão de Segurança Hemisférica, estimularam, em suas reuniões, a importância do referido documento, sendo que o assunto Livro Branco foi colocado nas agendas de discussão. Países como Argentina (1999), Chile (2002), Canadá (1994), Guatemala (2003), Nicarágua (2004), Peru (2005) já estruturaram seus livros brancos. O Brasil em 1996 foi pioneiro no contexto latino - americano ao adotar a Política de Defesa Nacional, documento que cumpriu os objetivos a que se pretendia, entretanto, é um documento tímido e insuficiente com relação aos conteúdos dos Livros de Defesa Nacionais. Os Livros Brancos de Defesa Nacional são produtos históricos de regimes democráticos e o Brasil não possui, ainda, o referido livro, tendo elaborado um documento sintético denominado Política de Defesa Nacional, que se aproxima de uma carta de intenções. O Livro Branco da Defesa é material de fundamental importância para um País e um documento chave de política que oferece a visão do Governo a respeito da defesa. É um material público que descreve o contexto amplo da política estratégica para o planejamento da defesa com uma perspectiva de médio prazo. Não se destina a ser redigido anualmente ou a cada dois anos, mas para oferecer uma perspectiva suficiente para permitir um orçamento e o planejamento plurianual. O Livro tem como um de seus objetivos a análise do Governo sobre o ambiente de segurança do país, tanto nacional como internacional. Vários são os países que já elaboraram seus livros de defesa. Outro objetivo do referido documento é ser um instrumento de prestação de contas, pois é essencial que a política e os

21 21 objetivos constantes do Livro Branco se refiram aos níveis de recursos disponibilizados pelo Governo às forças de defesa e sejam coerentes com eles. A preparação de um Livro Branco da Defesa como tal é um exercício fundamental de democracia. O processo requer extensa cooperação entre civis e militares; consulta entre os líderes políticos, ministérios, promovendo desta forma uma ampla conscientização a respeito das funções e do valor das forças armadas. O produto final deste processo confere maior legitimidade democrática à política de defesa nacional. As opiniões do público em geral, organizações nãogovernamentais, setor industrial, grupos de peritos e parceiros internacionais são relevantes no processo de construção do referido documento e possibilitará ao Governo Federal, e principalmente, ao Ministério da Defesa tomar a iniciativa de utilizar desses grupos em etapas diferentes do desenvolvimento do documento. No momento em que o Brasil vem efetuando aquisições de material bélico de grande importância, como os 50 helicópteros EC 725, 5 submarinos, sendo um deles de propulsão nuclear; 36 caças (que estão em processo de concorrência); 12 helicópteros de combate Mi-35M; 12 aviões Mirage-2000 e um porta-aviões é fundamental que o Livro Branco da Defesa seja discutido em âmbito nacional, para que possa fazer face aos mecanismos de desconfiança hoje existentes com relação às compras que estão sendo realizadas na área armamentista. Diante do exposto, sugerimos que a prática democrática da consulta seja adotada com a maior brevidade possível para qu e o Brasil possa desenvolver o Livro Branco da Defesa Nacional, documento este de fundamental importância para o momento político que o Brasil vem trilhando na área da defesa e na objetivação dos programas prioritários e quais as ações serão desenvolvidas pelo Brasil a médio e longo prazo. Este mesmo Deputado Federal foi autor do Projeto de Lei Complementar 547/2009, que propõe alteração da Lei complementar nº 97, de 09 de julho de 1999, relativo à implantação do Livro Branco da Defesa Nacional e a submissão periódica à análise do Congresso Nacional da Política de Defesa Nacional, da Estratégia Nacional de Defesa e do Livro Branco da Defesa. Em março de 2010, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei Complementar do Executivo (PLP), de número 543/09, que serviu de embrião para a Lei Complementar n 136, a qual promove alterações na Lei Complementar n 97, de 1999, criando o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e determinando a elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional. A Lei Complementar nº 136, em seu artigo 9, parágrafo primeiro, trata o Livro Branco de Defesa Nacional como um documento de caráter público, por meio do qual se permitirá o acesso ao amplo contexto da Estratégia Nacional de Defesa, em perspectiva de médio e longo prazos, que

22 22 viabilize o acompanhamento do orçamento e do planejamento plurianual relativos ao setor, e estabelece que o Ministro de Estado da Defesa é o responsável pela sua implantação. Em seu parágrafo terceiro consta que o Poder Executivo deve submeter à apreciação do Congresso Nacional a partir de 2012 e posteriormente a cada quatro anos: a Política de Defesa Nacional, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional. Em face do acima exposto, até o presente ponto, podem ser evidenciadas duas fases, sendo a primeira de aconselhamento por órgão internacional e a segunda de conscientização política sobre a necessidade da publicação do Livro Branco de Defesa. O marco histórico gerador foi a assinatura do Decreto nº 7438, de 11 de fevereiro de 2011, pela recémassumida Presidente Dilma Rousseff, por meio do qual determina a efetiva estruturação deste instrumento. O Decreto estabelece princípios e diretrizes para criação e elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional, institui um Grupo de Trabalho Interministerial com o objetivo de elaborar estudos sobre temas pertinentes àquele Livro, e delineia o caminho a ser trilhado para a confecção do Livro Branco. O Grupo de Trabalho Interministerial é integrado por representantes do Ministério da Defesa, que o preside; do Ministério da Ciência e Tecnologia; do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; do Ministério da Fazenda; do Ministério da Integração Nacional; do Ministério da Justiça; do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; do Ministério das Relações Exteriores; da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. O trabalho encontra-se em andamento, com a realização de Oficinas Temáticas, Seminários e Workshop, com a participação da Fundação Getúlio Vargas e com previsão de entrega, por esta, da versão final do livro, em 30 de setembro de 2011, ao Ministério da Defesa, para ser submetido pelo Poder Executivo à apreciação do Congresso Nacional.

23 23 4 O LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL DO BRASIL 2 Como visto no capítulo anterior, existe um nível de aconselhamento de como deve ser um Livro Branco, elaborado pela OEA, porém cada país é que definirá a abordagem e a extensão do seu Livro Branco de Defesa, de acordo com o propósito político que queira assumir com a publicação desse instrumento. Isto pode ser visualizado nos países relacionados abaixo, seguidos dos objetivos estratégicos dos seus Livros e o número de páginas: -Chile: Manutenção territorial e influência no Pacífico, 342 pag.; -França: Garantia da Segurança Nacional e a Liberdade de Ação da França, 329 pag.; -Austrália: Defesa do ambiente interno e sua influência no Índico e no Pacífico, 137 pag.; -Turquia: Prioridade na dissuasão para o estabelecimento e manutenção da paz na região, 107 pag.; -China: A Defesa da soberania; reforma e inovação da Defesa; e influência no cenário internacional, 104 pag.; -Uganda: Transformação da Defesa e projeção do poder no continente Africano, 58 pag.; e -Estados Unidos: Influência global e regional, 52 pag. No Brasil, o Livro Branco de Defesa Nacional estará em consonância com os documentos norteadores da defesa que são: a Política de Defesa Nacional e a Estratégia Nacional de Defesa. Como tal, será o documento chave da política nacional, no qual estará exposta a visão do governo sobre a Defesa. Seus propósitos específicos e estratégicos serão voltados para a Defesa e Ação Diplomática, para a indução da transformação das Forças Armadas, para a alocação de recursos e envolvimento da sociedade com os assuntos da Defesa Nacional. Vale ressaltar que será um documento aberto a todas as pessoas, brasileiros e estrangeiros, ou seja, a sociedade como um todo, o Congresso Nacional, os Ministérios, as Academias, outros Estados e os Organismos de segurança internacional, como a ONU, OEA etc. É, portanto, um documento público 2 Todos os argumentos foram extraídos da Palestra da Reunião Inicial da Oficina Temática sobre o Livro Branco de Defesa Nacional, proferida por representantes da Fundação Getúlio Vargas, em 22 de fevereiro de 2011.

24 24 em que será descrito o contexto amplo da política e estratégia para o planejamento da Defesa, com uma perspectiva de médio prazo. Conterá, entre outros, registros de análises sobre o entorno de segurança do País, tanto interno, quanto externo, incluindo a avaliação de risco. Proporá a cooperação no entorno estratégico e dissuasão na esfera internacional. Tornará a Defesa e as Forças Armadas responsáveis pelos objetivos declarados e as capacitará a fortificar os pedidos de recursos orçamentários com o foco no cumprimento da política e na estratégia nacional da Defesa. Por fim, será um documento de prestação de contas sobre o resultado das políticas e objetivos da Defesa. O Livro Branco da Defesa Nacional do Brasil será estruturado começando por um Prefácio do Presidente da República, seguido pelo Prefácio do Ministro da Defesa. O conteúdo propriamente dito iniciará com um nivelamento cognitivo sobre os conceitos básicos que nortearão o pensamento estratégico ao longo do texto. O tema dos três primeiros capítulos será O Estado Brasileiro e a Identidade Nacional, onde em seu Capítulo 1 se abordará O Estado, no Capítulo 2 O Território Nacional e no Capítulo 3 A População Brasileira. Esses capítulos ressaltarão um pano de fundo institucional detalhando os princípios básicos do Estado, presentes na Constituição Federal, do artigo primeiro ao quarto; e a estrutura jurídica do Estado. Sobre o Território Nacional será apresentado um breve histórico da construção do território e das especificações dos territórios continental, marítimo, insular e aéreo. Serão apresentadas, também, a política de Fronteiras e de ocupação do território nacional, as políticas para o território marítimo e a política aeroespacial. Sobre a população serão apresentados dados e antecedentes, perspectivas e evolução demográfica; formação da nacionalidade: composição étnica, migrações e atributos da área afetiva (cultura, valores e religião). O estágio seguinte, sob a égide do tema: O ambiente estratégico do século XXI abarcará o Capítulo 4 sobre os Desafios da Globalização, o Capítulo 5: Contextualização dos Ambientes Estratégicos, o Capítulo 6: Desafios Contemporâneos de Segurança e Defesa, o Capítulo 7: Tratados e Acordos Internacionais com Reflexos para a Defesa e o Capítulo 8: Diplomacia e Defesa. Em maiores detalhes, serão abordadas as perspectivas de conflito e cooperação internacional e suas implicações para o Brasil; as interdependências

25 25 entre Estados; integração e seus efeitos para o Brasil; e a inserção do Brasil no cenário internacional: potências emergentes, instituições e foros de conciliação internacional. Novos temas também constarão nesses capítulos, como: terrorismo, narcotráfico, biopirataria, segurança e guerra cibernética; acesso a recursos naturais; negação de tecnologias e emprego de tecnologias duais; e meio ambiente. Serão elencadas as oportunidades de cooperação no campo de Defesa: arranjos de promoção da segurança internacional; mecanismos de cooperação bilateral; exercícios e operações conjuntas; operações de paz das Nações Unidas; e medidas de Confiança Mútua. Até o presente momento, o Livro Branco procurou contextualizar o leitor na atmosfera dos assuntos de Defesa Nacional, sob uma perspectiva ampla, onde os atores nacionais e internacionais são apresentados sucintamente e a forma com a qual se interagem. Após as precisas e concisas abordagens dos temas dos dois primeiros grupos de assuntos, o terceiro grupo é mais específico sobre o segmento militar da Defesa Nacional, onde o tema central é A Defesa e o instrumento militar, contendo, em seu Capítulo 9: O Ministério da Defesa, suas Secretarias e o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. O Capítulo 10 abordará a Marinha do Brasil, o Capítulo 11 o Exército Brasileiro e o Capítulo 12 a Força Aérea Brasileira, nesta ordem, obedecendo à precedência entre as Forças Armadas. Serão relacionados os aspectos históricos da implantação do Ministério da Defesa, sua estruturação e reestruturação; atribuições das secretarias; e definição do processo decisório de emprego da força militar. Voltando para o campo militar, será apresentada a atuação das Forças Armadas, sua destinação constitucional, missão e atribuições subsidiárias (Defesa Civil, a participação das Forças Armadas em operações de paz benefícios e conseqüências); Segurança Pública e Garantia da Lei e da Ordem; a Formação de recursos humanos em diversas áreas: operacional, tecnológica, combate e retaguarda; as condições de acesso democrático à carreira; a evolução histórica das Forças Armadas e sua participação em conflitos internacionais. Uma vez contextualizados os princípios básicos, o ambiente interativo em que estamos inseridos e os instrumentos de utilização da força em defesa da Pátria, o Livro segue sua linha lógica, então, para um novo grupo de assuntos que une os

26 26 dois integrantes da Defesa Nacional, os civis e os militares, sob o tema A Sinergia entre a Defesa e a Sociedade. No Capítulo 13 será tratado o relacionamento com o Congresso Nacional, no Capítulo 14 a Articulação Governamental, no Capítulo 15 a Interação com a Academia e no Capítulo 16 a Integração Civil/Militar. Serão nesses capítulos que constarão as relações institucionais com o Poder Legislativo, Judiciário e outros órgãos do Executivo. Vale ressaltar que será apresentada a importância do Superior Tribunal Militar, dentro da esfera do Judiciário. Outros assuntos de relevante interesse neste grupo em pauta são o Serviço militar obrigatório; a relação com a Academia na produção Intelectual e cursos voltados para a Defesa. Serão também abordados os programas específicos (Pró- Defesa e Rondon, por exemplo); os Centros de Estudos Estratégicos; a Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED; e as unidades acadêmicas do Ministério da Defesa, como a Escola Superior de Guerra, Escolas de Altos Estudos das Forças, Institutos Militares de engenharia e centros tecnológicos. Outras trocas com segmentos da sociedade terão lugar nestes capítulos como a atuação social das Forças Armadas (calha norte, soldado cidadão, relações com as comunidades locais etc) e os Colégios Militares. Nessa altura, todos os elementos componentes da Defesa Nacional estarão devidamente identificados e relacionados entre si, tanto no contexto nacional como internacional. O Livro Branco prossegue agora com uma abordagem de modernização, um rompimento com o passado, ou, generalizando, estabelecendo uma fronteira dividindo as molduras temporais entre o antes do Livro Branco e o após Livro Branco, com outro grupo de assuntos que tratará sobre A transformação da Defesa. No Capítulo 17 será abordada a racionalização das estruturas da Defesa; no Capítulo 18 a Modernização da Gestão; no Capítulo 19 a Modernização das Forças Armadas; no Capítulo 20 a indústria nacional de defesa; e no Capítulo 21 o desenvolvimento de Ciência e Tecnologia. Em todos os campos da atividade humana, onde existam concorrência de interesses e competição, o elemento surpresa e a inovação são os fatores que podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. É neste diapasão que o tema A transformação da Defesa detalha esses cinco capítulos em Ciência, Tecnologia e Inovação; Institutos Militares de engenharia e centros tecnológicos (enfoque diferente do Capítulo 15 - Interação com a Academia); Indústria de Defesa;

27 27 Compartilhamento de infraestrutura, programas conjuntos e interoperabilidade; Redistribuição territorial, mobilidade e flexibilidade; Gestão e Planejamento Estratégicos centralizados (monitoramento e controle; adequação aos novos desafios; sistema de aquisições para a Defesa); a articulação das Forças Armadas por capacidades; a Defesa Nacional, desenvolvimento econômico e social; e o Plano de Articulação e Equipamento de Defesa - PAED. Cabe esclarecer que o PAED é um plano que foi minuciosamente elaborado pelo Ministério da Defesa, com o auxílio das Forças Armadas, onde é proposto o posicionamento dos efetivos, equipamentos e Organizações Militares no território nacional, a fim de prover o máximo de defesa à Nação. Por último, o Livro Branco será fechado com os assuntos afetos à Defesa Nacional do campo: o Financiamento da Defesa ; onde em seu Capítulo 21 se tem o referencial histórico do orçamento da Defesa, no Capítulo 22 as fontes de financiamento para a Defesa, no Capítulo 23 a modernização da gestão orçamentária e no Capítulo 24 o sistema de aquisição para a Defesa. Neste último tema é definido o orçamento, visualizando seus constrangimentos; compromissos irrevogáveis e seu impacto inercial; possibilidades de ampliação; e suas condições. Serão também abordados o enfrentamento da questão previdenciária no orçamento e no projeto de Força; a possibilidade de realização de encomendas de produtos de Defesa e a viabilidade de seu atendimento por empresas nacionais; os setores da economia possivelmente beneficiados pela economia da Defesa; oportunidades de parcerias regionais e internacionais; os aspectos tributários envolvidos e/ou limitantes; as limitações decorrentes de acordos internacionais; as fontes alternativas de financiamento, como as parcerias com programas estatais voltados para a Ciência, Tecnologia e Inovação e desenvolvimento econômico. Encerrando todas as considerações, será citado o Fundo soberano do Présal, como financiador da segurança e Defesa das águas jurisdicionais; cotas de carbono e o financiamento da segurança ambiental; e a transferência de tecnologia e off set nos contratos de aquisições militares Um DVD suplementar acompanhará o Livro Branco contendo material de texto e audiovisual que suplementará os conteúdos de todos os capítulos. Atrelado ao Livro Branco da Defesa Nacional, será também elaborado o Livro Verde que será um documento consultivo destinado ao Congresso Nacional,

28 28 onde se explicará como o Ministério da Defesa pretende desenvolver seus projetos e como pensa nas questões de sua competência. O Livro Verde será um subproduto do Livro Branco, tendo como público alvo o Congresso Nacional, não sendo um documento conclusivo e não definindo estrutura organizacional, nem equipamento, mas identificará a contribuição dos congressistas, da Academia, da indústria etc. Mostrará claramente o envolvimento da sociedade na responsabilidade da concepção e atualização do LBDN e esclarecerá a necessidade de financiamentos para a Defesa. Uma célebre passagem da obra do General chinês SUN TSU 3 bem retrata um dos propósitos dessa iniciativa, que é fazer com que o Brasil conheça suas reais necessidades e potencialidades sobre a Defesa Nacional, com ênfase na expressão militar do Poder Nacional, sem proporcionar, às forças antagônicas, dados que possam reduzir o grau de incerteza de seu planejamento, contra os interesses nacionais: "Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, Não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, Para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, Perderá todas as batalhas." 3 Sun Tzu foi um general chinês que viveu no século IV AC e que no comando do exército real de Wu acumulou inúmeras vitórias, derrotando exércitos inimigos e capturando seus comandantes. Foi um profundo conhecedor das manobras militares e escreveu A ARTE DA GUERRA, ensinando estratégias de combate e táticas de guerra.

29 29 5 IMPRESSÕES DO MINISTRO DA DEFESA O Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Defesa Dr. Nelson Jobim foi entrevistado por diversas vezes sobre o Livro Branco da Defesa Nacional. Serão selecionados alguns trechos de uma das entrevistas, mas, antes, vale ressaltar os pontos julgados mais importantes de sua aula magna para o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE-ESG), Curso de Política e Estratégia Militar da Marinha do Brasil (C-PEM-MB), Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército (CPEAEx-EB) e Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais (CPEA- FAB), ministrada, em 24 de fevereiro de 2011, na Escola de Comando e Estado- Maior do Exército, localizada na Praia Vermelha, Rio de Janeiro - RJ. O Ministro faz uma breve introdução: Há um tema de fundamental importância para a gestão do Ministério da Defesa e para todos nós Alunos e Professores desta Escola Militar. Examino um elemento crucial. Refiro-me à explicitação de todo o arcabouço conceitual e legal enquadrador da Defesa no âmbito do Estado Brasileiro. Tal arcabouço consiste na administração, finanças, ciência e tecnologia, política de recursos humanos, política de ensino, orçamento, logística e outros mais. A explicitação deve ocorrer, de acordo com o previsto na Lei da nova Defesa, aprovada em A explicitação de tudo e sua discussão envolverá a confecção do Livro Branco de Defesa Nacional. Ele será enviado pelo Poder Executivo para exame do Congresso Nacional, em Prossegue dissertando sobre os aspectos de transparência e de confiança mútua entre os Estados: Os Livros Brancos são, sobretudo, nas democracias contemporâneas, instrumentos de transparência das Políticas de Defesa. Não é à toa que isto acontece. As Forças Armadas possuem a capacidade teórica de projetar poder militar além das fronteiras nacionais de seus Estados. É óbvio que a capacidade efetiva de projeção de poder dependerá da existência de meios humanos e materiais em escala suficiente. No entanto, essa possibilidade por si só é passível de gerar insegurança em nações vizinhas. Isto se agrava em contextos em que haja deterioração do relacionamento político entre países contíguos. No caso particular dos exércitos, que podem servir de forças de ocupação, a transparência possui peso ainda mais relevante pois nem

30 30 a Marinha, nem a Força Aérea têm a função de garantir a posse de territórios. Neste ponto passa a retratar o relacionamento entre civis e militares nos assuntos da Defesa Nacional: Muitos consideram Livros Brancos não somente mecanismos auxiliares de fomento da confiança entre Estados, mas também instrumentos de reforço do controle civil sobre os militares. No caso brasileiro esse não é foco de preocupação principal. Nossos militares encontram-se perfeitamente cientes do papel e posição, na estrutura do poder democrático, que lhes fixa a Constituição. A despeito disso, a elaboração desse documento declaratório possui grande relevância. Haverá o aprofundamento do acervo de conhecimentos da sociedade civil sobre a temática militar. O Livro Banco servirá para ampliar, de modo significativo, o conhecimento do próprio estamento castrense sobre si mesmo. Não se pretende tornar públicas informações de caráter sigiloso que poderiam comprometer a segurança do País. No entanto, não há que se manter na penumbra corporativa uma série de dados essenciais ao esclarecimento da cidadania sobre a realidade das nossas Forças Armadas. O Livro Branco será uma poderosa ferramenta de ampliação da participação civil nos assuntos de Defesa. O tema agora passa a ser afeto ao relacionamento com as academias, a sociedade e o parlamento: Será, da mesma forma, um grande catalisador da discussão no âmbito da Academia, da Burocracia Federal e do Parlamento. Servirá igualmente de mecanismo de prestação de contas sobre a adequação da estrutura de Defesa aos objetivos traçados pelo poder público. Embora constitua exercício basicamente governamental, a redação do livro Branco envolverá a participação direta de diversos setores da sociedade. Isso decorre do fato de que o arcabouço normativo que enquadra a Defesa não esgota o debate sobre o tema. Sobre o rompimento com o passado e o início de uma nova concepção de abordagem, pelo Brasil, dos assuntos da Defesa nacional: Além do mais, o Livro Branco deve ser concebido não apenas como um repositório daquilo que já existe. Ele pode e deve, apontar problemas, sugerir mudanças, indicar possíveis soluções. Obviamente o Livro Branco considerará, de modo prioritário, as sugestões consensuais emanadas do Grupo de Trabalho a ser criado para elaborar o documento.

31 31 Temos em conta que não podemos admitir, em outro extremo, que ele se transforme em texto iconoclasta. A idéia fundamental é construir o Livro Branco a partir da definição de elementos básicos que formarão o esqueleto do documento. O comprometimento de todas as áreas do Governo é crucial para que soluções consensuais sejam alcançadas. Temos, portanto, um casto leque de assuntos que precisarão ser aprofundados na discussão suscitada pelo Livro Branco. Avançamos com o advento da publicação da Estratégia Nacional de Defesa. Precisamos, contudo, ir mais além. Os tempos de timidez do Ministério da Defesa acabaram. (grifo nosso) O Ministro aborda a importância da Ciência, Tecnologia e Inovação; tece em breves palavras a origem da iniciativa de elaboração do Livro Branco de Defesa; chama o público presente à reflexão e finaliza a abordagem desse tema: Deve-se acrescentar que, no contexto hodierno, a defasagem tecnológica entre os Estados inovadores e os retardatários, em termos de defesa, torna extremamente difícil e custoso queimar etapas com rapidez. Ou se está preparado, ou o custo de recuperação do atraso será extremamente elevado quando não proibitivo ou impraticável. Essa é uma questão crucial, entre tantas outras, que teremos de abordar durante as discussões sobre o Livro Branco. Enfatizo que a decisão de produzir o Livro Branco nasceu do amadurecimento das instituições nacionais. Aliás, a decisão surgiu do Parlamento ao aprovar emenda do então Deputado Raul Jungmann. Dou conta que o documento a ser produzido não atende a nenhum tipo de pressão externa por transparência. (grifo nosso) A formulação do Livro Branco consulta apenas o interesse Nacional, que é o de consolidar e aprofundar o conhecimento do Estado e da sociedade sobre a Defesa. Da mesma forma que os indivíduos têm de refletir criticamente sobre seus papéis para poderem transformar suas instituições, cabe ao Estado estar habilitado a pensar sobre si mesmo, ao se renovar, ao evoluir. O Livro Branco representa uma fantástica oportunidade nesse sentido. Por envolver o Estado, suas instituições e os indivíduos que as compõem (no caso em apreço, os senhores), esse documento servirá de catalisador da sempre bem-vinda reflexão. Em entrevista concedida ao Blog do Planalto 4, o Ministro da Defesa citou alguns aspectos já mencionados em sua aula magna às Escolas de Altos Estudos, transcritos nos parágrafos abaixo, para destacar o que é considerado mais relevante no propósito do Livro Branco de Defesa. 4 O Blog do Planalto é um meio de comunicação social do governo, onde se compartilha, pela internet, informações sobre o cotidiano da Presidência da República, os eventos, atos e a agenda da Presidenta, visando prover maior compreensão das ações, programas e políticas do governo.

32 32 O Blog do Planalto relatou que para o Ministro da Defesa Nelson Jobim, o processo de elaboração do Livro Branco será uma oportunidade única para que a sociedade civil aprofunde seus conhecimentos sobre os temas militares e passe a compreendê-los num contexto mais amplo, à luz das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa. O Livro Branco será uma poderosa ferramenta de ampliação da participação civil nos assuntos de defesa, acredita. (Blog do Planalto, 2011, não paginado) Segundo o Ministro Jobim, as discussões a serem realizadas durante a confecção do documento também serão úteis aos próprios militares. Não tenho dúvida de que o Livro servirá para ampliar de modo significativo o conhecimento do próprio estamento castrense sobre si mesmo, afirma. (Blog do Planalto, 2011, não paginado) O Ministro cita que o Livro Branco não tem a intenção de publicar informações de caráter sigiloso que poderiam comprometer a Segurança Nacional. Diferentemente, diz ele, o Livro dá publicidade a uma série de dados essenciais ao esclarecimento dos cidadãos sobre a realidade das nossas Forças Armadas. (Blog do Planalto, 2011, não paginado) Para o Ministro Jobim, o Livro Branco será um grande catalisador da discussão sobre os temas de Defesa no âmbito da Academia, da Burocracia Federal e do Parlamento. Além disso, ele acredita que o documento servirá de mecanismo de prestação de contas sobre a adequação da estrutura de Defesa hoje existente, aos objetivos traçados pelo poder público, para este setor no país. (Blog do Planalto, 2011, não paginado) A opinião do Ministro é compartilhada pelo Chefe da Assessoria de Planejamento Institucional do Ministério da Defesa, General-de-Divisão Júlio de Amo Jr, responsável pela coordenação dos estudos sobre o Livro Branco de Defesa Nacional: O documento será o mais importante do País no que diz respeito à Defesa, seja pelos indicadores e dados nele contidos, seja pelo envolvimento de toda a sociedade em sua elaboração, diz. (Blog do Planalto, 2011, não paginado) Sintetizando, os principais aspectos relacionados à visão do Ministro da Defesa sobre o Livro Branco são: 1- Ampliar a participação civil nos assuntos de defesa; 2- Ampliar o conhecimento dos Militares sobre si mesmos;

33 33 3-Catalisar a discussão sobre os temas de Defesa no âmbito da Academia, da Burocracia Federal e do Parlamento; 4- Servir de mecanismo de prestação de contas sobre a adequação da estrutura de Defesa aos objetivos traçados pelo poder público para o setor no País; 5- Transparência da política de defesa; 6- Servir de elemento de dissuasão; 7- Servir de instrumento para o fortalecimento da confiança e segurança mútua entre as nações amigas; 8- Dar publicidade de dados essenciais ao esclarecimento dos cidadãos sobre a realidade das nossas Forças Armadas; e 9- A garantia de que não tornará públicas as informações de caráter sigiloso que poderiam comprometer a segurança nacional.

34 34 6 IMPRESSÕES DE PERSONALIDADES DE NOTÓRIO SABER 6.1 VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DA ABIMDE Por meio de correio eletrônico deste autor, foi consultado o Vice-Presidente Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança ABIMDE - sobre como a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional poderia contribuir para a Indústria de Defesa e para a sociedade civil do Brasil. Foi respondido que não tinha dúvida de que qualquer publicação escrita de modo sério e responsável e que informe à sociedade sobre a importância da Defesa Nacional para a Soberania contribuirá para o fortalecimento da base industrial de defesa. É o caso do Livro Branco que receberá contribuições de diversos segmentos da sociedade e apresentará a esta os porquês de uma indústria, institutos de excelência, universidades e mídia deverem emprestar seus esforços para manter uma autonomia neste setor. Adicionalmente, o entrevistado é de parecer que o estreitamento dos debates dentro da sociedade brasileira como um todo, provocado já nesta fase de elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional, poderá, no futuro, acarretar em ganhos para a sociedade com o arraste tecnológico advindo dos produtos de defesa e segurança produzidos e com a conscientização da importância da independência tecnológica como fator de dissuasão. Enfim, tudo o que um setor como este, ainda bastante desconhecido pela sociedade, poderá gerar de benefícios para um crescimento harmônico, em paralelo aos demais setores da economia. Como abordado acima, a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional é uma necessidade na medida em que, se bem divulgado no âmbito das elites, provocará o comprometimento da sociedade como um todo com os assuntos da Defesa Nacional. Contribuirá para gerar maiores investimentos no desenvolvimento tecnológico visando à produção de materiais e tecnologias de defesa e segurança. Assim, iniciará um círculo vicioso, cujo ponto de partida será o incremento da cultura sobre a defesa, gerando, por sua vez, maiores investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação, atraindo mais investimentos e empregos nesse setor. Enfim, formará um grande processo sinérgico que atuará não somente no setor produtivo, mas principalmente na mente das pessoas que passarem a operar neste ramo de atividade, que hoje se encontra em estado latente em nosso País.

35 REVISTA DO CLUBE NAVAL O Vice-Almirante Marcílio Boavista da Cunha editou um artigo na Revista do Clube Naval nº 357/2010, sobre o Livro Branco de Defesa Nacional do Brasil. Dentre muitos aspectos interessantes sobre este tema, contidos no artigo, este autor selecionou os pontos que, em seu juízo, representam os de maior relevância para retratar a real necessidade da publicação do Livro Branco de Defesa pelo Brasil. O Almirante Boavista escreveu que é digna de registro a autorização do Governo para que a presidência do Grupo de Trabalho, a cargo do Ministério da Defesa, convide representantes de outros órgãos e entidades da administração pública e da sociedade para debater o assunto durante a elaboração do Livro, em seus seminários e workshop. Estão participando de todo esse processo de elaboração entidades representativas dos setores acadêmicos, científicos, de comunicações, logísticos e industriais do País. Outros centros de estudos estratégicos e as associações de classe estão contribuindo com os trabalhos desse Grupo, como: a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as federações estaduais das indústrias, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), e outras. Essa diversidade de instituições e a participação das elites brasileiras na elaboração do Livro Branco, representa que todos acreditam que sua publicação contribuirá sobremaneira para a otimização da gestão dos assuntos relacionados à Defesa Nacional. Cita, também, o Alte Boavista, que o art. 21, item III, da Constituição Federal estabelece que compete à União assegurar a defesa nacional. A defesa nacional é, portanto, uma responsabilidade de todos. A elaboração do Livro Branco de Defesa e seu encaminhamento à apreciação do Congresso Nacional, como determina a Lei Complementar n 136, traz, como primeira e mais importante consequência, o compartilhamento da responsabilidade sobre a defesa do País entre Executivo e Legislativo. Garante que a estratégia de Defesa Nacional se torne, como é devido, assunto de Estado, e não apenas de um ou outro governo,

36 36 demonstrando, com este procedimento, um autêntico exercício de democracia no Brasil. (grifo nosso) texto : Segundo o Alte Boavista, a visão do Congresso está espelhada no seguinte [...] a apreciação periódica pelo Parlamento dará a este a responsabilidade que o Legislativo deve ter em questões dessa magnitude, fortalecendo o papel do Congresso Nacional. É preciso que o Poder Legislativo participe do debate dos temas que se relacionam intimamente à própria manutenção do Estado brasileiro. (Jungmann, 2009) Outro pensamento relevante, trazido à tona nesse artigo, é o caráter instrumental que o Livro Branco de Defesa Nacional terá, por poder ser empregado como um permanente instrumento de prestação de contas. Para tal, a política e os objetivos contidos no livro deverão ser enunciados com clareza e precisão, para que os recursos à disposição das forças de defesa alcancem volumes coerentes. Isso tornará o Ministério da Defesa e as Forças Armadas responsáveis pelos objetivos declarados, mas, também, os capacitará a defender seus pedidos plurianuais de recursos orçamentários, como necessários ao cumprimento da política de defesa enunciada, escreve o Alte Boavista. Da conclusão do artigo, os pontos cruciais para retratar a necessidade de se ter um Livro Branco de Defesa no Brasil são: - A elaboração pelo Executivo e sua posterior apreciação pelo Legislativo representa um autêntico exercício de democracia no Brasil ; - Oferecerá à sociedade uma visão ampla do Governo e do Congresso a respeito da defesa do país ; - A consulta aos diversos setores representativos da sociedade será imperativa, para conferir maior legitimidade à Política de Defesa Nacional ; - Esse livro tornar-se-á o esperado guia para orientar aqueles que se preocupam honestamente com a defesa do Brasil ; e - O Livro Branco de Defesa Nacional, pronto e aprovado, tornar-se-á um valioso instrumento de planejamento e acompanhamento, ao cobrar a consecução dos objetivos declarados e ao exigir a colocação dos recursos necessários à disposição das forças de defesa.

37 CONSULTOR CIVIL SOBRE DEFESA NACIONAL O parecer de um cidadão civil, que trabalha fora da esfera governamental e que há mais de uma década milita na área estratégica de defesa e segurança do País, é sempre bem-vinda, pois apresenta outro prisma de pensamento. Visando não tornar público seu nome, este autor optou por se prender às qualificações do doravante denominado Entrevistado, a expor seu nome a possíveis comentários e críticas que pudessem advir de suas opiniões. O Entrevistado é engenheiro, consultor de empresas, atuando ora como profissional liberal, ora como empresário, ora como executivo junto às esferas, pública e privada, nos campos de relações institucionais e estratégicas, educação, recursos humanos, desenvolvimento organizacional, governança corporativa, inteligência estratégica empresarial e qualidade. Por meio de correio eletrônico a este autor, o Entrevistado, que é um dos que se encontram colaborando na elaboração do Livro Branco de Defesa, relatou que acredita ser esta uma iniciativa um pouco atrasada do Governo, na medida em que, normalmente, ela precede a publicação da Política de Defesa Nacional e da Estratégia Nacional de Defesa nos países mais organizados, o que aqui se deu ao contrário. Dessa forma, o Livro Branco de Defesa Nacional deverá ser estruturado com base nesses dois instrumentos, incorporando, assim, o risco de conflitos mais adiante, na medida em que o Livro Branco de Defesa Nacional, em 2012, será submetido a debate no Congresso Nacional, o que não aconteceu com os outros dois textos: Política de Defesa Nacional e a Estratégia Nacional de Defesa. O Poder Executivo deverá, então, se preparar para esses embates. Ainda no entender do Entrevistado, o grande mérito do Livro Branco de Defesa Nacional é menos o seu conteúdo e mais o seu processo de elaboração, ou seja, a discussão pública, na sociedade civil, do tema: Defesa da Nação, o que se dá pela primeira vez em nossa história. Acredita, ainda, que esta é a necessária base política para se alocar recursos para a defesa no Orçamento Geral da União - OGU. Saindo do parecer técnico e enveredando para o campo da política, o Entrevistado vislumbra que, numa visão mais imediata e pragmática, não se pode deixar de considerar que o advento do processo do Livro Branco de Defesa Nacional se constitui, também, num hábil e eficaz pretexto para postergar investimentos em reaparelhamento das Forças Armadas e das Forças de Segurança. O Poder

38 38 Executivo se respalda no argumento de que agora é que se está organizando o processo político da Defesa Nacional, o que é de fato uma oportuna verdade em tempos de arrocho financeiro. Em face do acima exposto, este autor, analisando sob o ponto de vista da real necessidade de elaboração do Livro Branco de Defesa, considera ser este um documento necessário para completar o arcabouço doutrinário (teórico) da Defesa Nacional, com o risco de ser inócuo (pragmaticamente) para se alcançar os objetivos dos assuntos da Defesa Nacional, se não for bem articulado em termos políticos. 6.4 PROFESSOR OF NATIONAL SECURITY AFFAIRS Ao ser consultado por meio de correio eletrônico deste autor, O Dr. SALVADOR GHELFI RAZA (Professor of National Security Affairs, National Defense University, Center for Hemispheric Defense Studies - Fort McNair - Washington, D.C. USA) sobre como a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional poderá contribuir para as Forças Armadas (considerando, também, a visão das nações amigas: dissuasão e confiança mútua), para a Indústria de Defesa e para a sociedade civil do Brasil, foi respondido que o Livro Branco de Defesa é um documento de política. Sua função é a de comunicar uma intenção, demonstrando compromisso com os mecanismos legais, operacionais e jurídicos para sua consecução.. O Entrevistado ressaltou [...] que, nesse sentido, o Livro Branco não tem um impacto direto a ser medido nos termos identificados na pergunta; seu impacto está na modelagem do ambiente cognitivo, político e estratégico.. Chamou a atenção para o fato de que existem [...] Livros Brancos de Defesa de quatro gerações diferentes sendo praticados no mundo. O modelo brasileiro, embora tardio, está sendo desenhado como um Livro Branco de segunda geração. (grifo nosso) Ao ser questionado se a publicação de um Livro Branco de Defesa é uma necessidade, ou se a Política de Defesa Nacional e a Estratégia Nacional de Defesa suprem satisfatoriamente as informações que o Brasil precisa para gerir os assuntos afetos à Defesa, o Dr. Salvador respondeu que as lacunas existentes atualmente na arquitetura de documentos normativos de planejamento nacional de defesa e das forças singulares não serão preenchidas pelo Livro Branco de Defesa, pois essa não é a sua função. Há outros documentos necessários que estão faltando. A grande

39 39 contribuição do Livro Branco será a manifestação do compromisso com a elaboração desses documentos. Finalmente, ao ser consultado sobre a possibilidade de elencar que tipo de informação se espera que conste no Livro Branco de Defesa, para contribuir com maior relevância para o desenvolvimento das Forças Armadas e das empresas brasileiras de defesa, o Dr. Salvador externou que seria importante que o Livro Branco desse o norte político com respeito a: - definir o escopo e amplitude da defesa em função do conceito de segurança; - estabelecer critério de definição de ameaças segundo as sete dimensões da segurança: ambiental, tecnológica, territorial, informacional, humana, empresarial e energética; - estabelecer o vínculo da base industrial tecnológica de defesa nacional com as matrizes tecnológica, energética e ambiental nacionais; - apresentar a arquitetura de documentos normativos e suas inter-relações; - estabelecer os elementos para um plano de métricas de defesa nos cinco níveis de resultados desejados para esses planos; - estabelecer os fluxos de transformação das forças em direção aos objetivos nacionais de defesa, com a aferição de eficiência do progresso nas trajetórias desenhadas; - qualificar os requisitos de eficiência administrativa e de gestão de recursos para a defesa em um orçamento por desempenhos; - qualificar os mecanismos da paradiplomacia 5 ; e - qualificar a arquitetura de C5ISR (Command, Control, Communications, Computers, Combat Systems, Intelligence, Surveillance, and Reconnaissance) em conjunto com os ciclos de decisão estratégicos. 5 O conceito de paradiplomacia engloba um complexo quadro de relações internacionais conduzidos por governos subnacionais, regionais, locais ou, simplesmente, não centrais, com vistas à consecução de seus próprios objetivos. Tal fenômeno se inscreve no processo maior de integração mundial: a globalização.

40 JORNAL DEFESA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS - PORTUGAL Foram selecionados e comentados trechos da reportagem concedida pelo Vice-Almirante reformado, da Marinha portuguesa, Alexandre Reis Rodrigues 6, em 2008, publicados no Jornal da Defesa e Relações Internacionais, de Portugal, sob o tema: Os Livros Brancos da Defesa. Para quê servem?. Segundo o Alte Rodrigues: A França tem um novo Livro Branco de Defesa; fez o que é normal fazer quando um país adota novas orientações na Política de Defesa e pretende que as decisões tomadas sejam do conhecimento público para suscitar consenso interno, informar aliados e amigos, divulgar intenções e clarificar a sua nova postura internacional. O fato fez-me lembrar da única tentativa, que conheço, feita em Portugal, para elaboração desse tipo de documento, em Abril de Foi, no entanto, uma tentativa frustrada; o documento fez-se, mas nunca foi assumido pelo Governo, nem foi discutido na Assembléia da República, como pretendia o Ministro. Vários erros cometidos na condução do processo, para além de falta de vontade política ao nível central do Governo, explicam o fracasso. Logo, em primeiro lugar, o pedido de urgência: o Ministro deu 20 dias para a apresentação de um «plano metodológico do grupo de estudo», dois meses para a elaboração dos dois primeiros capítulos e, depois, mais três para a apresentação dos restantes quatro! O Livro foi divulgado em abril de 2001, de acordo com o Alte Rdrigues, somente pelos méritos da dedicação e trabalho de um grupo de três militares chefiados por um Major-General na Reserva! Não obstante à qualidade do documento foram trabalho e tempo perdidos; a iniciativa não tinha tido o necessário envolvimento político e, como tal, não podia resultar. O Alte Rodrigues é de parecer que: Os assuntos de Defesa não constituem tema sobre o qual os Partidos tenham um pensamento estruturado, suficientemente discutido e atualizado (não existe uma organização interna que mantenha esses assuntos sob estudo); quando têm que apresentar um programa não lhes resta senão reunir os membros da direção com maior apetência para o tema Defesa e convidar alguns especialistas para ajudar a preparar um documento. Faz falta, portanto, um Livro Branco da Defesa que defina orientações para o médio/longo prazo; muito mais falta do que um Conceito Estratégico que não vai além de generalidades de reduzida utilidade para o planejamento de defesa e de forças. 6 Alexandre Reis Rodrigues Vice-Almirante, reformado. É Secretário-Geral da Comissão Portuguesa do Atlântico e membro do Grupo de Reflexão sobre Segurança e Defesa do Instituto Humanismo e Desenvolvimento. Escreve regularmente e profere conferências sobre os temas de Defesa e de Relações Internacionais na atualidade.

41 41 Saindo da frustrada experiência portuguesa, o Alte Rodrigues apresenta uma história de sucesso desse instrumento, ao elencar os aspectos que circundaram a realidade francesa para este mesmo tipo de Livro: A França não cometeu os erros que impediram o sucesso da nossa tentativa de O assunto foi assumido pelo Presidente que estabeleceu os objetivos a atingir e nomeou uma comissão com uma alargada representatividade e forte peso político: quatro parlamentares, doze altos membros dos ministérios com envolvimento nos assuntos de Segurança e Defesa, vinte personalidades, civis e militares, com reconhecida experiência no tema; para chefiar foi convidado um Conselheiro de Estado, com um importante currículo na área, o senhor Jean Claude Mallet (ex-diretor do Departamento de Assuntos Estratégicos 1992/1998; ex-secretário-geral da Defesa Nacional, entre 1998 e 2004, altura em que passou a ser Conselheiro de Estado). O processo incluiu também a audição de 52 individualidades estrangeiras de 14 países, nos cinco continentes. Os resultados do trabalho foram apresentados pelo próprio Presidente, [...], a uma assembléia de 3000 militares, cerca de um ano depois do despacho que ativou a comissão; presume-se que o calendário foi definido com o propósito de ter o documento pronto antes de a França assumir a Presidência da União Européia, durante a qual o tema Defesa receberá prioridade. Em um comentário acalorado, o Alte Rodrigues tece suas esperanças para o futuro da Defesa Nacional de Portugal, o que o faz apresentar as necessidades que ele vislumbra ao se estruturar um Livro Branco de Defesa: Espero que um dia, brevemente, se possível, Portugal se decida a lançar um processo de elaboração de um Livro Branco de Defesa. Seria a melhor forma de clarificar algumas questões que permanecem sem qualquer progresso há demasiado tempo e outras que são mais recentes, mas nem por isso menos importantes; como é o caso, por exemplo, da articulação Segurança/Defesa, à qual a proposta de lei de Segurança Interna dá respostas que estão a gerar controvérsia. Seria também a melhor forma de garantir que a Defesa passasse a ser orientada sob uma visão de médio/longo prazo, portanto, não sujeita às vicissitudes dos períodos restritos de uma simples legislatura, sem qualquer mecanismo de continuidade. Seria, finalmente, a maneira de explicar aos portugueses como o Estado interpreta as suas obrigações nesta área, sem o que será difícil fazer com que a opinião pública apóie e tenha interesse por estas questões. O artigo retrata duas experiências sobre a elaboração e publicação de um Livro Branco de Defesa e ressaltou quais efeitos práticos podem produzir, em duas realidades distintas. Este parecer não poderia ser mais pertinente, por se tratar de dois países da União Européia, apesar das diferenças de indicadores geopolíticos envolvidos. Na realidade de Portugal, o Livro Branco de Defesa não surtiu efeito algum, pois, entre outros reveses, não houve o envolvimento dos altos escalões do

42 42 Governo. Diametralmente oposta à experiência portuguesa, ocorreu a versão francesa para o Livro Branco de Defesa, em que contou com forte envolvimento do Governo, provavelmente motivado pela assunção da França à Presidência da União Européia. Voltando à causa brasileira, nossas pretensões ao Conselho de Segurança da ONU são evidentes e a forma com a qual a elaboração do Livro Branco de Defesa está sendo conduzida pelo Ministério da Defesa, faz acreditar que a nossa realidade esteja mais próxima da francesa que da portuguesa. 6.6 Rádio Internacional da China (CRI) O poder de um Livro Branco é bem demonstrado, quando um Governo o sabe utilizar e pode ser percebido este fenômeno nas linhas abaixo. A China nunca vai buscar a hegemonia, diz o 7º Livro Branco de Defesa Nacional é uma reportagem do dia 31 de março de 2011, da Rádio Internacional da China (CRI) 7. O autor do artigo, o Sr. Dong Jue, relatou que o Governo chinês publicou neste dia (31) o Livro Branco de Defesa Nacional O documento salientou que a política chinesa de defesa não mudou, e que não busca hegemonia nem expansionismo. Este é o sétimo livro branco de defesa publicado pelo governo chinês desde O documento apontou que a situação atual do mundo está em mudança profunda e complicada, e os desafios de segurança que a China enfrenta são cada vez mais difíceis e diversificados. Embora a situação não seja otimista, o porta-voz do Ministério de Defesa, Geng Yansheng, reiterou que a política chinesa não mudou: "a China adota uma política de defesa defensiva e nunca vai mudar. O caminho do desenvolvimento, a missão essencial, política sobre as relações exteriores e a tradição cultural e histórica decidem o fato que seja rica ou pobre, agora ou no futuro, a China nunca vai procurar hegemonia nem o expansionismo militar." O livro branco insiste na consciência de segurança de "benefício mútuo, confiança recíproca, igualdade e coordenação", procura solução pacífica de problemas e de contradições mundiais, opõe-se à ameaça militar, invasão e à 7 Fundada no dia 3 de dezembro de É uma emissora estatal que transmite sua programação para todo o mundo, com o objetivo de apresentar a China ao mundo e vice-versa, assim como de aumentar a compreensão e a amizade entre os povos da China e de outros países. A CRI transmite programas em 53 idiomas.

43 43 política dos poderosos. Ainda segundo o documento, a China é um país responsável e participa positivamente das ações de manutenção da paz das Nações Unidas, sendo o país que participou de mais atividades de manutenção de paz da ONU entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. Nos últimos anos, diz o repórter Dong Jue, o constante aumento do orçamento militar chinês tem recebido destaque mundial. O livro branco deste ano explicou que a despesa militar corresponde ao rápido desenvolvimento econômico do país e que a taxa entre o orçamento militar e o PIB total do país tem sido estável e está até reduzindo em relação à despesa total das finanças nacionais. Dong Jue continua seu artigo citando que o livro branco revelou que a China já estabeleceu um mecanismo de diálogo sobre segurança com 22 países e adotou diversas medidas para fomentar a confiança mútua com os Estados vizinhos. É claramente notado que a China utiliza com perfeição todas as potencialidades que a publicação de um Livro Banco de Defesa pode auferir, se bem elaborado. Ressalta-se a colaboração dos meios de comunicação de massa, sem os quais o Livro Branco não teria a difusão necessária para o atingimento de seus efeitos. Nessas breves pinceladas, a China mostrou para o mundo, com toda a transparência, um perfil pacífico, que não está investindo mais em defesa em relação ao PIB e que não quer ameaçar a posição de ninguém no ranking do poderio militar. Se são verdades ou meias verdades, não se entra no mérito, pois o importante foi que as mensagens de não agressão e de confiança mútua foram veiculadas para todo o mundo e que certamente influenciarão na opinião pública mundial. Mais uma vez, está explicita a necessidade de se ter um Livro Branco de Defesa como um documento complementar, pois sozinho ele não se basta. Precisa, também, que seja fortemente veiculado, atualizado e que apresente de forma clara e profissional, sem rodeios e meias palavras, as intenções do país em termos de Defesa Nacional, como o fez a China.

44 44 7 RELATOS DOS ADIDOS BRASILEIROS NO EXTERIOR 7.1 ADIDO DE DEFESA E NAVAL DO BRASIL NO REINO UNIDO, SUÉCIA E NORUEGA Por meio de correio eletrônico deste autor, o Adido de Defesa e Naval do Brasil no Reino Unido, Suécia e Noruega foi questionado sobre como a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional vem contribuindo para as Forças Armadas, para a Indústria de Defesa e para a sociedade civil do país onde está acreditado. O mesmo preferiu, antes de começar suas considerações, fazer menção a um ponto de vista equivocado, segundo seu parecer, a respeito da área de atuação desse instrumento, pois primeiro é preciso desmistificar a questão de que Livro Branco é um documento da área da Defesa, diz, e anexou a definição de Livro Branco adotada pelo Governo Britânico. Na Comunidade das Nações (Commonwealth of Nations), white paper é um nome informal para um documento parlamentar enunciar a política do governo; no Reino Unido, em sua maioria são emitidos como papéis de comando (Command papers). White papers emitidos pelo governo divulgam política, ou ação, sobre um tema de interesse atual. Entretanto, em certas ocasiões, um white paper pode ser uma consulta sobre os detalhes de uma nova legislação, o que significa uma clara intenção, por parte do governo, em aprovar a nova lei. (tradução nossa) Complementando a preocupação do Adido em apresentar o conceito britânico de Livro Branco, ressalto que este instrumento também é utilizado pelos segmentos não governamentais, como visto no capítulo 2 deste trabalho. Após esta rápida harmonização de conceitos, o Adido prossegue seu parecer relatando que na Inglaterra existem Livros Brancos nos mais diversos setores governamentais. Todos esses setores divulgam, em fase precedente à publicação do Livro Branco, um Livro Verde contendo as proposituras destinadas a alimentar a ampla discussão nos diversos extratos da sociedade, de forma a dar sustentabilidade e legalidade ao que for incluído no documento decorrente, o Livro Branco. Antes de se discorrer sobre qualquer assunto da atividade humana, é recomendável situar o contexto no qual se inscreve. O Adido esboça, então, um breve histórico, para apresentar que no Reino Unido, a utilização do Livro Branco

45 45 da Defesa remonta a 1957, cujo documento publicado naquele ano é considerado o primeiro Defence White Paper britânico. O histórico dos Livros Brancos de Defesa britânicos é: Defence White Paper; Defence White Paper; Defence White Paper; Options for Change; Front Line First; Strategic Defence Review; Delivering Security in a Changing World; Defence Industrial Strategy; e Strategic Defence and Security Review. O Adido chama a atenção para que se observe que cada documento leva um nome que, a princípio, indica o seu tema principal. Passado todo esse intróito, [...] o que o Adido pôde [...] apurar de conversas com Oficiais britânicos mais antigos, muitos na reserva e/ou reformados, é que não há como hoje se imaginar a organização e funcionamento do Ministério da Defesa do Reino Unido e das Forças Armadas britânicas sem a existência do Livro Branco de Defesa. Considerou, ainda, que [...] a positiva evolução das Forças Armadas britânicas, que pode ser apurada no lapso temporal entre 1957 e os dias de hoje, em que pese os percalços sofridos em função das crises econômicas, se pode concluir que os efeitos dos Defence White Papers, para o Reino Unido, foram extremamente positivos. A tradição, a dimensão, os resultados alcançados e a seriedade com que os assuntos da Defesa Nacional Britânica são por eles tratados dispensam apresentações. Com este testemunho prestado pelo Adido de Defesa e Naval, não deixa margem de dúvida sobre o valor instrumental do Livro Branco na gestão desses assuntos. Corroborando outra opinião apresentada neste trabalho, a ordem de elaboração dos documentos doutrinários da Defesa Nacional no Brasil, encontra-se em ordem cronológica inversa de publicação. No caso britânico, o Livro Verde é apresentado anteriormente ao Livro Branco, para respaldar a chegada deste, e o seu público alvo é a sociedade. No caso brasileiro, o Livro Verde será apresentado,

46 46 ou depois, ou ao mesmo tempo em que o Livro Branco o será, sendo seu público alvo o Congresso Nacional. O Adido de Defesa e Naval na Alemanha e Holanda já tem a impressão pessoal de que os Livros Brancos dos países europeus funcionam como uma mola para impulsionar a indústria de defesa. A Organização do Tratado do Atlântico Norte NATO ou OTAN - quase que estipulou, a nível de desejável, o que cada um deveria ter em termos de meios. Como tudo no mundo, o dinheiro (economia), é carro chefe da política e do poder e para a Alemanha e Holanda, os Livros Brancos foram uma ferramenta para fomentar a indústria da defesa, diz o Adido. Continua relatando que as forças destes países, de um modo ou de outro, foram beneficiadas, utilizando o jargão de que "se o próprio país não utiliza o seu equipamento, como ele pode ser vendido aos outros?". No século passado, as empresas se consideravam auto-suficientes, diferentemente de hoje que procuram parcerias para se manterem no mercado. O que era um concorrente no passado, hoje pode ser visto como um parceiro para evitar o marasmo ou até a falência, encerra o Adido. 7.2 ADIDO DE DEFESA E NAVAL NA ÁFRICA DO SUL O Adido de Defesa e Naval na África do Sul limitou a sua contribuição no sentido de fornecer alguns subsídios acerca do Livro Branco de Defesa da África do Sul, suas motivações e até certos desdobramentos subsequentes de sua adoção. Diante do exposto, o Adido relatou que não seria exagero dizer que o Livro Branco emergiu como um documento histórico. Pela primeira vez na história, a política de Defesa foi realmente moldada por participações substanciais do Parlamento, dos membros do Ministério Público, de organizações não-governamentais e, evidentemente, do Departamento de Defesa (DoD). Sob a égide do então Ministro da Defesa Joe Modise, em 08 de maio de 1996, o Livro Branco de Defesa da África do Sul foi promulgado, atendendo, portanto, ao espírito da nova era democrática na África do Sul, e reconhecendo, como consta em seu prólogo, as profundas conseqüências políticas e estratégicas do fim do apartheid. Como consequência, continua o parecer do Adido, pode-se afirmar que o Livro Branco produziu seus efeitos estratégicos (grifo nosso). O chamado "Pacote Estratégico de Defesa" (arms deal), de 1999, privilegiou a

47 47 Marinha e a Força Aérea com forças de pequena autonomia e raio de ação, consentâneas com a Política de Defesa. Houve uma série de ações estratégicas e compras de material bélico, todas norteadas e em perfeita consonância com o Livro Branco. Como conclusão, o Adido afirma que as maiores restrições, ao que parece, não são relacionadas à eficácia do conteúdo desse documento, mas sim aos desafios diante das crescentes restrições orçamentárias e dos militares (sindicalizados por lacunas da Lei) ávidos por melhorias nas condições de trabalho, em sua maioria negros e advindos das forças de guerrilha. Em que pesem tais deficiências, as Forças Nacionais de Defesa Sul-Africanas parecem uníssonas ao afirmarem que a modernização acarretada pelo "Pacote Estratégico de Defesa" de 1999 foi um fator muito importante para a Defesa, com ênfase no sucesso das medidas de segurança adotadas no período da Copa do Mundo de 2010.

48 48 8 RELATOS DOS ADIDOS ESTRANGEIROS NO BRASIL Foram enviados correios eletrônicos para todos os Adidos Navais acreditados no Brasil, com a pergunta: Como a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional contribuiu para as Forças Armadas, para a Indústria de Defesa e para a sociedade civil de seu País?. Por força de consenso prévio entre este autor e os Adidos, foram suprimidos os nomes dos Adidos Estrangeiros e seus países por se tratar de opiniões pessoais. Este autor selecionou as mais alinhadas ao escopo deste trabalho. Um Adido de país da União Européia relatou que trabalha seguindo as orientações do Livro Branco de Defesa, que são enviados pelo Ministério da Defesa às Embaixadas. O Adido, ao receber o Livro Branco, faz um extrato das ações que terá de enveredar e estabelece os contatos pertinentes com suas indústrias de materiais de defesa, para ser orientado sobre como proceder na divulgação comercial, contribuindo para o fomento da indústria de defesa de seu país. Relatou, também, que o Livro Branco de Defesa é tema de estudo nos Cursos de Altos Estudos de Defesa, que formam os futuros Generais e Almirantes. O Adido de outro país da União Européia relatou que o Livro Branco foi publicado uma única vez, em 2001, e cobria os anos de 2001 a Foi uma produção conjunta de vários Ministérios e o Ministério da Defesa, igualmente como o Brasil está elaborando o seu Livro. O Adido continuou seu parecer, dizendo ter a impressão de que, provavelmente, esta publicação não tenha alcançado seu objetivo, porque o trabalho, visando às edições seguintes, havia sido interrompido e não há nada em andamento sobre o assunto no momento. Atualmente, porém, o Ministério da Defesa está trabalhando no projeto Revisão Estratégica de Defesa, diz o Adido, que é, na realidade, um novo Livro Branco de Defesa. O documento é atualizado e desenvolvido apenas por organizações militares, finaliza o seu parecer. Outro relato de Adido de país da União Européia diz que quatro Livros Brancos de Defesa foram redigidos após a Segunda Guerra Mundial, além de alguns manuais da Defesa Nacional editados pelo Serviço de Inteligência do Ministério da Defesa Nacional, sob os auspícios do Estado-Maior Geral, que contem os aspectos teóricos, estatísticos de ordem administrativa, jurídicos e militares.

49 49 O primeiro livro, data de 1965 e foi realizado por iniciativa do Ministro da Defesa à época. Serviu como resposta à necessidade de informação e inteligência expressa por muitos cidadãos interessados, direta ou indiretamente, na política estabelecida por autoridades nacionais, civis e militares, em matéria de defesa. O segundo livro decorreu, em 1977, em resposta a algumas reformas de 1972, incluindo a renovação de infra-estruturas e equipamentos militares. O terceiro livro foi publicado em junho de 1985 visando, em tempos de crise financeira e a crise euro-mísseis", tornar clara a conjuntura da época, para, assim, permitir a avaliação das intenções e das decisões sobre a defesa. Descreveu mais particularmente, a política de segurança; a participação em alianças; e os esforços orçamentários do Departamento de Defesa. Foi apoiado pela publicação paralela do Manual de Defesa de 1985, que abordou os aspectos estruturais e organizacionais das instituições de defesa. O último Livro Branco, em 1994, foi elaborado no contexto da reestruturação fundamental das forças armadas. Em 6 de julho de 1994, o Ministro da Defesa Nacional, tornou público no momento em que terminou a fase legislativa da profunda reestruturação do Exército. É percebido com este testemunho, que o papel do Livro Branco de Defesa é de capital importância para a gestão política dos assuntos de defesa. O que foi chamado de manual de defesa, acredita este autor, que possa ser o que chamamos de livro verde, pois vem em apoio ao conteúdo do Livro Branco. Enfim, este país utiliza esta ferramenta de forma eficiente e eficaz para o convencimento político e para manter a opinião púbica informada sobre a defesa de seu país. Outro relato de país da União Européia diz que o Livro Branco de Defesa de seu país: [...] não passou de uma esperança da sociedade castrense. Os políticos de todas as legendas concordaram com o teor, mas na prática pouco ligaram ao assunto. O Livro está cheio de belas intenções, e na sequência foi elaborada uma Lei de Programação Militar, para definir bem as aquisições de material para as Forças Armadas, mas esta lei é permanentemente desvirtuada anualmente, pois todos os anos a lei de execução orçamental cativa sempre 40% do valor total inscrito. Isto leva a que programas sejam adiados sistematicamente, outros são afectados de tal forma, que têm de ser muito prolongados no tempo. Em resumo, a ideia do Livro é boa, mas torna-se imperioso que exista uma real

50 50 vontade política para implementar as medidas que aí foram determinadas. (grifo nosso) Em outro país da União Européia, segundo o testemunho de seu Adido, Defesa é, por necessidade, uma questão de Estado. Ressalvou, porém, que as decisões tomadas em termos de política de defesa não estão isentas de controvérsias, mas cabe reconhecer o importante grau de consenso político e social alcançado nos últimos anos em seu país. Tanto a participação plena desse país na nova Organização do Tratado do Atlântico Norte ou a profissionalização da tropa tem conseguido um respaldo parlamentar majoritário, assim como a aprovação generalizada da sociedade. Os tópicos sobre Forças Armadas obsoletas, politizadas, sem projeção internacional, vem caindo progressivamente, graças a uma evolução paralela entre Forças Armadas e a sociedade. A progressiva normatização da Defesa como assunto de Estado, benéfica a seus cidadãos, requer não só maior transparência, mas também o aprofundamento nos aspectos básicos da mesma. Entende-se que na política de defesa haja assuntos que, por sua natureza, exijam serem mantidos o mais secreto possível. Em todos os outros, porém, devem ser tratados com a maior transparência possível para que redundem em uma maior solidez e respaldo social das decisões que se adotem. A Defesa deve deixar de ser uma incógnita para os cidadãos e converter-se em um instrumento que, por ser conhecido, goze do maior apoio social possível. O Livro Branco representou, então, este amadurecimento alcançado, que ousou dotar o país em questão de Forças Armadas modernas numa concepção ampla, desde o seu pessoal até seu material, passando por sua doutrina e preparação. Segundo o Adido, há poucos anos, grande parte da população desse país pensava que a Defesa se gerava de maneira espontânea, sem serem conscientes do cuidadoso planejamento que requer. Fruto de várias ações de conscientização, inclusive do Livro Branco, hoje isso já não é mais assim. (grifo nosso) A sociedade percebeu que tem a seu serviço um autêntico instrumento de paz, cuja atuação outorga ao país credibilidade internacional,

51 51 sem mencionar outros benefícios ligados ao desenvolvimento industrial e tecnológico. Devido a isso a sociedade deve ser coerente e permitir que os recursos de sua defesa estejam em consonância com esse maior protagonismo internacional de suas Forças Armadas. Não são seus militares, nem a defesa, senão o próprio país quem o necessita, reforça o Adido. O Livro Branco desse país alcançou o sucesso em seus propósitos ao se propor a aproximar os assuntos da Defesa com a sociedade, favorecendo, com sua exposição, uma maior consciência de defesa. A iniciativa frutificou um intenso desenvolvimento das indústrias de defesa, gerando empregos e, por conseqüência, fez com que o país contasse com Forças Armadas modernas, com credibilidade e extraordinariamente bem reconhecidas internacionalmente. Outro Adido, agora de país sulamericano, relatou ser de opinião que, em seu país, o Livro Banco de Defesa teve um limitado sucesso. Fundamentou sua opinião particular com o fato de que, pouco tempo depois da publicação do Livro, o novo Governo o considerou desatualizado, determinando a elaboração de um novo, que, até o presente momento, não teve seu trabalho finalizado. Por outro lado, esse mesmo Adido acredita que a sua publicação serviu, inicialmente, para demonstrar transparência aos países amigos e como enriquecimento de palestras aos Oficias das Forças Armadas. Acredita, também, que foi bom para o público interno, no sentido de ajudar na elaboração e uniformização de critérios e objetivos de Defesa. Entretanto, não observou repercussão alguma no âmbito das firmas privadas.

52 52 9 CONCLUSÃO Compilando os pareceres apresentados, verificou-se que todos os relatos convergiram para expectativas comuns sobre o que a publicação de um Livro Branco de Defesa poderia auferir na gestão dos assuntos relacionados à Defesa Nacional. São elas: 1- Ampliar a participação civil nos assuntos de defesa; 2- Ampliar o conhecimento dos Militares sobre si mesmos; 3- Catalisar a discussão sobre os temas de Defesa no âmbito da Academia, da burocracia Federal e do Parlamento; 4-Demonstrar à sociedade que Defesa Nacional é assunto de Estado e não de Governo e que é responsabilidade de todo brasileiro, quer civil, quer militar; 5- Servir de mecanismo de prestação de contas sobre a adequação da estrutura de Defesa aos objetivos traçados pelo poder público para o setor no País; 6- Prover transparência à política de defesa; 7- Servir de elemento de dissuasão; 8- Servir de instrumento de fortalecimento da confiança e segurança mútua entre as nações amigas; 9- Dar publicidade de dados essenciais para o esclarecimento aos cidadãos sobre a realidade das nossas Forças Armadas; 10- Conferir maior legitimidade democrática à Política de Defesa Nacional; e 11- Servir de fomento para a indústria de defesa. O Livro Branco de Defesa tem, portanto, forte caráter instrumental e é e fundamental importância, sendo necessário a uma nação da estatura geopolítica como a do Brasil, pois comportará a essência da doutrina de defesa e atuará, principalmente, como documento de prestação de contas sobre o resultado das políticas e objetivos dos assuntos da Defesa Nacional. Recorrendo aos comentários dos Adidos Militares, nacionais e estrangeiros, e comparando-os ao desempenho das indústrias de defesa no mundo, chega-se a conclusão de que os países produtores de materiais, serviços e tecnologias de defesa utilizam a publicação de seus Livros Brancos de Defesa para cooptar não só a sociedade e os investidores nacionais, como também os investimentos estrangeiros, ações que contribuem para a elevação do PIB. Já nos países consumidores de materiais, serviços e tecnologias de defesa, seus livros brancos

53 53 não atuam na formação da cultura de defesa da sociedade, são rapidamente esquecidos por não contribuírem para a formação de riquezas e não alavancam iniciativas geradoras de capitais, se limitando a ser um instrumento informativo. O Livro Branco é, então, extremamente necessário para contribuir com o desempenho do setor de defesa de um país. Entretanto, não se bastará pela sua simples existência. Não será suficiente, sem o comprometimento político; a participação da sociedade e das elites; e a criação de mentalidade voltada para a defesa do Brasil como um todo. Do contrário, o Livro Banco se constituirá em um documento inócuo.

54 54 REFERÊNCIAS CORDEIRO, Roberto. Brasil começa a elaborar Livro Branco com informações estratégicas sobre defesa. Entrevista com o Ministro da Defesa Nelson Jobim. Disponível em: < Acesso em: 01 abr BRASIL. Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de Altera a Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, que dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas, para criar o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e disciplinar as atribuições do Ministro de Estado da Defesa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 ago Ministério da Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, DF, Ministério da Defesa. Política de Defesa Nacional. Brasília, DF, Decreto nº 7.438, de 11 de fevereiro de Estabelece princípios e diretrizes para criação e elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional, institui Grupo de Trabalho Interministerial com o objetivo de elaborar estudos sobre temas pertinentes àquele Livro, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 fev CHAPIN, HENRY; DENEAU, DENIS. Citizen involvement in Public Policy-making: access and the policy-making process. Ottawa: Canadian Council on Social Development, p. 33 CUNHA, Marcílio Boavista da. Livro Branco de Defesa. Revista do Clube Naval, Rio de Janeiro, n. 357, abr./mai./jun DOERR, AUDREY D. The Role of White Papers. In: Doern, G.B.; Aucoin, Peter. The Structures of Policy-making in Canada. Toronto: MacMillan, p In: The Policy-making Process: the experience of the Government of Canada Thesis (Ph.D) - Carleton University The Machinery of Government. Toronto: Methuen, p. 153

55 55 DONG, Jue. Rádio Internacional da China (CRI). Disponível em:< Acesso em: 10 mai ES.WIKIPIDIA, Disponível em: < Acesso em 27 abr EN.WIKIPEDIA, Disponível em: <>. Acesso em 24 abr FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Palestra da Reunião Inicial. Oficinas Temáticas sobre o Livro Branco de Defesa Nacional, 22 fev KITCHO, Catherine. The Launch Pad, October 2004, The Launch Doctor. Disponível em:< Pad Monthly Newsletter - Past Issue>. Acesso em 24 abr PEMBERTON, John E. Government Green Papers. Library World 71:49 Aug RODRIGUES, Alexandre Reis. Jornal Defesa e Relações Internacionais. Disponível em: Acesso em: 20 abr 2011.

56 56 ANEXO A - DECRETO Nº 7.438, DE 11 DE FEVEREIRO DE DECRETO Nº 7.438, DE 11 DE FEVEREIRO DE Estabelece princípios e diretrizes para criação e elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional, institui Grupo de Trabalho Interministerial com o objetivo de elaborar estudos sobre temas pertinentes àquele Livro, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea a, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 9º da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, DECRETA: Art. 1º O Livro Branco de Defesa Nacional é documento de caráter público, por meio do qual se permitirá o acesso ao amplo contexto da Estratégia Nacional de Defesa, em perspectiva de médio e longo prazos, que viabilize o acompanhamento do orçamento e do planejamento plurianual relativos ao setor. Art. 2º O Livro Branco de Defesa Nacional deverá conter dados estratégicos, orçamentários, institucionais e materiais detalhados sobre as Forças Armadas e modelo a ser sugerido a partir dos parâmetros definidos na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de Art. 3º A elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional ficará sob a presidência do Ministério da Defesa, observados os seguintes princípios e diretrizes: I - incentivo a pesquisas que permitam estudo sobre temas pertinentes ao Livro Branco de Defesa Nacional; II - realização de parcerias com instituições públicas e privadas para aprimorar e viabilizar os projetos referentes ao Livro Branco de Defesa Nacional; e III - ação governamental integrada, sob a coordenação do Ministério da Defesa, com a participação de órgãos do governo com atribuições nas áreas temáticas que serão abordadas no Livro Branco de Defesa Nacional. Art. 4º Fica instituído o Grupo de Trabalho Interministerial do Livro Branco de Defesa Nacional, de caráter temporário, cujas reuniões deverão se realizar ordinariamente, a cada trimestre, e extraordinariamente, a qualquer tempo, mediante convocação pelo Ministério da Defesa. Art. 5º O Grupo de Trabalho Interministerial será integrado por um representante, titular e suplente, de cada órgão a seguir indicado: I - Ministério da Defesa, que o presidirá; II - Ministério da Ciência e Tecnologia; III - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; IV - Ministério da Fazenda; V - Ministério da Integração Nacional; VI - Ministério da Justiça; VII - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; VIII - Ministério das Relações Exteriores; IX - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; X - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; e XI - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. 1º Os membros do Grupo de Trabalho Interministerial serão indicados pelos titulares dos órgãos representados e designados em portaria do Ministro de Estado da Defesa. 2º A presidência do Grupo de Trabalho Interministerial poderá convidar representantes de outros órgãos e entidades da administração pública e da sociedade para participar de suas atividades. 3º Os resultados dos trabalhos serão registrados em atas, que consolidarão as demandas de interesse geral aprovadas e servirão como referência para definição de temas e questões que deverão ser abordados no Livro Branco de Defesa Nacional. Art. 6º O Ministro de Estado da Defesa decidirá sobre a realização de outras atividades relevantes para o desenvolvimento do Livro Branco de Defesa Nacional. Art. 7º O Ministério de Estado da Defesa definirá o cronograma de atividades do Grupo de Trabalho Interministerial, observado o prazo a que se refere o 3º do art. 9º da Lei Complementar nº 97, de Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 11 de fevereiro de 2011; 190º da Independência e 123º da República. DILMA ROUSSEFF Nelson Jobim Este texto não substitui o publicado no DOU de Decreto nº

57 57 ANEXO B MAPA MUNDI EVIDENCIANDO OS PAÍSES QUE POSSUEM O LIVRO BRANCO EM NEGRITO OS PAÍSES COM LIVROS BRANCOS DE DEFESA PUBLICADOS

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