ATA DE ADSSIMIBILIDADE RECURSO ADMINISTRATIVO PROCESSO LICITATÓRIO Nº 049/2016 PREGÃO PRESENCIAL Nº 038/2016

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1 ATA DE ADSSIMIBILIDADE RECURSO ADMINISTRATIVO PROCESSO LICITATÓRIO Nº 049/2016 PREGÃO PRESENCIAL Nº 038/2016 LICITANTE RECORRENTE: FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA LICITANTE RECORRIDA: METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP REGISTRO DE PREÇOS PARA FUTURA E EVENTUAL AQUISIÇÃO DE MÓVEIS HOSPITALARES. Trata-se de recurso administrativo interposto pela empresa FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA em face da decisão que julgou como vencedora do item 11 a empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP. I DAS PRELIMINARES É cediço que para o conhecimento de Recursos, necessário de faz a análise dos pressupostos de admissibilidade, os quais, conforme doutrina predominante, se dividem em pressupostos intrínsecos (condições recursais) e extrínsecos 1. A partir desta divisão, e sob a ótica do Direito Administrativo, tem-se que são pressupostos intrínsecos: o cabimento (possibilidade recursal), o interesse recursal e a legitimidade para recorrer; e, como pressupostos extrínsecos: a tempestividade e a regularidade formal. Realizado o juízo de admissibilidade, verifica-se que foram preenchidos pela Recorrente FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA os pressupostos acima 1 SOUSA, Marcos Ticiano Alves. Teoria geral dos recursos enfocada pelos pressupostos de admissibilidade, efeitos e princípios recursais <

2 descritos, com fundamento nas Leis Federais n.º /2002 e 8.666/93 e no Edital referente ao presente procedimento licitatório, motivo pelo qual o Recurso deve ser conhecido. II DAS FORMALIDADES LEGAIS Todos os licitantes participantes do certame foram cientificados da existência da tramitação do Recurso Administrativo interposto pela empresa FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA, além disso, o texto das razões recursais está disponível a qualquer interessado no sitio eletrônico desta Instituição ( conforme faz prova os documentos acostados aos autos do processo de Licitação, de forma que foram cumpridas as formalidades legais exigidas. III DA SÍNTESE RECURSAL APRESENTADA PELA EMPRESA FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA A empresa ora Recorrente relata que a decisão que declarou a empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP vencedora do item 11 é errônea pelos motivos a seguir expostos. De acordo com a Recorrente a empresa vencedora do item 11, que refere-se ao Carro Maca Hospitalar, ofertou produto que não possui registro junto a Agência Nacional de Vigilancia Sanitaria (ANVISA), e ainda insistiu em atrapalhar apresentando uma portaria da ANVISA já revogada. Ressalta que empresas do ramo devem se atentar ao fato que produtos tenham a aprovação da ANVISA como já legislado através dos seguintes atos: Resolução RDC nº. 185, de 22/10/2001, Lei nº , de 23/09/1976, Decreto nº , de 05/01/1977, Resolução RDC nº. 260, de 23/09/2002. Exemplifica a empresa: A Lei nº , de 23/09/1976, dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências e, portanto define a ANVISA como a AUTORIDADE competente para a normatização, fiscalização e

3 certificação de tudo o que envolve o setor de saúde no Brasil. Esta lei também traz definições sobre o registro de produtos. A Resolução RDC no. 185, de 22/10/2001, em seu capitulo de definições diz que: PRODUTO MÉDICO - produto para a saúde, tal como equipamento, aparelho, material ou sistema de uso ou aplicação médica, odontológica ou laboratorial, destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou anticoncepção e que não utiliza meio farmacológico, imunológico ou metabólico para realizar sua principal função em seres humanos, podendo, entretanto ser auxiliado em suas funções por tais meios. REGISTRO: ato concessivo do MS, sob número de ordem, dos produtos de que trata esta Lei, com indicação de nome, fabricante, procedência, finalidade e de outros elementos que o caracterizem. Ainda apresenta que a resolução RDC nº. 185 dispõe sobre o registro de produtos médicos na ANVISA, sendo esta a que revoga a resolução apresentada de forma equivocada e sem o menor conhecimento, pela empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP, Portaria nº. 29 de outubro de 1997, de acordo com as alegações da empresa Recorrente. Ante o exposto solicita a inabilitação da empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP no item 11. É o breve resumo. IV DAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS Informa-se que todos foram cientizados do recurso interposto pela empresa FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA, inclusive a empresa Recorrida, qual seja, METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP. No entanto, conforme documento publicado no sítio da I.CISMEP, o prazo para apresentação das contrarrazões recursais pela empresa Recorrida findou-se no dia 14 de Julho de 2016, sendo que esta comissão não recebera tal documento até a data. Pelo exposto pressupõe-se que empresa abdicou de sua defesa frente às alegações da empresa Recorrente. No entanto, cumpre analisar as razões recursais posta pela empresa Recorrente.

4 V DA ANÁLISE DAS RAZÕES RECURSAIS Inicialmente, cumpre esclarecer que as decisões tomadas na persecução do presente processo licitatório, cujo instrumento convocatório refere-se ao Pregão Eletrônico n.º 038/2016 Processo Licitatório n.º 049/2016, estão em perfeita consonância com os dispositivos legais pertinentes às licitações existentes no ordenamento jurídico brasileiro, tendo sido observada a submissão aos princípios concernentes à Administração Pública e por consequência às licitações, quais sejam: os princípios de Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência, Razoabilidade, Celeridade, Probidade Administrativa, Competição Leal, Vinculação ao Instrumento Convocatório e Julgamento Objetivo, dentro outros. Registre-se que a metodologia utilizada para análise das razões recursais encontra-se fundamentada nas Leis Federais 8.666/93 e /02 e no Edital do Pregão Eletrônico n.º 038/2016. Frise-se que o objetivo da presente licitação é atender as necessidades do i.cismep Instituição de Cooperação Intermunicipal do Médio Paraopeba e dos municípios a ele associados. Destaque-se, ainda, que o presente processo licitatório está sendo conduzido por profissionais competentes, conforme Portaria n.º 003/2016 de 06 de Abril de 2016, publicada em 07 de Abril de 2016 no Órgão Oficial de Betim. Ultrapassadas estas considerações iniciais, passar-se-á análise do Recurso. A empresa FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA alega que a empresa vencedora do item 11, METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP, apresentara documentação técnica irregular, isenção do registro do produto referente à legislação ultrapassada, já revogada. Frente às alegações da empresa, foi solicitado parecer à equipe técnica da Instituição que ao analisar o processo e as razões aventadas pela Recorrente, restou contatado que a documentação apresentada pela empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP é inválida no tocante do registro do produto, havendo disposições legais mais atuais do que a apresentada.

5 Vejamos. A empresa Recorrida no dia 25 de Maio de 2016, encaminhou documentação e proposta referente aos itens arrematados em sessão do pregão nº 038/2016, assim ao verificar a documentação, a empresa foi habilitada em todos os itens que arrematara, pois cumprira os requisitos habilitatórios, principalmente no tocante do registro do produtos disposta no item : Certificado de Registro, cadastramento ou notificação do produto, emitido pela ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária, vinculada ao Ministério da Saúde, ou publicação no Diário Oficial da União relativamente ao registro, cadastramento ou notificação do produto. Caso o prazo de validade esteja vencido deverá ser apresentado Certificado de Registro, cadastramento ou notificação do produto, ou cópia da publicação no DOU acompanhado do pedido de revalidação FP 1 e FP 2, datado do semestre anterior ao do vencimento, na forma do art. 14, parágrafo 6º do Decreto Federal nº 79094/ Quando o produto for isento de registro, cadastramento ou notificação, deverá ser apresentado o documento de que comprove sua isenção, emitido pela ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária vinculada ao Ministério da Saúde. No entanto, diante do recurso interposto, foi necessária nova análise dos documentos encaminhados pela empresa, assim, como se faz prova os documentos acostados aos autos, a empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP encaminhou a portaria da ANVISA nº. 543, de 29 de Outubro de Destarte, como apontado nas razões recursais da empresa Recorrente a portaria foi revogada pela Resolução RDC nº. 185 de 22 de Outubro de O artigo 7º da RDC Nº 185/2001, dispõe: Art. 7º Fica revogada a Portaria Conjunta SVS/SAS nº 1, de 23 de janeiro de 1996 e a Portaria SVS nº 543, de 29 de outubro de 1997, após 30 (trinta) dias da publicação desta Resolução. (Grifo nosso). Pelo narrado, resta comprovado que a documentação apresentada pela empresa não detém valor legal, estando inválida. Ademais, em verificação a relação de produtos que não são consideradors produtos para saúdes, tornando-se assim, isentos do registro junto a ANVISA, disponível no site da agência (link: portal.anvisa.gov.br) constatou-se a falta do produto licitado no item 11, Carro Maca Hospitalar, evidenciando mais uma vez a irregularidade na documentação da empresa para o referido item.

6 Pelo o exposto, verificado que a empresa não cumpre os requisitos de habilitação, especialmente o disposto no item , não merece ser mantido o julgamento que declarou a empresa vencedora do item 11. Entende-se que uma vez instaurada a dúvida é necessário reavaliar os atos praticados, no caso em tela, toda a habilitação da empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP no presente pregão eletrônico foi reanalizada, posto que para o item 11 constatou-se irregularidades. Destarte, nesta análise restou comprovado que o item 02, Berço Hospitalar Fawler, também necessita de registro do produto junto a ANVISA, o que torna errôneo o julgamento anteriomente proferido. Salenta-se que sob os cuidados do princípio da autotutela, ao qual estabelece a Administração Pública o dever de rever seus próprios atos quando apresentarem erros e vícios, restaurando a regularidade da situação, a decisão anteriormente proferida para os itens 02 e 11, declarando como vencedora a empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP resta cancelada, devido aos fatos aqui expostos. Ressalta-se que tal ação tem por virtude manter respeitados os princípios que norteam as licitações públicas, principalmente da isonomia, do julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório. Frisa-se que anteriomente os princípios foram respeitados, no entanto, após identificação de vícios no julgamento entende-se que a sua não manutenção os desperespeitariam. Concluindo, resta a empresa METALIC MEDICAL PRODUTOS HOSPITALARES LTDA EPP inabilitada nos itens 02 e 11, tendo em vista que após averiguação dos fatos em analise recursal, identificou-se que a empresa não cumpre os ditames estabelecidos em edital, sendo inabilitada em ambos os itens, sob a tutela da cláusula 16.9 do edital, vejamos: A apresentação dos documentos em desacordo com o previsto neste item ou a sua ausência, salvo disposto no subitem 16.6, inabilitará o licitante, sendo aplicado o disposto no subitem Assim, serão convocadas as empresas remanecentes nos itens 02 e 11 obedecida a ordem de classificação.

7 Por fim, destaque-se que resta cediço no caso em tela que foi assegurado às empresas licitantes do certame os princípios do devido processo legal e do contraditório. É o que se apresenta para o momento. VI DA CONCLUSÃO Após detida análise do Recurso interposto, tendo em vista os argumentos apresentados alhures e ainda os princípios que norteiam a Licitação e a Administração Pública, a Pregoeira juntamente com a equipe de apoio, conclui por: CONHECER e opina pelo PROVIMENTO do Recurso Administrativo interposto pela empresa FRAGA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA. Atenciosamente, Betim (MG), 28 de Julho de Laís Gomes Martins Pregoeira Isabel Rafaela dos Santos Rodrigues Equipe de Apoio Daniele Ferreira Faria Equipe de Apoio