DECISÃO ADMINISTRATIVA. RECURSO ADMINISTRATIVO ao PREGÃO PRESENCIAL N.º 005/2019.

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Isabela Valverde
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1 DECISÃO ADMINISTRATIVA RECURSO ADMINISTRATIVO ao PREGÃO PRESENCIAL N.º 005/2019. RECORRENTE: RODALEVE R VEÍCULOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.º / e CAMBUÍ VEÍCULOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.º / RECORRIDA: CKS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.º / DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE RECURSO Considerando que a sessão do Certame ocorreu no dia 18/02/2019, e tendo as Recorrentes, manifestado de forma motivada a intenção de recorrer, sendo concedido as mesmas o prazo legal (art. 4º, XVIII da lei /02) de 03 para a apresentação das razões dos recursos, e que foram apresentados os recursos no dia 20/02/2019, não há dúvidas quanto à tempestividade das peças. 2. DO MÉRITO DA PEÇAS RECURSAIS Assim considerando a tempestividade na forma acima, este Pregoeiro passa a analisar o mérito da mesma. 2.1 DAS ALEGAÇÕES DAS RAZÕES E CONTRARRAZÕES Alega as recorrentes, que a empresa CKS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA, vencedora do Lote 01, (aquisição de 02 veículos Minibus, 16 lugares), não terá 1

2 capacidade técnica para atender a uma série de pré-requisitos dispostos no edital, pois além de não representar uma montadora, não possui instalações adequadas a este fim; que não poderá emitir as notas fiscais dos veículos como Zero Quilômetro, pois trata-se de uma empresa intermediaria, sendo necessário um segundo emplacamento para que os veículos possuam licenciamento em nome do Município; que a sede da empresa está localizada em um prédio comercial; que a empresa não terá como oferecer entre outros atributos, a garantia aos veículos. E ao final requerem seja recebido e acolhido o presente recurso, para que seja desclassificada a empresa CKS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA, vencedora do lote 01. Em suas contrarrazões, a empresa recorrida informa que é uma empresa séria, estabilizada no mercado, que trabalha dentro da legalidade, sempre atendendo os princípios de ética e moralidade, inclusive atendendo as normas da lei de licitações; informa ainda que a questão do registro e licenciamento dos veículos, suscitados pelas recorrentes não interfere na especificações do edital, pois desde que o veiculo nunca tenha rodado, ele continua a ser 0km, a mera transferência formal de domínio não torna o bem usado; ao final requer que seja mantida a declaração de vencedora a empresa recorrida, no certame, julgando totalmente improcedente os recurso interpostos. Diante das informações apresentadas pelos Recorrentes, este Pregoeiro passa a dizer o seguinte: Com relação as alegações das empresas Recorrentes (RODALEVE R VEÍCULOS LTDA CAMBUÍ VEÍCULOS LTDA), no tocante ao fato da empresa Recorrida (CKS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA), funcionar como empresa de fachada, haja vista que no endereço da mesma não se trata de nenhuma concessionária ou revendedora de carro, mas sim um prédio comercial, a Comissão de Licitação, no 2

3 intuito de confirmar tais alegações, diligenciou-se até o endereço que consta como sede da empresa Recorrida, e realmente, para surpresa desta Comissão, foi constatado que trata-se de um prédio comercial, sem nenhuma movimentação; vale salientar que a diligência foi realizada em dia útil, e em 03 (três) momentos do dia; também em consulta com a recepção do prédio, não foi informado se havia alguma empresa revendedora de veículos funcionando no local informado, qual seja, sala 312, do Edifício América Tower Business, Caminho das Árvores,, na cidade de Salvador - BA conforme consta no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. Sendo assim, razão assiste as Recorrentes, pois foi constatado que a empresa vencedora do Lote 01 (CKS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA) não possui estrutura física para prestar os suportes de assistência técnica, manutenção e principalmente garantia, quando necessário, o que acarretará prejuízos futuros a Administração Pública Municipal; ademais, o que mais temos visto na mídia nacional, são situação em que empresas de fachada, participam de licitação, no intuito de cometer fraudes, causando sérios danos ao erário público. O Art. 1º da Lei 6.729/79, dispõe o seguinte: Art. 1º - A distribuição de veículos automotores, de via terrestre, efetivar-se-á através de concessão comercial entre produtores e distribuidores disciplinada por esta Lei e, no que não a contrariem, pelas convenções nela previstas e disposições contratuais. Já o art. 2º, inciso II, da mesma lei, disciplina o seguinte: Art. 2 - Consideram-se: II - Distribuidor, a empresa comercial pertencente à respectiva categoria econômica, que realiza a 3

4 comercialização de veículos automotores, implementos e componentes novos, presta assistência técnica a esses produtos e exerce outras funções pertinentes à atividade; Ainda de acordo com a mesma normal legal, agora no art. 12, dispõe sobre a venda de veículos novos, que só poderá ser realizada diretamente ao consumidor, sendo vedada a comercialização para fins de revenda, senão vejamos: Art O concessionário só poderá realizar a venda de veículos automotores novos diretamente a consumidor, vedada a comercialização para fins de revenda Verifica-se na peça de contrarrazões que a empresa Recorrida pretende, adquirir o veiculo em seu nome, para posteriormente realizar a transferência formal do bem para o Município, ou seja, a revenda, conduta vedada pelo artigo acima citado, passando o veículo do status de 0km para veículo seminovo. Pelas informações acima, resta demonstrado que a empresa não possui a qualificação técnica exigida no item 9.3.4, a, do Edital que, neste particular, assim determina: Relativos à Qualificação Técnica: a. Comprovação de aptidão para o fornecimento de bens em características, quantidades e prazos compatíveis com o objeto desta licitação, ou com o item pertinente, por meio da apresentação de atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado. 4

5 O Município ao realizar um procedimento licitatório, visa sempre a aquisição de bens e/ou serviços, nas condições e preços mais vantajosos a administração; no presente caso, pretende o município, a aquisição de 02 veículos 0KM, de outro lado, a empresa CKS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA, ofertou a proposta mais vantajosa, contudo, como se verifica nas peças recursais das empresas Recorrentes, bem como na diligência realizada na cidade de Salvador, no endereço da empresa Recorrida, percebe-se que a mesma não possuiu estrutura física necessária para oferecer assistência técnica, nem comprova que seja devidamente credenciada ou habilitada junto a montadoras e/ou fabricantes para que possa fornecer a garantia da própria fabricante ou concessionária; ademais, junto com as contrarrazões, nos anexos, consta uma nota fiscal em nome da empresa, emitida para o Fundo Municipal de Saúde da cidade de Porções, onde da descrição do produto, não consta a informação de que se trata de um veículo 0km. DA CONCLUSÃO Finalmente, conclui o Pregoeiro que em observância ao princípio da legalidade, da concorrência, da economicidade, da eficiência e, sobretudo visando preservar a Administração Pública Municipal e eventuais e futuros danos, as razões apresentadas pelas Recorrentes são suficientes para que decida-se pela desclassificação da empresa Recorrida. Desta forma, acolho os RECURSOS apresentados pelas as empresas RODALEVE R VEÍCULOS LTDA e CAMBUÍ VEÍCULOS LTDA, dada a sua manifesta tempestividade e possibilidade jurídica, para no mérito JULGAR PROCEDENTE OS 5

6 RECURSOS apresentados, e desclassificar a empresa CKS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.º / , vencedora do LOTE 01; devendo ser convocada a segunda colocada do certame, para comparecer no Setor de Licitações, na sede deste Município até o dia 15/03/2019 até as 12h00, e manifestar seu interesse de contratar com a Administração. Cumpre salientar, que a contratação se dará nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, ficando ainda este Pregoeiro autorizado a promover uma nova negociação do preço com a segunda colocada visando buscar uma proposta melhor ao erário municipal, conforme o artigo supracitado da Lei de Contratos e Licitações; após o que será o presente encaminhando para o Prefeito Municipal para adjudicação e homologação do feito. Prefeitura Municipal de Ribeiro do Largo (BA), 07 de março de José Nilton Carvalho de Araújo Pregoeiro 6

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