IMPUGNANTE: CONCEITO SOLUÇÃO EM PUBLICAÇÃO EIRELI - ME I DAS PRELIMINARES

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1 ATA DE ANALISE DE IMPUGNAÇÃO PROCESSO LICITATÓRIO N 023/2016 PREGÃO PRESENCIAL N 016/2016 OBJETO: REGISTRO DE PREÇO PARA FUTURA E EVENTUAL PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE PUBLICAÇÃO DE MATÉRIAS EM JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS, COM PARTICIPAÇÃO EXCLUSIVA PARA ME/EPP. IMPUGNANTE: CONCEITO SOLUÇÃO EM PUBLICAÇÃO EIRELI - ME I DAS PRELIMINARES Trata-se de impugnação interposta pela empresa CONCEITO SOLUÇÃO EM PUBLICAÇÃO EIRELI - ME quanto á descrição dos itens dos lotes 18 e 20 constantes no termo de referência. Reza o edital, em sua clausula 5.5, que as impugnações poderão ser interpostas no prazo de 02 (dois) dias úteis anteriores à abertura das propostas comerciais. Frisa-se que a abertura das propostas dar-se-ia no dia 18 de Março de 2016, as 09 (nove) horas. Isto posto, a empresa CONCEITO SOLUÇÃO EM PUBLICAÇÃO EIRELI - ME encaminhou sua interposição através de correio eletrônico no dia 16 de Março de 2016, ás 16 horas e 55 minutos, verifica-se então que o pressuposto de Tempestividade foi respeitado pela empresa impugnante. Pelo o exposto a impugnação da empresa supracitada é considerada Tempestiva. II DOS FATOS APRESENTADOS PELA IMPUGNANTE A impugnante aduz que a regra estabelecida no anexo I do edital, Termo de referencia, restringe a competitividade do processo. A clausula 6.3 dispõe: As publicações deverão ser feitas em jornal de grande circulação no território de Minas Gerais, com tiragem diária mínima de (vinte mil) exemplares. Para a empresa ora impugnante a não exclusão desta exigência estará restringindo a competitividade e consequentemente um número maior de participantes no certame, além de infringir os princípios da igualdade e isonomia. Visto que os veículos de forma geral

2 tiveram redução considerável na tiragem dos jornais e que a lei, em nenhum momento, faz essa exigência. Ainda alega que é certo que o objetivo da Administração Pública será alcançado, visto que seus atos oficiais serão devidamente publicados em jornal de grande circulação no Estado. A empresa impugnante argúi que dentre os princípios constitucionais que a licitação deve obedecer estão o da legalidade, isonomia e o da igualdade de condições a todos os concorrentes. No entanto, o edital do processo licitatório em epigrafe afronta diretamente ambos os princípios estabelecendo requisitos que podem favorecer determinadas as empresas. Ainda, a Impugnante tenta alumiar que na Administração Pública, não há espaço para liberdades e vontades particulares, deve o agente público, sempre agir com a finalidade de atingir o bem comum, os interesses públicos, e sempre segundo àquilo que a lei lhe impõe, só podendo agir secundum legem. Enquanto no campo das relações entre particulares é licito fazer tudo o que a lei não proíbe (principio da autonomia da vontade), na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei define até onde o administrador público poderá atuar de forma licita, sem cometer ilegalidades, define como ele deve agir. Já quanto ao principio da competitividade, vale consignar que 1º, incisos I e II, do artigo 3º da lei federal nº 8.666/1993, veda o estabelecimento de clausulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da licitação, assim como veda o tratamento diferenciado de natureza comercial. Finalizando, a empresa Impugnante requer o acolhimento e provimento da presente impugnação, a retificação do edital com a retirada da exigência do item 6.3 do termo de referencia, de forma a possibilitar a habilitação das empresas interessada, inclusive da empresa impugnante. É o breve resumo.

3 III DA ANALISE DA IMPUGNAÇÃO Inicialmente, cumpre esclarecer que as decisões tomadas na persecução do presente processo licitatório, cujo instrumento convocatório refere-se ao Pregão Presencial n.º 023/2016 Pregão Presencial n.º 016/2016, estão em perfeita consonância com os dispositivos legais pertinentes às licitações existentes no ordenamento jurídico brasileiro, tendo sido observada a submissão aos princípios concernentes à Administração Pública e por consequência às licitações, quais sejam: os princípios de Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência, Razoabilidade, Celeridade, Probidade Administrativa, Competição Leal, Vinculação ao Instrumento Convocatório e Julgamento Objetivo, dentro outros. Registre-se que a metodologia utilizada para análise da impugnação interposta pela empresa CONCEITO SOLUÇÃO EM PUBLICAÇÃO EIRELI - ME encontra-se fundamentada nas Leis Federais 8.666/93 e /02 e no Edital do Pregão Eletrônico n.º 016/2016. Frise-se que o objetivo da presente licitação é atender as necessidades do i.cismep Instituição de Cooperação Intermunicipal do Médio Paraopeba e dos municípios a ele associados. Destaque-se, ainda, que o presente processo licitatório está sendo conduzido por profissionais competentes, conforme Portaria n.º 22/2015 de 22 de Dezembro de 2015, publicada em 24 de Dezembro de 2015 no Órgão Oficial de Betim. Ultrapassadas estas considerações iniciais, passar-se-á análise da Impugnação. Assevera a empresa impugnante que a exigência de tiragem mínima de (vinte mil) exemplares impossibilita a competitividade da disputa, pois os veículos de forma geral tiveram redução considerável na tiragem dos jornais e que a lei, em nenhum momento, faz essa exigência. Tal exigência afronta os princípios licitatórios e favorece empresas. Em que pese os argumentos da impugnante, não se vislumbra qualquer violação ao art. 3º, 1º, inc. I, da Lei nº 8.666/1993, eis que a exigência de tiragem minima de exemplares não se trata de circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do referido processo licitatório, pelo contrário, visa garantir o interesse público, a fim de dar a maior publicidade possível aos atos da Instituição, um dos princípios basilares da

4 Administração Pública, não havendo, portanto, o que se falar em violação ao princípio licitatório ou restrição da competitividade. Tão como ofensivo é alegar que há concessão de privilégios à empresas. Destarte, embasando pelo poder discricionário da Administração pública, em consonância com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, tal exigência não se caracteriza ilegal, ou impertinente aos princípios que regem as licitações. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, a discricionariedade é a: Margem de liberdade que remanesça ao administrador para eleger, segundo critérios consistentes de razoabilidade, um, dentre pelo menos dois comportamentos cabíveis, perante cada caso concreto, a fim de cumprir o dever de adotar a solução mais adequada à satisfação da finalidade legal. Pelo o exposto, o poder discricionário possibilita Administração escolher entre varias condutas possíveis a que traduz maior conveniência e oportunidade, para eles, de acordo com o interesse coletivo que é determinado pela lei, sob pena de não ser atingido o objetivo público. Destarte, A exigência do item 6.3, foi estabelecida para assegurar o interesse Público e principalmente, obedecer ao principio da publicidade, a fim de que a informação seja alcançada pelo maior número de possíveis interessados. Isto posto, foi realizada pesquisa da exigência da quantidade mínima de exemplares para jornais de grande circulação, no entanto, o único órgão que detém posicionamento sobre esta quantidade é o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, vejamos: ( ) patamar mínimo caracteriza os jornais de grande circulação, aquele definido pelo sindicato das empresas proprietárias de jornais e revistas do Estado de São Paulo ( ) jornal de grande circulação está afeto à tiragem mínima diária de Periódico em exemplares, atestada por certidão emitida por sindicatos das empresas proprietárias de jornais e revistas no Estado de São Paulo ( ) (TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO PROCESSO N. 6736/026/00. DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. 4 JUL. 2000). O Tribunal de Contas do Estado do Ceara aponta a seguinte jurisprudência: (...) O Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, com fundamento no art. 1º, inciso XXVIII, da Lei nº /93, c/c o art. 157 do Regimento Interno e art. 5º, parágrafo 3º da Resolução nº 01/2002, DECIDE, por maioria, vencido o senhor Conselheiro Pedro Ângelo Sales Figueiredo, pela admissibilidade da presente consulta, por preencher os requisitos estabelecidos em lei, e, no mérito, respondê-la no sentido de que de que jornal de grande circulação, para efeito de divulgação de editais de licitação, é aquele que tem presença diária na internet, considerando também a questão da tradição em publicação destes editais. Vencido o senhor Conselheiro Pedro Ângelo Sales Figueiredo, que votou no sentido de responder ao consulente que jornal de grande circulação é aquele que, além de possuir grande tiragem diária, tem ainda abrangência em vários pontos do Estado. Após

5 proclamado o resultado do julgamento, a Presidência designou o senhor Conselheiro Ernesto Saboia de Figueiredo Júnior para lavrar o presente parecer técnico. (TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO CEARÁ - PROCESSO Nº 5.519/08 - PARECER TÉCNICO Nº 02/ INTERESSADA: PREFEITURA MUNICIPAL DE QUIXERAMOBIM NATUREZA: PROCESSO NORMATIVO CONSULTIVO DE RESPONSÁVEL: SR. EDMILSON CORREIA DE VASCONCELOS JÚNIOR - RELATOR ORIGINÁRIO: SR. CONSELHEIRO PEDRO ÂNGELO SALES FIGUEIREDO - RELATOR DESIGNADO: SR. CONSELHEIRO ERNESTO SABOIA DE FIGUEIREDO JÚNIOR) Conforme explicitado anteriormente não há um consenso sobre o que define jornal de grande circulação, e, no entanto, são vários os pontos a serem considerados: A questão da grande circulação é uma matéria muito controvertida. Já a enfrentei e o Senhor Ministro Waldemar Zveiter há de ter tido os mesmos problemas no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. É muito difícil fazer essa consideração de jornal de grande ou de pequena circulação, porque são vários os fatores que devem ser considerados. Não é a freqüência da circulação, não é a quantidade da circulação. Há jornais que têm uma destinação específica de publicação de editais, que têm uma pequena circulação, mas, uma circulação dirigida, e essa circulação dirigida, muitas vezes, e, freqüentemente isso ocorre, a meu juízo, substitui o conceito de grande circulação para aquele caso concreto. (MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO - RESP 41969/DF, TERCEIRA TURMA, UNANIMIDADE, RELATOR MINISTRO PAULO COSTA LEITE, DF 26/10/1998, P. 112) Em virtudo do narrado acima não é possível obter uma posição conclusiva da tiragem mínima de exemplares a ser exigida no instrumento convocatório, ou até mesmo uma definição concreta de jornal de grande circulação. Ademias, na pesquisa realizada não foi encontrado nenhum posicionamento do Estado de Minas Gerais em relação ao tema abordado. Desta forma, por zelo e cautela, foi realizada pesquisa sobre a circulação dos jornais que Estado de Minas Gerais, e em relatório publicado pelo IVC, referente a pesquisa elaborada no 1º semestre do ano de 2015, os jornais que possuem maior circulação no Estado são, em ordem decrescente, Jornal hoje em dia (versão impressa e digital), Aqui MG, Aqui (consolidado), Estado de Minas (versão impressa e digital), O tempo (versão impressa e digital) e Super noticia (versão impressa e digital). No entanto, este Instituto somente realiza pesquisas com jornais que são auditados por ele próprio, não abrangendo os jornais que não são associados a ele. Assim, por todo o relatado, a Pregoeira tendo em vista a impugnação interposta pela empresa CONCEITO SOLUÇÃO EM PUBLICAÇÃO EIRELI ME, e no intuito de resguardar a publicidade dos processos licitatórios da Instituição, considera que o ato de excluir a exigência mínima de exemplares em circulação pode prejudicar a publicidade dos processos

6 licitatórios, principalmente quando se observa a grande extensão territorial que o Estado de Minas Gerais abrange e seus 853 municípios. No entanto, a fim de resguardar a competitividade do certame, é prudente que se reduza o patamar de tiragem de exemplares de (vinte mil) para (dezoito mil), considerando também, que pela pesquisa realizada não foi possível identificar dados atuais sobre a circulação dos jornais, podendo ter sido reduzida devido ao atual momento econômico do país e a migração de informações para o meio eletrônico. Da mesma forma é medida cautelar solicitar como norma de execução, na clausula 6 do termo de referencia, que a empresa classificada apresente certidão emitida por instituto ou órgão verificador de circulação ou por outro meio idôneo que comprove a circulação/tiragem do jornal. Face ao exposto, as alterações elencadas acima serão realizadas no instrumento convocatório do pregão eletrônico nº 016/2016, e seus anexos, que posteriormente será publicado com novas datas de realização. VI DO DISPOSITIVO Assim, após detida análise impugnação interposta, obedecendo aos princípios que norteiam a Licitação e a Administração Pública, a Pregoeira juntamente com a equipe de apoio, decidem por: CONHECER a impugnação interposta pela empresa CONCEITO SOLUÇÃO EM PUBLICAÇÃO EIRELI - ME, posto que estão presentes e cumpridas as formalidades legais, e diante de todo o exposto, pelo mérito, DAR-LHE PROVIMENTO. Atenciosamente, Betim (MG), 30 de Março de Laís Gomes Martins Pregoeira Isabel Rafaela dos Santos Rodrigues Equipe de Apoio Daniele Ferreira Faria Equipe de Apoio