Série histórica dos estoques mundiais Arroz 2005/ / / / / /2011

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1 BOLETIM CUSTO E PREÇO Balanço Fevereiro 2011 ARROZ: Os preços de arroz em casca mostram-se praticamente estáveis no mês de fevereiro. Na terceira semana do mês, as cotações na Região Sul aumentaram, em média, 0,97% em relação aos preços da semana anterior. Em Uruguaiana/RS, o preço subiu 1% e em Camaquã/RS alta foi de 0,95% em relação à semana passada, no entanto, continuam muito abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo. A queda expressiva nas cotações de arroz no mercado brasileiro pode ser atribuída à redução da demanda por parte dos engenhos, comum neste período do ano, e o excesso de oferta do cereal no mercado. Diante da baixa dos preços, os produtores de arroz da região Sul pedem que o governo disponibilize instrumentos para garantia do preço mínino, por exemplo, leilões de PEP. Segundo o último levantamento de grãos da Conab, a produção estimada para a safra 2010/11 é de 12,8 milhões de toneladas, valor 10% superior a safra passada. O estado do Rio Grande do Sul destaca-se como sendo o maior produtor, participando com mais 60% da produção nacional. O relatório do USDA, divulgado em fevereiro, prevê que a safra mundial de arroz para 2010/11 será de 451,6 milhões de toneladas, da qual a Índia deverá produzir 95 milhões, a Tailândia 20,35 milhões e o Vietnã 24,9 milhões de toneladas. Com relação aos estoques mundiais, o USDA relatou que estes sofreram redução de 1,2% em relação ao relatório de janeiro, que estimava o volume dos estoques do grão em 94,37 milhões de toneladas. Milhões de Toneladas 100,00 95,00 90,00 85,00 80,00 75,00 70,00 65,00 60,00 Arroz FEIJÃO: No mercado nacional, o preço do feijão carioca manteve-se inalterado nas três primeiras semanas do mês de fevereiro, cotado a R$ 57,50 por saca de 60 Kg, tendo como referência o mercado de Unaí/MG. No entanto, a cotação de feijão preto, produzido em Prudentópolis/PR, apresentou alta de 6,4% em relação à semana passada. A baixa os preços do feijão carioca no mercado interno continua sendo influenciada pelo excesso de oferta e pela baixa qualidade do produto ofertado. O abastecimento está sendo feito, em sua

2 maioria, com a produção do estado de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás. Na região Sul e no estado de São Paulo cerca de 80% área plantada da safra das águas já foi colhida, mantendo a oferta aquecida. Com a finalidade de controlar a queda dos preços e atendendo as reivindicações dos produtores da leguminosa, o governo anunciou que irá aumentar as aquisições feitas de 100 sacas para 500 sacas por produtor no estado do Paraná. Com relação ao feijão preto, a entrada do produto importado da China no mercado interno dificulta a venda do produto nacional, por esse apresentar preços mais atrativos e qualidade melhor ou superior ao brasileiro. MILHO: As cotações de milho na terceira semana do mês de fevereiro na maioria dos municípios analisados permaneceram em alta. Em Londrina/PR, foi registrado o maior aumento, 6,04% em relação à semana anterior e em Sorriso/MT a alta foi de 3,89%. No entanto, em Rio Verde/GO e Unaí/MG as cotações caíram, em média, 2% em relação à segunda semana do mês. No mercado interno, a demanda aquecida e a restrição da oferta em função do atraso do plantio são alguns dos fatores que mantêm os preços em alta. Além disso, o excesso chuva em alguns estados diminuiu o ritmo de colheita do milho restringindo ainda mais a oferta do produto. No mercado internacional a alta dos preços foi influenciada pelas informações do relatório do balanço de oferta e demanda divulgada pelo USDA, que relatou recuo na estimativa de produção de milho dos Estados Unidos. Além disso, o baixo volume do estoque do país é outro fator que vêm preocupando os americanos, o qual tem como principal fator o aumento da demanda por etanol. Os estoques mundiais de milho para safra 2010/2011 foram estimados em 130 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 11,6% em relação à safra 2009/2010. Os agentes aguardam o relatório de Intenção de Plantio divulgado pelo USDA, até o final de março, para confirmar se os preços continuaram na tendência de alta ou se reduziram na Bolsa de Chicago. 160,00 Milho 150,00 Milhões de Toneladas 140,00 130,00 120,00 110,00 100,00 90,00

3 LEITE: Em janeiro o preço médio do leite pago ao produtor aumentou, em média, nas regiões analisada pelo Boletim 1,4% em relação a dezembro de A maior alta foi registrada no Rio Grande do Sul 4,64% em relação ao ultimo mês de Em São Paulo e no Paraná a alta foi, em média, de 1,16%, porém, em Minas Gerais o preço caiu 0,33%. A alta das cotações de leite tem como principal fator a redução da oferta na maioria dos estados produtores, causada pelas as provocadas pelo La Nina. O estado do Rio Grande do Sul é o mais prejudicado pela seca e, por isso, apresenta menor índice de captação quando comparado com outros estados. Em outras regiões, o excesso de chuva dificultou o transporte do produto. CAFÉ: Ao longo de 2011, os preços do café vêm atingindo patamares cada vez mais altos, quebrando os recordes a cada semana, apresentando uma média de preços de fevereiro 65% acima da praticada no mesmo mês de 2010 e 39% acima da média do ano de Em Santa Rita do Sapucaí/MG, entre a primeira e a terceira semana de fevereiro, os preços se elevaram 44,4%, atingindo R$ 520 por saca de 60 quilos. A menor cotação foi registrada em Pirajú/SP, onde os preços chegaram, na terceira semana de fevereiro, a R$ 440 por saca de 60 quilos. É bom lembrar que os produtores brasileiros se encontram em período de entressafra e estão bem capitalizados. O cenário inflacionário é sustentado por uma demanda aquecida, devido ao inverno no hemisfério norte e baixa oferta internacional, que incentivam as exportações brasileiras. A perspectiva é de que os preços se mantenham nos níveis atuais, com tendência de elevação. No que se refere aos estoques mundiais, estes apresentam queda desde a safra 2008/2009. Na safra de 2009/2010 o volume dos estoques finais eram 768,14 mil toneladas, justificando a alta das cotações na bolsa de NY. 850,00 Série histórica estoques mundiais Café 830,00 Mil toneladas 810,00 790,00 770,00 750,00 730, / / / / /2010 Fonte: Organização Internacional do Café (OIC) BOI: As cotações da arroba do boi gordo vem mantendo certa estabilidade nos últimos três meses, mas com preços 27,6% acima dos

4 praticados em fevereiro de A média nacional, apresentada na terceira semana de fevereiro, atingiu R$ 94,05 por arroba. O estado de São Paulo, tradicionalmente, é o que melhor remunera os pecuaristas, oferecendo, em média, R$ 100,65 por arroba no mês de fevereiro de 2011, valor que está 12,9% acima da média do ano anterior. No mercado interno, nota-se uma melhora da oferta, que se deve ao atraso do período de safra devido à estiagem do final de 2010, e uma demanda que está aquém das expectativas, que possivelmente impactem negativamente sobre os preços. As exportações, prejudicadas pela manutenção da valorização da moeda nacional frente ao dólar, frustraram as expectativas de expansão, contribuindo para uma maior oferta interna do produto. A situação das exportações só não é pior, pois o quadro de mau desempenho da produção da Argentina persiste. O país vizinho vem enfrentando uma demanda com crescimento sustentado e uma oferta que não se recupera. Apesar das restrições de exportação em vigor no país, os preços argentinos vigentes atingem novos recordes a cada dia, o que estimula a produção ao mesmo tempo que incentiva o abate prematuro do rebanho, agravando a situação de recuperação dos plantéis. SOJA: Os indicativos de safra recorde para 2011, vem derrubando gradualmente a cotação da soja. Em Unaí/MG, os preços caíram 4,5% entre a primeira e a terceira semana de fevereiro, remunerando os produtores R$ 47,75 por saca de 60 quilos, mas ainda se encontram 1,4% acima dos de janeiro. A tendência só não se repete em Sorriso/MT, onde a saca de 60 quilos está cotada a R$ 40,18 na terceira semana de fevereiro, os preços ficaram estáveis, com uma elevação irrisória de 0,5% em relação ao início do mês. Esse cenário de deflação é explicado pela expansão da área plantada e da produção esperada para 2011, cujas expectativas, com a colheita em andamento, tiveram que ser revistas para cima, já que o prognóstico foi conservador por se tratar de um ano sob influência do fenômeno climático La Niña. Dessa forma, também se espera uma elevação da produtividade média. Acredita-se que o controle de pragas e a redução no número de casos de ferrugem também tiveram impactos positivos sobre a safra de 2010/2011. O excesso de chuvas, entretanto, atrasou a colheita do grão, que está sendo retirado do campo com elevado grau de umidade. Vale ressaltar que mesmo com o aumento da estimativa de produção os estoques finais do grão permaneceram apertados, em função do excesso de demanda internacional. No mercado externo, o mês de fevereiro foi marcado por alta volatilidade e as cotações da terceira semana do mês fecharam em queda devido à elevação da taxa de juros chinesas, o que os analistas acreditam serem os primeiros sinais de redução do ritmo de crescimento do país. No que se refere aos estoques mundiais do grão, estes foram estimados, para a safra 2010/2011, em 60,12 milhões de toneladas, volume 0,18% menor que o da safra 2009/2010.

5 Milhões de Toneladas 70,00 65,00 60,00 55,00 50,00 45,00 40,00 35,00 30,00 Soja ALGODÃO: O preço do algodão vem superando as expectativas dos agentes de mercado desde agosto de Na Bahia a variação semanal foi de 7,13%, de R$ 116,53/@ para R$ 124,84/@. Já no Mato Grosso o preço passou de R$ 117,53/@ para R$ 125,17/@. A alta de preços encontra respaldo numa oferta restrita de período de entressafra, no mercado interno, e estratégias especulativas de agentes que ainda possuem estoques, que os vendem em pequenas quantidades. Apesar da redução da demanda por parte das indústrias têxteis, a oferta ainda não é suficiente para saciá-la, impulsionando a importação brasileira de algodão, oriundas dos Estados Unidos e Argentina. A baixa oferta mundial frente a uma elevada demanda vêm pressionando os preços internacionais do produto, situação que se deve manter até a entrada da nova safra. Em termos mundiais, a produção de 2010/2011, segundo a Conab, está estimada em 24,4 milhões de toneladas, mas a expectativa é de manutenção de preços atrativos, pois mesmo com o aumento da oferta, a relação estoque/consumo permanecerá apertada. Os estoques mundiais estimados para a safra 2010/2011 ficaram em 43,39 milhões de toneladas, queda de 1,04% em relação ao da safra anterior.

6 Milhões de Toneladas 70,00 65,00 60,00 55,00 50,00 45,00 40,00 35,00 30,00 Algodão

7 Boletim Cana-de-açúcar: Fevereiro 2011 CANA: Os preços da tonelada de cana em fevereiro na região Centro-Sul e no estado do Paraná, quando comparados com mês anterior, apresentaram alta de 1,8% e 0,9%, respectivamente. No entanto, no estado de Pernambuco e Alagoas, em média, os preços caíram 0,88% com relação a janeiro. A safra 2010/2011 apresentou rendimento 4,6% menor que o da safra anterior, o qual é reflexo dos problemas climáticos ocorridos nas principais regiões produtores do país. Com relação ao mix de produção está previsto que 46,2% da produção serão destinados para a produção de açúcar e 53,8% para a produção de etanol. Para a safra 2011/2012 no estado do Paraná está previsto um aumento de mais 8% na produção com relação à safra anterior, no entanto, não há estimativa de aumento de área. Além disso, o mix de produção de estado está mais voltado para a produção de açúcar, estima-se um aumento de 13% no volume com relação ao ano passado. Já para a região Nordeste estima-se um aumento de quase 4% no volume de moagem de cana e de 2% na área cultivada. Além disso, a produção de açúcar na região deverá aumentar em torno de 9%, enquanto a de etanol, reduzirá em torno de 1,4% com relação a safra anterior. Os preços de açúcar no mercado interno apresentaram pequena queda em relação à semana anterior. O açúcar cristal está cotado, em média, a R$ 73,00 a saca de 50kg. No que se refere aos preços de etanol, estes se mantém em alta, em função da escassez do produto e da forte demanda. Com relação ao mercado internacional os preços de açúcar continuam em alta, assim como os de etanol. A Índia nessa nova safra deverá produzir em torno de 25,7 milhões de toneladas de açúcar, mesmo com os estoques do país muito baixo, acredita-se que este deve participar do mercado também como exportador, pois a escassez de oferta estimula as exportações. Vale destacar, que a Índia apresenta forte influencia na formação dos preços internacionais dessa commodity, portanto, os agentes permanecem atentos com relação às medidas comerciais que o país irá tomar nesse ano.