Mercado Internacional
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- Benedito Tuschinski Gil
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1 Nº 78 janeiro 2017 RELATÓRIO MENSAL Mercado Internacional PREOCUPAÇÃO COM AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS ADVERSAS MANTÉM OS DO TRIGO E DO MILHO EM ALTA CEREAIS E OLEAGINOSAS Com os sub-índices dos cereais e soja em alta, o Índice de Preços da Internacional Grains Council para os cereais e oleaginosas (IGC GOI 0 ) foi superior em 4% em janeiro, face ao valor anterior (novembro). As atividades comerciais foram condicionadas por vários fatores, com destaque para a preocupação com o impacto da adversidade climática nos maiores exportadores de trigo, milho e soja. Os preços médios dos três principais cereais (trigo, milho e arroz) mantiveram a tendência mista verificada no final de Enquanto o preço do arroz apresenta em janeiro pouca alteração em relação ao mês anterior (-0.2%), o preço médio do trigo e do milho regista no período um aumento de 5.0% e 1.4%, respetivamente. O mercado mundial do trigo em janeiro foi muito influenciado pela preocupação com o impacto do clima frio e seco em algumas regiões da América do norte e Europa, acrescido da confirmação de redução da área de plantio das culturas de inverno nos Estados Unidos. Com ganhos nos principais mercados exportadores, o preço médio do milho registou sucessivos aumentos em janeiro. Nos Estados Unidos, a subida de preços foi provocada pela sólida procura, acrescido dos movimentos nos mercados vizinhos. Na Argentina, a preocupação com o excesso de chuvas pesou sobre os preços. No Brasil, estes foram condicionados pela oferta limitada no mercado interno. AÇÚCAR O preço médio do açúcar continua em alta, registando em janeiro um aumento de 6.7%, comparado ao médio do mês anterior. As atividades comerciais continuam a ser condicionadas pela redução da oferta desta commodity no mercado mundial na safra em curso (2016/17). Face aos sinais de melhoria da procura por importação, no meio de escassez da oferta nos grandes exportadores, o índice de preços do arroz aumentou em janeiro, comparado ao registado em novembro. No Vietname, grande exportador da Ásia, a subida de preços não foi mais acentuada, devido à redução da procura pelos tradicionais importadores do arroz desta origem. ARFA C. P. 296 A, Praia Tel: (+238) / Fax: (238) arfa@arfa.gov.cv 1
2 Nº Setembro janeiro TRIGO O preço médio de exportação do trigo apresentou em janeiro um aumento de 5.0%, em relação ao médio do mês anterior France Grade 1 Wheat - Rouen US HRW Wheat - Gulf Média Trigo A nível de variedades, verifica-se em janeiro aumento em todas as variedades: sendo 7.4% para o trigo Hard Red Winter (HRW), 5.5% para o da argentina, 4.0% para o francês, e 3.9% para o trigo alemão e Soft Red Winter (SRW). Trigo: Evolução e dos preços Trigo: Evolução de preços - Variedades Germany Grade B Wheat - Hamburg US SRW Wheat - Gulf OBS: Média Trigo: Argentina-Up River, Alemanha- Hamburg, Françe Grade 1-Rouen, US HRW e SRW-Gulf Em relação ao mês homólogo de 2016, o preço médio do trigo em janeiro corresponde a uma redução de 3.1%. /ReguladorARFA TRIGO 2013/ / /16 24 nov jan.17 Produção Consumo Comércio Stock Prevista em 752 MT, a produção mundial regista recorde, pelo 4º ano consecutivo, com o grande aumento nos rendimentos a equilibrar a redução da área de plantio. A revisão de 3 MT em janeiro reflete, em parte, o aumento da estimativa da União Europeia, países da Comunidade dos Estados Independentes e Canadá. O consumo mundial foi elevado para 738 MT, excedendo em 3% o recorde do ano 2015/16. Isto inclui um ligeiro aumento no consumo para alimentação humana (+1%) e uma subida de 5% nos setores forrageiro e industrial. O comércio mundial também será histórico (168 MT), sustentado, principalmente, pelas importações da Ásia e América do Sul. A revisão em alta em janeiro se deve à atualização das previsões do Brasil, Índia e Vietname. Com o aumento da estimativa da produção em janeiro absorvido pelo consumo, o stock mundial manteve a mesma previsão de novembro (235 MT), cerca de 6% acima de 2015/16. Prevê-se que as reservas nos grandes exportadores deverá atingir maior pico dos últimos 7 anos. Dados preliminares Ano Agrícola 2017/18 Baseada nas atuais projeções e assumindo que os níveis de rendimentos manter-se-ão no mesmo ritmo, a produção mundial deverá contrair-se, pela 1ª vez em 5 anos, ficando a 735 MT. O consumo mundial poderá cair ligeiramente (737 MT), com a retração no setor forrageiro equilibrada por maior consumo para alimentação humana. Devido, em parte, à redução das importações no norte da África, Índia e Brasil, o comércio mundial deverá contrair-se em 4%. Com a queda das reservas nos maiores exportadores contrabalançada pelo aumento da China, o stock 2 mundial foi projetado em 234 MT. 2
3 Nº 78 janeiro 2017 MILHO Milho: Evolução e dos preços OBS: Média Milho: Argentina, USA e Brasil MILHO 2013/ / /16 24 nov jan.17 Produção Consumo Comércio Stock O preço médio do milho apresenta em janeiro um aumento de 1.4% face ao médio do mês anterior Milho: Evolução de preços - Variedades Mi lho Arge ntina Mi lho USA Mi lho Brasil Relativamente às variedades, verifica-se em janeiro uma subida de 4.0% e 0.6%, respetivamente para o milho americano e argentino. No Brasil, o preço do milho regista no período redução ligeira (-0.2%). A produção foi elevada em 3 MT em janeiro, espelhando principalmente a revisão em alta da China e Ucrânia. Prevista em MT, a produção mundial atinge um novo recorde em No meio de maior oferta e preço baixos, o consumo mundial aumentará em 6% em 2017, ascendendo pela primeira vez 1 bilhão de toneladas (1 028 MT). Prevê-se maior consumo nos setores forrageiro e industrial. Face à redução das importações pelos mercados europeus e alguns países da região sub-sahariana e pela China, devido à maior disponibilidade no mercado interno, prevê-se uma ligeira baixa no comércio mundial, 135 MT. Entretanto, prevê-se maior procura em outros países, incluindo do norte da África, Médio Oriente e América Latina. Com o crescimento da oferta maior que o consumo, o stock mundial deverá aumentar em 8%, atingindo novo recorde (225 MT). O nível das reservas nos maiores exportadores (Argentina, Brasil, Estados Unidos e Ucrânia) foi ligeiramente cortado, mas representando ainda maior registo das últimas 3 décadas. Relativamente ao período homólogo de 2016, o preço médio do mês de janeiro apresenta um aumento de 8.4%. 3
4 Nº 78 janeiro 2017 ARROZ O preço médio do arroz continua a oscilar num clima de relativa estabilidade, registando em janeiro uma queda de apenas 0.2% Em termos de variedades, regista-se em janeiro a seguinte variação, em relação ao mês anterior: -1.3% para o arroz USA Nº 2,4%, +0.4% para o Thai 100% Grade B e +0.4% para o arroz Viet 5% broken. Arroz: Evolução e dos preços Arroz: Evolução de preços - Variedades Arroz Thai 100 % Arroz Viet 5 % Arroz US Nº 2, 4% OBS: Média Arroz: Thai 100%, Viet 5% e USA Nº 2, 4% ARROZ 2013/ / /17 Proj. 2015/16 Prev. 24 nov jan.17 Produção Consumo Comércio Stock Após um ano de menor colheita nos principais produtores asiáticos, devido às mudanças climáticas, para o ano 2016/17 as previsões foram melhoradas. Com base na expansão da área de plantio, melhoria do clima e dos rendimentos, os dados apontam para uma produção mundial de 482 MT, 10 MT acima de 2015/16 e maior nível até então registado. O consumo mundial também será recorde (482 MT) impulsionado pelo crescimento da população na África e Ásia. O aumento do consumo per capita também se justifica pelo aumento da oferta e preços atrativos. Com vários países, inclusive os da Ásia e África Subsaariana, a aproveitar os preços baixos para aumentar as suas reservas, o comércio mundial aumentará em 2017 (+5%). Entretanto, previsto em 41 MT, este se situa ligeiramente abaixo dos anos anteriores, devido às políticas de restrição às importações e desvalorização das moedas nos principais importadores. O stock mundial deverá manter-se ao nível do ano passado (118 MT), com a expansão da reserva da China a equilibrar a redução do stock nos maiores exportadores. Na Índia e Tailândia, a queda do stock tem sido provocada pela libertação das reservas estatais pelos respetivos governos, sendo na Índia através da distribuição e na Tailândia mediante leilões. Face ao mês homólogo de 2016, o preço médio de janeiro apresenta uma redução de 7.8%. /ReguladorARFA 4
5 Nº 78 janeiro 2017 SOJA O mercado global em janeiro foi influenciado pela preocupação com a adversidade climática na América do Sul, com destaque para a Argentina, onde as fortes chuvas e inundações provocaram perdas nas culturas. A previsão de queda da oferta deste país, que é o maior exportador mundial dos derivados de soja, poderá vir a contribuir para a subida do preço mundial desta commodity. Em janeiro, preço médio de soja registou um ligeiro aumento (+0.8%) em relação ao médio de dezembro, sendo +1.2% para a soja brasileira e +0.7% para a de origem argentina e +0.3% para a soja americana. SOJA 2013/ / /16 24.nov jan.17 Produção Consumo Comércio Stock Com a baixa na previsão de colheita nos Estados Unidos e Argentina, parcialmente equilibrada pela revisão em alta em outros países, a produção global de soja foi cortada em apenas 2 MT em janeiro, ficando ainda 18 MT acima do ano 2015/16 e representando maior valor alcançado (334 MT). Com a oferta total reduzida, devido ao aumento de consumo global (+4%), o stock mundial foi cortado em 3 MT, face à previsão anterior. Entretanto, previsto em 35 MT na safra, este se situa a um nível ligeiramente acima do ano anterior, com o aumento das reservas nos Estados Unidos (um dos maiores exportadores mundiais) a compensar a baixa em outros países. A subida no consumo mundial tem sido sustentada por maior procura por derivados de soja, tanto para alimentação humana, como no setor forrageiro e na aquacultura. Impulsionado por maiores embarques para os mercados asiáticos, principalmente China, o comércio mundial continua previsto em 137 MT, excedendo em 2% o ano 2015/16 e nível mais alto alcançado. AÇÚCAR O mercado mundial do açúcar continua muito influenciado pela redução contínua da disponibilidade desta commodity, com as atenções centradas no mercado indiano, maior consumidor do açúcar e 2º maior produtor mundial. Neste país, devido a uma queda de 7% na produção e preço alto no mercado interno, foi levantada a probabilidade de possível importação. Entretanto, o Governo indiano avança que não pretende, a curto prazo, reduzir os direitos de importação. Adicionalmente, alguns analistas apontam que a queda no Maharashtra e Karnataka, maiores Estados produtores da Índia, poderá ser compensada por uma maior colheita no Estado de Uttar Pradesh Açúcar refinado/cristal Evolução e dos preços O preço médio do açúcar regista em janeiro um aumento de 6.7% em relação ao médio do mês anterior. Comparado ao mês homólogo de 2016, o preço médio de janeiro representa um aumento de 28.1%. Relatório do Mercado Internacional - RMMI - é uma publicação editada pela ARFA - Agência de Regulação e Supervisão dos Produtos Farmacêuticos e Alimentares, entidade que tem por atribuição o seguimento do mercado dos Produtos Alimentares de Primeira Necessidade (PAPN). Trata-se de um Relatório editado desde janeiro de 2010, com divulgação restrita até junho de 2012 e fornece informações sobre o comportamento do Mercado Internacional dos cereais, oleaginosas e açúcar, tendo como fontes sites especializados acedidos por assinatura. 5
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