Palavras-chave: Ressocialização. Sistema Prisional. Políticas Públicas. Negligência. Penas.

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1 A RESSOCIALIZAÇÃO COMO FINALIDADE DA PENA THE REHABILITATION PURPOSE AS A FEATHER Fernanda de Oliveira Soares Aluna do Curso de Direito, Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no âmbito das atividades de TCC do curso de Bacharelado em Direito das Faculdades Integradas ICESP/PROMOVE de Brasília Resumo: O presente trabalho tem como escopo a discussão da ressocialização do preso no Brasil, visando demonstrar que a realidade atual dos presídios brasileiros está longe de alcançar o objetivo ressocializador que tem a pena, visto que é divergente aos princípios e vedações da nossa constituição. Para tanto, apresento uma breve contextualização entre o dever legal de ressocializar que o Estado tem, e sua desídia na aplicação de políticas públicas nacionais que garantam a efetividade das medidas previstas em lei para ressocialização e reintegração do apenado, dando ênfase aos problemas que dificultam a reinserção desses ao convívio social devido ao estigma de recriminação existente na sociedade e fatores sociais que dificultam sua reinserção na sociedade. O método de abordagem adotado foi o de indução, através de análise bibliográfica, sendo o universo de pesquisa a apreciação de legislações específicas referentes á ressocialização e reintegração dos presos do sistema penitenciário brasileiro. O intuito do presente trabalho é evidenciar as falhas do processo de execução penal no Brasil, a ressocialização do preso é fenômeno que não ocorre, embora seja o Estado responsável pela criação de leis, sua aplicabilidade e fiscalização, há uma inegável discrepância entre nossa realidade prisional e o que é preconizado em nossa legislação. Palavras-chave: Ressocialização. Sistema Prisional. Políticas Públicas. Negligência. Penas. Abstract: This work has the objective to discuss the rehabilitation of the prisoner in Brazil, aiming to demonstrate that the current reality of Brazilian prisons are far from achieving the goal that has resocializing off, as it is divergent to the principles and prohibitions of our constitution. To this end, I present a brief background of the legal duty to re-socialize the state has, and his negligence in the implementation of national public policies that guarantee the effectiveness of the measures provided by law for rehabilitation and reintegration of the convict, emphasizing the problems that hinder the reintegration of those to social life because of the reproach of existing stigma in society and social factors that hinder their reintegration into society. The adopted approach was the method of induction, through literature review, and the universe of research to examine specific legislation regarding rehabilitation and reintegration will of the prisoners of the Brazilian penitentiary system. The present project aim is to highlight the failings of the criminal enforcement process in Brazil, the rehabilitation of the prisoner is a phenomenon that does not occur, although it is the state responsible for creating laws, its applicability and inspection, there is an undeniable gap between our prison reality and what is called for in our legislation. Keywords: Resocialization. Penitentiary System. Public Policy. Negligence. Feathers. Sumário: Introdução. 1. Ressocialização como finalidade da pena. 2. O dever de ressocializar do Estado. 3. Precariedade do Sistema Prisional. 4. O problema da ressocialização e da reintegração do apenado. Considerações finais. Referencial bibliográfico.

2 Introdução O presente trabalho tem como escopo a discussão da ressocialização do preso no Brasil, e suas consequências para a sociedade, isto porque, apesar de ser um tema diariamente abordado pela mídia, não tem de grande aceitação pela sociedade apesar de ser de relevante valor social, pois, ao se falar em ressocialização do preso, imediatamente, ligamos esse fato a ideia de humanização, defesa dos direitos dos presos, implementação de políticas públicas que ofereçam melhores condições de vida aos detentos, bem como investimentos no atual Sistema Penitenciário, que atualmente, encontra-se falido. Para abordagem do tema de ressocialização, é necessário que se busque elementos que possibilitem a efetividade das medidas previstas em lei, da atual situação das penitenciárias do país, da violência cada dia mais agravante, bem como os princípios que regem nossa Constituição. Trata-se de assunto extremamente polêmico, por abarcar valores sociais, morais e econômicos. Boa parte da sociedade, já tem discursos, opiniões e frases formadas para rebater a implementação da ressocialização do preso, alegando que acarretaria custos altíssimos para o Estado, além de ser utópica e de aplicação inviável, nossa sociedade ainda não está preparada para tratar o assunto como real necessidade, apesar de reconhecer que os presídios do país encontram-se em situação degradante. A questão da ressocialização no sistema penitenciário brasileiro torna-se amplamente discutido na doutrina, jurisprudência e nas academias, possuindo também vários artigos sobre a questão. Contudo, é um tema que quando estudado, geralmente levanta duas ideologias contrárias. A primeira, na maior parte das vezes, na defesa dos princípios Constitucionais de que todos são iguais e que ninguém poderia viver em condições subumanas, como ocorre em nosso Sistema Penitenciário, conceito esse diretamente ligado aos Direitos Humanos. A segunda corrente reflete críticas, quanto aos custos do Estado, na impossibilidade de ressocializar um deliquente, e ainda, daqueles que acham que quem cometeu crime tem que ficar preso, sofrer para pagar pelo que cometeu e ponto. A pena restritiva de liberdade além de visar à retribuição da conduta ilícita praticada, busca também à ressocialização do preso para que este possa ser reintegrado à 2

3 sociedade. Contudo, o que se verifica na prática é que as prisões não ressocializam, pelo contrário, acarretam sobre a pessoa do encarcerado inúmeros efeitos negativos, os quais contribuem para permanência deste na criminalidade. Os presos, em geral, saem da prisão piores do que entraram, e inseridos novamente na sociedade, voltam a delinquir, cria-se assim, um circulo vicioso do crime. É certo que a punição deve ocorrer de maneira equilibrada e eficaz, tendo como objetivo principal que o indivíduo seja punido pelo delito que praticou, entretanto não deve ir de encontro aos princípios que regem a Constituição Federal. Dessa forma, observa-se a necessidade efetiva de ressocialização dos presos, pois, todo aquele condenado a cumprir pena, é respaldado pela lei de que o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos, da mesma forma, é vedado pela Constituição Federal as penas de morte e de caráter perpetuo, ou seja, todo individuo após cumprir pena, estando ressocializado ou não, voltará ao convívio da sociedade. Dessa forma, pode observar a necessidade de se implementar um modelo de aplicação da pena que propicie ao preso condições e meios essenciais para sua reintegração efetiva à sociedade, evitando, ao mesmo tempo, a reincidência é um de um dever essencial do Estado. A falência do sistema prisional brasileiro tem contribuído para o surgimento de várias sociedades paralelas dentro das prisões. A atuação destas organizações criminosas dentro das prisões brasileiras traz graves consequências à sociedade, pois esta sofre com o aumento da criminalidade. Convém destacar que, apesar das falhas existentes no atual sistema penitenciário brasileiro, a progressão de regime é um importante mecanismo para a ressocialização do apenado. No entanto, é imprescindível que o sistema carcerário seja urgentemente reformado, pois a ressocialização (recuperação) do apenado só será possível com a implementação de um sistema prisional racional e humano, que visa corrigir e não castigar. Muito se descrê nessa tentativa de preparar o preso para o retorno à liberdade, pois, sem dúvida, a maioria dos presídios brasileiros não proporciona ao condenado devido a vários fatores negativos presentes no ambiente carcerário essa volta normal e harmônica à sociedade. Questiona-se se o atual sistema penitenciário brasileiro cumpre o papel de recuperar o apenado para a volta ao convívio social. 3

4 1. A ressocialização como finalidade da pena A liberdade é uma característica natural do ser humano, o homem não nasceu para ficar preso. Contudo o crime, como violação de uma norma social, é um fato que existe desde os primórdios da humanidade e nunca será extinto. Para que se possa conviver harmoniosamente em sociedade, é necessária a criação de regras básicas de comportamento adequadas para cada sociedade, e por isso, todo grupo social, sempre possuiu regras de conduta, que importavam na punição daquele que havia praticado fatos contrários a seus interesses, e dessa forma foram surgindo normas de punição para garantia da sobrevivência. O Direito Penal tem por objetivo regular as relações sociais em seus aspectos mais relevantes para garantia da ordem jurídica no Estado Democrático. Vislumbrando a proteção de bens jurídico-penais ligando o ser humano a sociedade como um todo com intuito de garantir a liberdade de todos os indivíduos, portanto, seleciona comportamentos mais ofensivos à coletividade, definindo os delitos e impondo-lhes punições, além de estabelecer normas gerais necessárias à estrutura da sociedade resguardando as condições elementares para a convivência social, agindo na da tutela dos direitos, da liberdade e da segurança dos cidadãos. Modernamente, o jus puniendi pertence ao Estado e este tem por obrigação executar a pena de acordo com os princípios constitucionais e, principalmente, dar à punição o caráter adotado pelo ordenamento jurídico. Muito se discute sobre que fins o Estado pode e deve perseguir por meio da pena, pois envolve a legitimação e os limites do poder estatal. A Constituição Federal logo em seu Art. 1º, III, tem como principio fundamental a dignidade da pessoa humana, no âmbito da aplicação das penas, a dignidade da pessoa humana reforça a ideia de que por mais que o individuo tenha cometido um delito, isso não retira dele a qualidade de ser humano, o merecimento de receber um tratamento condigno com a condição humana. Dessa forma, a própria Constituição visando à garantia do respeito à dignidade da pessoa humana, prevê ainda que seja assegurado ao preso o respeito à sua integridade física e moral, bem como que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, estabelecendo a separação de presos de acordo com a gravidade do crime, a idade e o sexo. 4

5 Os direitos fundamentais encontram-se disseminados por toda a Constituição, porém, por razões lógicas, alguns direitos daqueles que cumprem pena são temporariamente suspensos, devido à própria finalidade da pena. Entretanto, direitos essências do apenado também estão presentes em documentos internacionais admitidos pelo ordenamento jurídico, como prevê a Convenção Americana de Direitos Humanos: Artigo 5. Direito à integridade pessoal 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral. 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano. 3. A pena não pode passar da pessoa do delinqüente. 4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não condenadas. 5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento. 6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos condenados. O Código Penal brasileiro adota a teoria mista das penas (caráter preventivo e punitivo) e o artigo 59 do Código Penal demonstra isso de forma clara: O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Apesar de adotar a teoria mista das penas, o cenário jurídico-carcerário do país indica claramente a falta de preocupação com a questão da reintegração dos presos a 5

6 sociedade. A instituição da pena de privação a liberdade do preso, prevista em lei, é a maneira pelo qual o preso é punido pelo ato cometido com o objetivo de preparar o preso para o convívio com a sociedade. Há três correntes doutrinárias, que nos explicam o objetivo de punir e os fins da sanção, são elas: as absolutistas, as relativas ou utilitárias e as mistas. As absolutistas baseiam-se na exigência de justiça. Tal teoria toma por base o dever do Estado em punir para manter o equilíbrio e a ordem social diante de um ato atentatório causado por um indivíduo, negam os fins propostos da pena e defendem a aplicação de um mal justo ao mal do crime. A teoria relativa teoriza a prevenção dos delitos como um meio de evitar que o Estado tenha de reprimir os atos praticados novamente, ou seja, visa a não reincidência do delito por meio de uma ação do Estado no sentido de impor uma sanção, que continua sendo necessária, mas, com a finalidade de evitar que o condenado volte a delinquir, e as teorias mistas, também agregam a prevenção e reeducação do delinquente, sustentam o caráter de retribuição da pena. No âmbito do ordenamento jurídico pátrio, a teoria mista resta refletida não somente no Código Penal, mas também, em nossa Carta Magna, que determina que não haja aplicação por parte do Estado de penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou que sejam cruéis, e, no mesmo sentido a Lei de Execuções Penal, que consagra em seu artigo 1º que, a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. A Execução Penal deve promover a integração social do condenado ou do internado, já que adota a teoria mista ou eclética, segundo a qual a sanção penal judicialmente imposta busca a aplicação da de pena de caráter retributivo, sem descuidar da imprescindível socialização ou ressocialização, com vistas à reinserção social do condenado. Objetiva-se, por meio da execução, punir e humanizar MARCÃO (2005, p.1). Ao analisarmos a ressocialização do apenado, entende-se que é função do Estado aplicar medidas políticas sócio-educativas com o intuito de melhorar a condição social do indivíduo destinado ao cumprimento da pena. As penas de prisão devem determinar nova finalidade, não adianta somente castigar o individuo, mas sim dar aos encarcerados, condições para que eles possam ser reintegrados à sociedade de 6

7 maneira efetiva. Contudo, a realidade da execução de pena brasileira não permite que se atinja o caráter de ressocialização da pena, estrutura punitiva tem, mas a finalidade da pena fica somente na punição, não atingindo os objetivos de ressocialização ou reinserção social. Tal crise é exposta por BITENCOURT (2004, p. 104) que afirma que: Atualmente predomina uma atitude pessimista, que já não tem muitas esperanças sobre os resultados que se possa conseguir com a prisão tradicional. A crítica tem sido tão persistente que se pode afirmar, sem exagero, que a prisão está em crise. Essa crise abrange também o objetivo ressocializador da pena privativa de liberdade, visto que grande parte das críticas e questionamento que se fazem à prisão refere-se à impossibilidade absoluta ou relativa de obter algum efeito positivo sobre o apenado. Ao prender qualquer indivíduo o Estado não visa suprimir a sua liberdade, mas garantir a liberdade e segurança da coletividade. Assim, as penas devem ser vistas como um dos instrumentos que Estado detém para reeducar os criminosos. Entretanto, a atual realidade carcerária permite observar ser a prisão, geralmente, uma espécie de escola do crime, que fabrica novos criminosos ou afunda-os ainda mais na criminalidade. Reprimindo o criminoso, o Estado promove a prevenção geral positiva (demonstra a eficiência do direito penal, sua existência, legitimidade e validade) e geral negativa (intimida a quem pensa em delinquir, mas deixa de fazê-lo para não enfrentar as conseqüências). Quanto ao sentenciado, objetiva-se a prevenção individual positiva (reeducação e ressocialização, na medida do possível e da sua aceitação), bem como a prevenção individual negativa (recolhe-se, quando for o caso, o delinquente ao cárcere para que não torne a ferir outras vitimas) (Nucci, 2005, p. 920). É difícil reconhecer que a pena de prisão passa por uma grande crise no Brasil, sem condições de oferecer qualidade, oportunidade e, muito menos, a recuperação do apenado. Ao contrário, constitui face violenta e opressiva, servindo apenas para reforçar valores negativos dos condenados, já que os presídios são tidos como um dos maiores redutos de violência e violação dos direitos humanos que se possa imaginar, tratando-se de uma realidade penitenciária arcaica. São inúmeros os problemas encontrados nos estabelecimentos prisionais, tais como: ausência de respeito aos presos; a superpopulação carcerária, que contribui para situação degradante das prisões brasileiras; ausência de atividades laborativas dentro 7

8 dos presídios, gerando o ócio improdutivo dos detentos; elevados índices de consumo de drogas, o que ocorre muitas vezes em função da corrupção de alguns funcionários que permitem a entrada de drogas e outros objetos proibidos em troca de dinheiro; ocorrência de reiterados abusos sexuais, prática absurda, mas que é comum dentro dos presídios. Todas essas circunstancias revelam a problemática existente dentro dos presídios, o que revela a extrema dificuldade em se obter a reabilitação do condenado em face da situação ao qual é submetido. A Lei nº 7.210/1984, a Lei de Execução Penal é considerada evoluída mundialmente, no que se refere a uma efetiva execução, tem o desejo ressocializador da pena privativa de liberdade, contudo, o Estado não tem conseguido acompanhar o sistema conforme os parâmetros legais. Sobre a eficácia da LEP, Mirabete (2007, p. 29), assim leciona: Embora se reconheça que os mandamentos da Lei de Execução Penal sejam louváveis e acompanhem o desenvolvimento dos estudos a respeito da matéria, estão eles distanciados e separados por um grande abismo da realidade nacional, o que a tem transformado, em muitos aspectos, em letra morta pelo descumprimento e total desconsideração dos governantes quando não pela ausência dos recursos materiais e humanos necessário a sua efetiva implantação. Neste contexto, a Lei da Execução Penal, garante ao preso assistência material, a saúde, jurídica, educacional, social e religiosa, impondo ainda, o respeito à integridade física e moral desde os presos condenados aos provisórios. É notório que o objetivo da pena imposta a um delinquente prevê a prevenção e a ressocialização, todavia, a realidade carcerária brasileira, e a falta de implementação de políticas publicas para tratar do assunto, vem mostrando-se incompatível com esta finalidade. A formulação de políticas públicas esta intrinsecamente ligada à necessidade de promover o bem comum da sociedade por meio de leis, regulamentações, planos de governo e decisões do corpo político. Dessa forma, em uma visão geral, pode-se entender por política pública o conjunto de decisões e ações de um governo para solucionar problemas que em um dado momento os cidadãos e o próprio governo de uma comunidade política consideram prioritários ou de interesse público (CALDAS CRESTANA, 2005, p. 10). 8

9 2. O dever de ressocializar do Estado O princípio da humanidade está na base da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88), devendo ser aplicado, por extensão e logicamente, às disposições constitucionais relativas ao Direito Penal. Embora o princípio da dignidade da pessoa humana tenha sede constitucional, percebemos em muitas situações sua violação pelo próprio Estado. Dessa forma, aquele que deveria garantir esse princípio expresso acaba se transformando em seu maior infrator. Tal princípio reforça, dentro da matéria relacionada às sanções penais, que o condenado deve ser tratado, acima de tudo, como uma pessoa humana, digna de um tratamento sensível às suas necessidades mais básicas, sem deixar de receber, obviamente, a pena prevista para a infração cometida (LUISI, p. 46). A Constituição brasileira reconhece como fundamentos da república, direitos como saúde, educação, moradia, lazer, cultura, alimentação, enfim, direitos mínimos, básicos e necessários para o exercício de cidadania de cada individuo, propiciando assim, condições de vida com pelo menos o mínimo existencial. Contudo, por muitas vezes esses direitos são negligenciados pelo Estado, o maior exemplo disso, é a situação do sistema penitenciário brasileiro. Indivíduos condenados ao cumprimento de pena privativa de liberdade são afetados diariamente, em sua dignidade, enfrentando problemas como superlotação carcerária, espancamentos, ausência de programas de reabilitação, falta de cuidados médicos entre vários outros graves problemas. Partindo dos princípios norteadores da Carta Magna brasileira, o princípio da humanidade pode ser observado em diversos momentos, como prevê em seu art. 5º. O inciso III deste artigo, por exemplo, ao dispor que ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante, está claramente a par do respeito devido à pessoa humana. O inciso XLIX, por sua vez, estabelece que é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Já o inciso L assegura às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação. Enfim, percebe-se uma postura humanitária, adotadas constitucionalmente em relação às pessoas que se encontram condenadas. 9

10 A Lei de Execução Penal procura atender aos requisitos do que se entende como tratamento humano voltado às pessoas em restrição de liberdade sejam elas condenadas ou internadas, cumprindo penas ou medidas de segurança. E, ao relacionarmos a LEP com a Constituição Federal (CF), observamos que, uma das maiores expressões do princípio da dignidade da pessoa humana corresponde às vedações impostas pela CF/88 quanto a cinco espécies de penas. Segundo o inciso XLVII do já citado art. 5º, são proibidas as penas: (a) de morte; (b) de caráter perpétuo; (c) de trabalhos forçados; (d) de banimento; e (e) cruéis. No âmbito da CF/88, não há permissão para implantação da pena de morte, em única exceção nos períodos de guerras, da mesma forma que não há pena de caráter perpétuo, ou seja, ninguém ficará no cárcere eternamente. Dessa forma, justifica-se a densa necessidade de ressocialização como finalidade da pena, pois todo individuo apenado voltará para o convívio sem sociedade, estando pronto para tal ou não. Por maior que seja a pena aplicada, nenhuma condenação poderá exceder o período de 30 anos de cumprimento de pena. Portanto, a realidade prisional chega a ser contraditória, pois, de nada adianta o Estado proibir no papel, diversas espécies de penas consideradas desumanas (morte, prisão perpétua, trabalhos forçados, banimento, cruéis), adotando na prática, penitenciárias completamente dissociadas de todas aquelas qualidades mencionadas na LEP. Hodiernamente, convive-se e discutem-se as falhas do processo de execução penal no Brasil. A ressocialização do preso é um fenômeno que não tem ocorrido, e como se pode perceber, há um aumento significativo da reincidência e o crescimento da população carcerária aumenta a cada dia. Embora seja o Estado responsável pela criação de leis, sua aplicabilidade e fiscalização, há uma inegável discrepância entre nossa realidade prisional e o que é preconizado em nossa legislação. Conforme ensinamentos de Greco (2011, p. 14): O sistema prisional agoniza, sendo que a sociedade não se importa com isso, pois acredita que os apenados merecem esse sofrimento. Entretanto, esquecem que aquelas pessoas que estão sendo tratadas como seres irracionais, sairão um dia da prisão e voltarão ao convívio em sociedade. Diante disso, questiona-se até que ponto a sociedade ajuda na ressocialização do apenado? 10

11 É nítida a necessidade de uma reforma no Sistema Penitenciário Brasileiro, bem como a implementação de políticas públicas que viabilizem a reinserção dos presos na sociedade após aplicação de uma pena ressocializável, porque, estes, vão retornar sempre ao convívio coletivo. Portanto, não se trata apenas de tratar dos Direitos humanitários dos Presidiários, e sim de uma necessidade ao bem coletivo da sociedade. Nos moldes em que se encontra o sistema penitenciário brasileiro, entende-se que, a recuperação de detentos é difícil, porém possível, desde que tratada com muito trabalho e com a essencial responsabilidade que exige essa tarefa. O que se observa, atualmente, é o total abandono material e psicológico oferecido pelo Estado à população carcerária. Para que o detento possa reinserir-se no meio social, cumprindo assim uma das finalidades ditadas pela penalização privativa da liberdade, é necessário dar ao condenado condições apropriadas, através de cursos, palestras, trabalho digno, atendimento médico e psicológico, além de estabelecimentos condizentes com o ser humano (ALVINO, 2010, p. 36) O estabelecimento penal, conforme a sua natureza deverá contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva. No entanto, não tem trabalho e educação para todos os presos, conforme a Lei de Execução Penal LEP, em seu artigo 83. O local específico para o cumprimento da pena do condenado em regime fechado deve ser cela individual, contendo dormitório, aparelho sanitário e lavatório, com salubridade e área mínima de seis metros quadrados (arts. 87º e 88º, da LEP). No entanto, essas normas, no geral, não são cumpridas pelo Estado. Dessa forma, pelo cenário atual é fácil dizer que um presidiário sairá muito pior, pois apesar de contemplar medidas para ressocialização, a atual Lei de Execução Penal, não passa de uma utopia, visto que, não tem aplicabilidade, é inexequível e não atende ao Sistema Penitenciário que regulamenta. As regras do regime fechado são previstas não somente no Código Penal, mas também na Lei de Execução Penal. Deve o condenado, ao ingressar no estabelecimento penitenciário, ser submetido a exame criminológico de classificação para individualização da execução (arts. 5º e 6º, da Lei nº 7.210/84). Fica sujeito a trabalho durante o período diurno, preenchendo o tempo e cultivando positivas atividades laborativas, a permitir a reeducação e o (re)aprendizado de uma profissão, bem como está sujeito a isolamento no período noturno, evitando-se a permissividade e promiscuidade, típicas das celas abarrotadas de presos. Vedam-se, com isso, inclusive, as 11

12 associações indevidas e as conversações a respeito da prática de crimes (NUCCI, 2007, p. 270) O trabalho será exercido conforme as aptidões do sentenciado, em atividades comuns, admitindo-se excepcionalmente, o trabalho externo, desde que em serviços e obras públicas, sob vigilância. Em caráter eventual, pode-se admitir o trabalho em entidades privadas, com o consentimento expresso do preso (art. 36, 3º, da Lei de Execução Penal). Contudo, é quase insignificante a participação de empresas públicas, fundações ou iniciativas privadas em convênio, empregando condenados ou adquirindo produtos do trabalho prisional, o que tornaria mais eficiente a ressocialização. A sociedade, deve entender que tratar os presos com dignidade, respeito, humanidade, assim como possibilitar que eles tenham condições favoráveis de melhorarem, não é privilegiar o mau feito, mas sim, e indiretamente beneficiar e resguardar a própria população que no futuro não sofrerá com a reincidência, que é apontada para uma taxa de 70% entre os presidiários brasileiros, sem trabalho, sem qualificação e sem qualquer apoio, a maioria de ex- detentos voltam a delinquir. A mesma sociedade que hoje tece duras críticas às comissões de direitos humanos, que fazendo seu trabalho reivindicam melhores condições para os presos, diga-se, condições mínimas de dignidade, será a mesma sociedade que amanhã, depois de ser vítima de um reincidente, cobrará do Estado uma resposta, e exigirá do mesmo uma resposta por não haver ressocialização. Ao deixar de cumprir a lei, o Poder Executivo, não assegura ao preso a dignidade merecida como pessoa humana, deixando-o em situação deplorável, colocado em celas insalubres, superlotadas e sem condições mínimas de higiene, está arranhando preceito constitucional, que prevê o respeito à integridade física e moral do preso (art. 5º, XLIX, CF), além do que é nitidamente cruel essa forma de reprimenda (art. 5º, XLVII, alínea e, CF). Tratar da ressocialização num país como o nosso, mas, atentado para o cenário atual, já se é possível verificar que a conta já começou a ser cobrada, e ela se tornará muito maior se nada for feito. A esperança de ressocialização não pode estar sedimentada no afastamento do indivíduo do seio da convivência social. Especialmente, em se tratando do mundo globalizado onde as mudanças são mais 12

13 velozes e fazem com que os condenados fiquem desatualizados no exercício de suas profissões, quando possuem qualificação, dessa forma, o aprendizado do crime é facilitado. 3. Precariedade do sistema prisional Enquanto forem indispensáveis as penas privativas de liberdade, realidade inconteste atualmente deve-se buscar ao menos, garantir condições dignas de sobrevivência no cárcere, proporcionando ao detento, manter seu status de pessoa humana, o que não ocorrerá se o principio da humanidade ficar apenas na letra fria do papel das leis e da própria Constituição. O Estado brasileiro investe-se do perfil de protetor dos direitos humanos, ao menos porque apregoa no texto constitucional (art. 5º, XLVII) a vedação de penas consideradas cruéis em sentido lato. Entretanto, o investimento necessário para garantir o cárcere humanizado caminha sempre a passos lentos, enquanto parte da doutrina penal, olvidando a própria realidade, verbera a pena privativa de liberdade, acoimando-a de falida e ultrapassada. (NUCCI, 2007, p. 42). Sistema Prisional Brasileiro é tema alvo de grandes discussões na sociedade devido à crise que enfrenta atualmente. A Lei de Execução Penal Brasileira (Lei nº de 11 de julho de 1984), mesmo sendo uma das mais completas existentes no mundo, não é colocada em prática no país. O sistema carcerário nunca foi uma das pautas de preocupações administrativas do governo, dados e relatórios desatualizados, não se sabe precisamente índices de criminalidade, prisões e menos ainda a ressocialização de egressos. O tema só é lembrado e geralmente nada mais que citado quando ocorrem situações de crises agudas, ou seja, quando ocorre uma rebelião, quando movimentos não governamentais trazem à tona toda a problemática dos presídios, enfim, não é o uma prioridade do Estado a manutenção dos Sistemas carcerários para que cumpram a finalidade de sua construção. Levantamento realizado pelo Instituto Avante Brasil, com dados disponibilizados pelo InfoPen 1, mostra que o crescimento da população carcerária nos últimos 23 anos ( ) chegou a 507% (de 90 mil presos passamos para ). A população brasileira (nos anos indicados) cresceu 36%. Apesar de tantas prisões, nenhum crime diminuiu nesse longo período no Brasil (o que constitui uma prova de que a estratégia não está surtindo o efeito esperado). 1 (Gomes, Luís Flávio. colapso do sistema penitenciário: tragédias anunciadas. Instituto Avante Brasil Disponível em: < 13

14 O Brasil era considerado a quarta maior população carcerária do mundo (anexo 04), com mais de meio milhão de pessoas presas, contudo, em junho de 2014, foi feito pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e pelo Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ um levantamento inédito ao incluir nesta estatística as pessoas em prisão domiciliar. Os dados apresentados revelam que a população carcerária brasileira é de presos, o que coloca o Brasil na terceira posição mundial de maior população de presos (anexo 05). Sem falar no déficit de 354 mil vagas no sistema carcerário levando-se conta os mandados de prisão em aberto totalizando a população carcerária saltaria para mais 1 milhão de pessoas 2. Embora se diga que as existam complexos penitenciários brasileiros de segurança máxima, diariamente, ouve-se noticias de que presos de dentro do presídio comandam grupos criminosos fora da cadeia e ordenam assassinatos, roubos a bancos, tráfico e rebeliões. Relatório divulgado pela Anistia Internacional em fevereiro de 2015 coloca o Brasil no topo dos países mais violentos do mundo 3. São pelo menos 130 homicídios por dia. O relatório aponta que a sensação de impunidade é um incentivador, já que 85% dos homicídios não são solucionados no Brasil, e cita como os principais fatores para a crise no Brasil a violência policial, registros de tortura e a falência do sistema prisional. A reincidência e as condições desumanas das unidades prisionais são também fatores preocupantes. Segundo a Anistia, sete em cada 10 presos voltam a praticar crimes. A precariedade do sistema carcerário brasileiro é evidenciada por diversos problemas, começando pela superlotação é comum serem alocados até 30 detentos em celas com capacidade para apenas 08 dessa forma, é inevitável que vivam em condições precárias de higiene, dando margem a propagação doenças em série, o despreparo dos funcionários, que em sua maioria não são bem treinados, mal equipados e não passam por nenhum tipo de reciclagem, isso sem citar a corrupção. A violência é, sobretudo, um dos grandes desafios dos gestores do setor. 2 (CNJ. Cidadania nos presídios Disponível em: < 3 (CNJ, Mutirões Carcerários. Cidadania nos Presídios: Conselho Nacional de Justiça Disponível em:< Acesso em: 07 dez. 2015). 14

15 Os relatórios dos mutirões carcerários do CNJ 4 são provas das condições indignas de sobrevivência nesses ambientes. Todos esses fatores resultam na ineficiência da execução do que é previsto em lei, começando pela inobservância à individualização na execução da pena, e uma série de outros fatores que apontam para a falência do sistema. O resultado de tudo isso é justamente a revolta e a profissionalização dos encarcerados na prática de novos delitos. Marcelo Teixeira, Promotor do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional, critica a conservação dos presídios do DF. Para ele, o sistema está à beira da falência 5. Entre os principais problemas listados por ele, estão o déficit de servidores e a superlotação de detentos. Isso resulta em fiscalização menor, ausência de banhos de sol em alguns períodos, falta de escolta para hospital, para consultas. Todo o atendimento ao preso fica prejudicado, afirma. Teixeira alerta para os cuidados com a superlotação das unidades, mas acredita que a solução não é amenizar ou relaxar o cumprimento das penas. A pena não é só para ressocializar, mas para que a pessoa pague pelo que fez e tenha o sentimento do erro que cometeu e a vítima ou a família dela tenha certeza da Justiça, ressalta Marcelo Teixeira. O Brasil nunca teve uma política prisional adequada. Não quero ter a pretensão de ter a solução do sistema prisional brasileiro. Temos muitos presos porque a quantidade de crimes é enorme. Então, temos que construir mais unidades prisionais. E estamos em constante interlocução com o governo para melhorarmos essa situação, afirma Marcelo Teixeira. A respeito das prisões brasileiras, Figueiredo Neto 6 elucida que: No Brasil as prisões podem ser consideradas como um dos piores lugares em que o ser humano pode viver. Elas estão abarrotadas, sem condições dignas de vida, e menos ainda de aprendizado para o apenado. Os detentos por essas condições se sentem muitas vezes desestimulados a se recuperarem e sem estima para a vida quando de sua volta à sociedade, dessa maneira quando a ela retornam continuam a praticar os diversos tipos de crimes. Com todas essas deficiências, a 4 (CNJ. Cidadania nos presídios Disponível em: < 5 TEIXEIRA Marcelo. Superlotação é grave no sistema prisional. Distrito Federal. CORREIO BRASILIENSE, Disponível em: < /superlotacao-e-graveno-sistema-prisional-do-distrito-federal.shtml>). 6 (FIGUEIREDO Neto. A Ressocialização do Preso., 2009 Disponível em: Âmbito Jurídico < 15

16 ausência de projetos de recuperação e a consciência de que a sociedade já o estigmatiza, soma-se ainda as condições falidas de muitos sistemas penitenciários tais como a superpopulação, uma alimentação muitas vezes inadequada, além de estarem expostos à falta de higiene e assistência sanitária, entre outras coisas. Sobrevivendo em condições desumanas, quem está dentro de um presídio, não tem outra alternativa senão sobreviver ao sistema e aprender a delinquir ainda mais. Educação, qualificação profissional e trabalho, são previstos na Lei de Execução Penal, contudo, a quantidade de vagas para esses são ínfimas em comparação a lotação dos presídios. Portanto, detentos vivem em condições degradantes e de forma ociosa, dando motivo para a realidade das prisões, uma escola do crime. O sistema penitenciário brasileiro diverge das previsões de penas previstas em lei, pois alem da privação de liberdade, a situação em que se encontra também se torna um castigo. Muitos políticos e parte da sociedade entendem que, investir em construção e manutenção dos presídios é tirar dinheiro de setores considerados essenciais, como educação, saúde, segurança etc. Contudo, é uma análise equivocada, o delinquente é condenado e preso por imposição da sociedade, ao passo que recuperá-lo é um imperativo de ordem moral, do qual ninguém deve se escusar. A sociedade só se sentirá segura e protegida quando o preso for recuperado, visto que, quando se tem um sistema prisional inadequado, continuaremos sendo vitimas dos crimes praticados, inclusive por aqueles que estão presos, afinal, diariamente, ouve-se noticias de que detentos de dentro dos presídios comandam grupos criminosos fora da cadeia. A prisão existe, primeiramente, para punir aquele que praticou ato criminoso, mas não devemos esquecer que, ela também, serve para ressocializar o preso e trazê-lo de volta ao convívio social. Não se pede que o condenado deixe de cumprir a pena a ele imposta, porém deve ter preservada sua dignidade como pessoa humana. Esse entendimento equivocado resulta também do alto índice de reincidência, girando em torno 70% dos egressos 7. Portanto, investir em presídios não é criar regalias para presos, a segurança publica precisa ser vista de forma mais holística, do que simplesmente pegar o preso e jogá-lo numa jaula. 7 IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Reincidência Criminal no Brasil : Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República Disponível em:< Acesso em: 07 dez

17 Há alguns anos, existia a Casa de Detenção de São Paulo, conhecida popularmente como Carandiru. Esse complexo penitenciário foi criado na década de 1920, e projeto para abrigar detentos. Considerado um presídio-modelo, tendo sido projetado para atender às novas exigências do Código Penal republicano de 1890, de acordo com as melhores recomendações do Direito Positivo da época, por aproximadamente 20 anos, procurou e até conseguiu com êxito cumprir com suas funções, sendo inclusive, considerado padrão de excelência, razão pela qual atraía a visita de políticos, estudantes de Direito, autoridades estrangeiras, como juristas estrangeiros, vinham ao Brasil para conhecê-lo. 8 De forma organizada, os detentos ficavam encarregados, de toda manutenção do presídio, desde a limpeza, passando pela cozinha, e até mesmo, prestavam serviços na clínica e no hospital da unidade, sem falar na lavoura, que supria parte da alimentação que ali era servida. Contudo, partir do ano de 1940, começaram a surgir os problemas no complexo do Carandiru, quando a penitenciaria começou a abrigar detentos alem de sua capacidade normal. A superlotação carcerária tornou-se um problema grave, que começou a corroer e a destruir toda uma estrutura que havia sido criada. Em 1956, uma nova tentativa de acomodar os presos foi levada a efeito com a construção de uma casa de Detenção que ficava ali localizada no completo penitenciário, aumentando sua capacidade para detentos. Contudo, o problema de superlotação carcerária não foi solucionado. Pelo contrario, acabou perdendo todo seu formato original e passou a ser considerado como um celeiro de presos, que eram amontoados como se fossem animais, chegando a abrigar cerca de detentos a mais que apenas sobreviviam em um ambiente fétido, promiscuo e agressivo, onde espancamentos, torturas e, até mesmo, brigas entre grupos rivais, principalmente dos últimos 30 anos, onde começaram a surgir às facções criminosas ligadas, geralmente, a criminosos de extorsão mediante seqüestro e tráfico de drogas. 8 EMC Espaço Memória Carandiru. Complexo Penitenciário Carandiru Disponível em: < 17

18 Já em 1992, durante uma suposta rebelião, foi necessário que a Policia Militar do Estado de São Paulo invadisse o complexo Carandiru. Pelo que foi noticiado pela mídia, houve grande resistência por parte dos detentos, que, mesmo dentro do presídio, portavam armas de fogo, facas, seringas com sangue contaminado pelo vírus HIV, pedaços de pau que serviam para agressões etc. 9 Ao que parece, inicialmente, a Polícia agiu em legitima defesa, para fazer cessar a agressão injusta contra eles praticada pelos detentos, mas a reação chegou a ser excessiva, a ponto de causar a morte de 111 detentos, conforme informações oficiais. Contudo, nas estatísticas dos próprios presos foram mortos pelo menos 250 detentos, tornando a ação policial conhecida nacional e internacionalmente como massacre do Carandiru. Já no ano de 2002 teve inicio o processo de desativação do complexo do Carandiru, de forma que os detentos foram transferidos e distribuídos para outras unidades prisionais. A partir de então, o Brasil, só vem encontrando formas de piorar seus índices de violência, superlotação e precariedade dentro dos presídios, evidenciando falência de seu sistema carcerário. Através do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas DMF, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicou um novo diagnostico de pessoas presas no Brasil 10 (anexos 01 e 02), que revela que hoje pessoas vivem atrás das grades no Brasil. Como o sistema carcerário só tem capacidade para presos, o déficit chega a vagas. Portanto, há no país 37% mais presos do que o sistema comporta. A falta de vagas fica mais abissal ao se considerar o número de presos que cumprem pena em casa, sendo estes, Contando com os presos domiciliares, são mais de 715 mil (anexo 03). Até hoje, não havia referência aos presos domiciliares, só a quem estava em unidade prisional. Apesar de alarmante, o número de presos poderia ser maior. Isso porque há no Brasil mandados de prisão aguardando cumprimento. São pessoas que deveriam estar presas, mas estão em liberdade porque as autoridades não as encontraram, ou sequer procuraram. 9 CALDEIRA Cesar. Caso do Carandiru: um estudo sócio-jurídico. Disponível em: 10 (CNJ. Novo diagnóstico de pessoas presas no Brasil. DMF Disponível em: < 18

19 Série histórica elaborada pelo DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional) mostra que a população de presos no Brasil cresce a cada ano 11. Em 2003, eram 308 mil. Em 2004, 336 mil. No ano seguinte, 361 mil. Depois, o número passou para 401 mil. Em 2007, eram 422 mil presos no Brasil. E em 2008, 451 mil. Antes de compilar seus próprios dados, o CNJ usava os números do DEPEN para planejar suas ações. A principal delas são os mutirões carcerários visitas feitas por juízes, membros do Ministério Público e advogados aos presídios para detectar eventuais irregularidades. O programa foi criado em 2008, pelo então presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, que também presidia o Supremo Tribunal Federal (STF). De agosto de 2008 a abril de 2014, os mutirões analisaram processos e concederam benefícios a presos como a liberdade, o direito ao trabalho externo e a progressão de regime. Tão somente pelos crescentes números nota-se que o Brasil adota a política de encarceramento vez que é mínimo o número de colônias agrícolas, industriais ou que proporcione uma atividade direta e diária ao preso. Essa realidade é fruto da política penal adotada pelo Brasil. Também não podemos esquecer que esse pensamento é um reflexo da nossa sociedade. Portanto, enquanto não encararmos o problema dos presidiários como um problema social, pois mesmos "fora" do convívio social eles fazem parte da sociedade, mesmo que atuem indiretamente. Ouso a dar uma sugestão, e para tanto me apoio na máxima bíblica: O Trabalho dignifica o homem. 12 É inadmissível manter quase meio milhão de pessoas sem fazer nada ou quase nada. Penso que uma vez preso esse deve exercer sua profissão, ter a oportunidade de aprimorá-la e se não tiver profissão deve aprender uma com a finalidade de contribuir no crescimento da sociedade (Que outrora foi ferida pelo próprio presidiário) e de lograr sua própria recuperação. Ainda, o presidiário deve passar por um real convencimento psicológico de que ser honesto e respeitar as leis valem à pena. A falta de políticas públicas e o descaso com as normas existentes fazem com que a ressocialização não aconteça. A Lei de Execução Penal brasileira é considerada 11 BRÍGIDO Carolina. CNJ aponta que faltam vagas em todas as unidades da federação. O globo. Brasília Disponível em:< 12 FÉLIX Artur. Presídios brasileiros. JusBrasil Disponível em: < 19

20 uma das mais modernas do mundo, mas é inexequível em muitos de seus dispositivos por falta de estrutura adequada ao cumprimento das penas privativas de liberdade e das medidas alternativas previstas em lei. São inúmeras as demonstrações de falência do sistema prisional, visto que os órgãos de comunicação diariamente noticiam problemas de superlotação atrelados a rebeliões, motins e fugas, que acabam por estampar de forma pública e notória a total ineficiência do Estado na recuperação e ressocialização do apenado. A pena não combate ou previne a criminalidade, ou seja, não fornece a segurança esperada pela sociedade. O condenado não é preparado para retornar ao convívio social, quando retorna a sociedade volta a delinquir, e até cometer atrocidades maiores, justificando assim o alto índice de reincidência. O Poder Público precisa tomar medidas urgentes na modernização da arquitetura penitenciária, a sua descentralização com a construção de novas cadeias pelos municípios, ampla assistência jurídica, melhoria de assistência médica, psicológica e social, ampliação dos projetos visando o trabalho do preso e a sua ocupação, separação entre presos primários e reincidentes, acompanhamento na sua reintegração à vida social, bem como oferecimento de garantias de seu retorno ao mercado de trabalho entre outras medidas. 4. O problema da ressocialização e da reintegração do apenado Há muito se vem discutindo os problemas inerentes ao processo de ressocialização do condenado. Como explica Molina, o modelo clássico de respostas ao delito acentua a pretensão punitiva do Estado, no justo e necessário castigo do delinquente, objetivo primário cuja satisfação, presumivelmente, produz um saudável efeito dissuasório e preventivo perante a comunidade (MOLINA, 2009, p. 986). Por outro lado, o paradigma ressocializador ressalta que o objetivo específico e prioritário do sistema é a efetiva reinserção do infrator ao convívio social. A reintegração do condenado à sociedade afronta vários obstáculos, os quais inviabilizam qualquer esforço institucional de recuperação do individuo infrator. Nesta luta é preciso contar não apenas com uma estrutura carcerária eficiente, capaz de proporcionar ao preso uma capacitação mínima de subsistência ao ser liberto, mas 20

21 também o apoio da sociedade, possibilitando a volta do preso à vida produtiva, aceitando-o em todos os setores da sociedade, sem preconceito em relação à vida pregressa. É certo que a ressocialização tem a idéia de humanização, consistindo num modelo onde seja proporcionado ao preso condições e meios essenciais para sua reintegração efetiva à sociedade, como também, a integração, no caso de indivíduos que já não se integravam a sociedade mesmo ainda estando em liberdade, evitando ao mesmo tempo, a reincidência. Seria a ressocialização possível? Haveria interesse, efetivamente, por parte do Estado em promover essa reinserção do egresso ao convívio em sociedade? A sociedade tem preparo para recebê-lo? São questões retóricas que merecem ser analisadas, uma vez que logrando êxito com a ressocialização daquele que praticou a infração penal, isso trará influencia direta sobre o sistema prisional, pois que o cidadão egresso ressocializado, ou socializado, que deixa de praticar novos crimes, torna-se um cidadão útil e responsável. Conforme analisa Molina (2009, p. 350), a meta ressocializadora prima pela neutralização dos efeitos nefastos adquiridos especialmente na execução da pena de prisão, de forma a não estigmatizar o preso. Sugere, para tanto, uma intervenção positiva neste com o fim de habilitá-lo para se integrar e participar, digna e ativamente, da sociedade, sem traumas e limitações. A sociedade parece não concordar, pelo menos a primeira vista, com a ressocialização do condenado. O estigma da condenação, carregado pelo egresso, o impede de retornar ao normal convívio em sociedade. É comum perceber isso quando surgem movimentos de reinserção social, onde algumas pessoas se mobilizam no sentindo de oferecer ajuda para egressos, a sociedade trabalhadora se rebela, sob o seguinte argumento: Se quem nunca praticou crime, já sofre com desemprego, por que justamente aquele praticou delito merece atenção especial? Através desse pensamento, criam-se argumentos como seria melhor praticar crimes, pois ao término do cumprimento da pena já teríamos lugar certo para trabalhar. 21

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