SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE O COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS, MEDICAMENTOS, VACINAS E HEMODERIVADOS NO BRASIL
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1 SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE O COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS, MEDICAMENTOS, VACINAS E HEMODERIVADOS NO BRASIL BNDES, 05 Maio 2003
2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES PARA A POLÍTICA NACIONAL DE INSUMOS ESTRATÉGICOS IMUNOBIOLÓGICOS ESTRATÉGICOS
3 IMUNOBIOLÓGICOS ESTRATÉGICOS Produtos de alto valor social (public goods), necessários ter à disposição de forma oportuna, em quantidade e qualidade, de tecnologia adequada, de tal forma a permitir a segurança epidemiológica, sanitária e a imunoproteção da população. KITS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Vacinas SOROS ANTI-OFIDÍCOS; ANTI-PEÇONHENTOS BIO-FÁRMACOS HEMODERIVADOS Mercado US$ 600 milhões POLÍTICA DE SAÚDE - SUS NECESSIDADE DE GARANTIA DE SUPRIMENTO DE GRANDES VOLUMES DE INSUMOS DE FORMA OPORTUNA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E SANITÁRIA - ESPECIFICIDADES EPIDEMIOLÓGICAS NECESSIDADE DE PRODUTOS DE PREÇO ACESSÍVEL ATENDIMENTO ÀS DOENÇAS ÓRFÃS E EMERGENTES CRESCENTE DEMANDA POR NOVOS PRODUTOS VACINAS E SOROS CONTRA BIOTERRORISMO
4 Reagentes para diagnóstico laboratorial de doenças importantes em Saúde Pública Fundamentais para vigilância epidemiológica e sanitária Os laboratórios privados não se interessam por desenvolver e produzir kits para diagnóstico laboratorial de importantes doenças de países em desenvolvimento; Doenças órfãs também não despertam interesse de laboratórios privados; Existe especificidade de antígenos segundo região geográfica; A vigilância epidemiológica e sanitária necessitam de reagentes específicos e especiais para dar resposta rápida à vigilância; Existência de capacidade científica e tecnológica para PO&I
5 REAGENTES PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Os laboratórios privados não se interessam por desenvolver e produzir kits para diagnóstico laboratorial de importantes doenças de países em desenvolvimento Bio-Manguinhos é o único laboratório que produz e distribui para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública os kits para diagnóstico de Dengue; Leishmaniose humana e canina; Leptospirose por Elisa; Doença de Chagas Ag recombinantes CRA e FRA; Painéis sorológicos para controle de qualidade HIV1, HTLV, Sífilis, Doença de Chagas, Hepatite B e C.
6 REAGENTES PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO Descoberta Básica DT&I - Caracterização do Ag; Lote semente; Produção experim; Purificação; Conjugação; Validação Inter-laboratórios Registro ANV ISA Formulação; Estabilidade; Sensibilidade; Especificidd; Reprodutibilidade; etc 3-5 anos
7 As dez principais biotecnologias para melhoria da saúde nos países em desenvolvimento (Nature, 2002) Ranking Tecnologias para melhoria ambiental Biotecnologia Tecnologias de modificação molecular para diagnóstico simples de baixo custo das doenças infecciosas Tecnologias recombinantes para desenvolvimento de vacinas contra agentes infecciosos Tecnologias para delivery systems mais eficientes de drogas e vacinas Sequenciamento de genomas de patógenos para entendimento da biologia e identificação de antimicrobianos Proteção e controle de doenças sexualmente transmissíveis para mulheres Bioinformática para identificação de drogas-alvo e exame de interações patógeno-hospedeiro Culturas geneticamente modificadas com nutrientes para deficiências específicas Tecnologia recombinante para fabricar produtos terapêuticos de baixo custo(ex: insulina, interferon) Química combinatória para descobrimento de drogas Score Final
8 Tecnologias do Futuro para Diagnóstico Laboratorial de Doenças Infecciosas Simples e rápido; Diagnóstico de síndromes; Automação; Preço accessível ao SUS; Biologia molecular/ Genoma; Teranóstico integração de terapia e diagnóstico molecular de doenças infecciosas.
9 VACINAS Oferta de vacinas é limitada e dependente de demanda configurada de médio prazo a produção demanda 3-6 meses para entregar um produto; O mercado internacional não tem condições de atender grandes volumes de vacinas de forma emergencial; A lógica econômica da iniciativa privada não atende às necessidades de Saúde Pública. Ex: USA; As multinacionais estão abandonando a produção de importantes vacinas de baixo valor agregado: DTP; Sarampo; Os laboratórios públicos produtores de vacinas tem tido ação estratégica no suprimento e ação direta na regulação de preços; Os laboratórios públicos do Brasil produzem e atendem 70% de imunobiológicos, economizando divisas e garantindo empregos especializados; O Brasil dispõe de capacidade científica que pode ser induzida para inovação tecnológica de imunobiológicos.
10 Fabricantes que abandonaram o mercado dos países em desenvolvimento 1992 to BCG DTP TT Sarampo
11 VACINAS Saúde Pública PREVENÇÃO Varíola foi erradicada globalmente em 1980; Poliomielite foi erradicada do hemisfério ocidental há 12 anos; Sarampo, no Brasil, não tem casos há 2 anos; 25 doenças infecciosas são atualmente controláveis por vacinação; Aproximadamente 3 milhões de vidas são salvas por ano no mundo; Alto benefício em relação ao custo.
12 VACINAS Forte participação estatal Presença de governos centrais dos países desenvolvidos nas atividades de P&D&I; Seleção dos produtos e garantia de oferta com base epidemiológia: estudos de carga da doença, custo/benefício; Atividades de Imunização são coordenados pelo governos centrais no Brasil, Programa Nacional de Imunização (PNI); Papel de organismos internacionais (OMS, OPAS, UNICEF) universalização.
13 VACINAS MULTINACIONAIS: LÓGICA ECONÔMICA Desinteresse das multinacionais por doenças predominantemente de países em desenvolvimento (dengue, malária, leishmaniose, xistosomose); Crescente defasagem na utilização de novas vacinas: países desenvolvidos e em desenvolvimento Das 18 novas vacinas lançadas nos últimos 20 anos, apenas 3 beneficiam o mundo todo. Desinteresse das multinacionais em produzir no país forte oligopolização do setor com concentração de tecnologia de produção
14 Ciclo de vida - Vacinas P&D HIV TB MALARIA ROTAVÍRUS DENGUE LEISHMANIA NOVO PNEUMO conj MENINGO conj & combinadas CRESCENTE HIB HepB FA MMR MR DTaP Pólio inativada VARICELA INFLUENZAE MADURO DTwP BCG Sarampo Pólio oral TT, DT??? US$$ US$ Cent
15 Preços Tradicional vs. Novas Vacinas $50 $45 $40 $35 $30 $25 $20 $15 $10 $5 $0 Rubéola (1970) Vacinas Tradicionais MMR (1975) DTP (1985) DTaP (1992) DTP/Hib (1993) Varicela (1996) Pneum o conjugada (2000) Novas Vacinas Fonte: CDC contract prices,
16 TEMPO PARA INCORPORAÇÃO DE NOVAS VACINAS JÁ LICENCIADAS NO PNI Triplice viral (S/C/R) Lic PNI anos Hepatite B, recomb - Lic PNI anos Hib, conjugada Lic PNI anos Influenza (gripe) Lic PNI anos Raiva, Cultura Tec. - Lic PNI anos Tetra (DTP+Hib) ---- Lic* PNI anos Hepatite A, inativ ---- Lic PNI?????? DTPacelular Lic PNI?????? Mening C, conjug --- Lic* PNI?????? Pneumo/hepta, conj.--lic PNI?????? Penta (DTP/HB+Hib) Lic* PNI???
17 Não existem no país laboratórios privados produzindo vacinas e reagentes para diagnóstico de doenças endêmicas no país a competição é internacional. ESTADO PRODUTOR OU >>> DEPENDÊNCIA DE IMPORTAÇÃO Competidores Internacionais de vacinas Líderes: GlaxoSmithkline; Aventis Pasteur; American Home Products, Merck Laboratórios Públicos Crescentes: India; Coréia, Indonésia, etc Questões Principais Atendimento da demanda do PNI Ofertas a preços baixos com políticas de custo marginal para OPAS/UNICEF Produtos de qualidade e quantidade Reforço da política de complementariedade de produção entre produtores públicos Competidores Impactos Pressionam os preços para baixo Pressionam para introdução de novas vacinas no PAI Necessidade de maior competitividade de laboratórios públicos
18 O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde é o principal cliente. Clientes Programa Nacional de Imunização UNICEF OPAS OMS Questões Principais Esclarecido e exigente - demanda produtos de ponta Grande dependência de um só cliente (PNI) Referencia de preço UNICEF / Fundo rotatório da OPAS são os menores preços do mercado Alto poder de barganha Clientes Impactos Necessidade de permanente atualização tecnológica Vulnerável à situação política-econômica Baixa margem econômica/ insuficientes recursos para DT&I
19 Novos entrantes - empresas que gostariam de participar do mercado brasileiro Novos Entrantes Novos Entrantes Nacionais: não existem Internacionais: laboratórios de biotecnologia Green Cross (Korea), Swisserum (Suíça), Aventis Pasteur, GSK, PowderJet, etc. Questões Principais Dispõe de produtos mais modernos Dispõe de tecnologia e capital de investimento Procura parceiros locais joint-venture Impactos Laboratórios Públicos terão que ampliar sua parceria com laboratórios multinacionais O governo terá que reforçar medidas de apoio
20 Existem, no mercado internacional, substitutos de produtos existentes e novos produtos que são demandados pelo mercado nacional. Novos Produtos Substituição de produtos existentes Exemplos: Vacina anti-rábica ct Tríplice Vira (sar/cax/rub) Pneumococos Psp 23 valent Pneumococos conj 7valent Men Meningo, sg C conjug DTPa Pentavalente(DTP/HBV/Hib) MMRV IPV DTP;HBV;IPV Etc. Questões Principais Pouco investimento em P&D Poucos laboratórios, projetos de P&D de vacina e reativos para diagnóstico laboratorial Falta competitividade tecnológica Substitutos Impactos Dependência de importação de produtos Dependência de importação de tecnologia Vulnerabilidade programática
21 A NECESSIDADE DE POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE IMUNOBIOLÓGICOS A defasagem tecnológica, leva o Brasil a gastar, anualmente, cerca de US$ 3 bilhões de dólares com importação de tecnologia. É fundamental que o país invista pesadamente em um programa de inovação tecnológica de longo prazo.
22 Status do Desenvolvimento de Vacinas Pesquisa Básica 367 Estudos Pré-clínicos 348 Fase I 158 Fase II 102 Fase IIILicenciadas 50 >30 EPI 8 6 Fonte: Jordan Report 2000 ( Não inclui desenvolvimento de vacinas contra HIV)
23 Timeline for development of the phase III HIV vaccine trials Fonte: Candidate HIV/AIDS vaccines Francis et al.
24 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE VACINAS ~= 10 anos Descoberta -1 - Estudos Experimentais -2 - Estudos Clínicos -3 - Scale-up -4 - Estudos Clínicos Fase I -5 - Estudos Clínicos Fase II -6 - Estudos Clínicos Fase III -7 - Registro -8 - Produto Fase IV
25 Políticas de Saúde Pública: Calendário de vacinação do futuro PEDIÁTRICO ADOLESCENTE ADULTO VIAJANTES ANCIÃOS OPV HBV-HAV HBV-HAV HBV-HAV influenza TrÍplice + Herpes + Herpes + F. Tifóide + RSV DTP-HBV-Hib-IPV Viral + Chlamydia + dtp reforço + ETS +S.pneumonia + Vírus HA + dtp reforço + AIDS + ETEC + Zoster + Rotavirus + HIV + Chlamydia + Campylo + RSV + CMV + Lyme + Cólera + PIV + Lyme + TB + Shigella + Otite média + EBV + HPV + Malária + N. meningitidis + Lyme + HPV + Helicobacter + Dengue + TB + FA + JE + S.pneumonia+ FA + S.pneumonia Fonte: OMS
26 ? 3 a 10 anos Políticas Públicas em Saúde Pesquisa Induzida Etapas do Desenvolvimento de Vacinas Cerca de 3 anos Cerca de 3 anos Estabilidade térmica Reprodutividade Estabilidade físicoquímica Estabilidade genética Repetitividade S cale-up - Formulação Rendimento Processo de Purificação - Planta de Protótipos Cumprimento das especificações de BPF Produtos Experimentais para Estudos Clínicos Centro de Biotecnologia em Saúde Conhecimento científico e proof of principle Desenvolvimento Tecnológico Bio-Manguinhos Em condições de BPL Boas Práticas de Fabricação Garantia da Qualidade De 3 a 6 asnos Estudos Clínicos Fases I/II/III I Reatogenicidade (segurança) e Imunogenicidade II - Imunogenicidade e Reatogenicidade III -Eficácia Registro Anvisa Planta Industrial Cumprimento das especifiações de BPF Produção Industrial Sociedade Estudo Clínicos Fase IV
27 PROPOSICÕES DE POLÍTICOS E DIRETRIZES PARA OS INSUMOS ESTRATÉGICOS Definir como bem público as vacinas incluídas no PNI e os hemoderivados utilizadas no SUS e incluí-los na lista de medicamentos essenciais; Definir uma política para fortalecimento do setor produtivo nacional público e privado de imunobiologicos estratégicos; Definição pelo MS dos insumos prioritários para desenvolvimento e definição pelo governo de recursos para sua implementação; Política multisetorial para fortalecimento de DT para indução de inovação tecnológica; Formação de alianças estratégicas com o setor privado.
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