A representação chárgica da crise energética durante o governo FHC na Folha de São Paulo 1

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1 A representação chárgica da crise energética durante o governo FHC na Folha de São Paulo 1 Fernanda Targa Messias 2 Alana Volpato Nogueira 3 Rozinaldo Antonio Miani 4 Resumo: Um dos setores mais afetados com a implementação e ofensiva do projeto neoliberal, no Brasil, foi o setor elétrico. O governo FHC realizou uma rápida e profunda reforma no setor elétrico, desestabilizando e desorganizando a oferta do serviço. A política econômica do governo agravou ainda mais a situação e como consequência resultou no racionamento de energia, aumento dos custos para a população e o endividamento ainda maior do país. Neste artigo, analisamos como a Folha de São Paulo tratou, por meio da charge, a crise energética que eclodiu no ano de Para a realização das análises, com a aplicação da metodologia de análise do discurso chárgico, foram levados em consideração aspectos como as condições de produção sociopolíticas, os principais fatos econômicos, políticos e sociais do governo de FHC ligados a essa questão, a caracterização dos chargistas, o veículo que as imagens foram publicadas e os elementos estruturais, verbais, contextuais e narrativos de cada charge. A associação da crise energética com outros aspectos negativos, como desemprego e violência, o racionamento e os apagões, bem como a caricatura de FHC, foi utilizada para criticar o descaso do governo. Palavras-chave: Charge; Fernando Henrique Cardoso; Crise Energética. Introdução A década de 1990 foi decisiva para o Brasil. Com o fim da ditadura civil-militar, diversos setores da sociedade se mobilizaram para construir uma democracia no país. Muito embora tivéssemos uma nova Constituição, ainda assim a democracia sofria para ser instaurada pela profunda desigualdade que assolava o país logo após a reabertura política. A restituição do poder do voto e a volta de liberdades que antes haviam sido brutalmente cerceadas não garantiram um país democrático. Por mais que diversos avanços tenham sido alcançados, a dominação da classe 1 Trabalho apresentado no GT de História da Mídia Audiovisual e Visual, integrante do IV Encontro Regional Sudeste de História da Mídia Alcar Sudeste, Mestranda em Comunicação no PPGCOM da Universidade Estadual de Londrina, bolsista da Capes. Graduada em Comunicação Social Relações Públicas na mesma Universidade. fernandatmessias@gmail.com 3 Mestre em Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina. Graduada em Comunicação Social Relações Públicas pela mesma Universidade. alanavolpato@gmail.com 4 Professor Associado da Universidade Estadual de Londrina, docente do PPGCOM/UEL. mianirozinaldo@gmail.com

2 trabalhadora pela burguesia se manteve, sobretudo, com a inserção do Brasil no processo de mundialização do capital e a adoção do modelo neoliberal, iniciado com o governo de Fernando Collor ( ). Fernando Henrique Cardoso (FHC) teve uma importante participação da consolidação da política econômica neoliberal no Brasil, que privilegiou os setores dominantes em detrimento das classes oprimidas. Participou como Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco entre maio de 1993 e março de 1994, quando se candidata ao cargo de Presidente da República, sendo eleito no primeiro turno e assumindo em Começa, então, um governo marcado pela privatização de empresas estatais, pelo alto nível de desemprego e pelo sucateamento de serviços básicos que afetam diretamente as classes populares. Este artigo é resultado de uma pesquisa desenvolvida no projeto de pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, intitulado Retratos de uma ofensiva neoliberal: análise do discurso chárgico na imprensa brasileira na era FHC ( ), no qual, após um estudo bibliográfico de aspectos históricos e conjunturais da era, analisamos a representação de diversas temáticas presentes no período pelas charges publicadas tanto na grande imprensa como na imprensa sindical. Neste artigo, analisamos como a Folha de São Paulo tratou, por meio da charge, a crise energética que eclodiu no ano de As imagens que selecionamos para este trabalho foram coletadas no acervo online do próprio veículo aqui estudado. Apesar de haver uma vasta produção iconográfica e chárgica sobre o tema nos veículos da imprensa sindical, optamos por trazer aqui a visão e crítica da imprensa burguesa como forma de análise do ponto de vista daqueles que, apesar de defenderem a implantação do projeto neoliberal, foram obrigados a tratar de uma crise gerada justamente pelo avanço dessa política. As charges que selecionamos apareceram entre os anos de 2001 e 2002, já no final do segundo mandato de FHC, período que a crise energética explodiu e a população estava lidando com consequências concretas dessa conjuntura. Para a realização das análises, com a aplicação da metodologia de análise do discurso chárgico, foram levados em consideração aspectos como as condições de produção sociopolíticas, os principais fatos econômicos, políticos e sociais do governo de FHC ligados a essa questão, a caracterização dos chargistas, o veículo que as imagens foram publicadas e os elementos

3 estruturais, verbais, contextuais e narrativos de cada charge. A questão energética no Governo FHC O impeachment de Collor e o governo transitório de Itamar Franco marcaram os últimos anos da primeira metade da década de 1990 que deixou a herança do Plano Real e a promoção de Fernando Henrique Cardoso (FHC) como o candidato da burguesia para as eleições presidenciais de FHC ganhou a disputa eleitoral daquele ano no primeiro turno, e assim conduziu uma ofensiva neoliberal que traria graves consequências para a sociedade brasileira. Com prestígio por sua vitória eleitoral, o tucano pôs em prática seu programa de governo, com a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro e a implementação de um amplo programa de privatizações. FHC, durante o seu primeiro mandato, representou o que de melhor esperavam os capitalistas nacionais e internacionais pela absoluta orientação aos interesses do capital e pela efetivação do seu projeto neoliberal. Novamente no primeiro turno venceu as eleições presidenciais de O segundo mandato foi bastante diferente do primeiro, pois FHC teve que lidar com uma crise capitalista internacional que se estabeleceu no final da década de 1990, além de enfrentar problemas econômicos, políticos e sociais que sugiram como consequência de seu primeiro mandato. Uma avaliação bastante coerente sobre a situação do Brasil na era FHC foi apresentada por Ivo Lesbaupin e Adhemar Mineiro (2002). Os autores afirmam: Os dados sobre o Brasil pós-1995 são alarmantes: produção em ritmo lento, produção industrial em baixa, PIB per capita em queda, aumento da dívida externa, grave aumento da dívida interna. A nossa vulnerabilidade externa é hoje maior do que há 8 anos atrás: o risco de sermos atingidos por crises financeiras internacionais é serio. Ao contrário do discurso governamental, os fundamentos da economia não são nada bons. Fora isso, para garantir o pagamento das dívidas, o governo realizou um aumento extraordinário da carga tributária - sem a contrapartida da melhoria das políticas sociais - sua política provocou o crescimento de 50% na taxa de desemprego, a queda continuada do rendimento médio real dos assalariados nos últimos anos, um aumento da informalização do trabalho, já reduziu e está defendendo uma maior redução dos direitos trabalhistas - num quadro nacional em que boa parte dos direitos legais não são praticados. Mas este modelo econômico político não se sustenta no ar: ele tem beneficiários. São poucos, mas importantes. Os maiores beneficiários deste modelo foram (estão sendo) os bancos, as multinacionais, o setor financeiro internacional, os países ricos credores e as empresas e setores do capital que adquiriram o patrimônio no processo de

4 privatização. Para muitos dentre estes, a dívida é benéfica: são eles que recebem o pagamento dos juros. Por outro lado, ao provocar o aumento do desemprego e a redução dos direitos trabalhistas, o atual modelo gera a redução do rendimento e a precarização do emprego. Isso beneficia aos empresários, que encontram uma legislação mais permissiva e podem pagar menos e exigir mais. Os grandes prejudicados deste modelo foram (estão sendo) os trabalhadores, a grande maioria da população. Para estes, a vida piorou: as condições de emprego (ou de desemprego), o poder aquisitivo do salário, a redução dos investimentos nacionais na saúde, na educação, na habitação, na assistência. Uma grande parte dos serviços públicos passou para mãos privadas e um setor significativo destes setores piorou (e encareceu muito) (LESBAUPIN; MINEIRO, 2002, p.91-92). Um dos setores que mais sofreu com a implementação e ofensiva desse projeto foi o setor elétrico. Apesar de antes do governo de FHC o setor já passar por dificuldades, as principais linhas da proposta do governo e a opção por uma rápida e profunda reforma no setor elétrico, desestabilizou e desorganizou a oferta do serviço. A política econômica do governo agravou ainda mais a situação e como consequência resultou no racionamento de energia, aumento dos custos para a população e o endividamento ainda maior do país. Para consolidação o Plano Real, que tinha como objetivo principal a redução e o controle da inflação, era necessário obter um equilíbrio fiscal das contas públicas. De fato, essa meta prioritária, apesar de por pouco tempo ter se efetivado, foi às custas do desmonte do setor elétrico e da precarização da oferta do serviço. Apesar das diversas tentativas de alerta sobre a inoperância e ameaça dessa política, setores do governo, importantes veículos da grande imprensa e especialistas, afirmavam que uma rápida reforma e a privatização do setor elétrico seriam fundamentais para impulsionar o país na direção da modernização e do processo de globalização. Desde os anos de 1960, o setor público assumia diretamente o controle do setor elétrico no Brasil, centralizando sua administração e sua política. As companhias públicas do setor eram responsáveis pela geração, transmissão e integração dos sistemas de distribuição de energia. Após a crise do petróleo de 1979, algumas dificuldades como a de investimentos em infraestrutura no setor começaram a se acirrar. Com a Constituição 1988, os principais impostos e empréstimos utilizados pelo setor foram cortados, reduzindo assim as fontes de recursos utilizados para os serviços de eletricidade. Essa conjuntura comprometeu o auto-sustento da estrutura, que gerou a elevação da dívida pela necessidade de empréstimos externos.

5 Essa situação de fragilidade somada à implantação do projeto neoliberal no Brasil com o governo de Fernando Collor permitiu, no início da década de 1990, a intervenção de multinacionais, facilitada pela disseminação de políticas neoliberais promovida principalmente pela atuação do Fundo Monetário Internacional (FMI), no que ficou conhecido como Consenso de Washington. A mudança no papel e nas funções do Estado, permitiu o avanço de tais inciativas. A reforma e a introdução da concorrência no setor elétrico proposta pelo governo FHC fazia parte da tentativa de redefinição completa do papel do Estado na área. Os papeis de regulamentar a presença de monopólios; de encaminhar políticas que fossem de interesse público; e garantir administração das empresas do setor, foram minadas. O objetivo era proporcionar um livre mercado e limitar o máximo possível a intervenção governamental e dos estados. Com essa política as multinacionais teriam mais autonomia para intervir no Brasil e facilitar a concorrência de mercados. Vários foram os estudos apresentados pelos próprios técnicos da Eletrobrás, que alertavam para os riscos de uma política privatista na indústria elétrica, entre elas a diminuição da capacidade de geração do sistema, criando grandes chances de racionamento. Até mesmo sobre o aumento das tarifas para os consumidores, já que o Estado não regularia mais sobre isso. Entretanto, as advertências não foram suficientes para barrar a reforma iniciada logo quando FHC entrou no governo. Com as medidas, a Eletrobrás ficou sem coordenação, dificultando ainda mais regulação sobre a crise que se iniciava já em 1999 a partir do agravamento dos resultados da implantação da reforma no setor. Para evitar uma crise elétrica ainda pior, foi implementado, entre 1º de junho de 2001 a 1º de março de 2002, o racionamento de energia, com a meta de economizar 20% de energia elétrica. Esse fato obrigou o governo FHC a dar explicações à sociedade sobre o que estava acontecendo e justificar as perdas e os danos causados a todos, sobretudo financeiramente. As explicações formuladas culpavam agentes externos como a chuva e nunca as reais causas de falta de planejamento e investimento decorrentes da política neoliberal do governo. Em maio de 2001, o governo criou a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE) com o objetivo de propor e implementar medidas de natureza emergencial para equilibrar a demanda e a oferta de energia elétrica, e assim evitar interrupções

6 imprevistas de fornecimento de energia. A partir de dezembro de 2001, com uma medida provisória, o governo instituiu uma série de medidas que conduziu a uma recomposição tarifária com um custo estimado de mais de R$20 bilhões aos cofres. Assim, os custos para a implantação e consolidação do Plano Real foram caros para a sociedade, o impacto na economia foi drástico, com baixo crescimento e quedas expressivas de rendimento para os trabalhadores. Ou seja, consumidores, além de punidos pelo racionamento, tiveram suas tarifas elevadas durante a gestão FHC. A situação do setor elétrico encontrou-se verdadeiramente caótica. O fracasso da política do governo FHC para o setor elétrico, embora arbitrariamente justificado pela sua equipe com falta de recursos externos ou às resistências políticas encontradas no próprio governo, se deve, principalmente, às falhas de gerenciamento estratégico, coordenação e planejamento do sistema elétrico, induzidas pela adoção de uma reforma neoliberal baseada em realidades distintas da brasileira. As características da charge Entendemos que as charges, assim como os cartuns, as caricaturas e as histórias em quadrinhos, compõem as chamadas linguagens iconográficas, que se definem por tipos de arte de representação constituídos através da imagem produzida pelo traço humano (MIANI, 2000, p. 42). Assim, a charge apresenta elementos que representam determinados fatos. Para que ela cumpra sua função comunicacional e tenha coerência, é necessário que o leitor conheça o assunto apresentado na imagem. A partir dessas características, Romualdo define a charge como o texto visual humorístico que critica uma personagem, fato ou acontecimento político específico. Por focalizar uma realidade específica, ela se prende mais ao momento, tendo, portanto, uma limitação temporal (ROMUALDO, 2000, p.21). Trata-se de um texto jornalístico que se refere a fatos reais que aconteceram em um determinado tempo e lugar. Por mais que retrate episódios históricos, a charge é feita a partir de uma interpretação ou leitura da realidade, transmitindo um posicionamento, constituindo portanto, um texto opinativo em forma de imagem. Tratando-se da imprensa, a charge apresenta a interpretação do chargista e do veículo de comunicação em que é

7 publicada sendo, segundo Miani (2010) como um editorial gráfico. Tem o papel de [...] expor uma idéia, dissertar sobre um tema. Ainda que esteja ligada a um fato ou acontecimento e o represente de alguma forma, sua preocupação ou a do chargista, não é o acontecimento, mas o conceito que faz dele, ou mais comumente a crítica, a denúncia do fato, quando não procura aliciar o leitor para os seus arrazoados, princípios, programas ou ideologia (CAGNIN, s/d, apud MIANI, 2002, p. 40). Dessa forma, a charge apresenta uma limitação geográfica e também temporal já que é necessário que as pessoas tenham referencia nos elementos da imagem ao mesmo tempo que o fato ou personagem devem estar presentes na memória social do indivíduo para fazer sentido. Apesar dessas limitações ela ainda se mantém como uma rica fonte de pesquisa histórica. Além disso, A charge é uma representação humorística de caráter eminentemente político que satiriza um fato ou indivíduo específicos; ela é a revelação e defesa de uma ideia, portanto, de natureza dissertativa, traduzida a partir dos recursos e da técnica da ilustração. (MIANI, 2012, p. 39). Outra característica que compõe o universo de análise das charges é a intertextualidade. A charge pode aparecer de maneira isolada, ou seja, reunir em si todo o conteúdo e a expressão de sentido ou então vir acompanhada de ou outro tipo de texto e assim comporem juntos o sentido daquele conteúdo. Entretanto, o fato de e alguns casos a charge aparecer sozinha, não reduz o seu potencial comunicativo e crítico, ela fala por si só. A crise da energia nas charges da Folha de S. Paulo Para este espaço, optamos por uma seleção de charges publicadas na Folha de S. Paulo, jornal diário com maior tiragem e circulação no país. Trazemos a análise de quatro charges que abordam a crise elétrica trabalhando com alguns elementos presentes na memória social da época que, no momento da publicação, servem para contextualizar a crítica feita no desenho. A análise posterior dessas charges permite compreender quais elementos eram preponderantes na memória social sobre o tema na época da publicação. Consiste aí o potencial da charge como fonte para pesquisa histórica. As charges selecionadas são dos meses de maio e julho de 2001, período que precede o início do racionamento de energia, e de fevereiro de 2002, um mês antes de o racionamento acabar.

8 A primeira charge que trazemos para análise, feita por Angeli, foi publicada no dia 24 de maio de 2001, semanas antes do início do racionamento e momento em que a decisão foi amplamente discutida pelo periódico. Muitas capas do mês de maio traziam chamadas para textos que discutiam a questão, assim como charges sobre o tema. Durante esse mês, diversas matérias foram publicadas sobre a crise elétrica, o papel do governo, a má gestão, entre outros aspectos. Essa é uma constatação interessante e um contraponto a versão oficial do governo FHC que culpava a falta de chuvas pela situação calamitosa da energia no país. No ano 1999, o então presidente culpou um raio pelo blecaute que atingiu 10 estados brasileiros. Figura 1 - Racionamento Folha de S. Paulo, Primeiro Caderno, 24 mai Na imagem, é retratado o refeitório de uma indústria, caracterizado pelos trabalhadores sentados em uma grande mesa, com bandejas e copos. Uma caixa de som anuncia que dois trabalhadores serão temporariamente desligados. Miani (2010) explica que as palavras e textos são recursos utilizados na charge para denotar o tom de humor ou viabilizar a crítica do quadro. É o caso, já que os recursos visuais, propriamente, apenas servem para ilustrar a situação.

9 O título da charge, racionamento, contribui pata a leitura do contexto, em que os cidadãos devem começar a economizar energia. No mesmo tom, a charge fala sobre o racionamento de trabalhadores, já que o corte, além da energia, será também no quadro de funcionários. A palavra desligados também é importante para fazer a associação entre as demissões e a economia de energia. A crise elétrica foi utilizada como recurso de humor em algumas outras charges que falavam sobre apagão e racionamento mas faziam críticas direcionadas, por exemplo, a corrupção e a negligência do Estado e do presidente frente esses problemas. Essa figura associa duas grandes crises do governo FHC: a de energia e a do desemprego, que atingiu níveis muitos elevados. Borges traz estatísticas do IBGE que mostram a taxa de desemprego em ,5 milhões, e em 2000, 11,5 milhões. Ou seja: um milhão de desempregados a mais para cada ano de governo FHC. Além das taxas alarmantes, o desemprego no início da década de 2000 atingiu a classe média, fazendo com que a insatisfação com a situação fosse generalizada. Ao invés de concentrado nos trabalhadores de baixa escolaridade e qualificação, como nos anos 80, ele cresceu entre as pessoas de maior escolaridade, adultos, chefes de família e ocupados em funções hierarquicamente superiores (BORGES, 2002, s.p.). Nenhum outro texto do jornal faz associação com a charge, complementando seu sentido e crítica. O único texto que aborda a crise de energia disserta sobre como os apagões e a falta de energia podem interferir negativamente nas atividades da saúde. Trata-se, portanto, de uma charge editorial, em que o quadro e o contexto de publicação são suficientes para que o leitor compreenda a mensagem e a crítica feita pelo chargista. Podemos perceber que a crise de energia pode ser tomada como um pressuposto para mais demissões e agravamento da crise do desemprego. O contexto de publicação da charge seguinte já é bem diferente. Publicada no dia 04 de junho de 2001, o dia em que tem início o racionamento de energia, é acompanhada de diversos outros textos que debatem a crise do país. Figura 2 FHC desligado

10 Fonte: Folha de S. Paulo, 04 de junho de 2001 A charge, produzida em dois quadros, mostram uma caricatura do presidente Fernando Henrique Cardoso que, no primeiro quadro, aparece sorridente e, no segundo, com a mesma expressão, revela sua tomada desconectada, ao lado de uma placa que informa que o nosso presidente permanecerá desligado das 12h às 22h. Discutimos anteriormente que o humor é um componente fundamental para expressar a crítica da charge. O uso do retrato caricato, em que se exagera determinadas características de um personagem público, permite uma transgressão, explicada por Miani (2010) de destronamento dos poderosos. Colocar figuras políticas importantes em traços e situações aparentemente ridículas permite um questionamento dos limites de normais sociais e da legitimidade de sua atuação. Os traços da Figura 2 parecem reforçar uma característica conhecida de FHC, a falta de carisma. Por isso, o desenho o assemelha a um robô, estático e, ao mesmo tempo, a um palhaço, com o sorriso, os olhos e o nariz em tamanho exagerado. O texto complementa o sentido da charge que parte do momento em que se cobra economia de energia para justificar o desligamento do presidente que pode ser entendido como a

11 negligência do governo frente a situação. Essa charge apresenta relações intertextuais importantes com outros textos publicados na mesma página e, também, em outras seções do jornal. A própria capa da edição tem, como primeira chamada, a seguinte manchete: contas de luz devem aumentar ainda mais: reajustes podem chegar a 60% acima da inflação a partir de 2003; racionamento em residências começa hoje. Na página de opinião, onde a charge aparece, um texto discute que até setembro FHC enfrenta diversas dificuldades, sobretudo, pensando em manter a presidência com o partido no próximo mandato. Além disso, precisaria rezar por chuvas no Sudeste para que não tivesse que lidar com um apagão. Outra matéria na mesma página afirma que, pela primeira vez, o descontentamento com FHC é generalizado e ele é apontado como o principal responsável pela crise, que foi evoluindo nos anos anteriores, prevista e alarmada por diversos especialistas da área. A rejeição ao governo aumenta por outros fatores, como o desemprego que cresce, a inflação descontrolada e perspectivas para a economia que contrariam o discurso de crescimento adotado no final do mandato anterior. Nas páginas seguintes, seguem algumas análises econômicas do setor, sobre os impactos futuros da crise energética no orçamento da União, as perdas da Eletropaulo. Uma das matérias traz a chamada: pobres pagam mais pela luz após privatização, comentando que as classes mais pobres foram as mais prejudicadas e tiveram o maior aumento nas contas de luz. Outra matéria avisa que racionamento começa hoje sem regras claras. Como as mudanças na cobrança da conta de luz eram abusivas, o presidente criou Medidas Provisórias (MP) que permitissem a manobra, uma delas, suspendendo o Código de Defesa do Consumidor. Essa foi a edição que mais abordou o tema da crise de energia, comparada com outras dos anos 2000 a Muitos dos textos publicados comentavam a negligência do governo. A charge caricata de FHC desligado concorda com os textos e faz uma crítica contundente ao descaso do presidente. Um aspecto importante da crise pode ser comentado a partir da charge a seguir, publicada um dia antes do início do racionamento de energia ter início, dia 3 de junho de A figura ocupa um espaço importante: a metade superior esquerda da capa da Folha de S. Paulo.

12 Figura 3 Lâmpadas apagadas Fonte: Folha de S. Paulo, capa, 3 jun Em um primeiro momento, e sem conhecimento do contexto de publicação da charge, poderíamos toma-la como um cartum. Charges e cartuns compartilham alguns pressupostos: são figuras que, por meio do uso de elementos comuns a um grupo social, expressam uma determinada opinião sobre o fato ou costume retratado. No entanto, cartuns dirigem suas críticas à questões culturais, hábitos e costumes. Portanto, podem ser compreendidos fora de seu espaço e tempo originais e produção e publicação. Não é exigido do leitor nenhum conhecimento anterior específico para a leitura da imagem. As charges, por sua vez, fazem uma crítica a um fato ou personagem específico. A imagem em questão pode ser compreendida de forma genérica. No entanto, a quantidade de lâmpadas desenhadas faz alusão ao racionamento que teve início em 2001: era necessário diminuir em 20% o consumo de energia elétrica nas residências. Por isso, das dez lâmpadas desenhadas, 8 estão coloridas, dando a ideia de estarem acesas, e duas escuras, como se estivessem apagadas. As metas de economia de energia foram um dos pontos mais criticados da gestão da crise elétrica. As residências que conseguiam atingir os 20% de economia eram

13 premiadas e as que ficassem abaixo eram punidas, com uma multa acrescida no valor da conta. A escolha de estipular as mesmas metas para todas as casas, em vez de considerar porcentagens de acordo com consumos mais altos e mais baixos, foi extremamente prejudicial para as faixas mais pobres da população. É evidente que a economia de energia é facilitada em uma casa que conta com mais aparelhos televisores, computadores, chuveiros elétricos, entre outros itens. Em uma casa das classes mais altas, a economia de energia não era uma regra e, portanto, começar a economizar é uma tarefa mais fácil: controlam-se o número de televisores e chuveiros ligados, tempo etc. No entanto, em uma casa em que a economia de energia já é uma realidade em decorrência dos baixos salários, do desemprego e dos altos custos da conta de luz, a redução de 20% foi cruel. A saída mais justa seria estipular uma porcentagem de energia por pessoa, independente do consumo anterior. Todos esses aspectos negativos influenciaram a popularidade de FHC e, por consequência, as possibilidades de conquistar um novo mandato a serviço do projeto neoliberal. O racionamento foi programado para acabar em janeiro de 2002, justamente, para que se pudesse reverter o quadro de extrema insatisfação da população com o presidente e seu projeto. No entanto, no início de 2002 uma onda de violência afeta, sobretudo, o estado de São Paulo. O sequestro do Prefeito de Santo André, Celso Daniel então coordenador da campanha de Luís Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, que acabou com seu assassinato, chocou o país e demonstrou a ineficiência das medidas de segurança. Diversos planos de combate ao crime foram elaborados pelo então governador do estado, Geraldo Alckimin, apostando no aumento do policiamento e em premiações para informações que levassem a prisão de criminosos importantes. Foi o maior orçamento em segurança pública do estado até então. No entanto, as medidas não apresentaram sucesso. Os anos de governo tucano foram de desprezo pela área social que, sem investimentos, levou a um aumento do índice de violência. Esse é o tema última charge que trazemos para análise. Publicada em um momento diferente das outras analisadas neste artigo, já no final do período de racionamento, em 22 de janeiro de Figura 4 - Blecaute

14 Fonte: Folha de S. Paulo, Primeiro Caderno, 22 jan Na charge, Alckimin e FHC são representados por meio do retrato caricato, evidenciando características que sobressaem em cada um: o primeiro, pelo tamanho do nariz e o segundo, no desenho do nariz, cabelo e maxilar. Partindo do contexto da violência comentado anteriormente, o momento da morte de Celso Daniel e a necessidade de lidar com a situação que piorava, não só pela violência em si, mas pela proximidade das eleições (evidente na fala precisamos dar uma resposta rápida a opinião pública ), Alckimin entrega mais um plano para FHC. A leitura do plano é impossibilitada por um blecaute, causado pela crise de energia que se arrastava de forma dura desde o ano anterior. No dia de publicação da charge, o país enfrenta mais um apagão, que atingiu dez estados brasileiros. O motivo do blecaute, segundo o governo, foi o rompimento de um cabo. A ironia é um recurso utilizado na charge já que impede o trabalho de FHC e, ainda, demonstra como uma crise interfere na outra. Ambas as crises, originadas pelas ações e decisões do projeto neoliberal liderado por FHC.

15 Considerações Finais As análises demonstram que as charges publicadas na Folha de S. Paulo seguiram dois vieses: críticas referentes à própria crise de energia e a utilização da crise energética como estratégia para discussão de outros aspectos do governo e do contexto histórico que eram problemáticos. O uso do humor por meio das situações envolvendo blecautes e o racionamento se deu pela presença desses elementos na memória social. Dessa forma, fica evidente o potencial da charge como objeto para compreensão da história, a partir dos aspectos presentes em sua elaboração sobre a conjuntura de produção. Na pesquisa, pode-se observar que o final do governo FHC foi tomado por uma multiplicidade de crises: econômica, energética, de desemprego e, também, de opinião pública. A imagem do presidente aparece nas críticas feitas, assim como figuras políticas, de forma geral, responsabilizando o governo pela situação que acometeu o país nos anos Referências Bibliográficas BORGES, Altamiro. A regressão do trabalho na Era FHC. Revista Espaço Acadêmico, Disponível em: < Acesso em: 21 jul LESBAUPIN, Ivo; MINEIRO, Adhemar. O desmonte da nação em dados. Petrópolis, RJ: Vozes, MIANI, Rozinaldo Antonio. A utilização da charge na imprensa sindical na década de 80 e sua influência política e ideológica. São Paulo: ECA/USP, Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação). Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, p.. A charge na imprensa sindical: uma iconografia do mundo do trabalho. Anais... Salvador, Imprensa sindical: conquistas, impasses e desafios no contexto da disputa pela hegemonia. Londrina: UEL. Anais do IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina, 2010, p Charge: uma prática discursiva e ideológica. 9ª arte, v.1, n.1, 37-48, set/2012. ROMUALDO, Edson Carlos. Charge jornalística: intertextualidade e polifonia: um estudo de charges da Folha de S. Paulo. Maringá: Eduem, 2000.

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