A MARCHA DA COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA

Transcrição

1 A MARCHA DA COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA

2 Até o final do século XVI a população luso-brasileira vivia no litoral. Isso porque na época a locomocão para o interior era mais difícil e os indígenas ofereciam dura resistência à ocupação de suas terras.

3 Essa situação começou a mudar quando a colonização avançou, tanto para o interior quanto pelo litoral graças a ação: dos soldados, dos bandeirantes dos jesuítas e dos criadores de gado. Soldados Desde o início da colonização, piratas franceses, ingleses e holandeses atacaram o litoral brasileiro, levando o pau-brasil e outras riquezas; muitas vezes esses piratas se aliavam a grupos indígenas (revoltados com o domínio português). Para combater essa pirataria, foram enviados ao litoral brasileiro soldados portugueses e espanhóis. Estes soldados ergueram fortes e povoados que deram origem a várias capitais brasileiras.

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6 Os Bandeirantes No início da colonização, o governo português preocupou-se em organizar Entradas: expedições que partiam de vários pontos do Brasil e entravam pelo sertão, à procura de ouro e pedras preciosas. Já as Bandeiras: eram expedições com organização e disciplina militar que partiam de São Paulo com o objetivo de capturar índios e achar ouro e pedras preciosas. Houve no Brasil três tipos principais de bandeirismo: o de caça ao índio, busca de diamante e sertanismo de contrato.

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10 Caça ao índio Desde o início, os paulistas prenderam e escravizaram índios. A partir de 1620, porém, com o crescimento das plantações de trigo em São Paulo, aumentou muito a procura por trabalhadores nessa região. Então, os paulistas organizaram grandes bandeiras de caça ao índio. Para conseguir muitos índios de uma só vez, atacavam as missões, provocando grandemortandade e destruição. As principais bandeiras de caça ao índio, foram chefiadas por Antônio Raposo Tavares, que destruíram em dez anos ( ), as missões de Guairá (Paraná), Itatim (Mato Grosso do Sul e Tape (Rio Grande do Sul) Milhares de índios Guarani foram aprisionados e o gado se dispersou.

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12 INDÍGENAS: DOMINAÇÃO E RESISTÊNCIA Durante muito tempo, pensou-se que a maioria dos índios escravizados pelos bandeirantes era vendida no Rio de Janeiro e na Bahia região onde havia faltada de trabalhadores, depois que os holandeses passaram a dominar o tráfico negreiro. O historiador John Manuel Monteiro comprovou que somente uma pequena parte desses índios era destinada a essas regiões. A maioria deles foi vendida para as fazendas de trigo de São Paulo, que vinha crescendo e exigiam muitos trabalhadores. Além de trabalhar na agricultura, eles serviam como carregadores. Os indígenas nunca aceitaram a escravidão pacificamente. Reagiam a ela por meio de revoltas, de suicídio e fugas para o sertão. Depois da destruição das missões de Guairá, Itatim e Tape, os indígenas conseguiram armas de fogo com os jesuítas e enfrentaram os bandeirantes de igual para igual. Nessa luta venceram duas importantes batalhas; a de Caasapaguaçu, em 1638, e a de Mbororé, em Após essas derrotas, o bandeirismo de caça ao índio entrou em declínio. Para isso, contribuiu também a resistência dos Guaianá e Guarulho, indígenas do planalto paulista.

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14 A busca de ouro e diamantes Os bandeirantes encontram, desde cedo, pequenas uantidade de ouro no leito dos rios. No século XVI, uma crise enconômica levou o rei de Portugal a escrever aos bandeirantes para que procurassem ouro e pedras preciosas no sertão. Em 1674, Fernão Dias Pais partiu de São Paulo em direção ao sertão mineiro, onde alguns anos depois, pensou ter encontrado esmeraldas, mas se enganou, eram turmalinas, pedras verdes sem nenhum valor na época. A tilha aberta por Fernão Dias, serviu para outras bandeiras, que seguindo o mesmo caminho, descobriram ouro no interior do Brasil. Entre elas cabe destacar: Antônio Rodrigues Arzão, Sabará (Minas), por volta de 1693; Pascoal Moreira Cabral, Cuiabá (Mato Grosso), em 1719; Bartolomeu Bueno da Silva, Vila Boa (Goiás) por volta de 1725.

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16 Com a descoberta de ouro nessas regiões, os paulistas organizaram as monções, expedições comerciais que seguiam de canoa pelo leito dos rios para vender alimentos roupas e instrumentos de trabalho nas regiões mineradoras.

17 Sertanismo de Contrato Nos séculos XVII e XVIII, os bandeirantes também foram contratados por fazendeiros e autoridades para combater índios ou afrodescendentes rebelados contra a escravidão. Esse negócio era o Bandeirismo de Contrato.Os bandeirantes paulistas, foram contratados por exemplo para reprimir os indígenas que resistiam ao avanço dos cradores de gado luso-brasileiro no Nordeste, no conflito chamado de Guerra dos Bárbaros. Entre 1687 e 1720.

18 Os Jesuítas Os jesuítas ergueram grande número de missões no interior do Brasil, a maioria delas localizada na Amazônia e no Sul. As missões eram grandes aldeamentos indígenas organizados pelos padres jesuítas. Nas missões os indígenas trabalhavam e eram iniciados no catolicismo. Cultivavam cereais, frutas e erva-mate; além disso, extraíam vegetais da floresta, produziam tecidos, objetos de couro, esculturas etc. Vários desses produtos eram exportados para a Europa, com grande lucro.

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20 A REVOLTA DE BECKMAN A base da economia do Grão-Pará e Maranhão eram as chamadas drogas do sertão: cacau, canela, castanha-do-pará, pequi, guaraná, plantas medicinais, aromáticas etc. Eram os indígenas escravizados que extraíam essas riquezas da floresta para os colonos da região. Assim, ao serem informados da proibição de escravizar índios, os colonos protestaram e exigiram uma atitude do governo. O governo de Portugal criou a Companhia de Comércio do Maranhão, que se comprometeu a vender africanos escravizados para os colonos, além de ferramentas e roupas de que eles necessitassem. A companhia, no entanto, não cumpriu o prometido: além de não trazer os africanos para o Maranhão, a companhia falsificava pesos e medidas, cobrava caro pelos produtos que vendia e pagava barato aquilo que comprava da região. Revoltados, os colonos, liderados por Manuel Beckman, invadiram os armazéns da Companhia de Comercio do Maranhão e o colégio dos jesuítas em São Luís, dando início, assim à Revolta de Beckman (1668). O governo português enviou soldados ao Maranhão, que reprimiram os rebeldes e condenaram à morte seu principal líder. Mas, ao mesmo tempo, atendeu às exigências dos colonos: extinguiu a Companhia de Comércio do Maranhão e voltou a permitir a escravização dos indígenas.

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22 A Criação de Gado A criação de gado foi a atividade mais importante para o povoamento dos sertões do Nordeste e das campinas do Sul, contribuindo muito para a expansão do território colonial. O gado no Nordeste foi introduzido pelo governadorgeral Tomé de Sousa, e era usado, para mover a moenda dos engenhos e transportar cana. No Sul o gado das missões jesuíticas espalhou-se pela região e como nessa áreas o pasto é de excelente qualidade em pouco tempo o número de mulas, cavalos, bois e vacas cresceu rapidamente. Atraídos por esses imensos rebanhos sem dono, moradores de São Paulo, de Desterro (atual Florianópolis) e de Laguna (também em Santa Catarina) iniciaram a ocupação das campinas dos Sul. Eles caçavam o gado selvagem, consumiam a carne e exportavam o couro.

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24 As novas fronteiras do Brasil colonial Com a ação, dos soldados, bandeirantes, jesuítas, criação de gado, os luso-brasileiros avançaram pelas terras que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha. O governo português, então teve que buscar legalizar o território conquistado por meio de uma série de acordos internacionais. Os mais importantes foram: Tratado de Tordesilhas (1494) Tratado de Utrecht (1713) Tratado de Madri (1750) Tratado de Santo Ildefonso (1777) Tratado de Badajós (1801)

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26 Tratado de Tordesilhas (1494) - foi um acordo firmado em 4 de junho de 1494 entre Portugal e Espanha. Ganhou este nome, pois foi assinado na cidade espanhola de Tordesilhas. O acordo tinha como objetivo resolver os conflitos territoriais relacionados às terras descobertas no final do século XV. De acordo com o Tratado de Tordesilhas, uma linha imaginária a 370 léguas de Cabo Verde serviria de referência para a divisão das terras entre Portugal e Espanha. As terras a oeste desta linha ficaram para a Espanha, enquanto as terras a leste eram de Portugal. Tratado de Utrecht (1713) assinado entre Portugal e França. Estabelecia que o Rio Oiapoque, no norte do atual território brasileiro, limitaria a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa. Tratado de Madri (1750) assinado entre Portugal e Espanha. Estabelecia que a Colônia do Sacramento pertencia à Espanha. Em troca, Portugal recebia a área de Sete Povos das Missões, situada em terras do atual Rio Grande do Sul. Tratado de Santo Ildefonso (1777) assinado entre Portugal e Espanha. Os espanhóis obtinham o território de Sete Povos das Missões e da Colônia do Sacramento e devolviam a Portugal algumas terras que haviam ocupado no atual Rio Grande do Sul. Considerando-se prejudicados, os portugueses exigiram da Espanha um novo acordo. Tratado de Badajós (1801) assinado entre Portugal e Espanha. Os portugueses ficavam com o território de Sete Povos das Missões e a Espanha garantia para si a Colônia do Sacramento.

27 DEFINIÇÕES: Entradas: expedições que partiam de vários pontos do Brasil e entravam pelo sertão, à procura de ouro e pedras preciosas; Bandeiras: eram expedições com organização e disciplina militar que partiam de São Paulo com o objetivo de capturar índios e achar ouro e pedras preciosas; Decidas: expedições para reconhecer o território; Missões: grandes aldeamentos indígenas organizados pelos padres jesuítas; Monções: expedições comerciais que seguiam de canoa pelo leito de rios para vender alimentos, roupas e instrumentos de trabalho nas regiões mineradoras.