Hospital Getúlio Vargas Teresina Piauí Brasil

Transcrição

1 Hospital Getúlio Vargas Teresina Piauí Brasil

2 Introdução A equipe é a mais expressiva em números de profissionais que prestam assistência à saúde e a que mais se expõe, diariamente, a uma gama variada de fatores de riscos ocupacionais, no desempenho das suas funções. Dentre estes fatores destacam-se as longas jornadas de trabalho que podem desencadear o estresse ocupacional.

3 Trabalhadores de Enfermagem Nos últimos 30 anos há um aumento do reconhecimento Na atuação da do enfermagem, impacto do há estresse riscos para relacionado o à saúde desenvolvimento de estresse de ocupacional, saúde sugerindo de forma que eles sofrem mais reconhecida mais efeitos nos deletérios hospitais, de devido estresse às altas do que outros trabalhadores. cargas de trabalho e às jornadas noturnas, as quais ocasionam cansaço extremo, perda da concentração, (BOST; WALLIS, 2006) queda no desempenho profissional e desgaste físico e emocional. A enfermagem é considerada uma profissão de alto risco que induz ao estresse. (MIRANDA; STANCATO, 2008; VERSA, 2012). (LAI et al., 2006; LAI; LI, 2011).

4 Estresse e jornada laboral Questões da Pesquisa 1 Qual o perfil segundo a jornada laboral, o número de vínculos empregatícios, a carga horária semanal e a faixa salarial? 2 Quais os fatores de risco percebidos no ambiente de trabalho pelos trabalhadores? 3 Quais os problemas de saúde relacionados ao trabalho percebidos pelos trabalhadores de enfermagem? 4 Como se caracteriza a ocorrência de estresse entre os trabalhadores?

5 Objetivo Geral Analisar a relação entre estresse e jornada laboral de um hospital público de Teresina, Piauí.

6 Objetivos Específicos Caracterizar os trabalhadores segundo a jornada laboral, o número de vínculos empregatícios, a carga horária semanal e a faixa salarial. Identificar os fatores de risco percebidos no ambiente de trabalho pelos trabalhadores de enfermagem. Identificar os problemas de saúde relacionados ao trabalho apresentados pelos trabalhadores de enfermagem, conforme sua percepção. Investigar a ocorrência de estresse entre os trabalhadores, em que fase se encontram e se sua manifestação ocorre por meio de sintomatologia na área física e/ou psicológica.

7 Riscos Ocupacionais e os agravos à saúde Elementos e situações que intensificam a carga de trabalho, ocasionando riscos à saúde física e mental dos profissionais de enfermagem:. o aumento constante do conhecimento teórico e prático exigido na área da saúde;. a especialidade do trabalho;. a hierarquização e a dificuldade de circulação de informação;. o ritmo e o ambiente físico;. o estresse e o contato com o paciente;. a dor e a morte. (MARZIALE; ROBAZZI, 2000).

8 Jornada de Trabalho em Enfermagem Enfermeiras Sobrecarga de trabalho Fatores individuais, sociais, ambientais, ocupacionais e organizacionais (MCGRATH; REID;BOORE, 2003) Níveis elevados de estresse Assistência oferecida ao paciente (JOHNSON; LIPSCOMB, 2006).

9 Definição e Manifestações do Estresse As SGA inclui três fases de manifestações SELYE (MENDES, 2002). LIPP (LIPP, 2000a; LIPP; MALAGRIS, 2001).

10 Estresse Ocupacional sensibilidade humor concentração Pacientes Enfermeiras são conhecidas como as que apresentam índices mais altos de estresse ocupacional (KAWAGUCH, 2007). Cuidado Bem estar físico e psíquico Conforto material e moral (STACCIARINI; TRÓCCOLI, 2001).

11 Método

12 Instrumentos para coleta de dados

13 Resultados Tabela 1 Caracterização Sociodemográfica do hospital estudado. Teresina PI, 2013 (n = 145).

14 Resultados Tabela 2 Caracterização Profissional do hospital estudado. Teresina PI, 2013 (n = 145).

15 Resultados Tabela 3 Caracterização Profissional do hospital estudado, segundo tipo de jornada, carga horária, faixa salarial e número de vínculos. Teresina PI, 2013 (n = 145).

16 Resultados Figura 1 Distribuição proporcional dos fatores de risco no ambiente de trabalho do hospital estudado segundo a percepção quanto a existência e frequência (sempre/frequentemente). Teresina PI, 2013 (n = 145).

17 Resultados Figura 1 Distribuição proporcional dos fatores de risco no ambiente de trabalho do hospital estudado segundo a percepção quanto a existência e frequência (sempre/frequentemente) Teresina PI, 2013 (n = 145).

18 Resultados Tabela 10 Distribuição proporcional da existência de problemas de saúde relacionados ao trabalho (provocados/agravados) de acordo com os trabalhadores do hospital estudado. Teresina PI, 2013 (n = 145).

19 Resultados Tabela 12 Estatística descritiva, segundo presença de estresse, fase do estresse, nível de cortisol, percebe frequentemente risco de sobrecarga de trabalho, percebe frequentemente risco por duração excessiva da jornada de trabalho e identifica estresse como problema de saúde relacionado ao trabalho. Teresina PI, 2013.

20 Resultados Tabela 13 Associação entre as características sociodemográficas e presença de estresse. Teresina PI, 2013.

21 Estresse e jornada laboral Conclusões Considerando a especificidade do trabalho realizado pelos trabalhadores, com acúmulo de componentes emocionais, exposição aos numerosos riscos ocupacionais, é necessário o reconhecimento dos estressores. A pesquisa traz a tona um debate atual quanto ao estresse ocupacional com o qual se defronta o trabalhador e à necessidade em desenvolver medidas preventivas a serem adotadas por estes diante desse problema. Intervenção nos serviços de saúde, com reestruturação organizacional visando à minimização dos riscos existentes e cumprimento da legislação vigente.

22 Estresse e jornada laboral Conclusões Há associação entre o estresse e a jornada laboral, especialmente para carga horária superior a 30 horas semanais. Os resultados encontrados reforçam a proposta de uso do cortisol salivar para auxiliar no rastreio de condições deletérias geradas pelo estresse ocupacional crônico e a importância da jornada laboral de 30 horas semanais, adequada e segura para um melhor resultado assistencial, com equilíbrio entre o rendimento e a produtividade. Sabe-se que em um ambiente saudável de trabalho, o risco dos trabalhadores desenvolverem estresse é bem menor, propiciando melhoria da qualidade da assistência prestada.

23 Referências ABEN. Associação Brasileira de Enfermagem Seção RJ. Cartilha do trabalhador. Saúde, segurança e boas condições de trabalho. ABEN-RJ, ADAM, E.K., KUMARI, M. Assessing salivary cortisol in large scale: epidemiological research. Psychoneuroendocrinology, v.34, n.10, p , ALEXANDRE, N.M.C. Aspectos ergonômicos e posturais eo trabalhador da área de saúde. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 28, n. 2, p , ALLISON, P.D. Logistic Regression Using the SAS System: Theory and Application SAS Institute & Wiley, ALMEIDA, L.M.W.S. et al. Atuação do enfermeiro na saúde do trabalhador. Programa de atualização em enfermagem: saúde do adulto (PROENF). Porto Alegre: Artmed, (Ciclo 7, volume 4). ALMEIDA, R.F.C. Estudo comparativo dos níveis de cortisol salivar e stress em professores estagiários de Educação Física f. Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências do Desporto e Educação Física) - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra, ALMEIDA, A.N.G. et al.. Risco biológico entre os trabalhadores. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, v.17, n.4, p , out/dez ALMEIDA, C.B.; PAGLIUCA, L.M.F.; LEITE, A.L. A. S. Acidentes de trabalho envolvendo os olhos: avaliação de riscos ocupacionais com trabalhadores. Revista Latino- Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, n. 5, p , out ALVES, M.G.M.; HOKERBERG, Y.H.M; FAERSTEIN, E. Tendências e diversidade na utilização empírica do Modelo Demanda-Controle de Karasek (estresse no trabalho): uma revisão sistemática. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 16, n. 1, mar ALVES, M.G.M., CHOR, D., FAERSTEIN, E., LOPES, C. S, WERNECK, G.L. Versão resumida da "job stress scale": adaptação para o português. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 38, n. 2, Apr ANJOS, D.R. et al. Estresse: fatores desencadeantes, identificação e avaliação de sinais e sintomas no enfermeiro atuante em UTI neonatal. Revista do Instituto de Ciências da Saúde, São Paulo, v.26, n.4, p , AQUINO, J.M. Estressores no trabalho das enfermeiras em centro cirúrgico: consequências profissionais e pessoais f. Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, ARAÚJO, G.M. Normas regulamentadoras comentadas e ilustradas: legislação de segurança e saúde no trabalho. 7ed. Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde; ARAÚJO, T.M., GRAÇA, C.C., ARAÚJO, E. Estresse ocupacional e saúde: contribuições do Modelo Demanda-Controle. Ciênc. saúde coletiva, São Paulo, v. 8, n. 4, Available from < access on 17 Feb ARAÚJO, T.M, AQUINO, E., MENEZES, G., SANTOS, C.O., AGUIAR, L. Aspectos psicossociais do trabalho e distúrbios psíquicos entre trabalhadoras. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 4, p , Aug ARMITAGE P; BERRY, G; MATTHEWS, J.N.S. Statistical methods in medical research. 3nd ed. London (GB): Blackwell Scientific Publications; ATKINSON, R. L. et al.. Estresse, psicopatologia e terapia. In:. Introdução à psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, p AZAMBUJA, E.P., KERBER, N.P.C., KIRCHHOF, A.L. A saúde do trabalhador na concepção de acadêmicos. Rev Esc Enferm USP, v.41, n.3, p ,2007. BABA,V., GALAPERIN,B.L., LITUCHY,T.R. Occupational mental health: a study of work related- depression among nurses in the Caribbean. International Journal of Nursing Studies, Oxford, v. 36, p , BAGGIO, M.A, FORMAGGIO, F.M. Trabalho, cotidiano e o profissional : o significado do descuidado de si. Cogitare Enferm, v.13, n.1, p.67-74, 2008.

24 OBRIGADA!!!