FICHA TÉCNICA. 5 Seconds of Summer: The unauthorized biography. Joe Allan

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1 FICHA TÉCNICA Título original 5 Seconds of Summer: The unauthorized biography Autor Joe Allan Copyright Michael O Mara Books Limited 2014 Edição original publicada no Reino Unido por Michael O Mara Books Limited Todos os direitos reservados Tradução Editorial Presença, Lisboa, 2015 Tradução: António Carlos Andrade Capa: Gettyimages Composição, impressão e acabamento: Multitipo Artes Gráficas, Lda. 1.ª edição, Lisboa, fevereiro, 2015 Depósito legal n.º /15 Reservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) à Editorial Presença Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo BARCARENA info@presenca.pt

2 Índice Introdução capítulo um Luke Hemmings: Um tipo tímido capítulo dois Michael Clifford: O lado selvagem capítulo três Calum Hood: Na «descontra» capítulo quatro «Vamos formar uma banda» capítulo cinco Ashton Irwin: O som da bateria capítulo seis «Trazer de volta aquela cena das bandas» capítulo sete Londres chama capítulo oito Uma nova direção capítulo nove Levem nos para casa capítulo dez Regresso a casa capítulo onze Sonho americano capítulo doze Escrever, gravar, dormir, repetir capítulo treze Enfrentar o mundo capítulo catorze Onde estamos capítulo quinze Faixa a faixa capítulo dezasseis Não parar Fontes Créditos fotográficos

3 Este livro é dedicado a Tony French. Pelo apoio sem limites quando dei os meus primeiros passos por um caminho desconhecido.

4 INTRODUÇÃO Vieram de uma terra nos antípodas «Temos um autocarro imaginário: chama-se 5SOS Bus. Estamos a conduzir o autocarro e as pessoas entram e saem, mas só nós é que ficamos sempre lá dentro. Estes tipos não são apenas os melhores amigos; eles agora são como irmãos para mim. São como família. Portanto, na verdade, o lugar onde quer que a banda esteja é aquele a que posso chamar casa.» Calum Hood 60 Minutes australiano A cena musical australiana nunca foi tão vibrante, diversificada e talentosa como agora. Para além dos 5 Seconds of Summer, artistas tão variados como Iggy Azalea, a nova rainha do hip hop; o cantautor Vance Joy; a banda eletrónica Empire of the Sun e as estrelas do drum and bass, Pendulum, alcançaram um nível de sucesso crítico e comercial à escala global. Esta explosão não diz respeito apenas aos artistas em palco. Nos últimos anos, a cantautora Sia Furler, nascida em Adelaide, tornou se uma das mais procuradas compositoras do mundo, escrevendo sucessos internacionais para um grande número de artistas, incluindo nomes como Rihanna, Lea Michele, David Gueta, Rita Ora, Katy Perry e Jessie J. 11

5 No entanto, esta aceitação internacional automática nem sempre se verificou com os artistas australianos. Durante muitos anos grande parte do talento nacional bem sucedido no país deparou se com grandes dificuldades em transpor esse sucesso para além fronteiras. Fosse devido a uma sonoridade original ou muito simplesmente ao isolamento geográfico do continente, as exportações australianas ficavam limitadas, em grande medida, a artistas que soavam muito semelhantes aos seus colegas norte americanos e britânicos, ou a artistas excêntricos que usavam as suas raízes australianas como estratégia. Quando o grupo pop rock, new wave, Men at Work conseguiu um sucesso mundial no início de 1983 com a canção Down Under, parecia encaixar se na perfeição nessa segunda categoria. Com uma letra repleta de todos os estereótipos possíveis e imagináveis acerca da Austrália e da vida australiana, e uma sonoridade que lembrava vagamente o híbrido rock reggae dos britânicos Police, os Men at Work pareciam ter tudo menos uma mensagem profunda. No entanto, a canção era mais do que apenas aquele refrão contagiante, e numa análise mais profunda podia ser vista como um comentário crítico ao facto de a cultura australiana, os seus artistas e a música que o país estava a produzir serem, em grande escala, ignorados, menosprezados e reduzidos a um lugar comum. Os gritos de «Can t you hear the thunder?» 1 e «You better run, you better take cover» 2 ouvidos no refrão podiam igualmente aplicar se à explosão de talento por descobrir e de música nova que estavam prestes a irromper da «terra nos antípodas 3» nos anos que se seguiram. A partir de meados dos anos 80, a nação australiana viu uma exportação sem precedentes de novos talentos musicais. Assistiu se a uma transição internacional maciça de artistas como o grupo rock INXS e os pioneiros do metal, AC/DC; o cantor country Keith 1 Não consegues ouvir o trovão? (NT) 2 É melhor fugires, é melhor abrigares te. (NT) 3 Trocadilho com a expressão «land down under» usada na letra dessa mesma canção. (NT) 12

6 Urban; e uma grande variedade de artistas pop, incluindo nomes como Savage Garden; Holly Valance; Delta Goodrem e a princesa do pop em pessoa, Kylie Minogue. O enorme tamanho do país e o seu aparente isolamento de influências externas pareciam já não ser um problema e, aliás, ajudavam à criatividade e originalidade dos músicos que produzia. Foi neste mercado musical global que os 5 Seconds of Summer foram lançados. Naquilo que parece saído de um clássico conto de uma subida a pulso da pobreza à fortuna, conseguiram uma série de singles de sucesso mundial, um álbum de estreia multiplatina e um autêntico exército de fãs leais. No entanto, apesar de muita coisa poder ter mudado no mundo da música nas últimas décadas, uma coisa parece ter ficado mais ou menos na mesma: não existem sucessos do dia para a noite e os 5SOS não são exceção. Mesmo tendo em conta a cultura atual de fama e celebridade instantânea, graças a coisas como o YouTube e os programas da vida real, no mundo da música as coisas têm tendência para demorar um pouco mais, requerendo muito planeamento e trabalho árduo nos bastidores; já para não falar na necessidade de, para começar, encontrar um artista com o talento, o aspeto e a atitude certa para ser bem sucedido. No entanto, a originalidade e aptidão raramente são os únicos fatores para garantir o sucesso, e com o contínuo apelo dos programas da vida real e das competições de canto televisivas como o The Voice, The X Factor e American Idol, a sorte e o timing desempenham um papel crucial. Não é de todo surpreendente que os membros de bandas pop «pré fabricadas», como os One Direction, se tornem superestrelas globais tão rapidamente se tivermos em conta a exposição maciça a que são sujeitos num espaço de tempo relativamente curto. Várias presenças no programa de televisão mais visto no Reino Unido, The X Factor, todas as semanas, durante vários meses, ajudaram inevitavelmente os One Direction a chegar a uma vasta e interessada audiência. Quando a isso se junta depois a exposição global acrescida de cada atuação através de canais de vídeo online tais como o YouTube e outros sites da Internet era quase inevitável que a banda construísse uma enorme base de fãs e colhesse os frutos da fama. 13

7 Mas construir uma grande base de fãs do nada pode ser visto como o mais fácil. Manter esses fãs interessados quando aparece «a nova grande estrela» é muito mais difícil. Hoje em dia, embora a fama e a fortuna possam até aparecer muito rapidamente, o que é realmente difícil, e a chave para alcançar algo de verdadeiramente extraordinário, é fazer com que seja duradouro. Por volta da mesma altura em que os Men at Work andavam a representar a Austrália pelo mundo fora, o grupo pop britânico, Duran Duran, estava a alcançar o sucesso na América do Norte. Em 1983 já tinha conquistado o seu espaço no Reino Unido, com um contrato assinado com a EMI Records (antiga casa dos Beatles e uma das maiores e mais bem-sucedidas companhias discográficas do mundo) alguns anos antes. Hungry Like the Wolf, a canção que os lançou nos EUA, era na realidade o seu 5º single no Reino Unido, retirado do seu segundo álbum, Rio (sendo que o seu álbum de estreia homónimo tinha passado basicamente despercebido nos EUA em 1981). Os seus triunfos foram alcançados graças a trabalho árduo mas a banda tinha a apoiá la o poderoso peso da imprensa e de uma equipa de marketing. Para conquistar a América do Norte, a banda foi levada de arrasto numa digressão relâmpago, atuando em concertos sem fim a meio mundo de distância da sua casa. Era uma calendário extenuante fosse para quem fosse e não demorou muito a que isso começasse a fazer se sentir negativamente em alguns elementos do grupo. Não se trata propriamente da história de sucesso rápido gozada pelos One Direction, mas teve um resultado final muito semelhante. O baterista original dos Duran Duran, Roger Taylor, disse à revista Classic Pop: «Visto de fora, as pessoas acham que estar numa banda bem sucedida é fantástico, mas não é o melhor mundo no qual estar: vive se em hotéis, é preciso seguranças só para andar na rua, não se pode entrar em lojas. É uma vida difícil.» Frequentemente as pressões são inesperadas e o nível de trabalho extremo. Ele continuou: «Vejo semelhanças com os One Direction hoje em dia. Preocupo me um bocadinho com eles porque são jovens, como nós éramos, num ambiente intenso... Tinha dezanove anos quando 14

8 me juntei à banda, e aos vinte e três estava a tocar no Madison Square Garden, a viajar pelo mundo no meu próprio avião. Era demais.» As coisas na indústria musical podem ter mudado enormemente nos últimos trinta anos, mas parece que muitas das pressões com que os jovens artistas têm de se deparar para alcançar o sucesso permaneceram mais ou menos as mesmas, e um elemento chave para alcançar (e manter) a fama e a fortuna permanece: tem de se estar preparado para trabalhar por isso. À luz das suas origens, o sucesso dos One Direction nos EUA era quase garantido. Reunidos e trabalhados por uma equipa de experientes profissionais da indústria musical, sujeitos a uma exposição incrível num programa televisivo de grande audiência (e depois através de uma digressão completamente esgotada após o final do programa), com contrato assinado com a enormemente poderosa editora de Simon Cowell, Syco, e tendo recebido um single de estreia criado pela equipa de produtores responsáveis por artistas como Britney Spears, Westlife, Justin Bieber e Demi Lovato como podiam eles perder? O que é verdadeiramente fantástico é quando um cantor ou uma banda aparece sem quaisquer ligações prévias com a indústria musical, e pouco mais do que um sonho de criar e partilhar a música que amam, e de alguma forma conseguem encontrar uma audiência disposta a partilhar esta paixão. Do nada, conseguem envolver e chegar a amantes da música com gostos em comum. Constroem, assim, uma base suficiente de seguidores leais e dedicados que lhes permite entrar nos respetivos tops nacionais à custa apenas do seu próprio esforço, sem a ajuda de uma plataforma de lançamento como um programa de televisão nacional ou uma grande editora a apoiá los a cada instante. Os 5 Seconds of Summer são um desses fenómenos. Na semana após o álbum de estreia homónimo da banda ter chegado a Número Um nos EUA, vendendo mais de cópias, o futuro mentor dos 5SOS, o músico e produtor discográfico John Feldmann, destacou na revista Billboard: «Não houve nada da fórmula Simon Cowell encontra um monte de rapazes 15

9 giros. São só uns tipos australianos de um metro e noventa que gostavam do mesmo tipo de música e formaram uma banda.» Parecia mais uma declaração de intenções do que uma simples enumeração de factos. Quando Luke, Michael, Calum e Ashton, um grupo de rapazes modestos de Sydney, se juntaram para tocar as suas canções preferidas, e depois decidiram partilhá las com o mundo através de vídeos no YouTube, ninguém podia prever que no espaço de apenas dois anos eles estariam a lançar discos Número Um por todo o mundo e a atuar em espetáculos ao vivo esgotados diante de milhões de fãs. A história dos 5 Seconds of Summer não é simplesmente a história de uma banda rock australiana que conquistou o mundo com um monte de canções contagiantes; é muito mais do que isso. É a história de uma minirrevolução. É a história de quatro adolescentes que não só compreendiam o poder da música e de como esta pode unir um grupo de pessoas, mas também tinham plena noção do potencial da Internet e das redes sociais para se ligarem, e depois manterem essa ligação, à sua cada vez mais numerosa família 5SOS. Usando sites como o YouTube, o Facebook, o Twitter, o Instagram e todas as outras plataformas que pudessem ajudá los a manter se em permanente contacto com os seus leais fãs, eles criaram um exército de apoiantes disposto a segui los onde quer que a sua incrível história de sucesso os leve. Com mais de seis milhões e meio de «Gostos» na página oficial da banda no Facebook, um total combinado de mais de 10 milhões de seguidores no Twitter, e perto de 100 milhões de visualizações do seu vídeo no YouTube até agora, a banda tem uma das maiores bases ativas de fãs em todo o mundo... das maiores de sempre! Se a isso juntarmos concertos esgotados por todo o planeta e duas digressões mundiais fazendo a primeira parte dos espetáculos dos One Direction, vemos que a audiência global que reuniram faria inveja à mais consagrada das bandas. O que é ainda mais incrível é que alcançaram isto antes sequer de assinarem um grande contrato discográfico ou lançarem o seu álbum de estreia. Quando por fim se soma a isto o vasto sucesso dos seus singles, EP e álbuns, é fácil perceber que os 5 Seconds 16

10 of Summer, em conjunto com a fundamental família 5SOS, são mais do que uma banda, são uma autêntica força da natureza. Este livro explora as suas origens, a sua caminhada até ao sucesso, e revela o papel dos fãs na demanda contínua da banda pelo domínio mundial. Apertem os cintos. A montanha russa parece pronta para continuar com Luke, Michael, Calum e Ashton a gritarem Don t Stop 4 e a pedirem que sejas o seu companheiro «perfeito» enquanto continuam a enfrentar o mundo. 4 Não pares. (NT) 17

11 CAPÍTULO UM Luke Hemmings: Um tipo tímido «A sério, malta, tenho quase a certeza de que sou da mesma altura que os outros membros da banda.» Luke Hemmings (@Luke5SOS), Twitter Na altura em que os 5 Seconds of Summer estavam prestes a entrar nos tops norte americanos pela primeira vez com o seu EP She Looks So Perfect, a revista Billboard decidiu publicar um artigo de apresentação intitulado «10 Coisas que Precisas de Saber Acerca dos 5 Seconds of Summer», para todos aqueles que ainda não estavam totalmente a par das estrelas pop acabadas de chegar dos antípodas. Prevendo que os quatro rapazes australianos estavam preparados para dominar as tabelas de vendas dos EUA, destacaram o guitarrista e vocalista principal, dando lhe especial atenção e apelidando o de «Galã». Fizeram a seguinte descrição dele: «Tem a argola no lábio, o cabelo louro penteado na perfeição, o sorriso desarmante, os olhos azuis arrasadores», afirmando também sem receios que «Nesta altura, o HSP (Potencial Harry Styles) dele é gigantesco.» Embora seja difícil argumentar contra qualquer uma destas coisas, há muito mais para dizer acerca de 19

12 Luke Hemmings do que falar do seu aspeto. O seu caminho até se tornar no carismático líder da banda não foi tão simples quanto isso, e quando se tem em conta que ele é o mais novo dos rapazes dos 5SOS, o compromisso dele para com o futuro do grupo e os sacrifícios que fez para assegurar o sucesso do mesmo são ainda mais extraordinários. Luke Robert Hemmings nasceu a 16 de julho de 1996 e foi criado pelos pais, Andrew e Liz, em Riverstone, um subúrbio de Sydney, na Austrália, juntamente com os seus irmãos mais velhos, Ben e Jack. Luke, tal como os restantes futuros membros da banda, Michael Clifford, Calum Hood e Ashton Irwin, não nasceu numa família privilegiada, facto que Ashton, o baterista do grupo, confirmou à Billboard: «Nenhum de nós vem de famílias com muito dinheiro... não vimos de uma área particularmente agradável.» Como uma das primeiras povoações a nascer nos arredores de Sydney, e situada a cerca de 50 km a oeste da cidade, Riverstone transformou se numa típica cidade dormitório, com poucas oportunidades de emprego. A maior parte dos seus 6000 residentes, fazem a viagem diária de ida e volta para Sydney, arranjando empregos numa das cidades mais movimentadas e cosmopolitas da Austrália. Ao longo dos anos, a população de Riverstone cresceu à medida que os custos das habitações nos subúrbios mais finos de Sydney subiram a pique, e muito do espírito de comunidade que outrora possuíra desvaneceu se com as novas chegadas. A cidade viu a sua reputação decair, com certas zonas a serem consideradas inseguras à noite. Ashton apelidou as mesmo de «violentas a sério» em conversa com o Guardian algum tempo depois, dizendo que a área estava virtualmente «sob recolher obrigatório». Isto porque grupos de adolescentes, sem nada para fazer e com energia em excesso, saíam para as ruas para se entreter, acabando a embebedar se, a ficar na rua até altas horas e, basicamente, a arranjar sarilhos. Embora nem sempre fossem amigos muito próximos enquanto cresciam, todos os rapazes foram criados neste ambiente. É fácil perceber como as experiências por eles partilhadas e as dificuldades que sentiam por ali viverem reforçaram a sua vontade de alcançar uma vida melhor. Foi esse fator que Ashton fez questão de realçar 20

13 em declarações prestadas mais tarde à revista Rock Sound: «Não vimos de grandes mansões no campo, somos dos subúrbios e de famílias que lutavam para sobreviver.» Explicou que o interesse inicial deles pela música, e consequente desejo de fazer parte de uma banda, era, em grande medida, alimentado por um desejo de fugir. «Tentámos a sério construir algo para nós mesmos, pois não queríamos estar onde vivíamos.» Como é o caso de muitas das primeiras cidades da Austrália, Riverstone tem uma série de pequenas igrejas de diferentes confissões religiosas num ambiente de pequena cidade, e muitos dos colégios privados locais refletiam essas orientações religiosas. Tal como acontecia com as escolas estatais locais, forneciam uma educação completa, mas com um foco nos valores e ensinamentos associados à sua fé em particular. Os pais de Luke despenderam boa parte do seu pouco dinheiro a enviá-lo para um destes colégios privados, o Norwest Christian College, onde recebeu muita da sua educação formal e onde conheceu os seus companheiros de banda dos 5 Seconds of Summer, Michael Clifford e Calum Hood. O Norwest Christian College foi fundado há mais de trinta anos, e mantém padrões muito elevados para se certificar de que todos os seus alunos se tornam indivíduos bem integrados e com uma educação completa. Com propinas anuais a rondar os 7000 dólares 5, promete focar se nos valores cristãos, mas procura também dar aos seus estudantes bases académicas sólidas para a vida, bem como liberdade para o desenvolvimento pessoal, promovendo uma noção de individualidade e apoiando a liberdade básica de cada aluno de se exprimir de forma criativa. O diretor do colégio, Ian Maynard, explica os objetivos do mesmo no seu site: «... que cada criança a nosso cargo aprenda a manter uma vida interior vibrante, repleta de esperança e otimismo, e motivada pela busca dos seus próprios objetivos.» O colégio tenta cumprir três objetivos principais: uma educação forte, oferecida num ambiente de carinho e apoio, e instilando em cada aluno uma autoconfiança e 5 Cerca de 5000 euros. (NT) 21

14 maturidade que lhe permita tomar as decisões importantes da sua vida com confiança e clareza. Maynard afirma ainda: «Estes três elementos em conjunto permitem a cada criança desenvolver as capacidades, o conhecimento e a autoconfiança suficientes para descobrir e perseguir os seus objetivos com paixão e propósito.» Foi neste ambiente que Luke começou por ser encorajado a dedicar se à sua paixão pela música, e a encontrar uma forma de desenvolver ao máximo o seu talento para cantar e tocar guitarra, juntamente com os seus restantes estudos mais académicos. A sua mãe, Liz, foi durante muitos anos professora de matemática, e ele herdou a aptidão dela para essa disciplina, tendo também começado por mostrar interesse pelas ciências. Mas desde muito tenra idade, só uma disciplina conseguia realmente captar toda a atenção de Luke: a música rapidamente se tornou na sua paixão avassaladora. Cantar e aprender a tocar guitarra eram praticamente as únicas coisas que queria fazer, dentro e fora da escola, uma obsessão que acabou por se apropriar de grande parte dos seus tempos livres e, em última instância, dominar o resto da adolescência de Luke. Felizmente, teve muito apoio em casa e na escola, e foram muitas as oportunidades para partilhar o seu talento com os colegas. O colégio certificava se de que todos aqueles interessados nas artes performativas, ou com um desejo de produzir a sua própria música, tinham acesso a tudo aquilo de que necessitavam para tornar o seu sonho realidade. Com uma sala de música bem equipada e espaço para ensaiar, o colégio ganhou uma bela reputação como viveiro de talentos musicais. Não era raro os professores instalarem instrumentos e amplificadores nos terrenos do colégio, encorajando os alunos a atuar uns para os outros durante os intervalos e dando lhes uma experiência preciosa de treino perante um público. Com os seus terrenos repletos de tal energia vibrante e criativa, o Norwest College tornou se uma base muito positiva e inspiradora para Luke, para os seus colegas e, a seu tempo, para a sua futura banda, os 5 Seconds of Summer. Enquanto criança, Luke apresentava já todas as características que os seus companheiros de banda viriam mais tarde a citar como os seus pontos fortes. Descrito como «animado», «divertido» e 22

15 «sempre feliz», Luke vivia uma vida muito agradável. Descrevia se a si mesmo como «um bocadinho rechonchudo», afirmando que quando conheceu Calum, sentiu inveja do seu aspeto escanzelado. Claro que é difícil para quem olha agora para o seu físico elegante de um metro e oitenta imaginar que isso fosse realmente um problema na altura. No entanto, parece que de facto a tendência dele para exagerar pode persegui lo ainda hoje; os outros rapazes dos 5 Seconds of Summer afirmaram num vídeo online que ele é o membro do grupo que consegue «comer o jantar, depois um segundo jantar, depois ir ao cinema e comprar um pacote grande de pipocas e uma bebida gigante», com Michael a acrescentar que «depois ainda é capaz de ir comer um snack.» Quando Luke entrou na adolescência, como acontece com a maior parte dos rapazes dessa idade, começou a interessar se muito mais por raparigas. Ele diz que nunca se sentiu especialmente atraído por qualquer tipo físico em particular, e afirmou à revista Top of the Pops: «Só procuro alguém que goste de mim e se sinta confortável consigo mesma.» Isto sugere que a perspetiva mais séria com que encara a vida significa que está à procura de uma relação a longo prazo e não de um simples caso. Infelizmente para Luke, ele conseguia por vezes ser algo desajeitado, e isso tornava se ainda mais evidente ao pé de raparigas, o que significava que muitas vezes ele se sentia perdido nesses desconfortáveis primeiros encontros. Ele recorda um desses típicos falhanços na tentativa de impressionar uma rapariga: «Sou trapalhão quando fico nervoso e entornei molho de soja por mim abaixo num restaurante de sushi.» Mas uma rapariga em particular estava prestes a chamar lhe a atenção, e pouco tempo depois tornava se uma companheira constante e interminável fonte de inspiração. Aleisha McDonald era também aluna no Norwest, com talento para cantar e tocar guitarra, e não levou muito tempo a que os dois começassem a passar tempo juntos, acabando por começar a namorar. Muito rapidamente, Aleisha tornou se mais do que uma mera namorada de Luke; tornou se também na sua companheira de canto, e eles atuavam juntos pelos terrenos do colégio, e para a família e amigos, tendo até chegado a colocar alguns vídeos no 23

16 YouTube. Destes, destacam se a versão dos dois de She Will Be Loved, dos Maroon 5, e uma atuação ao vivo de If It Means a Lot to You dos A Day To Remember, filmada nos terrenos do Norwest College. A relação deles prosseguiu ao longo de 2012, mas quando o compromisso de Luke para com os 5 Seconds of Summer o obrigou a passar cada vez mais tempo longe de casa, em digressão, e mais tarde o levou a ficar em Londres por um período prolongado, tornou se impossível e o casal decidiu separar se. Encorajada pelo sucesso inicial de Luke, Aleisha começou a gerir o seu próprio canal de vídeo e colaborou com outros músicos, incluindo o seu irmão mais novo, Shannon. Citando Alicia Keys, Beyoncé, James Vicent McMorrow e a banda inglesa de indie folk, Daughter, como as suas principais influências e inspiração, é evidente que ela quer diferenciar se de Luke e dos restantes rapazes dos 5SOS em termos da música que faz. Tendo completado o seu diploma do ensino secundário, ela continua a procurar uma carreira na música, publicando versões de canções no seu canal. Aliás, recentemente anunciou que tinha tido a oportunidade de gravar algumas das suas canções originais num estúdio a sério, anunciando no Twitter: «Há tanto tempo que ando a escrever canções umas atrás das outras. Espero dentro em breve poder mostrar vos.» A ligação dela a Luke e o seu estatuto de ex namorada significam que Aleisha tem tido de enfrentar um grande número de comentários negativos, sofrendo abusos desnecessários de certas secções de fãs dos 5SOS. Ela tem tentado manter uma relação próxima com Luke, e envia lhe muitas vezes tweets. Quando questionada acerca de como era realmente Luke na Ask.fm, respondeu: «O Luke é a pessoa mais perfeita e espantosa que já conheci! É um rapaz tão querido e um bom amigo. Continua a ser o meu melhor amigo.» Recentemente, tem tentado distanciar se de ser conhecida apenas como «a ex de Luke». Em julho de 2014 viu se obrigada a desativar a sua conta pessoal no Twitter, anunciando que precisava de se afastar do site para se concentrar nos estudos, mas admitiu também que se devia ao seu feed estar a ser constantemente bombardeada por imbecis online e a ter de combater uma série de contas falsas que fingiam ser ela usando o seu nome. 24