SEMIÓTICA E ROCK: ANÁLISE DE PALAVRAS ERRADAS D O BANDO DO VELHO JACK Vanessa AMIN a

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1 SEMIÓTICA E ROCK: ANÁLISE DE PALAVRAS ERRADAS D O BANDO DO VELHO JACK Vanessa AMIN a Abstract: This article analyses the lyrics Palavras Erradas from Fabio Terra, who is the guitar player of the band O Bando do Velho Jack, one of the most traditional rock groups in the state of Mato Grosso do Sul, through a semiotics perspective. It is an effort to know how the process of making sense is built in this text adopting the semiotics theory developed by Algirdas Julien Greimas and his followers. Keywords: semiotics; song; rock; Mato Grosso do Sul. Introdução Rock n roll pra cabeça, jazz para a alma e blues para o coração. Esses são os principais ingredientes que se misturam e sempre estão presentes nas músicas e shows de O Bando do Velho Jack, segundo seus integrantes. Considerada uma das bandas mais importantes do cenário do rock sul-matogrossense, desde 1995, já teve diferentes formações e, hoje, é composta de Rodrigo Tozzette (guitarra e vocal principal), Marcos Yallouz (baixo), Alex Cavalheri (teclado), João Bosco (bateria) e Fábio Terra (guitarra e vocais). Durante os mais de 10 anos de estrada, o Bando já lançou quatro CDs: Procurado, Old Jack, Como ser feliz ganhando pouco e Ao vivo e acústico no Som do Mato. Neste ano, lançaram o quinto CD intitulado Bicho do Mato. Nas apresentações que faz em Mato Grosso do Sul e em outros estados como São Paulo, Paraná e Mato Grosso, o grupo apresenta composições próprias e músicas de bandas de rock dos anos de 1970, conquistando fãs e admiradores fiéis que comparecem em peso aos shows. O site do grupo na Internet ( já possui mais de 18 mil acessos e a comunidade no Orkut (comunidade on-line que conecta pessoas) é integrada por mais de 2,9 mil membros. Em um Estado onde prevalece o estilo sertanejo, esses números são até representativos. Dentre o repertório executado, uma música se tornou obrigatória em todos os shows do Bando. Trata-se de Palavras Erradas cuja letra e melodia são de autoria do guitarrista Fábio Terra, ou Corvão, como é mais conhecido pelos amigos e fãs. Palavras Erradas está no primeiro CD lançado pelo grupo - Procurado - em Terra tem como linhas mestres o blues e o rock setentista e como principais influências os músicos Jimy Hendrix e Steve Ray Vaughan. Consegue imprimir em suas canções estilo agressivo do rock n roll e o tom melódico do blues. Neste trabalho, vamos analisar a letra da música Palavras Erradas. Optamos por restringir a análise à letra do texto escolhido, ou seja, ao plano de conteúdo, deixando de lado a melodia, ou plano de expressão. Também não estamos analisando o texto ou a situação de comunicação, como por exemplo, a execução da música durante um show, o que traria outras questões, outras discussões. Para compreensão da construção de sentido deste texto, adotamos a teoria semiótica 105

2 greimasiana. Segundo Diana Luz Pessoa de Barros (2005, p. 7) a semiótica tem por objeto o texto, ou melhor, procura descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz, para dizer o que diz. Mas o que é o texto para a semiótica? Segundo a autora o texto será definido por duas formas complementares: como objeto de signifi cação e objeto de comunicação. E, além disso, o texto para a semiótica não se restringe ao lingüístico ou verbal e pode ser tomado como manifestação visual ou sincrética (quando há mais de uma expressão presente, a exemplo das histórias em quadrinhos, dos filmes, entre outros). Para construir o sentido do texto, a semiótica concebe o seu plano do conteúdo sob a forma de um percurso gerativo de sentido (idem, p. 8). Esse percurso gerativo de sentido pode ser resumido em três etapas. A primeira, o nível fundamental, onde se tem a significação como uma oposição semântica mínima, é mais simples e mais abstrato. A segunda etapa é o nível narrativo, onde será organizada, do ponto de vista do sujeito, a narrativa. E, finalmente, o nível discursivo onde o sujeito da enunciação assume a narrativa. Neste artigo propomos a análise separada de cada uma das etapas do percurso gerativo de sentido, começando pelo nível narrativo. O leitor pode perguntar o porquê de se iniciar o estudo pelo segundo nível e não pelo primeiro, porém, segundo Barros (2005) facilita em muito o trabalho do pesquisador iniciar sua análise pelas organizações narrativas e discursivas e somente depois partir para as estruturas fundamentais. Análise Antes de começarmos a análise, segue a letra da música: Palavras Erradas Quanto tempo faz Já não lembro mais Das noites em claro que eu passei Tentando dormir Pra ver se eu sonhava com você Passam as horas, sinto medo O frio tomou o meu coração por inteiro Agora tanto faz Não me importo mais Não me esqueci de como era o seu beijo Cai a noite Como se fosse uma prisão Uma prisão pro meu coração Sei que usei palavras erradas Achando que elas nunca dariam em nada As horas já não passam mais tão rápidas Como quando eu tinha você, Quando eu tinha você Eu vou beber, beber até cair Mas que clichê da solidão Melhor seria então assistir A um bom filme na televisão 106

3 Não vi você chegar Sentei ali Esperando você voltar A letra da música trata de um relacionamento amoroso que foi interrompido. Como foi dito anteriormente, a análise será iniciada pelo nível narrativo. De acordo com Barros (ibidem, p. 17) a relação entre dois actantes sujeito e objeto é o que caracteriza o enunciado elementar. (...) a relação transitiva entre o sujeito e o objeto dá-lhes existência, ou seja, o sujeito é o actante que se relaciona transitivamente com o objeto, e o objeto aquele que mantém laços com o sujeito. A autora acrescenta ainda que existem duas formas de enunciado elementar que distinguem as relações entre estado e transformação. No texto em questão, observamos os seguintes enunciados. Primeiramente há um sujeito eu em estado disjuntivo com o objeto você e todos os valores que ele proporcionava: completude, calor, prazer. Estado esse explícito logo nas primeiras linhas: quanto tempo faz / já não lembro mais / das noites em claro que passei / tentando dormir / pra ver se eu sonhava com você. Uma das definições do verbo sonhar é entregar-se a devaneios e fantasias. Portanto, se o eu tenta dormir pra sonhar com você isso significa que eu não tem você ao seu lado e por meio do sonho é retomado o estado de conjunção. Porém, percebemos que antes de estar em estado disjuntivo, houve um momento anterior quando havia uma conjunção entre sujeito e objeto e que indica se tratar de um relacionamento que foi interrompido e não apenas um amor platônico ou não correspondido: não me esqueci de como era o seu beijo ou em as horas já não passam mais tão rápidas como quando eu tinha você. Assim, o sujeito passou de um estado de conjunção e encontra-se em estado de disjunção com o objeto, houve uma transformação que não era desejada e, por isso, o eu espera poder voltar ao estado anterior de conjunção: sentei ali / esperando você voltar. Estabelecidos os enunciados, representaremos o programa narrativo (PN). O programa narrativo ou sintagma elementar da sintaxe narrativa define-se como um enunciado de fazer que rege um enunciado de estado (ibidem, p.20). Em Palavras Erradas podemos encontrar o seguinte PN principal: o sujeito eu quer estar em conjunção com o objeto você para poder ter acesso aos valores que essa relação lhe proporcionava (calor, beijo, completude). Para a semiótica, um sujeito só inicia seu percurso em busca de um objeto que lhe proporcionará alcançar certos valores por meio do processo de manipulação, que pode ser exercida de quatro formas diferentes: tentação, intimidação, sedução ou provocação. Neste texto, temos então um destinador-manipulador você cuja presença ao lado do sujeito faria retornar todos os valores buscados por ele. Configura-se então uma manipulação por tentação: a falta de você faz o sujeito cair em devaneios, sentir medo e frio. Essa manipulação é bem sucedida, pois faz o sujeito querer. 107

4 Mas, apesar do sujeito querer ele não tem a competência para realizar a performance, ou seja, ele não tem o saber, nem o poder fazer, nem um querer agir. Permanece em estado de passividade e compensa essa falta em outras coisas: eu vou beber / beber até cair / mais que clichê da solidão / melhor seria então assistir / a um bom fi lme na televisão e as possibilidades de transformação de seu estado não se realizam: quando eu abri a porta / e não vi você chegar / sentei ali / esperando você voltar. Os conceitos de Semiótica como contrato, espera e paixões nos permitem abordar o texto. A teoria semiótica greimasiana explica que quando um sujeito está em conjunção com um objeto é estabelecido um contrato imaginário com obrigações entre os actantes. Há a construção de simulacros de comportamentos de um e de outro, porém nem sempre há a disposição ou possibilidade para cumprimento das ações e os simulacros podem ou não se confirmar. Na letra da música, o sujeito eu acreditava que suas ações, ou como diz suas palavras, nunca dariam em nada, por ter construído um simulacro de você que, a princípio, não se importava com isso, por outro lado, você havia também construído um simulacro do sujeito que foi rompido pela mesma atitude. As paixões, do ponto de vista da semiótica, entendem-se como efeitos de sentido de qualificações modais que modificam o sujeito de estado (ibidem, p. 47). Essas paixões, de acordo com a autora, podem ser ainda simples ou complexas e isso vai depender do percurso do sujeito que oscila na narrativa entre estados de relaxamento para tensão ou de euforia para disforia e vice-versa. Em Palavras Erradas temos uma paixão complexa. O eu encontra-se em estado de espera (sentei ali / esperando você voltar) combinado pelas seguintes modalidades: ele deseja o objeto (querer), mas não faz nada (não tem o saber, nem o poder, nem o querer agir) para consegui-lo e apenas espera que você volte, deposita suas esperanças na realização desse acontecimento e assim o contrato rompido seria restabelecido, fazendo com que ele passe de um estado de tensão para relaxamento e de disforia para euforia. Como não houve mudança narrativa para o estado de euforia, há pistas no texto que indicam que o sujeito ainda oscila entre estados de tensão e conformação: eu vou beber / beber até cair e depois melhor assistir a um bom fi lme na televisão; ou, ainda, em passam as horas / sinto medo e depois agora tanto faz / não me importo mais; e, até mesmo de resignação: sei que usei palavras erradas / achando que elas nunca dariam em nada, assumindo a culpa pelo rompimento do contrato e como responsável pela própria situação de tensão. Passamos agora para a análise discursiva. O nível discursivo é o patamar mais superficial do percurso, o mais próximo da manifestação textual (ibidem, p. 53). É no nível discursivo em que são analisadas as opções de pessoa, tempo e espaço, escolhidas para enriquecer a narrativa e, em último caso, criar a ilusão de verdade. Salientamos que para a semiótica pessoa, tempo e espaço reais não devem ser confundidos com pessoa, tempo e espaço da enunciação. Ressaltamos também que é no nível discursivo que verificaremos quais são as formas de construção de sentido usadas pelo enunciador para convencer o enunciatário de alguma coisa, qual o objetivo do texto. As opções de pessoa ou as vozes que estão impressas na letra da música podem ser 108

5 definidas nas instâncias do enunciador e enunciatário, narrador e narratário e interlocutorinterlocutário. Na letra da música, não verificamos a presença das instâncias interlocutor-interlocutário. No segundo nível, podemos dizer que há um narrador eu que usou as palavras erradas e foi deixado pelo narratário você. Se tivéssemos considerado na análise a situação de comunicação estabelecida no show, por exemplo, onde o vocalista do Bando, cantaria a música, haveria a possibilidade de outros desdobramentos e teríamos que considerar a performance do cantor. No primeiro nível, temos o enunciador e o enunciatário que correspondem ao compositor e ouvinte implícitos. No texto analisado podemos dizer que o enunciador é o compositor da música, neste caso, é Fábio Terra, guitarrista de O Bando do Velho Jack, mas não o Fábio Terra que é formado em arquitetura, que vive em Campo Grande, é casado, mas o simulacro que ele constrói e que podemos caracterizar por meio das marcas no texto e o enunciatário é quem compra o CD do Bando do Velho Jack. Ao dar a voz a um narrador em primeira pessoa, o enunciador valoriza a construção e estabelece uma relação de proximidade ou desembreagem enunciativa. Estão projetados uma pessoa eu, um tempo agora e um espaço aqui. Temos o primeiro passo para o estabelecimento de um contrato entre enunciador e enunciatário. Ao tomarmos a letra da música como objeto de comunicação entre esses dois sujeitos, o seu sucesso estará dependendo principalmente do estabelecimento deste contrato. O enunciador dá ao texto um efeito de verdade, de realidade, quer fazer-crer e o enunciatário precisa crer-fazer para que esse contrato seja estabelecido. Para criar o efeito de realidade, o enunciador introduz no discurso procedimentos semânticos de figurativização que, por sua vez, concretizam temas.quando analisamos uma canção há de se levar em conta também que o sucesso será provido da empatia do sentido de verdade, da sensação do artístico, do contato músicos e público. Tematizar um discurso é formular os valores de modo abstrato e organizá-los em percursos (ibidem, p. 68). Para a autora, ao analisar os procedimentos de tematização, temos que considerar a organização do percurso temático e as relações entre tematização e figurativização. Em Palavras Erradas encontramos a narrativa de um sujeito que está em busca de valores como amor e completude que serão retomados somente pela conquista do objeto você. Trata-se então de um tema amoroso-sexual, com menção a um tipo de homem que era incapaz de ser compreensivo e amoroso e se encontra arrependido. No texto está retratada uma relação que já foi muito boa, porém encontra-se interrompida. Alguns traços semânticos nos permitem chegar a essa conclusão: noite, coração, beijo, solidão, sonhava, medo. Pelo procedimento de figurativização, figuras do conteúdo recobrem os percursos temáticos abstratos e atribuem-lhes traços de revestimento sensorial (ibidem, p.72). Barros afirma ainda que a figurativização possui etapas diferentes como a figuração, que seria a primeira etapa, quando se passa da figura ao tema; e a iconização que tem como objetivo produzir ilusão referencial. 109

6 No texto analisado, o objeto está investido dos valores de calor, completude, amor; todo o percurso do sujeito torna-se figurativizado pelas ações de lembrar, tentar dormir, sonhar, esquecer, beber, cair, usar, abrir, ver, esperar e o tempo e o espaço determinamse por noites em claro, quanto tempo faz, passam as horas, agora, cai a noite, quando eu tinha e ali. Para produzir uma ilusão referencial, levando o enunciatário a reconhecer imagens do mundo e acreditar na verdade do discurso, o enunciador de Palavras Erradas traz figuras discursivas como beber até cair (clichê da solidão, como o enunciador mesmo diz no texto), assistir a um bom fi lme na televisão, abrir a porta, que remetem à realidade, às ações de uma figura humana comum, como qualquer outra pessoa. Verificamos também que, no texto, há temas recobertos de figuras. A reiteração dos temas e a recorrência das figuras no discurso denominam-se isotopia (ibidem, p. 74). Ainda segundo Barros, há dois tipos de isotopia: temática, quando ocorre no texto a repetição de unidades semânticas abstratas; e a figurativa, quando há redundância de traços figurativos. Partimos então para a análise dos percursos isotópicos e depois das relações entre essas isotopias no discurso. A primeira isotopia que podemos perceber é a do sofrimento presente na maior parte do texto, com destaque para as seguintes expressões, em negrito: Quanto tempo faz Já não lembro mais Das noites em claro que eu passei b Tentando dormir Pra ver se eu sonhava com você Passam as horas, sinto medo O frio tomou o meu coração por inteiro Agora tanto faz Não me importo mais Não me esqueci de como era o seu beijo Cai a noite Como se fosse uma prisão Uma prisão pro meu coração Sei que usei palavras erradas Achando que elas nunca dariam em nada As horas já não passam mais tão rápidas Como quando eu tinha você, Quando eu tinha você Eu vou beber, beber até cair Mas que clichê da solidão Melhor seria então assistir A um bom fi lme na televisão Não vi você chegar Sentei ali Esperando você voltar Percebemos que há repetição da palavra noite em sua acepção negativa. Na 110

7 primeira parte da música, no sentido de não conseguir dormir e sofrer tentando sonhar com os valores. Depois o enunciador dispõe de novo da palavra noite e dramatiza mais o sofrimento, pois estabelece uma relação com a prisão para o coração. Prisão é um local escuro, onde se sofre pelos erros cometidos, noite também remete à escuridão. Depois temos a relação de medo e frio (traço sensorial da frustração amorosa) que também se ligam ao coração e concluindo a linha figurativa com a palavra solidão. Como dissemos ao analisar o nível narrativo, o sujeito não consegue transformar seu estado e permanece alternando níveis de tensão e conformação. Identificamos então isotopia de conformidade: Quanto tempo faz Já não lembro mais Das noites em claro que eu passei Tentando dormir Pra ver se eu sonhava com você Passam as horas, sinto medo O frio tomou o meu coração por inteiro Agora tanto faz Não me importo mais Não me esqueci de como era o seu beijo Cai a noite Como se fosse uma prisão Uma prisão pro meu coração Sei que usei palavras erradas Achando que elas nunca dariam em nada As horas já não passam mais tão rápidas Como quando eu tinha você, Quando eu tinha você Eu vou beber, beber até cair Mas que clichê da solidão Melhor seria então assistir A um bom filme na televisão Não vi você chegar Sentei ali Esperando você voltar Faremos ainda uma relação entre essas duas isotopias principais. Não é difícil perceber que essa relação se estabelece em quase todas as estrofes da letra da música. Por exemplo, passam as horas / sinto medo / o frio tomou o meu coração por inteiro que caracterizam a isotopia de sofrimento e vem sem seguida a conformidade agora tanto faz / não me importo mais. Ou ainda em na alternância entre beber até cair e depois a mudança para melhor assistir a um bom fi lme na televisão. Também vamos destacar a isotopia do arrependimento, bastante clara no seguinte trecho: 111

8 Esse trecho do discurso nos permite construir o seguinte sentido e estabelecer a relação: erro e punição. A prisão é um lugar onde as pessoas que cometem erros cumprem penas para repará-los e depois voltar ao convívio social. Neste trecho, em especial, apreendemos uma das principais intenções de manipulação do enunciador-destinador para com o enunciatário-destinatário: convencê-lo de que errou sem intenção, pagou pelos seus erros e está arrependido. Antes de passar para as considerações sobre o nível fundamental, acrescentamos ainda que o texto estabelece relações intertextuais, remetendo às histórias de relacionamentos interrompidos ou do amor romântico por meio de clichês como passar a noite em claro sonhando com a pessoa amada ou beber até cair (citado como clichê da solidão pelo próprio enunciador no texto) ou até mesmo ao mencionar que as horas ao lado passam rápidas, remetendo ao dito popular tudo que é bom dura pouco e desta forma apelando para a memória do enunciatário, estabelecendo uma relação de veridicção. Feitas as considerações sobre os níveis narrativo e discursivo, entramos agora na análise das estruturas fundamentais. Ao considerarmos o que foi apreendido nos níveis narrativo e discursivo do texto Palavras Erradas podemos determinar com mais facilidade o mínimo de sentido construído. Trata-se da relação de oposição ou de diferença entre dois termos, no interior de um mesmo eixo semântico que os engloba, pois o mundo não é diferença pura (ibidem, p. 77). Para representar essa relação de oposição utilizaremos o modelo lógico do quadrado semiótico: No texto analisado, temos uma relação de oposição entre vida e morte orientada na passagem da morte à vida. Nas três primeiras estrofes da letra há afirmação da morte, 112

9 como valor disfórico; na quarta, há a euforização da vida; na quinta, passa-se novamente a disforização da morte e na última estrofe, novamente uma euforização da vida. Porém, como não há transformação do estado do sujeito não há uma passagem completa entre morte e vida. Ele fica alternando entre os estados intermediários por meio das lembranças (pra ver se eu sonhava com você ou não me esqueci de como era o seu beijo) ou das fugas por meio de ações compensatórias (beber até cair ou assistir a um bom fi lme na televisão). Considerações finais Procuramos explicitar ao leitor deste artigo como acontece o processo de construção de sentido em um texto específico por meio da teoria semiótica greimasiana. Ressaltamos que o autor da música adotou esses procedimentos de maneira espontânea. Deixamos de lado a análise do plano de expressão da música, que implica a necessidade de conhecimentos especializados próprios da linguagem estética, neste caso, da musical. Porém, esperamos ter alcançado o objetivo principal que foi analisar a aplicação desta teoria no texto verbal letra da música -, ou seja, restringimos a análise à descrição dos níveis fundamental, narrativo e discursivo do plano de conteúdo. Referências bibliográficas BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria Semiótica do Texto. São Paulo: Ática, LOPES, Ivã Carlos e HERNANDES, Nilton (org.). Semiótica: objetos e práticas. São Paulo: Contexto, TATIT, Luiz. Análise Semiótica através das Letras. São Paulo: Ateliê Editorial, Notas a Aluna regular do programa de Mestrado em Letras oferecido no CPTL/UFMS, de Estudos Lingüísticos, e professora do curso de Jornalismo da UNIDERP (MS). b Grifo nosso. 113

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