Custos de Produção, Índice de Preços e Valor do Leite

Transcrição

1 Colóquio A REFORMA DA PAC E O VALOR DO LEITE Cooperativa Agrícola de Vila do Conde 03 Janeiro 2013 Custos de Produção, Índice de Preços e Valor do Leite António Moitinho Rodrigues Escola Superior Agrária Instituto Politécnico de Castelo Branco, Qta Sra Mércules, Castelo Branco CERNAS - Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade / IPCB financiado por Fundos Nacionais através da FCT no âmbito do projecto PEst-OE/AGR/UI0681/2011 International Farm Comparison Network (IFCN) research partner Autor correspondente: amrodrig@ipcb.pt

2 Sumário 1. Caracterização da bovinicultura leiteira 2. Problemática da fase inicial de lactação 3. Melhorar a rentabilidade das explorações leiteiras 4. Preço de referenciação para o leite 5. Conclusões

3 1. Caracterização da bovinicultura leiteira

4 Portugal em bovinos no total VL em explorações (atualmente cerca de explorações) Entre Douro e Minho Açores Beira Litoral 78,5% das explorações de leite 78,1% das vacas leiteiras INE (2011)

5 Comparando 2009 com bovinicultura de leite diminuiu NO ENTANTO - menos 22% VL - menos 68% das explorações Produção leite de vaca praticamente constante Em 2011 foi de toneladas (+0,6% do que 2010) (aumento de produtividade do sector) (melhor tecnologia; melhoramento genético) (produtores suportam aumento dos fatores de produção) INE (2011) (sem terem contrapartidas no preço do leite)

6 Mais, entre 2008 e 2010 melhorou muito a qualidade do leite Embora os indicadores TP (3,3%) e TB (3,9) tenham estado praticamente constantes, Melhores indicadores de saúde e higiene nas amostras de classificação e amostras de contraste analisadas na ALIP (FENALAC, 2011)

7 Indicadores de qualidade, saúde e higiene são agora francamente melhores A evolução registada permite-nos estimar (Rodrigues, 2012), para 2012: - ureia no leite com 3,3% TP da ordem dos 220 ppm (produtores a utilizar regimes alimentares equilibrados); -microrganismos no leite abaixo das ufc/ml; - CCS abaixo das células/ml; - amostras positivas para inibidores abaixo de 0,3%. Como consumidores de leite e produtos lácteos que somos, temos que estar agradecidos à produção nacional!

8 Evolução da produção mensal de leite (Jan-2006 a Out-2012) (Ton x 1000).

9 Ton (X1000) Evolução da produção mensal de leite (Jan-2009 a Out-2012) (Ton X 1000) e correspondente variação de preço pago ao produtor (USD/100kg). PORTUGAL USD/100kg

10 Mês EUR / Kg TB TP (%) (%) CONTINENTE 2011 (Ẍ) 0,316 3,76 3,24 JAN 0,313 3,87 3,27 FEV 0,315 3,84 3,28 MAR 0,314 3,79 3,27 ABR 0,311 3,69 3,20 MAI 0,309 3,63 3,18 JUN 0,310 3,65 3,18 JUL 0,310 3,67 3,19 AGO 0,311 3,73 3,21 SET 0,322 3,79 3,24 OUT 0,324 3,81 3,22 NOV 0,325 3,86 3,30 DEZ 0,324 3,84 3,28 AÇORES 2011 (Ẍ) 0,304 3,78 3,20 JAN 0,301 3,88 3,21 FEV 0,302 3,80 3,22 MAR 0,299 3,67 3,24 ABR 0,295 3,67 3,24 MAI 0,297 3,67 3,22 JUN 0,295 3,66 3,18 JUL 0,292 3,72 3,13 AGO 0,296 3,76 3,10 SET 0,314 3,91 3,19 OUT 0,318 3,91 3,24 NOV 0,321 3,93 3,28 DEZ 0,315 3,78 3,20 Mês EUR / Kg TB TP (%) (%) CONTINENTE 2012 (Ẍ) 0,305 3,73 3,23 JAN 0,324 3,81 3,26 FEV 0,322 3,83 3,25 MAR 0,315 3,74 3,25 ABR 0,318 3,75 3,24 MAI 0,312 3,71 3,21 JUN 0,294 3,66 3,18 JUL 0,293 3,65 3,18 AGO 0,294 3,66 3,19 SET 0,288 3,69 3,23 OUT 0,292 3,78 3,30 AÇORES 2012 (Ẍ) 0,301 3,72 3,15 JAN 0,312 3,67 3,16 FEV 0,311 3,62 3,17 MAR 0,296 3,63 3,20 ABR 0,296 3,61 3,20 MAI 0,299 3,65 3,19 JUN 0,287 3,71 3,11 JUL 0,285 3,70 3,09 AGO 0,290 3,80 3,09 SET 0,317 3,87 3,13 OUT 0,320 3,94 3,17

11 Mês EUR/kg CONTINENTE EUR/kg AÇORES EUR/kg MUNDO Jan-11 0,313 0,301 0,364 Fev-11 0,315 0,302 0,389 Mar-11 0,314 0,299 0,384 Abr-11 0,311 0,295 0,374 Mai-11 0,309 0,297 0,379 Jun-11 0,310 0,295 0,389 Jul-11 0,310 0,292 0,374 Ago-11 0,311 0,296 0,353 Set-11 0,322 0,314 0,339 Out-11 0,324 0,318 0,325 Nov-11 0,325 0,321 0,321 Dez-11 0,324 0,315 0,324 0,316 0,304 0,359 (IFCN, 2012) Jan-12 0,324 0,312 0,329 Fev-12 0,322 0,311 - Mar-12 0,315 0,296 - Abr-12 0,318 0,296 - Mai-12 0,312 0,299 - Jun-12 0,294 0,287 - Jul-12 0,293 0,285 - Ago-12 0,294 0,290 - Set-12 0,288 0,317 - Out-12 0,292 0,320-0,305 0,301

12

13 2. Problemática da fase inicial de lactação

14 Pico de lactação 4-10 semanas 5 8 semanas Máxima ingestão MS 5 36 semanas média 16 semanas

15 Curvas das necessidades energéticas e da energia ingerida pela vaca leiteira e curva da variação da taxa de concepção no pós-parto

16 3. Melhorar a rentabilidade da exploração leiteira

17 a) Alimentação da vaca leiteira CUSTOS COM A ALIMENTAÇÃO DA VACA VARIAM ENTRE 50 e 68% Para calcular custos com alimentação da VL Modelo da programação linear para formular regimes alimentares ao mínimo custo que satisfaçam as necessidades nutricionais de vacas leiteiras Constantes variações dos preços das matérias-primas (obrigam a decisões muito rápidas) Produção de forragens na própria exploração (milho e azevém para silagem) para menor dependência dos preços (AFRC, 1991; ARC, 1980)

18 Necessidade do produtor produzir forragem na própria exploração Comprada silagem de milho ao preço de 0,055 /kg (3,966 /vaca/dia) Produzida silagem de milho ao preço de 0,027 /kg (3,486 /vaca/dia) (-0,48 ) Necessidade de união dos produtores para adquirirem matérias primas em conjunto (menor custo por kg)

19 Preço do milho passou de 0,215 /kg (Janeiro 2012) para 0,295 /kg (Setembro 2012) (+37,2%) Preço da soja44 passou de 0,302 /kg (Janeiro 2012) para 0,540 /kg (Setembro 2012) (+78,8%) Preço do leite passou de 0,321 /kg (Janeiro 2012) para 0,297 /kg (Setembro 2012) (-7,4%)

20 Rodrigues e Sousa, 2001 Quantidade de colostro: 84 lactações 85,9 kg colostro (Rodrigues, 1991) (colostro corresponde a 0,012% da produção total e leite) Aleitamento com um dia de interrupção semanal na distribuição do alimento lácteo (Leandro e Rodrigues, 1994)

21 A utilização do excesso de colostro como alimento: reduz as despesas inerentes à fase de aleitamento de vitelos (até 85%); vai aumentar o respeito pela legislação (não envio de colostro para o tanque de refrigeração durantes as primeiras 9 10 ordenhas após o parto); reduz os riscos de contaminação do leite com inibidores (antibióticos de secagem quando há períodos de secagem de curta duração); interesse ambiental ( 23 mil toneladas de colostro/ano)

22 b) Parâmetros produtivos e reprodutivos Parâmetros produtivos e de qualidade do leite considerados normais e considerados críticos numa exploração de bovinos leiteiros (a) Ribas (1997); (b) Hanks e Kossaibati (2010). Indicador Valor normal (a) Valor crítico (a) Valor objectivo (b) % vacas secas >18 - Dias em leite (DEL) >180 - % vacas com DEL > >15 - Produção vaca/dia (litros) - <25 24 Teor butiroso (%) 3,5-4,0 <3,5 4,12 Teor proteico (%) 3,0-3,3 <3 3,33 CCS média (células/ml) % CCS cel/ml % CCS cel/ml Produção 305 dias (litros) - <

23 Dias em Leite (DEL) 90 dias 215 dias 60 dias Parto (Rodrigues et al., 2012) IAF Parto 90 dias dias = 305 dias

24 Parâmetros reprodutivos normais e considerados críticos para vacas em produção (a) Ribas (1997); (b) Keown e Kononoff (2006); (c) Hanks e Kossaibati (2010) Indicador para vacas Valor normal (a) Valor crítico (a) Valor objectivo (b) Valor objectivo (c) Intervalo P-1.ªIA (dias) > Intervalo P-IAF (dias) > Intervalo P-P (dias) 365 > Fertilidade à 1.ª IA (%) <30-37 Número de IA/IAF 2,5-3,0 >3,0 1,5-1,7 - % vacas gestantes 3 IA 90 < Período seco (dias) Taxa de refugo por infertilidade (%) 8-10 >12 <10 18

25 Parâmetros reprodutivos normais e considerados críticos para novilhas (a) Ribas (1997); (b) Keown e Kononoff (2006) Indicador para novilhas Normal (a) Crítico (a) Objectivo (b) % novilhas gestantes 30 >25 - Idade 1.º cobrição (meses) >16 15 Idade 1.º parto (meses) >26 24 Fertilidade à 1.ª IA (%) < % novilhas com mais de 3 IA 5 >10 - Número de IA/IAF 1,5-2,0 >2,0 -

26 A título de exemplo: - ajustámos o modelo proposto por Keown e Kononoff (2006) ao preço médio de 0,32 /kg de leite pago ao produtor no Continente em 2011 (SIMA, 2012)

27 Perdas potenciais que podem ser reduzidas melhorando os parâmetros reprodutivos de duas explorações de bovinos leiteiros com 100 vacas (leite pago a 0,32 /litro) Indicador Exploração A Custos ( /vaca) reprodutivos Exploração B Custos ( /vaca) reprodutivos Número de vacas leiteiras IP-P médio (dias) ,11 Média de dias do período de secagem ,74 Número de IA/IAF médio 1,7 0 2,2-5,15 Idade novilhas ao parto (meses) ,05 Perdas anuais ( /100 vacas/ano) - 0,00 /ano ,70 /ano adaptado de Keown e Kononoff (2006)

28 c) Qualidade do leite CCS (Directiva 92/46/CEE) CCS/ml As 4 maiores cooperativas e empresas têm diferentes escalões de bonificação do leite com baixas CCS As bonificações refletem se no preço pago ao produtor Menos de a CCS/ml - bonificações entre 3 /1000 litro a 4 /1000 litro

29 MAMITE também implica menor produção de leite No entanto, as perdas de produção de leite como consequência das mamites não são visíveis pelos produtores Destruição do tecido epitelial secretor da glândula mamária, implica redução da capacidade de síntese de proteína, gordura (<C16) e lactose -menos lactose (menos volume de leite produzido) - menos proteína - menos gordura preço do leite mais baixo

30 Efeito do aumento da CCS sobre a quantidade diária de leite produzido por vaca (Østerås, 2000; Raubertas e Shook, 1982) Perdas de produção CCS (kg/dia/vaca) , , , , , , ,61 (-0,84 /vaca/dia)

31 4. Preço de referenciação do leite

32 0,52 0,57 0,57 0,62 0,58 0,58 0,49 A preto preços de Set A encarnado preços de Dez-2012

33 Preços de Dez-2012

34 Preço do Queijo Flamengo PT BLT 7 CE Agros 7,69 /kg Pingo Doce 4,99 /kg Preços de Dez-2012

35 (SIMA, 2012) (IACA, 2012) Ano leite /kg soja44 /kg milho /kg IFCN Feed price indicator IFCN Milk / Feed price Jan-11 0,310 0,370 0,240 0,279 1,110 Fev-11 0,311 0,360 0,248 0,282 1,106 Mar-11 0,310 0,340 0,248 0,276 1,126 Abr-11 0,307 0,330 0,250 0,274 1,119 Mai-11 0,306 0,330 0,260 0,281 1,088 Jun-11 0,306 0,325 0,265 0,283 1,081 Jul-11 0,305 0,325 0,260 0,280 1,092 Ago-11 0,307 0,305 0,260 0,274 1,122 Set-11 0,320 0,315 0,250 0,270 1,187 Out-11 0,322 0,310 0,225 0,251 1,286 Nov-11 0,324 0,300 0,220 0,244 1,329 Dez-11 0,322 0,290 0,210 0,234 1,375 Jan-12 0,321 0,302 0,215 0,241 1,331 Fev-12 0,319 0,315 0,225 0,252 1,265 Mar-12 0,309 0,325 0,230 0,259 1,197 Abr-12 0,312 0,355 0,230 0,268 1,166 Mai-12 0,308 0,405 0,235 0,286 1,078 Jun-12 0,292 0,410 0,230 0,284 1,029 Jul-12 0,291 0,440 0,235 0,297 0,981 Ago-12 0,293 0,540 0,285 0,362 0,810 Set-12 0,297 0,540 0,295 0,369 0,805 Out-12 0,300 0,480 0,245 0,316 0,952 Nov-12 0,480 0,250 0,319 Dez-12 0,450 0,270 0,324

38 (SIMA, 2012) (IACA, 2012) Ano leite /kg soja44 /kg milho /kg IFCN Feed price indicator IFCN Milk / Feed price Jan-11 0,310 0,370 0,240 0,279 1,110 Fev-11 0,311 0,360 0,248 0,282 1,106 Mar-11 0,310 0,340 0,248 0,276 1,126 Abr-11 0,307 0,330 0,250 0,274 1,119 Mai-11 0,306 0,330 0,260 0,281 1,088 Jun-11 0,306 0,325 0,265 0,283 1,081 Jul-11 0,305 0,325 0,260 0,280 1,092 Ago-11 0,307 0,305 0,260 0,274 1,122 Set-11 0,320 0,315 0,250 0,270 1,187 Out-11 0,322 0,310 0,225 0,251 1,286 Nov-11 0,324 0,300 0,220 0,244 1,329 Dez-11 0,322 0,290 0,210 0,234 1,375 Jan-12 0,321 0,302 0,215 0,241 1,331 Fev-12 0,319 0,315 0,225 0,252 1,265 Mar-12 0,309 0,325 0,230 0,259 1,197 Abr-12 0,312 0,355 0,230 0,268 1,166 Mai-12 0,308 0,405 0,235 0,286 1,078 Jun-12 0,292 0,410 0,230 0,284 1,029 Jul-12 0,291 0,440 0,235 0,297 0,981 Ago-12 0,293 0,540 0,285 0,362 0,810 Set-12 0,297 0,540 0,295 0,369 0,805 Out-12 0,300 0,480 0,245 0,316 0,952 Nov-12-0,480 0,250 0,319 - Dez-12-0,450 0,270 0,324 -

39 IFCN milk/feed price

40 Variação de preços do queijo Flamengo, manteiga e índice de preço de leite UHT meio gordo à saída da fábrica (SIMA, 2012) /kg Índice leite UHT MG

41 Variação de preços do gasóleo agrícola ( /l) (DGEG, 2012) e do preço do leite ( /kg) (SIMA, 2012)

42 Pacote Leite contratos produtor /empresa Em Junho 2012, foi solicitado à ESA-IPCB a produção de um modelo para calcular um índice de referenciação para o leite. Produzimos um preço de referenciação para o leite Em Agosto 2012, primeira versão do modelo começou a ser testada com valores de 2010 e Em Outubro 2012, reunião para acertar pormenores. Em Novembro 2012, modelo a funcionar em pleno. Equipa de trabalho com 4 pessoas.

43 Modelo inclui 6 grupos de variáveis independentes Grupo A) Representa o preço do leite de SP, FR, DE, PL e NL por ordem de importância no modelo. Estes são os cinco países que mais exportam leite e produtos lácteos para Portugal. Estão incluídos neste grupo os três países da UE maiores produtores de leite (ponderação SP 7,8%, FR 5,2%, DE 2,8%, PL 2,4% e NL 1,8% (total de 20% no modelo) ( ca_c4xls_1/_en_1.0_). Grupo B) Representa o preço do queijo Flamengo à saída da fábrica em Portugal (ponderação 11% à semelhança do INLAC) ( Grupo C) Representa o preço da manteiga à saída da fábrica em Portugal (ponderação 11% à semelhança do INLAC) (

44 Grupo D) Representa o preço de duas matérias-primas que definem, pela sua importância no alimento composto, o preço final dos alimentos compostos produzidos em Portugal. Foi considerado o preço da soja44 e o preço do milho (ponderação 10% + 10%) ( 90?page=prices+materials&lang=pt). Grupo E) Representa o índice do preço em Portugal do leite UHT meio gordo à saída da fábrica que é avaliado tendo como índice 100 o preço do leite UHT do ano 2000 (ponderação 32%) ( Grupo F) Representa a variação do preço da energia e dos lubrificantes traduzidos no preço mensal do gasóleo agrícola (ponderação 6%) (

45 Modelo obtido através da estimação OLS (Ordinary Least Squares) do Modelo de Regressão Linear com Séries Temporais (programa estatístico Gretl) Base de trabalho - valores médios mensais dos preços dos 6 grupos de variáveis, de Janeiro de 2007 a Dezembro de 2011 (N=60) (condição acesso público na Net ou em documentos oficiais) Os resultados mensais estimados em 2010 e 2011 pelo modelo não ultrapassaram ±5% do preço real médio do leite pago aos produtores portugueses em 2010 e 2011 R 2 =0,9994; P<0,001 Resultados estatísticos considerados (significância estatística individual dos coeficientes, significância global do modelo, valor F, valor P e critério Schwarz)

46 OUTPUT Tabela com apresentação final de resultados contendo o preço real do leite pago ao produtor e o preço do leite estimado pelo modelo (valores apresentados em /kg). Gráfico com: evolução de preços do leite estimado pelo modelo; evolução do preço pago aos produtores portugueses; evolução do preço médio pago aos produtores dos 5 países considerados; evolução do valor residual (diferença entre valor real e o valor estimado pelo modelo).

47 Preço real e estimado (2011 e 2012) a partir do modelo ESA-IPCB. REFERENCIAÇÃO ESA-IPCB PREÇO LEITE Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11 Dez-11 Preço pago leite ( /kg) 0,3096 0,3114 0,3102 0,3065 0,3058 0,3058 0,3051 0,3069 0,3199 0,3222 0,3242 0,3217 Variação relativa ao mês anterior -0,039 0,006-0,004-0,012-0,002 0,000-0,002 0,006 0,042 0,007 0,006-0,008 Preço estimado leite ( /kg) 0,3095 0,3057 0,3041 0,3001 0,3083 0,3095 0,3114 0,3097 0,3099 0,3170 0,3186 0,3223 Variação relativa ao mês anterior -0,039-0,012-0,005-0,013 0,027 0,004 0,006-0,005 0,001 0,023 0,005 0,012 Diferença Pago- Estimado ( /kg) 0,000 0,006 0,006 0,006-0,002-0,004-0,006-0,003 0,010 0,005 0,006-0,001 e percentagem de variação 0,02% 1,84% 1,96% 2,08% -0,80% -1,20% -2,05% -0,91% 3,14% 1,61% 1,73% -0,18% Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 Preço pago leite ( /kg) 0,3208 0,3189 0,3094 0,3118 0,3084 0,2921 0,2910 0,2928 0,2967 0,3004 0,3050 Variação relativa ao mês anterior -0,003-0,006-0,030 0,008-0,011-0,053-0,004 0,006 0,013 0,012 0,015 Preço estimado leite ( /kg) 0,3210 0,3197 0,3175 0,3173 0,3207 0,3266 0,3212 0,3209 0,3343 0,3386 0,3365 Variação relativa ao mês anterior -0,004-0,004-0,007-0,001 0,011 0,018-0,017-0,001 0,042 0,013-0,006 Diferença Pago- Estimado ( /kg) 0,000-0,001-0,008-0,005-0,012-0,034-0,030-0,028-0,038-0,038-0,032 e percentagem de variação -0,06% -0,25% -2,62% -1,76% -3,99% -11,80% -10,37% -9,59% -12,66% -12,72% -10,34% Novembro preços provisórios

48 Gráfico com o preço de referenciação de leite, preço pago à produção, preço médio dos 5 países considerados ( /100kg) e valor residual. /100kg RESIDUAL ( ) ,86 33,65 31,73 31,50 30,50 30,04 3,0000 2,0000 1,0000 0, , , , , ,0000 RESIDUAL (Real - Estimado) Média (SP+FR+DE+PL+NL)/5 PT/100kg Estimado pelo modelo c/gasóleo ( /100kg) Resultados de Novembro 2012 são provisórios

49 5. Conclusões

50 Acentuada diminuição do número de criadores e de vacas leiteiras (afetar o grau de autoaprovisionamento) Indicadores de qualidade, saúde e higiene do leite são agora francamente melhores Variação sazonal na produção de leite e inversa na valorização do leite (ano 2012 muito pior) Em 2011, preço médio do leite em PT inferior ao preço médio mundial do leite (-4,4 cêntimos/kg)

51 Fase inicial de lactação (balanço energético negativo) a grande preocupação durante o período de lactação Utilização de aplicações informáticas que ajudem o produtor a formular ao mínimo custo (alimentos para o Unifeed no dia seguinte) Produção de forragens na própria exploração (milho e azevém para silagem) para menor dependência dos preços Compra de alimentos por grupo de produtores

52 DEL deve situar-se nos dias (aumento DEL tem implicações na menor produção média diária do estábulo) Período de vaca seca dias IP-P 365 dias (sempre <395 dias) Número de IA/IAF até 1,7 Idade novilhas ao primeiro parto 24 meses Valores mais elevados com implicações negativas no custo do litro de leite produzido

53 Mamites diminuem qualidade do leite (Redução das bonificações atribuídas pela baixa CCS) Mamites diminuem quantidade diária de leite (quantidade de leite começa a decrescer a partir das CCS/ml) (produção de leite diminui -2,61 kg/dia/vaca quando leite tem mais de CCS/ml) (-0,84 /vaca/dia)

54 IFCN milk/feed price indicator inferior a 1 desde Julho de 2012 (kg de alimento mais caro do que kg de leite) Preço matérias-primas aumentam preço leite baixa Preço gasóleo/energia aumenta preço leite baixa Modelo produzido inclui 11 variáveis dependentes Modelo testado para os anos 2010 e 2011 (elevada precisão R 2 =0,9994; P<0,001)

55 Em Outubro 2012, valor estimado pelo modelo foi de 33,86 cêntimos/kg, mais 3,8 cêntimos/kg do que o valor pago aos produtor Valor estimado mais adequado aos custos reais de produção (estimado pelo modelo = IFCN milk/feed price 1,072; preço real = IFCN milk/feed price 0,952) Dificuldade na obtenção de informação de preços atualizada para o mês anterior (normalmente informação disponível com atraso de 2 meses)

56 Obrigado! Questões?

57 Colóquio A REFORMA DA PAC E O VALOR DO LEITE Cooperativa Agrícola de Vila do Conde 03 Janeiro 2013 Custos de Produção, Índice de Preços e Valor do Leite António Moitinho Rodrigues Escola Superior Agrária Instituto Politécnico de Castelo Branco, Qta Sra Mércules, Castelo Branco CERNAS - Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade / IPCB financiado por Fundos Nacionais através da FCT no âmbito do projecto PEst-OE/AGR/UI0681/2011 International Farm Comparison Network (IFCN) research partner Autor correspondente: amrodrig@ipcb.pt