EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA EPE AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TELES PIRES CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA BACIA

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1 Avaliação Ambiental Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA BACIA Relatório Parcial 1 VOLUME 3 TPI-A RE-R0 Fase III Levantamentos, Estudos Básicos e de Alternativas JULHO DE 2008

2 Data Visto Aprov. Data Aprov. Nº Revisões Consórcio LEME CONCREMAT EPE EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA EPE AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TELES PIRES CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA BACIA VOLUME 3 Nº TPI-A RE-R0 Emissão: Elab.: RSN Aprov.: EJM Data: 29/07/2008 Consórcio LEME CONCREMAT Visto: PRA Aprov.: FPS Data: EPE

3 VOLUME 1 VOLUME 2 TPI-A RE-R0 i

4 VOLUME CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires Configuração Territorial dos Municípios Dinâmica Demográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires A Base Econômica da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires Aspectos Gerais de Saúde Pública Terras e Etnias Indígenas Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico: Indicações Gerais CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL E JURÍDICA QUANTO AO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos SINGREH Situação Atual da Implementação da Política de Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires Relações do Setor Elétrico e da Avaliação Ambiental Integrada com o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos Aspectos Gerais da Legislação Ambiental Aplicável a Aproveitamentos Hidrelétricos POLÍTICAS, PLANOS E PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO COM ABRANGÊNCIA NA BACIA DO RIO TELES PIRES Nota Introdutória Políticas, Planos e Programas de Nível Federal Políticas, Planos e Programas de Nível Estadual Estado do Pará Políticas, Planos e Programas de Nível Estadual Estado de Mato Grosso REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EQUIPE TÉCNICA VOLUME 4 Mapa Hidrogeológico Mapa Geológico de Recursos Minerais Mapa de Títulos Minerários Mapa Geomorfológico Mapa de Reconhecimento de Baixa Intensidade dos Solos Mapa de Aptidão Agrícola Mapa de Uso da Terra Atual e Cobertura Vegetal Anexo 01 Relatório Fotográfico do Sobrevôo na Bacia do Rio Teles Pires Anexo 02 Relação dos Processos Minerários na Bacia do Rio Teles Pires Anexo 03 Legenda de Solos Anexo 04 Pirâmides Etárias dos Municípios da Bacia do Rio Teles Pires Anexo 05 Memorial Descritivo e Mapa da Terra Indígena Munduruku Anexo 06 Memorial Descritivo e Mapa da Terra Indígena Kayabi Anexo 07 EPE Empresa de Pesquisa Energética Estudo de Impacto Ambiental da UHE Sinop, 2009 (em desenvolvimento) TPI-A RE-R0 ii

5 TPI-A RE-R0 iii

6 TPI-A RE-R0 iv

7 TPI-A RE-R0 v

8 TPI-A RE-R0 vi

9 TPI-A RE-R0 vii

10 TPI-A RE-R0 viii

11 TPI-A RE-R0 ix

12 TPI-A RE-R0 x

13 TPI-A RE-R0 xi

14 4.4. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires Configuração Territorial dos Municípios As bacias hidrográficas são delimitadas por fatores de ordem físico-estrutural muitas vezes distintos daqueles responsáveis pelos marcos divisórios dos municípios. Esses, por sua vez, conforme sua origem e história de ocupação, podem ser delimitados por rios ou outros acidentes geográficos decorrentes de distintas formas de relevo. Quando tais condições não são possíveis, e algumas vezes em função de áreas de litígio, ou dificuldades de acesso em campo, traçam-se linhas geométricas, apoiadas em coordenadas geográficas (latitudes ou longitudes). Esses critérios de delimitação de municípios não são necessariamente coincidentes com a demarcação das bacias hidrográficas, e a forma final que elas apresentam é um conjunto de outras formas heterogêneas de municípios inseridos total ou parcialmente em seus limites. No caso da bacia do rio Teles Pires, que atravessa o território dos estados de Mato Grosso e do Pará, são encontradas situações nas quais a delimitação da bacia: (i) contém integralmente o município; (ii) secciona o território do município em parcelas de diferentes dimensões. A identificação das porções territoriais dos municípios abrangidos total ou parcialmente na bacia do rio Teles Pires permite selecionar quais indicadores poderão ser utilizados e em qual abrangência, sobretudo no âmbito dos estudos da socioeconomia. Localizar as sedes urbanas nesse contexto é essencial para consolidar as análises a serem feitas, e estabelecer a comparação entre as diversas áreas da bacia Municípios Abrangidos pela Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires A delimitação da bacia do rio Teles Pires para os estudos destinados à Avaliação Ambiental Integrada AAI, foi obtida dos Estudos de Inventário 1 e confirmada mediante consulta às bases cartográficas de recobrimento da área, na escala 1: Os resultados desse procedimento permitiram totalizar 35 municípios abrangidos pela bacia do rio Teles Pires 2, sendo 2 situados no Estado do Pará e 33 no Estado de Mato Grosso. Para cálculo dessa participação relativa, foi feita a planimetria da bacia e dos municípios a partir dos arquivos vetorizados e georreferenciados extraídos das bases cartográficas do Diagnóstico Sócio- Econômico-Ecológico e Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico do Estado do Mato Grosso DSEE/ZSEE-MT (SEPLAN, 2000; 2002), na Escala 1: e Zoneamento Ecológico-Econômico da Área de Influência da Rodovia BR-163 ZEE BR-163 (EMBRAPA, 2005). Foram comparadas as áreas dos municípios obtidas dessa planimetria com as áreas disponibilizadas pelo IBGE 3, e a diferença na soma final de 2.111,96 km 2 para toda a bacia do rio Teles Pires é plenamente aceitável para esse tipo de trabalho. Esse procedimento foi necessário visando oferecer às análises da bacia do rio Teles Pires a possibilidade de utilizar-se das áreas obtidas pela planimetria do projeto, revisada em janeiro de Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Teles Pires Eletrobrás, Os municípios de Altamira, Porto dos Gaúchos, Itaituba, Itanhangá e Primavera do Leste não foram considerados na bacia do rio Teles Pires em decorrência de participarem com frações desprezíveis. 3 IBGE, Os valores de áreas do Brasil, estados e municípios em vigor são aqueles, segundo o quadro territorial vigente em 01 de janeiro de 2001, constantes da Resolução da Presidência do IBGE de n 5 (R.PR-5/02), de 10 de outubro de 2002, publicada no Diário Oficial da União em 11 de outubro de TPI-A RE-R0 205

15 Destaca-se que parte da diferença entre os totais de área planimetrada pelo projeto e aqueles provenientes do IBGE provém da área do município de Tapurah, localizado no Estado de Mato Grosso, que sofreu desmembramento de parte de seu território para a criação do município de Ipiranga do Norte, cuja área ainda não foi disponibilizada pelo IBGE. Essa definição servirá para comparar o recobrimento da área dos municípios no interior da bacia de drenagem, sem excluir, eventualmente, o emprego das informações de áreas municipais obtidas no IBGE, sobretudo nas análises de densidades demográficas, ou outros indicadores selecionados. O Quadro apresenta a relação dos municípios abrangidos total ou parcialmente pela bacia do rio Teles Pires e a porcentagem dessa ocupação, esta última esquematizada na Figura Observa-se que dos 35 municípios, 5 estão totalmente inseridos nos limites da bacia do rio Teles Pires e 3 com mais de 99% de se território na bacia. Os 35 municípios contribuem com cerca de 43,22% de seus territórios municipais na área de drenagem da bacia do rio Teles Pires. A participação da área dos municípios do Estado de Mato Grosso representa mais de 77% da área total da bacia, correspondendo o restante, pouco mais de 22%, às áreas pertencentes ao Estado do Pará. Os dois municípios deste estado, Jacareacanga e Novo Progresso, possuem cerca de 34% de suas áreas cobertas pela bacia, enquanto os municípios de Mato Grosso contribuem com pouco mais de 46% de suas áreas no total da área da bacia do rio Teles Pires. Do total de municípios abrangidos pela bacia, 22 (vinte e dois) possuem as sedes urbanas localizadas no interior da bacia hidrográfica, Figura Municípios Distribuídos nas Sub-bacias do Rio Teles Pires A bacia do rio Teles Pires foi subdividida, para efeito de maior aproximação das análises, nas três subbacias estabelecidas pelo Plano Nacional de Recursos Hídricos PNRH, que divide o país em 12 regiões, sendo que uma dessas a Bacia Amazônica, compreende a bacia do rio Teles Pires. São elas: Alto, Médio e Baixo Teles Pires. O Quadro apresenta a distribuição dos municípios nas três sub-bacias do rio Teles Pires, ilustrada na Figura 4.4-3, apenas para permitir a comparação entre esses limites. A sub-bacia Baixo Teles Pires possui a maior extensão territorial, compreendendo 46,90% da área total da bacia. Com menor extensão, seguem-se a sub-bacia do Médio (26,93%) e a sub-bacia do Alto Teles Pires (26,10%). TPI-A RE-R0 206

16 N.º Área Quadro Participação dos municípios na Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires e nas subbacias, em km 2 e% sobre o total ESTADO MUNICÍPIOS E SUB-BACIAS BAIXO TELES PIRES Área total município (km 2 ) Área Municipal dentro da Bacia (km 2 ) Participação município sobre área total da bacia (em%) Participação área do município dentro da bacia sobre a área total de seu território (%) Área divulgada pelo IBGE Diferença entre a Área total do município e a Área IBGE (km 2 ) Pará 1 Jacareacanga , ,18 12,89 34, ,68 2 Novo Progresso , ,58 9,59 35, ,39 Área Pará , ,76 22,48 34, ,07 Mato Grosso 3 Alta Floresta 8.970, ,67 6,35 100, ,67 x 4 Apiacás , ,99 6,50 44, ,40 x 5 Carlinda 2.411, ,95 1,69 99, ,48 x 6 Juara , ,98 2,74 17, ,04 7 Nova Monte Verde 5.247, ,94 3,71 100, ,06 8 Paranaíta 4.831, ,56 3,42 100, ,56 x Área Mato Grosso , ,09 24,41 53, ,13 Sub-total Baixo TPI , ,86 46,90 42, ,06 MÉDIO TELES PIRES 9 Cláudia 3.842, ,85 0,87 32, ,39 10 Colíder 3.082, ,86 2,15 98, ,07 x 11 Guarantã do Norte 4.656, ,02 2,35 71, ,99 x 12 Itaúba 4.530, ,39 3,16 98, ,79 x 13 Marcelândia , ,44 1,61 18, ,29 14 Matupá 5.175, ,87 2,14 58, ,26 x 15 Nova Canaã do Norte 5.959, ,78 4,21 99, ,37 x 16 Nova Guarita 1.113, ,10 0,76 96, ,58 x 17 Nova Santa Helena 2.201, ,87 1,16 74, ,05 x 18 Novo Mundo 5.800, ,95 4,11 100, ,05 x 19 Peixoto de Azevedo , ,87 1,56 15, ,51 x 20 Tabaporã 8.432, ,98 1,04 17, ,38 21 Terra Nova do Norte 2.714, ,43 1,82 94, ,66 x Sub-total Médio TPI , ,40 26,93 51, ,71 Presença de Sedes Urbanas no interior da Bacia TPI-A RE-R0 207

17 N.º Área Quadro Participação dos municípios na Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires e nas subbacias, em km 2 e% sobre o total (Cont.) ESTADO MUNICÍPIOS E SUB-BACIAS ALTO TELES PIRES Área total município (km 2 ) Área Municipal dentro da Bacia (km 2 ) Participação município sobre área total da bacia (em%) Participação área do município dentro da bacia sobre a área total de seu território (%) Área divulgada pelo IBGE Diferença entre a Área total do município e a Área IBGE (km 2 ) Presença de Sedes Urbanas no interior da Bacia 22 Ipiranga do Norte 4.145, ,20 2,93 100,00 (nd) x 23 Lucas do Rio Verde 3.666, ,92 1,74 67, ,66 x 24 Nobres 3.890,37 118,04 0,08 3, ,37 25 Nova Brasilândia 3.300,95 592,73 0,42 17, ,95 26 Nova Mutum 9.531, ,83 2,06 30, ,50 27 Nova Ubiratã ,40 570,47 0,40 4, ,60 28 Paranatinga , ,51 3,21 18, ,21 x 29 Planalto da Serra 2.450, ,17 1,47 84, ,36 x 30 Rosário do Oeste 7.846,36 850,21 0,60 10, ,64 31 Santa Rita do Trivelato 4.716, ,97 3,28 98, ,42 x 32 Sinop 3.968, ,45 1,71 60, ,16 x 33 Sorriso 9.235, ,11 6,51 99, ,93 x 34 Tapurah (1) 4.486,11 795,11 0,56 17, ,89 35 Vera 2.982, ,25 1,11 52, ,03 x Sub-total Alto TPI , ,95 26,10 38, ,31 TOTAL BACIA , ,21 99,92 43, ,96 (2) Frações desprezíveis de outros municípios 106,70 0,08 (*) TOTAL ,91 100,00 22 Fonte: IBGE, DOU, 11/10/2002 Planimetria do Projeto, janeiro (1) Parte desse município foi desmembrado para criação do município de Ipiranga do Norte. (2) Área em km 2 : Altamira (36,44), Porto dos Gaúchos (33,0), Itaituba (30,03), Itanhangá (7,06), Primavera do Leste (0,17). No cômputo da% total 0,09% referem-se às frações desprezíveis. (nd) Dado não disponível, município de criação recente. TPI-A RE-R0 208

18 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 52 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Nova Guarita Matupá Peixoto de Azevedo 11 0'0"S Juara Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte M T Tapurah Vera Sorriso 13 0'0"S Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã 14 0'0"S 15 0'0"S LEGENDA Participação da Área dos Municípios Abrangidos pela Bacia do Rio Teles Pires ( em % ) Sedes Municipais Até 10,00 Até 30,52 Até 65,24 Até 99,99 100,00 Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia G O LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS PROJ. DES. CONF. AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES O a - Malha Rodoviária Digital do Estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Rede Hidrográfica Digital do estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN AM PA - Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA PARTICIPAÇÃO DA ÁREA DOS MUNICÍPIOS NA BACIA DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

19 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 52 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Matupá Peixoto de Azevedo Nova Guarita 11 0'0"S Juara Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte M T Vera Tapurah Sorriso 13 0'0"S Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã Nova Mutum Santa Rita do Trivelato Paranatinga 14 0'0"S LEGENDA 15 0'0"S Localização das Sedes Urbanas na Bacia do Rio Teles Pires Sedes Municipais Fora Dentro Nobres Rosário Oeste Nova Brasilândia Planalto da Serra G O LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS PROJ. DES. CONF. AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES RO Bolívia - Malha Rodoviária Digital do Estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Rede Hidrográfica Digital do estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN AM PA - Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA MUNICÍPIOS COM AS SEDES URBANAS LOCALIZADAS DENTRO DA BACIA DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

20 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Matupá Peixoto de Azevedo Nova Guarita Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder 11 0'0"S Juara Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte R O M T Tapurah Vera Sorriso 13 0'0"S Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã 14 0'0"S 15 0'0"S LEGENDA Distribuição dos Municípios nas Sub-bacias do Rio Teles Pires Sedes Municipais Baixo Teles Pires Médio Teles Pires Alto Teles Pires Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS PROJ. DES. CONF. AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES RO Bolívia - Malha Rodoviária Digital do Estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Rede Hidrográfica Digital do estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN AM PA - Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS NAS TRÊS SUB-BACIAS DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

21 Quadro Participação dos Municípios e Áreas Abrangidas pelas Sub-bacias do Rio Teles Pires, Considerando a Área Total da Bacia Estado Sub-bacias do Rio Teles Área dos Municípios (em km 2 ) Pires Total Na Bacia Participação (%) Baixo TPI Pará , ,95 Mato Grosso , ,04 Subtotal , ,99 46,97 Médio TPI Mato Grosso , ,40 26,92 Alto TPI , ,05 26,11 Total , ,44 100,00 Fonte: Planimetria do projeto, Dinâmica Demográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires A análise da dinâmica demográfica dos municípios onde se insere a bacia do rio Teles Pires foi baseada nos Censos Demográficos de 1981, 1991 e 2000, e na Contagem de População de 2007 (com base em publicação do Diário Oficial da União de 05/10/2007), elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Foram consideradas, ainda, as análises realizadas pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral SEPLAN/2001, no Diagnóstico Sócio-Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso. Considerando o comportamento demográfico distinto dos municípios, a avaliação teve como pano de fundo a ocupação resultante do processo de interiorização do desenvolvimento dos anos 40 e 50, nos Estados de Mato Grosso e do Pará, da política de integração nacional dos anos 70, presente nos Planos Nacionais de Desenvolvimento, e dos movimentos migratórios mais recentes decorrentes da atração pelas atividades de garimpo e de expansão da fronteira agrícola, da atividade madeireira e da pecuária. Essas políticas propunham-se oferecer mecanismos fiscais e financeiros para implantação de infraestrutura, o que resultou num forte processo de atração de imigrantes, provenientes principalmente do êxodo rural das regiões Nordeste e Sul do país. Esses incentivos econômicos, aliados à descoberta de jazidas de minério, especialmente do ouro, bem como ao potencial madeireiro e à pecuária crescente, resultaram em taxas de crescimento variáveis no período analisado, denotando fatores de atração e repulsão intercalados ao longo do tempo. Alguns municípios se destacaram nesse processo, devido principalmente à mineração, como, por exemplo, Alta Floresta e Peixoto de Azevedo. Por outro lado, o estímulo aos programas públicos ou privados de colonização dirigida, favoreceu o desenvolvimento de outros municípios, resultando numa maior capacidade de retenção da base populacional, como no caso de Sinop. Para efeitos da caracterização demográfica da bacia e das sub-bacias do rio Teles Pires, considerou-se, num primeiro momento, a evolução da população residente entre 1980 e 2007, as taxas geométricas de crescimento anual, as taxas de urbanização e a proporção de pessoas naturais do município. TPI-A RE-R0 212

22 População Residente nos Estados de Mato Grosso e Pará A região da Bacia do Rio Teles Pires abrange 2 municípios do Estado do Pará e 33 municípios do Estado de Mato Grosso, em variadas porcentagens de ocupação. Em 2007 o Estado de Mato Grosso possuía habitantes, e o Estado do Pará cerca de habitantes. Ambos os estados acompanham a tendência de retração do crescimento populacional registrada em todo o país conforme mostram o Quadro e a Figura Tal tendência é provocada substancialmente pela queda nas taxas de fecundidade e natalidade que vem ocorrendo desde a década de 70. O decréscimo dessa taxa, pode estar associado a vários fatores, dentre eles a ampliação dos métodos contraceptivos, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o acréscimo do grau de urbanização 4.O Anexo 4 ilustra esse processo nos municípios que compõem a Bacia do rio Teles Pires. Quadro População Residente nos Estados de Mato Grosso e Pará UF População Residente (hab) TGCA (%)* Ano (1) 1980/ / /2007 Mato Grosso ,38 2,38 1,89 Pará ,46 2,52 1,91 Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População 2007 (1).. ( * ) TGCA = Taxa Geométrica de Crescimento Anual 6,00 Evolução da População Residente TGCA 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 Mato Grosso Pará 0, / / /2007 Ano Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População Figura Evolução da População Residente nos Estados de Mato Grosso e do Pará Os municípios localizados no Estado do Pará são muito extensos (Jacareacanga possui mais de km 2 e Novo Progresso cerca de km 2 ), pouco urbanizados e as respectivas sedes municipais distam mais de 100 km (em linha reta) da divisa do Estado de Mato Grosso. Considerando-se as distâncias rodoviárias (via rodovias estaduais e a BR-163) essas distâncias alcançam cerca de km. 4 Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil e Estimativas e Projeções Demográficas in texto: Indicador A.5 - Taxa de Fecundidade Total. TPI-A RE-R0 213

23 Pela quantidade de municípios abrangidos no Estado de Mato Grosso - 33 municípios, haverá maior peso de seus indicadores demográficos na configuração da bacia do rio Teles Pires. De acordo com o Censo Demográfico de 2000, em ambos os estados mais da metade da população (51%) residia nos municípios há mais de 10 anos, de forma ininterrupta. O restante da população compõe migrações relativamente recentes, internas e de outros estados da federação. O histórico de atração desses imigrantes, segundo a origem, pode ser assim resumido: De 1950 a 1970 crescimento populacional ocasionado pela descoberta de ouro e pelas políticas de interiorização do desenvolvimento e de integração nacional - predominância de origem: mineiros, paulistas e nordestinos. de 1970 a 1980 política de incentivo aos grandes projetos agropecuários e de extrativismo, aliada a investimentos em infra-estrutura predominância de origem: nordestinos, gaúchos, paranaenses e paulistas; de 1980 a 1991 divisão do Estado de Mato Grosso, criação de novos municípios, êxodo rural pela mecanização da agricultura no sul e sudeste, gerando fluxo migratório rumo a esse estado predominância de origem: paranaenses e paulistas; de 1991 a 2000 volta da migração para o Estado de Mato Grosso, com a ampliação da pecuária, da agroindústria e do comércio predominância de origem: nortistas, nordestinos e gaúchos; após 2000 o estado continua crescendo acima da média nacional, apesar de acompanhar a redução das taxas de crescimento populacional ao longo do tempo. Em linhas gerais, continua mantendo o padrão econômico de desenvolvimento pautado na agricultura moderna com perfil agro-exportador convivendo com a pecuária extensiva e frentes de extração mineral e madeireira o que provoca fluxos migratórios internos e externos aos Estados de origem. A influência desses fatores de atração é notada ao analisar os dados censitários sobre o tempo de residência no município, que, aliada à avaliação das taxas de crescimento municipais permite inferir a influência do desenvolvimento econômico sobre os movimentos migratórios. No Censo Demográfico de 2000, a proporção de população por tempo de residência ininterrupta nos municípios do estado confirma a ocupação recente, conforme mostra Figura RESIDÊNCIA NOS MUNICÍPIOS Menos de 1 ano 6% 1 a 3 anos 21% 10 anos ou mais 51% 3 a 5 anos 8% 5 a 10 anos 14% Fonte: IBGE Censo Demográfico Figura Tempo Ininterrupto de Residência nos Municípios de Mato Grosso TPI-A RE-R0 214

24 População Residente na Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires A dinâmica de ocupação dos anos 70 e 80 se faz sentir de diversas formas, seja na avaliação temporal das taxas de crescimento, seja na criação de novos municípios, o que vem dificultar uma análise mais acurada do desempenho demográfico destes. O ritmo de crescimento dos municípios abrangidos pela bacia, embora crescente, acompanha a tendência de arrefecimento verificada no Brasil e nas regiões Norte e Centro-Oeste. A população residente nos municípios que compõem a bacia do rio Teles Pires, segundo a Contagem Populacional de 2007, atingiu pessoas, sendo que a sub-bacia do Alto Teles Pires é a mais populosa, conforme mostram o Quadro e a Figura Quadro Bacia do Rio Teles Pires - Evolução da População Residente Sub-bacias População Residente (hab) (1) Baixo Teles Pires Médio Teles Pires Alto Teles Pires Bacia Teles Pires Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População 2007 (1). Evolução da População Residente N de Habitantes BAIXO TELES PIRES MÉDIO TELES PIRES ALTO TELES PIRES BACIA TELES PIRES (1) Anos Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, Contagem da População 2007 (1).. Figura Bacia do Rio Teles Pires - Evolução da População Residente Considerando o período analisado, o maior crescimento populacional da bacia do rio Teles Pires ocorreu entre 1980 e 1991, confirmando o processo histórico de ocupação do Estado de Mato Grosso, conforme Figura TPI-A RE-R0 215

25 TAXAS DE CRESCIMENTO 18,00 16,00 14,00 TGCA (%) 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0, / / /2000 Baixo Teles Pires 15,28 4,32 1,58 Médio Teles Pires 15,23 0,68 0,89 Alto Teles Pires 6,20 4,95 4,47 BACIA TELES PIRES 11,00 3,27 2,62 Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População Figura Bacia do Rio Teles Pires Taxa Geométrica de Crescimento Anual (TGCA) Com relação ao grau de urbanização da bacia do rio Teles Pires, registra-se tendência de crescimento no período entre 1991 e 2000, mas com taxas menores comparadas àquelas relativas ao estado. De um modo geral, o grau de urbanização da bacia é ainda relativamente baixo em relação à média estadual com 68% de sua população residente em áreas urbanas. No Estado, essa média é de 79%. A sub-bacia do Baixo Teles Pires foi a única a apresentar diminuição do grau de urbanização em Uma das hipóteses para o acréscimo de população residente em áreas rurais é o avanço da pecuária que não exerce fator de atração migratória e a retração da atividade extrativa minerária e madeireira. Deve-se ainda lembrar que o último levantamento dos dados sobre situação do domicílio foi efetuado em 2000 não abrangendo portanto os municípios de criação recente. A maior taxa é verificada na subbacia do Alto Teles Pires, com grau de urbanização de 78% no ano de 2000 (Figura 4.4-8). TPI-A RE-R0 216

26 Urbanização 78,52 Taxa de Urbanização (%) ,19 56,24 54,61 63,60 62,03 58,40 67,55 0 BAIXO TELES PIRES MÉDIO TELES PIRES ALTO TELES PIRES BACIA TELES PIRES ,19 54,61 62,03 58, ,24 63,60 78,52 67,55 Fonte: IBGE Censos Demográficos 1991 e Figura Grau de Urbanização na Bacia e nas Sub-bacias do Rio Teles Pires Evolução da População Residente nas Sub-Bacias e Municípios da Bacia do Rio Teles Pires A criação de novos municípios a partir da década de , sobretudo no Estado de Mato Grosso, no âmbito da bacia do rio Teles Pires, impulsionados por desmembramentos ou remembramentos territoriais, representou, ao longo das décadas seguintes, variados níveis de crescimento demográfico. Entre 2000 e 2007, a base populacional e as taxas de crescimento sofrem menor oscilação. Ainda assim, há diferenças internas demonstradas pelos municípios que compõem as sub-bacias, os quais continuam apresentando comportamentos diversos, ou seja, alguns perdem população, com taxas de crescimento negativas, e outros apresentam crescimentos muito acima da média do total da bacia e dos estados a que pertencem. Com relação à ocupação recente e aos processos migratórios, considerou-se nesta avaliação a proporção de pessoas naturais e não-naturais dos municípios que compõem as sub-bacias, em 2000, onde se nota, de um modo geral, a ocupação recente devida ao processo migratório. Alto Teles Pires A sub-bacia mais populosa e de maior crescimento é a do Alto Teles Pires, que corresponde a 46% do total da população da bacia. Esta apresenta crescimentos mais constantes e acima da média estadual (inferior a 2% ao ano) e regional (2,6% ao ano na bacia do rio Teles Pires) principalmente devido aos crescimentos anuais superiores a 4,5% dos municípios de Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Nova Ubiratã onde se verifica a produção do agronegócio, associado principalmente à soja. (Quadro e Figura 4.4-9). 5 Nos quadros deste item, os municípios que não apresentam dados para 1980 e/ou 1991 são municípios de criação posterior a esses anos. TPI-A RE-R0 217

27 Quadro Sub-Bacia do Alto Teles Pires Evolução da População Residente e Crescimento Municípios Ipiranga do Norte Lucas do Rio Verde Nobres Nova Brasilândia Nova Mutum Nova Ubiratã Paranatinga Planalto da Serra Rosário do Oeste Santa Rita do Trivelato Sinop Sorriso Tapurah Vera População Residente (hab) TGCA (%) (*) (1) 1991/ / / ,50 6, ,11-0,14-0, ,61-5,48-2, ,49 8, , ,14-1,99 3, , ,13-0,74-0, , ,16 7,70 5, ,21 6, ,20-1, ,90 0,20 Alto Teles Pires ,20 4,95 4,47 Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000 e Contagem da População 2007 (1).. (*) TGCA = Taxa Geométrica de Crescimento Anual População Residente Sinop Sorriso Lucas do Rio Verde Nova Mutum Paranatinga Municípios Rosário do Oeste Nobres Tapurah Vera Nova Ubiratã Nova Brasilândia Ipiranga do Norte Planalto da Serra Santa Rita do Trivelato N de Habitantes Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População Figura Sub-Bacia do Alto Teles Pires - População Residente e Crescimento (2000 e 2007) Considerando o Censo Demográfico de 2000, a proporção de pessoas naturais do município na subbacia do Alto Teles Pires é, em sua maioria, inferior a 50%, destacando-se maiores proporções nos TPI-A RE-R0 218

28 municípios mais antigos e com desenvolvimento econômico relativamente mais estável, como Nobres e Rosário Oeste, conforme mostra a Figura Pessoas Naturais do Município Vera Tapurah Sorriso Sinop Santa Rita do Trivelato Municípios Rosário do Oeste Planalto da Serra Paranatinga Nova Ubiratã Nova Mutum Nova Brasilândia Nobres Lucas do Rio Verde Naturais Não Naturais Fonte: IBGE Censo Demográfico 2000 Porcentagem de Habitantes Figura Sub-Bacia do Alto Teles Pires - Pessoas Naturais do Município (2000) O grau de urbanização da sub-bacia do Alto Teles Pires em 2000 é de 78%, maior índice de toda a bacia. Abrange municípios com elevado grau de urbanização destacando-se Sinop, Vera, Lucas do Rio Verde e Sorriso, com 80% ou mais de sua população localizando-se em áreas urbanizadas (Quadro e Figura ). Por outro lado, os municípios de Nova Ubiratã e Tapurah são predominantemente rurais, com baixo grau de urbanização: 29% e 36%, respectivamente. TPI-A RE-R0 219

29 Quadro Sub-Bacia do Alto Teles Pires Evolução do Grau de Urbanização Municípios Ipiranga do Norte Santa Rita do Trivelato Planalto da Serra Nova Ubiratã Nova Brasilândia Vera Tapurah Nova Mutum Nobres Paranatinga Rosário do Oeste Lucas do Rio Verde Sorriso Sinop 1991 (hab) 2000 (hab) Total Urbana Rural Total Urbana Rural Alto Teles Pires Fonte: IBGE Censos Demográficos 1991 e Evolução do Grau de Urbanização Vera Sinop Sorriso Lucas do Rio Verde Nobres Municípios Paranatinga Nova Mutum Nova Brasilândia ALTO TELES PIRES Planalto da Serra Rosário do Oeste Tapurah Nova Ubiratã Fonte: IBGE Censos Demográficos 1991 e Grau de Urbanização Figura Sub-Bacia do Alto Teles Pires Evolução do Grau de Urbanização Médio Teles Pires Com habitantes em 2007, a sub-bacia do Médio Teles Pires apresentou na análise evolutiva um padrão de crescimento altamente diversificado e inconstante, denotando baixa capacidade de TPI-A RE-R0 220

30 retenção da base populacional. Seu crescimento fica abaixo da média estadual - 1,8% ao ano - e da bacia 2,6% ao ano (Quadro e Figura ). O período de maior crescimento foi entre 1980/1991, pautado no desempenho de um único município Colíder, que, no entanto, perde população no período seguinte. Os demais municípios, criados entre 1991 e 2000, apresentam também taxas diversificadas, porém com tendência de queda na taxa anual. Destaca-se nessa sub-bacia o município de Itaúba, com acentuada perda de população (-8,4% ao ano, entre 2000 e 2007). Quadro Sub-Bacia do Médio Teles Pires - População Residente e Crescimento Municípios Cláudia Colíder Guarantã do Norte Itaúba Marcelândia Matupá Nova Cana do Norte Nova Guarita Nova Santa Helena Novo Mundo Peixoto de Azevado Tabaporã Terra Nova do Norte População Residente (hab) TGCA (%) (*) (1) 1991/ / / ,33 0, ,92-1,16 1, ,89 1, ,04-8, ,55-0, ,11 1, ,17 1, , , ,85 1, , ,83 0,04 Médio Teles Pires ,23 0,68 0,89 Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População 2007 (1).. (*) TGCA = Taxa Geométrica de Crescimento Anual População Residente Municípios Guarantã do Norte Colíder Peixoto de Azevedo Terra Nova do Norte Marcelândia Matupá Nova Canaã do Norte Cláudia Tabaporã Novo Mundo Nova Guarita Itaúba Nova Santa Helena N de Habitantes Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População 2007 (1).. Figura Sub-Bacia do Médio Teles Pires - População Residente e Crescimento TPI-A RE-R0 221

31 De acordo com o Censo Demográfico de 2000, a proporção de pessoas naturais do município na subbacia do Médio Teles Pires é, em todos os municípios que a compõem, inferior a 30%, denotando alta predominância de migrantes. Destacam-se maiores proporções nos municípios de Tabaporã e Novo Mundo, com mais de 80% de sua população provenientes de outro município ou estado da Federação (Figura ). Pessoas Naturais do Município Municípios Terra Nova do Norte Tabaporã Peixoto de Azevedo Novo Mundo Nova Santa Helena Nova Guarita Nova Canaã do Norte Matupá Marcelândia Itaúba Guarantã do Norte Colíder Cláudia Naturais Não Naturais Fonte: IBGE Censo Demográfico Porcentagem de Habitantes Figura Sub-Bacia do Médio Teles Pires - Pessoas Naturais do Município (2000) Segundo dados do IBGE para o ano de 2000, o grau de urbanização dos municípios que compõem a sub-bacia do Médio Teles Pires é de 66,3%, ou seja, mais da metade de sua população reside em áreas urbanas. Os municípios de Cláudia, Peixoto de Azevedo e Matupá destacam-se da média da bacia, com mais de 76% da população residindo em áreas urbanas (Quadro e Figura ). Quadro Sub-Bacia do Médio Teles Pires - Grau de Urbanização Municípios 1991 (hab) 2000 (hab) Total Urbana Rural Total Urbana Rural Guarantã do Norte Colíder Peixoto de Azevedo Marcelândia Terra Nova do Norte Nova Canaã do Norte Matupá Tabaporã Cláudia Itaúba Nova Guarita Novo Mundo Nova Santa Helena Médio Teles Pires Fonte: IBGE Censo Demográfico 1991 e TPI-A RE-R0 222

32 Evolução do Grau de Urbanização Municípios Matupá Peixoto de Azevedo Cláudia Colíder Guarantã do Norte MÉDIO TELES PIRES Marcelândia Tabaporã Itaúba Novo Mundo Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Nova Guarita Fonte: IBGE Censos Demográficos 1991 e Baixo Teles Pires Grau de Urbanização Figura Sub-Bacia do Médio Teles Pires - Grau de Urbanização Com habitantes em 2007, a sub-bacia do Baixo Teles Pires apresentou forte tendência de queda em seu ritmo de crescimento, no período analisado. Essa queda é bastante influenciada pelo município de Alta Floresta, que no período 1980/1991 triplica a população residente, devido à extração de minério, de grande atratividade da migração, para em seguida perder população e apresentar taxa de crescimento negativa quando as jazidas se exaurem e a população migra para outros locais em busca de nova frente de trabalho. Os municípios do Pará, Jacareacanga e Novo Progresso, de criação relativamente recente, apresentaram também padrões de crescimento antagônicos. Enquanto Jacareacanga cresceu entre 2000 e 2007 a uma taxa anual de quase 8% ao ano, Novo Progresso perdeu população, com taxa negativa de 2,1% no mesmo período. Considerando a região em que se inserem os municípios, e a parcela destes onde se insere a sub-bacia, infere-se que a atividade econômica predominante é a extrativa madeireira ou mineral, ora atraindo, ora expulsando população. Nesta sub-bacia os municípios mais populosos são Alta Floresta, Jacareacanga e Juara (Quadro e Figura ). TPI-A RE-R0 223

33 Quadro Sub-Bacia do Baixo Teles Pires - População Residente e Crescimento Municípios Jacareacanga Novo Progresso Alta Floresta Apiacás Carlinda Juara Nova Monte Verde Paranaíta População Residente (hab) TGCA (%) (*) (1) 1991/ / / , , ,20-3,86 0, ,10 2, , ,07 0, , ,89 1,70 Baixo Teles Pires ,28 4,32 1,58 Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População 2007 (1).. (*) TGCA = Taxa Geométrica de Crescimento Anual População Residente Alta Floresta Jacareacanga Juara Municípios Novo Progresso Carlinda Paranaíta Nova Monte Verde Apiacás N Habitantes Fonte: IBGE Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000, e Contagem da População 2007 (1).. Figura Sub-Bacia do Baixo Teles Pires - População Residente e Crescimento A proporção de pessoas naturais do município na sub-bacia do Baixo Teles Pires é predominantemente baixa, com menos de 30% em quase todos os municípios que a compõem, considerando os dados do Censo Demográfico de Excetua-se Jacareacanga, pertencente ao Estado do Pará, com mais de 85% de pessoas nascidas no município. As menores proporções encontram-se nos municípios de Nova Monte Verde e Apiacás, com mais de 80% de sua população proveniente de outro município ou estado da Federação, denotando alta predominância de migrantes (Figura , Quadro e Figura ). TPI-A RE-R0 224

34 Pessoas Naturais do Município Paranaíta Nova Monte Verde Juara Município Carlinda Apiacás Naturais Não Naturais Alta Floresta Novo Progresso Jacareacanga Fonte: IBGE Censo Demográfico Porcentagem de Habitantes Figura Sub-Bacia do Baixo Teles Pires - Pessoas Naturais do Município (2000) Segundo dados do IBGE para o ano de 2000, o grau de urbanização da sub-bacia do Baixo Teles Pires é o menor verificado entre as sub-bacias: cerca de 56% da população reside na área urbana. O Baixo Teles Pires apresenta grandes diferenças entre os municípios que o compõem, com as taxas variando entre 25% e 79%, sendo que a metade deles apresenta taxas de menos de 50% de população urbana. Comparando os resultados apontados dos Censos de 1991 e 2000, a média da sub-bacia fica influenciada pela criação de 4 novos municípios entre um ano e outro. Os demais mostraram tendência de crescimento da população urbana, com exceção de Paranaíta, que apresentou leve diminuição na proporção. O município com maior grau de urbanização em 2000, e que apresentou maior variação com relação a 1991, foi Alta Floresta. Municípios Apiacás Nova Monte Verde Paranaíta Carlinda Jacareacanga Novo progresso Juara Alta Floresta Quadro Baixo Teles Pires - Grau de Urbanização 1991 (hab) 2000 (hab) Total Urbana Rural Total Urbana Rural Baixo Teles Pires , Fonte: IBGE Censos Demográficos 1991 e TPI-A RE-R0 225

35 Evolução do Grau de Urbanização Municípios Alta Floresta Juara Apiacás BAIXO TELES PIRES Paranaíta Novo Progresso Nova Monte Verde Jacareacanga Carlinda Fonte: IBGE Censos Demográficos 1991 e Grau de Urbanização Figura Baixo Teles Pires - Grau de Urbanização Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDHM Esse índice foi construído pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e o PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com informações de renda, longevidade e educação. Ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen 6, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Segundo seus idealizadores, não compreende todos os elementos de desenvolvimento, mas oferece um parâmetro dessa qualidade de vida, no geral, conquistada pela população de uma determinada região. Além de computar o PIB Produto Interno Bruto per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um. A partir dessa metodologia, o IBGE e o PNUD aferiram as informações dos municípios brasileiros e submeteram seus resultados a um ranking, de forma que, nessa comparação, foi possível qualificar as 6 Amartya Sem foi ganhador do Prêmio Nobel de Economia de TPI-A RE-R0 226

36 áreas de melhor ou pior condição segundo esse indicador. O último resultado desse indicador data do ano 2000, com base nos dados disponíveis pelo Censo Demográfico O IDHM reflete a situação de cada município brasileiro cujas dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um: No caso da Bacia do rio Teles Pires, foram utilizados os dados disponibilizados pelo IBGE/PNUD, conforme o Quadro Pode-se observar que o município de Sorriso apresentou o melhor resultado no ano 2000, 0,824 não tendo oscilado muito em relação a sua colocação no conjunto dos municípios integrantes da bacia, verificada em Em alguns dos municípios da bacia do rio Teles Pires não foi possível verificar a evolução desse indicador, porque não estavam criados ainda em 1991, ou foram desmembrados após o ano No primeiro caso está o município de Novo Progresso, no estado do Pará. No segundo caso são os municípios localizados no estado do Mato Grosso, Ipiranga do Norte, desmembrado de Tapurah, Nova Santa Helena, desmembrado de Itaúba e Cláudia e Santa Rita do Trivelato, originada de Nova Mutum. TPI-A RE-R0 227

37 Quadro Índice de Desenvolvimento Humano Municipal dos Municípios abrangidos pela Bacia do Rio Teles Pires, em 1991 e Municípios da Bacia do Rio Teles Pires IDH 1991 IDH-M 2000 Posição no Ranking BAIXO TPI Pará Jacareacanga 0,534 0, Novo Progresso - 0, Mato Grosso Alta Foresta 0,649 0,779 7 Apiacás 0,662 0, Carlinda 0,580 0, Juara 0,650 0, Nova Monte Verde 0,625 0, Paranaíta 0,643 0, MÉDIO TPI Cláudia 0,726 0,813 3 Colíder 0,622 0, Guarantã do Norte 0,664 0, Itaúba 0,635 0, Marcelândia 0,667 0, Matupá 0,686 0, Nova Canaã do Norte 0,612 0, Nova Guarita 0,631 0, Nova Santa Helena Novo Mundo 0,605 0, Peixoto de Azevedo 0,678 0, Tabaporã 0,644 0, Terra Nova do Norte 0,641 0, ALTO TPI Ipiranga do Norte Lucas do Rio Verde 0,762 0,818 2 Nobres 0,646 0, Nova Brasilândia 0,622 0, Nova Mutum 0,713 0,801 5 Nova Ubiratã 0,703 0,779 8 Paranatinga 0,615 0, Planalto da Serra 0,595 0, Rosário Oeste 0,601 0, Santa Rita do Trivelato Sinop 0,764 0,807 4 Sorriso 0,742 0,824 1 Tapurah 0,670 0,783 6 Vera 0,741 0,772 9 Fonte: IBGE, 1991 e 2000 e PNUD, 1991 e TPI-A RE-R0 228

38 4.4.3 A Base Econômica da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires A bacia do rio Teles Pires está localizada numa região que experimenta intenso processo de reorganização territorial, pois nela estão em desenvolvimento diferentes frentes de expansão da fronteira. Como parte da Amazônia Central, a área em estudo vivencia importantes mudanças, que se expressam no estreitamento das relações local-globais, na industrialização e no aumento da produção. A intensificação do processo de ocupação dessa região teve início na década de 1970 e se assentou em forte movimento migratório interno, com fluxos de populações e capitais vindos em grande parte do sul e sudeste do país, caracterizando a formação de uma zona de fronteira agrícola. Nas duas últimas décadas verificou-se a intensificação da incorporação de novas áreas às atividades agropecuárias e agroindustriais, de modo que os municípios que integram a bacia vêm aumentando seu peso na economia regional. Malgrado apresente em seu território uma ampla diversidade de formas de organização da produção e de níveis de consolidação na fronteira de apropriação de recursos 7, assim como da base econômica resultante, o conjunto do território está vinculado às cadeias produtivas que atualmente constituem os elos centrais da estrutura econômica do Centro-Oeste brasileiro. A parcela territorial amplamente predominante da bacia do rio Teles Pires está inserida no Estado de Mato Grosso, verificando-se, ainda, que a porção relativa ao Estado do Pará é fracamente antropizada (cerca de 6%), ainda que pertença, entre outros, a municípios extensos como Jacareacanga e Novo Progresso. Nesse contexto, especialmente em termos da base econômica, a bacia pode ser considerada como parte integrante da região Centro-Oeste e, em especial, como parcela da base econômica do Estado de Mato Grosso. Essa qualificação é importante, pois nos últimos trinta anos o Centro-Oeste vem apresentando o melhor desempenho econômico entre todas as regiões do Brasil. No bojo da desaceleração da economia do país, que ocorreu nos anos da década de 1980, a economia regional se avantajou, pois manteve ritmo acelerado de crescimento, tendo esse movimento especial vigor no Estado de Mato Grosso. Comparativamente ao conjunto do Centro-Oeste, em 2005, o Estado de Mato Grosso contribuiu com: 62% da quantidade colhida de soja; 73% do algodão herbáceo; 47% do girassol; e 33% da cana-de-açúcar, as culturas industriais de maior valor agregado; 44% do milho; 37% da mandioca; 79% do arroz; 69% da mamona; 44% do amendoim; e 16% do feijão, as principais culturas tradicionais e voltadas à segurança alimentar da população. Deteve, ainda, uma participação de 32% no Valor da Transformação Industrial, além de concentrar 97% de toda madeira em tora e 62% da lenha extraída. A pecuária, por último, cresceu aceleradamente, alcançando o incremento do rebanho bovino nos últimos 15 anos a extraordinária taxa de 7,4% aa. 7 Padrão de ocupação territorial vinculado à inserção da Amazônia Legal num processo de reordenamento sócio-espacial, onde se verifica a dinâmica de incorporação/reincorporação de novos espaços á produção, circulação e consumo através da apropriação e uso do território e de seus recursos naturais, com a reestruturação da economia e da sociedade. Para maiores detalhes consultar Ajara, César, Os processos recentes de ocupação, expansão e apropriação das fronteiras amazônicas e suas implicações econômicas, sociais, ambientais e políticas. Trabalho Apresentado no Seminário A Pesquisa Social na Amazônia: Avanços, Lacunas e Prioridades. FUNDAJ, Manaus, set TPI-A RE-R0 229

39 Esse desempenho propiciou para o Mato Grosso, considerando o PIB do conjunto do Centro- Oeste no ano de 2004, uma participação proporcional recorde, acima de 20% Dinâmica Econômica A distribuição das atividades econômicas apresenta uma forte concentração intersetorial na bacia do rio Teles Pires. A agropecuária é amplamente predominante e responde por cerca de 53,3% do Valor Adicionado dos municípios total ou parcialmente englobados. O comércio e os serviços respondem por cerca de 34,7%, e as atividades industriais pelos 12,0% restantes. O predomínio da agropecuária se acentuou paralelamente à intensificação da apropriação da fronteira de recursos e à extensão dos territórios ocupados pela agricultura altamente capitalizada e pela pecuária. O crescimento das atividades primárias não foi acompanhado no mesmo ritmo pelas atividades urbanas, pois a produção primária, à exceção parcial da madeira, é em grande parte exportada com baixa agregação de valor. Ao se considerar as diferentes atividades englobadas na agropecuária, verifica-se também forte concentração na agricultura, especialmente nas culturas temporárias. A pecuária, especialmente o rebanho bovino, apesar de dispersa por toda a bacia do rio Teles Pires, tem presença crescente à medida que se avança para o norte, e decrescente no sentido sul. A extração vegetal e a silvicultura, dada a intensidade do desmatamento nas áreas mais antigas, concentram-se também cada vez mais ao norte. Por sua vez, do ponto de vista da distribuição intra-regional, verifica-se que também ocorre acentuada desigualdade na geração de valor econômico entre as três sub-bacias em que se divide a área em estudo. Como pode ser observado no Quadro , os municípios englobados na sub-bacia do Alto Teles Pires respondem por 66,3% do Produto Interno Bruto do conjunto, cabendo à porção intermediária Médio Teles Pires, 18,7%, e os restantes 15,0% à porção mais ao norte, o Baixo Teles Pires. Internamente a cada uma dessas sub-bacias, observam-se também grandes diferenciações na densidade das bases econômicas municipais. No Baixo Teles Pires, desponta fortemente a posição da capital regional Alta Floresta, especialmente ao se considerar que Juara, Jacareacanga e Novo Progresso detêm uma inserção territorial inferior a uma terça parte dos respectivos territórios. Como essas porções são também muito pouco antropizadas, deduz-se que a concentração na capital regional é ainda mais intensa. No médio curso, a distribuição da geração de valor adicionado é menos concentrada, destacando-se o município de Colíder e, em menor proporção, Guarantã do Norte, ambos situados no eixo da rodovia BR-163 e cujas sedes são as que possuem maior hierarquia funcional dentro da sub-bacia. Guarantã polariza a porção nordeste, inclusive os territórios pertencentes ao Estado do Pará, e Colíder a porção restante, devendo-se notar que a parcela mais ao sul e mais intensamente vinculada à exploração e industrialização da madeira, é polarizada por Sinop, localizada no Alto Curso do Teles Pires. Nesta última sub-bacia, além de Sinop, com hierarquia funcional idêntica à de Alta Floresta, destacam-se, pela participação no PIB os municípios de Sorriso que sozinho responde por 16,8% dessa variável de toda a bacia, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. Desconsiderando-se os municípios com inserção territorial desprezível, as participações de Sinop, Sorriso, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde no PIB da sub-bacia se elevam para, respectivamente, 21,9%, 30,1%, 15,4% e 13.1%. Os três últimos municípios citados, cujas sedes se localizam no eixo da BR-163, representam o principal núcleo da agricultura moderna na bacia do rio Teles Pires. Sinop, também lindeira a essa mesma rodovia, destaca-se pela indústria madeireira e pela importância de seu mercado atacadista. TPI-A RE-R0 230

40 Na Figura , apresenta-se um mapa da intensidade na geração de Valor Adicionado pelos municípios integrados na bacia do rio Teles Pires, e na Figura destaca-se a participação dos municípios pelas sub-bacias. No item a seguir é feita uma descrição mais detalhada da estrutura de polarização das atividades produtivas dentro da bacia do rio Teles Pires. TPI-A RE-R0 231

41 Quadro Distribuição do PIB nos Municípios que Integram a Bacia do Rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios PIB 2004 (em R$ mil) Distribuição Proporcional na Bacia (%) Participação no PIB da Sub- Bacia (1) (%) Participação dos Municípios por Classes na Bacia (*) Participação dos Municípios por Classes na Sub-Bacia (**) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga ,56 3, Novo Progresso ,40 15, Alta Floresta ,92 32, Apiacás ,69 4, Carlinda ,90 5, Juara ,59 23, Nova Monte Verde ,91 6, Paranaíta ,14 7, Subtotal ,10 100, Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,37 7, Colíder ,95 15, Guarantã do Norte ,12 11, Itaúba ,94 5, Marcelândia ,01 10, Matupá ,52 8, Nova Canaã do Norte ,26 6, Nova Guarita ,53 2, Nova Santa Helena ,41 2, Novo Mundo ,01 5, Peixoto de Azevedo ,39 7, Tabaporã ,88 10, Terra Nova do Norte ,25 6, Subtotal ,65 100, Alto Teles Pires MT (2) Lucas do Rio Verde ,13 13, Nobres ,81 0, Nova Brasilândia ,56 1, Nova Mutum ,37 15, Nova Ubiratã ,42 0, Paranatinga ,83 5, Planalto da Serra ,60 1, Rosário do Oeste ,16 0, Santa Rita do Trivelato ,38 4, Sinop ,91 22, Sorriso ,83 31, Tapurah ,21 0, Vera ,03 3, Subtotal ,25 100, Total , Fonte: IBGE. Notas: (1) Não computados municípios com menos de 10% do território na bacia. (2) O município de Ipiranga do Norte não passou dados sistematizados. ( * ) Legenda da Bacia ( ** ) Legenda da Sub-Bacia Classe 1 = Até 3,00% de Participação Classe 1 = Até 5,00% de Participação Classe 2 = Até 10,00% de Participação Classe 2 = Até 20,00% de Participação Classe 3 = Acima de 10,01% de Participação Classe 3 = Acima de 20,01% de Participação TPI-A RE-R0 232

42 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 52 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Nova Guarita Matupá Peixoto de Azevedo Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder 11 0'0"S Juara Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte M T Tapurah Vera Sorriso 13 0'0"S Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã 14 0'0"S 15 0'0"S LEGENDA Distribuição do PIB dos Municípios Abrangidos pela Bacia do Rio Teles Pires ( Participação em % ) Sedes Municipais Até 3,00 Até 10,00 Acima de 10,01 Dado Indisponível Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia G O LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS PROJ. DES. CONF. AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES O a - Malha Rodoviária Digital do Estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Rede Hidrográfica Digital do estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN AM PA - Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA PARTICIPAÇÃO DO PIB DOS MUNICÍPIOS ABRANGIDOS PELA BACIA DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

43 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Nova Guarita Matupá Peixoto de Azevedo Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder 11 0'0"S Juara Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte M T Tapurah Vera 13 0'0"S 14 0'0"S 15 0'0"S LEGENDA Distribuição do Produto Interno Bruto - PIB dos Municípios Abrangidos pela Sub-Bacias do Rio Teles Pires ( Participação em % ) Sedes Municipais Até 5,00 Até 20,00 Sub-bacias Acima de 20,01 Dado Indisponível Baixo Médio Alto Sorriso Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS PROJ. DES. CONF. AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES RO Bolívia - Malha Rodoviária Digital do Estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Rede Hidrográfica Digital do estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN AM PA - Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA DISTRIBUIÇÃO DO PIB DOS MUNICÍPIOS ABRANGIDOS PELA SUB-BACIAS DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

44 Núcleos Polarizadores da Base Econômica da Bacia do Rio Teles Pires A rede urbana é o local por excelência das atividades industriais, comerciais e de serviços, pois concentra os recursos e os investimentos voltados para a agregação de valor aos bens primários, através de sua reunião, padronização e posterior transformação em produtos elaborados e semielaborados. É na rede urbana que estão sediados e se organizam os sistemas que viabilizam a circulação das mercadorias, com o uso das infra-estruturas disponíveis. No entorno rural concentra-se a produção agropecuária e extrativista, com a presença de equipamentos necessários ao beneficiamento primário, homogeneização e estocagem da produção, nas unidades produtivas mais capitalizadas. Do grau de elaboração efetuada no meio urbano depende em grande medida o Valor Agregado retido, seja através do processamento industrial, seja através das atividades de prestação de serviços, com destaque para a comercialização, transporte e circulação. Como visto, em termos econômicos, a bacia do rio Teles Pires é marcada pela diversidade. Apesar do acelerado ritmo de urbanização, o crescimento das cidades refletiu mais diretamente, por um lado, a unificação do mercado de trabalho urbano e rural com a vinda para a periferia das cidades de grande parte dos trabalhadores rurais, que também foram mobilizados para o atendimento da demanda de trabalho em grandes obras de infra-estrutura e extração e beneficiamento de minerais. Por outro lado, destacou-se o desenvolvimento de atividades terciárias de apoio às atividades produtivas da agropecuária, que tomaram dimensão significativa, especialmente no alto curso do rio Teles Pires. Exceção parcial a esse processo foi o movimento que ocorreu (e ainda permanece de modo mitigado) em algumas sedes municipais do médio e baixo curso, para as quais migrou grande número de empresas madeireiras, conferindo às mesmas características de núcleos industriais madeireiros. A BR-163 e seu prolongamento através da MT-320 é o principal eixo estruturante em sentido longitudinal da rede de cidades e da base econômica presentes em amplas porções do alto, médio e baixo curso do rio Teles Pires. Integrando-se com a BR-364, garante a ligação de sua área de influência com os dois principais núcleos econômicos do Mato Grosso (Cuiabá e Rondonópolis) e a articulação com o Sudeste do país, bem como com a hidrovia do rio Madeira, rota alternativa, ao norte, dos fluxos de grãos destinados ao mercado internacional. É no eixo da BR-163/ MT-320 que se localizam os núcleos urbanos de maior hierarquia funcional e densidade das atividades produtivas: Alta Floresta no baixo curso, Colíder e Guarantã do Norte no curso médio, e Sinop no alto curso, contando com apoio da sede municipal de Sorriso. A importância desses núcleos na bacia pode ser verificada a partir da posição desses municípios em relação à população urbana nas sedes municipais dos estados integrantes da bacia do rio Teles Pires, Mato Grosso e Pará. Segundo o levantamento concluído no Diagnóstico Sócio-Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso DSEE-MT/2000 (SEPLAN-MT, 2001), incorporado posteriormente no Zoneamento Sócio- Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso ZSEE-MT/2002 (SEPLAN-MT, 2002), aqui usados como referência das tipologias funcionais urbanas da bacia do rio Teles Pires foi estabelecida a seguinte distribuição e hierarquia urbana dos municípios, conforme ilustra o Quadro TPI-A RE-R0 235

45 Nível Hierárquico Quadro Hierarquia e Funcionalidade Urbana População Urbana nas Sedes Municipais Porte 1 > a a a a Tipologias Funcionais Característica Pólo Regional - Capital Centro de alta diversificação e especialização das funções urbanas, associadas a altas densidades de equipamentos e estabelecimentos, onde se enquadra as capitais estaduais Pólo Regional Centro de alta diversificação e especialização das funções urbanas, associadas a média-altas densidades de equipamentos e estabelecimentos Pólo Regional Centro de alta diversificação e especialização das funções urbanas, associadas a médias densidades de equipamentos e estabelecimentos Centro Regional Centro de média diversificação e especialização das funções urbanas, associadas a médias densidades de equipamentos e estabelecimentos Centros com presença da maioria das funções urbanas, com predominância heterogênea de alguns setores, associadas a densidades diferenciadas de equipamentos e estabelecimentos. Centros com predomínio de uma única função de caráter regional a < Centros com funções de caráter local Fonte: SEPLAN, DSEE-MT, 2000 e ZSEE-MT,2002. A partir dessa referência foram localizadas e ordenadas as sedes urbanas inseridas na bacia do rio Teles Pires, onde se destaca Sinop como pólo regional. O Quadro e a Figura apresentam essa hierarquização, conforme o porte e funcionalidade dos núcleos urbanos inseridos na bacia. TPI-A RE-R0 236

46 Quadro Tipologia Funcional e Polarização dos Núcleos Urbanos da Bacia do Rio Teles Pires, com base na População Urbana HIERARQUIA FUNCIONAL TIPOLOGIA PORTE FUNCIONAL Pólo Regional Centro Regional POPULAÇÃO URBANA NAS SEDES MUNICIPAIS CLASSES EM SEDES POPULAÇÃO N.º MUNICIPAIS (*) 2000 HABITANTES a Sinop a Local a Local a Local 7 < 5000 Alta Floresta Sorriso Peixoto de Azevedo Colíder MUNICÍPIOS POLARIZADOS Vera, Ipiranga do Norte, Cláudia,Marcelàndia, Itaúba Apiacás, Paranaíta, Carlinda, Nova Monte Verde Lucas do Rio Verde, Santa Rita do Trivelato, Nova Mutum, Tapurah e Nova Ubiratã Nova Santa Helena, Nova Canaã do Norte, Terra Nova do Norte, Nova Guarita, Peixoto de Azevedo, Novo Mundo, Matupá Guarantã do Norte Itaituba (PA) Lucas do Rio Verde Paranatinga Matupá Vera Terra Nova do Norte Paranaíta Nova Canaã do Norte Itaúba Apiacás Carlinda Novo Mundo Nova Guarita Planalto da Serra Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000 e Planimetria da Bacia, (*) Fazem parte da bacia, 22 sedes municipais, porém naquelas de Ipiranga do Norte, Nova Santa Helena e Santa Rita do Trivelato não se dispõem de sua população urbana no Censo Demográfico 2000, IBGE. Por tal razão esses municípios são citados apenas na polarização. Nova Santa Helena possui mais 68% de sua área territorial dentro da bacia; Ipiranga do Norte e Santa Rita do Trivelato mais de 99% de suas áreas são abrangidas pela bacia. TPI-A RE-R0 237

47 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 7 0'0"S 59 0'0"W 8 0'0"S AMAZONAS 9 0'0"S PA R Á COLNIZA APIACAS M MT GUARANTA DO NORTE ALTA FLORESTA NOVO MUNDO MT MATUPA PEIXOTO DE AZEVEDO M 20 T- M T- 9 MT M T MT MT MT-41 MT-41 9 MT - 8 JURUENA 22 M T- 3 2 BR-1 6 NOVA GUARITA NOVA CANAA DO NORTE MT MT- 160 CARLINDA 20 MT-208 M T '0"S 6 M T- NOVA BANDEIRANTES COTRIGUACU T- MT-3 25 PARANAITA MT -32 M T MT TERRA NOVA DO NORTE 2 MT COLIDER 29 M T NOVA MT-4 SANTA HELENA BR MT MT 32 M T '0"S MT MT-328 MARCELANDIA M M FONTANILLAS T- TABAPORA TABAPORA 33 8 NOVO HORIZONTE DO NORTE MT-22 0 MT '0"S 33 MT T MT-01 M CLAUDIA 3 3 M T MT 38 M T- T- 3 3 MT PORTO DOS GAUCHOSM BR-1 JUINA MT -4 T 5 CASTANHEIRA ITAUBA MT- SINOP SANTA CARMEM BRASNORTE 01 0 T- MT M T M VERA 0 MT SANTA TEREZINHA 0 BR TAPURAH NOVO ELDORADO NOVO MATO GROSSO 5 LUCAS DO RIO VERDENOVA UBIRATASANTO ANTONIO DO RIO BONITO NOVA MARINGA B R MT-33 6 T M BR Pavimentada M 29 Sistema Viário SAPEZAL MT T- 4 M Área Urbana GAUCHA DO NORTE 30 MT-1 7 MT-32 BR '0"S FELIZ NATAL MT 3 CAMPO NOVO DO PARECIS T M T- 33 SANTA RITA DO 8 TRIVELATO NOVA MUTUM MT MT Em Pavimentação 5 MT Não Pavimentada M T '0"S VERA SORRISO Porte do Município Polarizador CAMPOS DE JULIO Legenda MT IPIRANGA DO NORTE MT M T MAT O G RO SS O MT PLANALTO DA SERRA MA PI TO RO BA MT CE RN PB PE AL SE GO DF MG ES MS SP RJ PR AM SC PA - ENGENHO ACORIZAL JANGADA BAUS Malha Rodoviária Digital do Estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Rede Hidrográfica Digital do estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN Malha Municipal Digital IBGE/2005. M T AGUA FRIA PROJ. DES Km MT CONF. MT 8-44 MT : Projeção UTM zona -21 Datum SAD-69 GERENTE DE PROJETO DATA MT-336 MT -1 8 AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES Nº Figura COORDENADOR DE ÁREA APROV. RO 36 MT-3 VISTO RS Bolívia T BARRA DO BUGRES REFERÊNCIAS AP PA M 10 RR AM AC - T M T- 0 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 51 BR NOVA BRASILANDIA 2 51 RIO BRANCO PONTES E LACERDA B BR R MT-13 MT- 338 ROSARIO OESTE BR VILA PROGRESSO RESERVA DO CABACALSALTO DO CEU -0 M T PLANALTO DA SERRA RIOLANDIA NOBRES Municípios Polarizados por Alta Floresta 15 0'0"S PARANATINGA M T M Municípios Polarizados por MT-16 0 TANGARA DA SERRA VILA PROGRESSO DENISE Guarantã do NorteNOVA OLIMPIA Municípios Polarizados por Colíder 34 T MT Municípios Polarizados por Sinop ARENAPOLIS SANTO AFONSO M 63 NOVA MARILANDIA M B R -1 T- Municípios Polarizados por Sorriso 0 M M T -2 4 Municípios Polarizados por Peixoto de Azevedo T M T MT-010 Limite Estadual 38 Limite Municipal Polarização dos Municípios BACIA DO RIO TELES PIRES

48 Setor Primário da Economia Conforme observado, a bacia do rio Teles Pires, englobando de modo longitudinal importante parcela do Centro-Norte do Estado de Mato Grosso, apresenta uma significativa diversidade de situações e estágios de consolidação da fronteira agrícola. A ocupação dos municípios da sub-bacia do Alto Teles Pires, lindeiros à rodovia BR-163, ocorreu de modo subordinado a um modelo de ocupação que privilegiou a agropecuária de caráter empresarial e as cadeias agroindustriais associadas a produtos voltados para o mercado externo (soja, algodão, milho e carnes), e tendeu a adequar-se às normas e padrões determinados pelos mercados nacional e internacional. Esse modelo de ocupação pautado na agricultura capitalizada e altamente industrializada, manteve-se ancorado no sistema agro-exportador e nas políticas agrícolas nacionais de crédito e financiamento. Os municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso e Nova Mutum constituem os exemplos mais acabados desse modelo, com ampla predominância da agricultura moderna, especialmente as culturas anuais. A oferta de infra-estruturas é alta, da mesma forma que a geração de valor adicionado e o nível tecnológico do manejo agropecuário, caracterizando como alta a eficiência econômica. Mais ao norte, ainda nesta sub-bacia e transitando para o Médio Teles Pires, o modelo de ocupação assumiu características mais diversificadas, misturando-se os projetos de colonização privada com os projetos públicos e a migração espontânea, aos quais se somaram os efeitos do crescente desmatamento e a expansão da pecuária. Na região de domínio das formações Amazônica e Ecótono Cerrado-Amazônia, nas sub-bacias Médio e Baixo Teles Pires, os assentamentos dirigidos foram implantados predominantemente com produtores rurais desprovidos de capital próprio e sem acesso ao crédito, e em geral desconhecedores das tecnologias necessárias ao desenvolvimento da agropecuária nessas regiões. Esses projetos, em geral carentes de infra-estruturas sociais e de apoio à produção, dos acessos viários necessários ao escoamento da produção, assim como de assistência técnica e creditícia, tenderam freqüentemente à estagnação e refluxo para atividades de subsistência. Em terras ainda menos propícias, multiplicaramse os assentamentos espontâneos, ainda em piores condições estruturais. Nesses assentamentos a agricultura familiar foi predominante e organizada em torno da produção de culturas tradicionais (arroz, feijão, milho e mandioca), da pequena pecuária, da produção leiteira e, secundariamente, de algumas poucas culturas comerciais (café, cacau, banana e algodão), e caracterizada pelo modesto uso de insumos e técnicas modernas, e por estar voltada à subsistência da unidade familiar. Precisou concorrer, ainda, com a atração do garimpo e a intensificação do desmatamento, tendo atravessado intensa crise que originou um processo de diferenciação: além dos colonos que refluíram para atividades apenas de subsistência ou abandonaram/venderam seus lotes, ocorreu um processo de reconcentração fundiária com base no qual emergiu um setor de produtores pequenos e médios voltados seja para a produção de alimentos, seja para a pecuária leiteira e de corte. Paralelamente, a pecuária desenvolvida em larga escala em grandes imóveis tornou-se a atividade econômica predominante, associando-se a ela uma série de atividades comerciais e de prestação de serviços, principalmente agroindustriais, onde se destacam alguns grandes frigoríficos. Consolidou-se também a economia madeireira, com a implantação de serrarias e de outras formas de beneficiamento da madeira com maior agregação de valor, tornando-se a atividade industrial predominante no conjunto das sedes municipais urbanas localizadas nesta porção. TPI-A RE-R0 239

49 Estrutura Fundiária A distribuição da propriedade da terra é um elemento essencial na conformação das características da agropecuária. Na bacia do rio Teles Pires, a distribuição dos estabelecimentos segundo a área apresenta uma grande heterogeneidade. Já em 1995/1996, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, verificava-se um índice extremamente elevado de concentração da propriedade da terra, malgrado se tratasse de região profundamente marcada pelos processos de colonização dirigida pública e privada, bem como de ocupação espontânea por pequenos produtores. No que se refere à condição do produtor, verificava-se amplo predomínio em número de estabelecimentos e área total da categoria Proprietário, seguindo-se os Arrendatários. A categoria Ocupante, embora com menor área total, era em maior número que os arrendatários, características da bacia também coincidente com aquela apresentada pelo total do estado. Nos anos posteriores a esse último levantamento censitário verificou-se um extraordinário avanço na apropriação do conjunto dos recursos naturais da bacia do rio Teles Pires, especialmente das terras. Não são disponíveis, no entanto, dados recentes perfeitamente comparáveis. Os únicos disponíveis são produzidos pelo INCRA (relativos ao ano de 2005) e obedecem a outros objetivos e metodologias e devem ser tomados com cautela, pois se originam de um cadastro declaratório e, portanto, sujeito a subestimações ou superestimações. Nos Quadros e , apresenta-se, em termos proporcionais, a distribuição dos imóveis rurais segundo sua tipologia no que se refere às dimensões grandes, médios, pequenos e minifúndios, de acordo com o número e a área ocupada. TPI-A RE-R0 240

50 Quadro Distribuição Proporcional dos Imóveis Cadastrados pelo INCRA, Segundo o Tamanho e Respectivas Áreas, nos Municípios que Integram a Bacia do Rio Teles Pires (Ano 2005, em%) Sub-bacias/ Total Grande Média Pequena Minifúndio Municípios Imóveis Área Imóveis Área Imóveis Área Imóveis Área Imóveis Área Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga 0,93 1,63 3,61 1,64 3,13 2,43 0,23 0,17 0,00 0,10 Novo Progresso 3,96 6,32 13,98 7,09 6,32 5,12 5,00 3,75 0,47 0,49 Alta Floresta 7,48 4,51 4,14 4,33 3,41 3,55 7,57 7,03 9,45 8,39 Apiacás 2,79 5,48 6,48 6,77 1,85 2,08 1,99 1,55 2,69 2,50 Carlinda 1,71 0,31 0,19 0,11 0,36 0,34 1,21 1,19 2,72 2,83 Juara 5,73 5,84 6,57 5,75 5,89 6,53 5,18 5,28 5,77 5,56 Nova Monte Verde 1,95 2,01 2,10 2,08 1,79 1,88 1,65 1,66 2,11 1,76 Paranaíta 2,24 1,59 1,08 1,50 1,45 1,39 3,58 2,94 2,05 1,95 Subtotal 26,78 27,69 38,13 29,28 24,22 23,33 26,42 23,58 25,26 23,57 Médio Teles Pires (MT) Cláudia 2,70 1,10 0,87 0,77 1,48 1,64 2,61 2,51 3,53 2,83 Colíder 6,47 1,43 0,91 1,04 1,36 1,23 3,55 2,85 10,81 8,78 Guaratã do Norte 5,98 2,59 1,62 2,19 2,84 2,40 5,54 3,75 8,17 10,73 Itaúba 0,87 1,88 2,63 1,94 2,03 2,36 0,68 0,81 0,22 0,29 Marcelândia 2,41 3,99 5,23 4,47 3,33 3,20 1,99 1,92 1,71 1,56 Matupá 1,27 3,18 2,13 3,99 1,16 1,06 0,78 0,68 1,36 1,46 Nova Canaã do Norte 3,83 2,19 2,36 2,01 2,32 2,23 3,02 3,02 5,05 4,49 Nova Guarita 1,78 4,39 0,32 5,51 1,00 0,79 3,25 2,90 1,60 1,46 Nova Santa Helena 0,36 0,14 0,13 0,07 0,24 0,26 0,43 0,43 0,41 0,49 Novo Mundo 2,66 3,76 1,28 4,51 1,95 1,52 1,14 0,89 3,97 4,98 Peixoto de Azevedo 4,21 2,82 2,55 3,29 0,75 0,77 0,82 0,68 7,41 8,00 Tabaporã 2,00 3,25 2,32 2,12 1,93 8,84 1,63 1,66 2,14 2,05 Terra Nova do Norte 2,93 2,60 0,43 2,69 1,11 0,81 0,73 5,24 5,19 4,49 Subtotal 37,49 33,33 22,80 34,60 21,50 27,12 26,16 27,35 51,58 51,60 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Lucas do Rio Verde 2,48 1,19 0,36 0,50 1,80 1,58 7,55 7,75 0,57 0,78 Nobres 1,72 1,81 1,79 1,83 2,08 1,88 1,76 1,58 1,58 1,56 Nova Brasilândia 1,05 0,96 1,04 0,85 1,41 1,25 1,58 1,53 0,67 0,78 Nova Mutum 4,98 3,69 2,95 3,31 4,00 3,65 6,63 7,37 4,90 4,68 Nova Ubiratã 1,65 3,42 3,29 3,60 4,15 3,74 1,85 2,04 0,39 0,39 Paranatinga 3,79 10,37 12,26 11,77 8,45 8,74 3,69 3,92 0,49 0,49 Planalto da Serra 0,75 0,55 0,60 0,40 1,00 0,91 1,39 1,36 0,39 0,39 Rosário do Oeste 2,64 2,93 3,74 2,85 4,32 3,68 3,00 2,56 1,69 1,46 Santa Rita do Trivelato 0,31 0,49 0,38 0,45 0,56 0,57 0,63 0,89 0,05 0,05 Sinop 5,24 2,61 2,42 1,99 4,24 3,58 6,19 5,79 5,69 4,68 Sorriso 4,57 4,05 3,29 2,65 10,99 9,20 6,29 6,99 1,97 1,76 Tapurah 4,30 4,77 4,78 4,23 7,00 6,92 3,95 4,30 3,53 6,63 Vera 2,23 2,15 2,19 1,71 4,28 3,86 2,91 2,98 1,24 1,17 Subtotal 35,72 38,99 39,07 36,12 54,29 49,55 47,42 49,07 23,16 24,83 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: INCRA, TPI-A RE-R0 241

51 Quadro Distribuição Proporcional (em%) da Estrutura Fundiária por Município, Segundo o Tamanho dos Imóveis Sub-bacias/ Total Grande Média Pequena Minifúndio Municípios Imóveis Área Imóveis Área Imóveis Área Imóveis Área Imóveis Área Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga ,98 73,42 51,65 25,68 6,15 0,72 0,22 0,18 Novo Progresso ,22 81,72 24,48 13,94 31,56 4,10 5,73 0,23 Alta Floresta ,99 70,05 7,00 13,54 25,31 10,79 61,70 5,62 Apiacás ,6 25,11 90,12 10,18 6,54 17,79 1,96 46,93 1,38 Carlinda ,20 25,96 3,24 19,23 17,75 26,92 77,82 27,88 Juara ,42 71,64 15,78 19,22 22,60 6,26 49,20 2,88 Nova Monte Verde ,67 75,48 14,09 16,15 21,24 5,73 53,00 2,64 Paranaíta ,22 68,52 9,97 15,00 40,07 12,78 44,74 3,70 Subtotal ,6 15,42 77,04 13,87 14,50 24,66 5,89 46,05 2,57 Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,49 50,80 8,42 25,67 24,20 15,78 63,88 7,75 Colíder ,52 52,78 3,22 14,85 13,72 13,81 81,54 18,56 Guaratã do Norte ,94 61,55 7,28 15,93 23,15 10,01 66,63 12,51 Itaúba ,63 74,96 35,68 21,60 19,48 2,97 12,21 0,47 Marcelândia ,49 81,67 21,20 13,82 20,61 3,33 34,69 1,18 Matupá ,23 91,39 14,03 5,74 15,32 1,48 52,42 1,39 Nova Canaã do Norte ,68 66,76 9,29 17,50 19,71 9,56 64,32 6,19 Nova Guarita ,95 91,34 8,61 3,09 45,58 4,56 43,86 1,01 Nova Santa Helena ,95 37,50 10,17 31,25 29,94 20,83 55,93 10,42 Novo Mundo ,23 87,38 11,22 6,97 10,68 1,65 72,87 4,00 Peixoto de Azevedo ,55 85,04 2,72 4,71 4,85 1,67 85,87 8,58 Tabaporã ,58 47,68 14,83 46,87 20,35 3,54 52,25 1,91 Terra Nova do Norte ,61 75,48 5,79 5,33 6,21 13,96 86,39 5,22 Subtotal ,59 75,64 8,80 14,00 17,45 5,68 67,17 4,68 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte Lucas do Rio Verde ,57 30,37 11,13 22,72 76,09 44,94 11,21 1,98 Nobres ,28 73,50 18,53 17,89 25,53 6,02 44,66 2,60 Nova Brasilândia ,72 64,11 20,66 22,39 37,62 11,04 30,99 2,45 Nova Mutum ,40 65,31 12,32 17,03 33,25 13,83 48,03 3,84 Nova Ubiratã ,61 76,72 38,63 18,79 28,07 4,14 11,68 0,34 Paranatinga ,04 82,74 34,23 14,51 24,35 2,62 6,37 0,14 Planalto da Serra ,67 52,41 20,33 28,34 46,07 17,11 24,93 2,14 Rosário do Oeste ,33 70,82 25,08 21,63 28,33 6,04 31,27 1,51 Santa Rita do Trivelato ,5 13,25 67,07 27,81 19,94 50,99 12,69 7,95 0,30 Sinop ,00 55,54 12,42 23,64 29,53 15,38 53,05 5,43 Sorriso ,79 47,63 36,87 39,11 34,36 11,94 20,98 1,31 Tapurah ,02 64,59 24,95 24,97 22,96 6,24 40,07 4,20 Vera ,66 57,95 29,50 30,82 32,72 9,59 27,11 1,64 Subtotal ,5 11,85 67,50 23,32 21,87 33,18 8,71 31,65 1,92 Total ,1 10,83 72,85 15,34 17,21 25,00 6,92 48,82 3,02 Fonte: INCRA, Uma importante característica da estrutura fundiária, relativa a parcela significativa dos municípios onde mais intensamente foi implantada a agricultura moderna, é a presença marcante de imóveis pequenos e médios. Como pode ser observado no Quadro , para o conjunto da sub-bacia do Alto Teles Pires verifica-se que, apesar de englobar cerca de 36% e 39%, respectivamente do número total de imóveis e da área, essas participações se elevam para cerca de 50% em relação aos imóveis pequenos e médios. Destacam-se nesse aspecto os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde, onde TPI-A RE-R0 242

52 essas duas tipologias de imóveis respondem por respectivamente 51,1% e 67,7% da área total dos imóveis, contra menos de 25% para o conjunto da bacia, como pode ser observado no Quadro Esta é, sem dúvida, uma das especificidades marcantes da porção mais ao sul da bacia, aonde a colonização dirigida e organizada através de grandes organizações cooperativas do sul do país, assim como o fluxo autônomo de agricultores e empresários predominantemente com a mesma origem, realizou nos últimos trinta anos uma rápida e intensa apropriação da fronteira dos recursos naturais, que atualmente pode ser considerada como consolidada. No Baixo Teles Pires, os municípios de Novo Progresso, Juara e Alta Floresta destacam-se também pela presença de núcleos mais significativos de médios e pequenos imóveis, o mesmo se constatando em relação a Tabaporã, no médio curso, porém desvinculados da identificação de uma maior intensidade nas lides agropecuárias (ver Quadros e ). Por sua vez, os minifúndios, apesar de presentes em toda a bacia, mesmo nas áreas de maior avanço da agricultura empresarial aonde ocupam predominantemente os interflúvios, concentram-se fortemente na sub-bacia do Médio Teles Pires, que responde por cerca de 51,6% dos imóveis e da área ocupada por esta tipologia de imóvel em toda a bacia, como pode ser observado no Quadro Vale ressaltar, que nesta sub-bacia os minifúndios respondem por 67,2% do total de imóveis cadastrados e por apenas 4,7% da área (ver Quadro ). Destacam-se pela elevada proporção de minifúndios, os municípios de Terra Nova do Norte (86,4%), Peixoto de Azevedo (85,9%), Colíder (81,5%) e Guarantã do Norte (66,6%). Este último município se faz notar também por englobar, respectivamente, 8,2% dos minifúndios e 10,7% das terras por eles ocupadas, considerando o conjunto da bacia do rio Teles Pires. Alta Floresta, Juara e em menor proporção Carlinda, no baixo curso, sediam também significativos núcleos de minifúndios. O centro e o norte da bacia, nesse sentido, se caracterizam no âmbito de uma ampla diversidade de padrões de apropriação da terra, por uma presença mais significativa dos pequenos produtores dentro da estrutura produtiva. A Agropecuária Considerando-se o conjunto da bacia do rio Teles Pires, a agricultura responde pela porção amplamente dominante do PIB do setor primário. Verifica-se, também, correlação entre a distribuição inter-regional do PIB da agropecuária e a área total das lavouras temporárias, que concentram-se na sub-bacia do Alto Teles Pires, pois, diferentemente da ocupação realizada nos anos 1970, a expansão recente da fronteira agrícola esteve centrada no uso mais intenso do solo, principalmente para a cultura de grãos. Como pode ser observado no Quadro , as sub-bacias do Baixo e Médio Teles Pires respondem, respectivamente, por 13% e 17% do Produto Interno Bruto da agropecuária, concentrando-se 70% da agregação de valor na sub-bacia do Alto Teles Pires. Desconsiderando-se a contribuição dos municípios com fraca inserção territorial nesta sub-bacia, o município de Sorriso responde por mais de uma terça parte do PIB agropecuário deste segmento e, juntamente com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, por quase 70%, os três constituindo-se nos principais núcleos da agricultura moderna de toda a bacia. Fica também evidente que o avanço da agropecuária moderna em Sinop é ainda limitado, principalmente se comparado ao dos municípios localizados nos cerrados e com excelentes condições de mecanização das lavouras. Na sub-bacia do Médio Teles Pires verifica-se uma distribuição com participações modestas e mais equilibradas, destacando-se apenas os municípios de Tabaporã, cuja porção leste está integrada nos TPI-A RE-R0 243

53 vetores de expansão da agricultura moderna, e em menor proporção Cláudia e Itaúba. Nos demais, é intenso o predomínio das pastagens na área total dos estabelecimentos e no conjunto da área antropizada. Na sub-bacia do Baixo Teles Pires, por último, destacam-se os municípios de Juara e Alta Floresta, como principais núcleos de geração de valor adicionado. Na Figura apresenta-se a espacialização do PIB da agropecuária, segundo os diferentes municípios da bacia do rio Teles Pires, e a Figura mostra essa participação por sub-bacias do rio Teles Pires. TPI-A RE-R0 244

54 Quadro Distribuição do Produto Interno Bruto da Agropecuária nos Municípios que Integram a Bacia do Rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Valor Adicionado na Agropecuária em 2004 (em R$ mil) Distribuição Proporcional na Bacia (%) Participação no PIB da Sub-bacia (%) (1) Participação dos Municípios por Classes na Bacia ( * ) Participação dos Municípios por Classes na Sub- Bacia ( ** ) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga ,20 1, Novo Progresso ,33 17, Alta Floresta ,00 22, Apiacás ,74 5, Carlinda ,06 8, Juara ,44 26, Nova Monte Verde ,14 8, Paranaíta ,28 9, Subtotal ,20 100, Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,26 7, Colíder ,62 9, Guarantã do Norte ,31 7, Itaúba ,18 6, Marcelândia ,31 7, Matupá ,06 6, Nova Canaã do Norte ,63 9, Nova Guarita ,65 3, Nova Santa Helena ,54 3, Novo Mundo ,47 8, Peixoto de Azevedo ,13 6, Tabaporã ,54 14, Terra Nova do Norte ,38 8, Subtotal ,07 100, Alto Teles Pires (MT) Lucas do Rio Verde ,58 12, Nobres ,54 0, Nova Brasilândia ,71 1, Nova Mutum ,88 20, Nova Ubiratã ,64 0, Paranatinga ,69 7, Planalto da Serra ,92 1, Rosário do Oeste ,03 0, Santa Rita do Trivelato ,97 7, Sinop ,74 7, Sorriso ,44 36, Tapurah ,95 0, Vera ,63 5, Subtotal ,73 100, Total ,00 100, Fonte: IBGE, (1) = não computados municípios com menos de 10% do território na bacia. Classe 3 = Acima de 10,01% de Participação ( * ) Legenda da Bacia ( ** ) Legenda da Sub-Bacia Classe 1 = Até 3,00% de Participação Classe 1 = Até 5,00% de Participação Classe 2 = Até 10,00% de Participação Classe 2 = Até 20,00% de Participação Classe 3 = Acima de 10,01% de Participação Classe 3 = Acima de 20,01% de Participação TPI-A RE-R0 245

55 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 52 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Nova Guarita Matupá Peixoto de Azevedo Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder 11 0'0"S Juara Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte M T Tapurah Vera Sorriso 13 0'0"S Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã LEGENDA 14 0'0"S Distribuição do Produto Interno Bruto da Agropecuária nos Municípios Abrangidos pela Bacia do Rio Teles Pires (Participação em % ) Sedes Municipais Até 3,00 Até 10,00 Acima de Dado Indisponível Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia 15 0'0"S G O LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS - Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km O a AM PA 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 PROJ. DES. CONF. VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES DISTRIBUIÇÃO DO PIB DA AGROPECUÁRIA DOS MUNICÍPIOS ABRANGIDOS PELA BACIA DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

56 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 60 0'0"W 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Matupá Peixoto de Azevedo Nova Guarita Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder 11 0'0"S Juara Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia R O Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte R O M T Vera Tapurah 13 0'0"S 14 0'0"S 15 0'0"S LEGENDA Distribuição do Produto Interno Bruto da Agropecuária dos Municípios Abrangidos pela Sub-Bacias do Rio Teles Pires (Participação em % ) Sedes Municipais Até 5,00 Até 20,00 Sub-bacias Acima de 20,01 Dado Indisponível Baixo Médio Alto Sorriso Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS - Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km RO Bolívia AM PA 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 PROJ. DES. CONF. VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES DISTRIBUIÇÃO DO PIB DA AGROPECUÁRIA DOS MUNICÍPIOS ABRANGIDOS PELA SUB-BACIAS DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

57 Ao se observar a distribuição da área colhida com lavouras temporárias (Quadro ), destaca-se a especialização da sub-bacia do Alto Teles Pires, com 2,6 milhões de hectares de área colhida com culturas temporárias, 88% de um total de quase 3 milhões de hectares de toda a bacia. Sorriso aparece como o maior destaque, com 660 mil hectares colhidos, cerca de 25% do montante da sub-bacia. O médio curso fica com cerca de 11% da área colhida, 328 mil hectares concentrados em Tabaporã, Cláudia e Itaúba, e participações discretas dos demais municípios. Em todo o Baixo Teles Pires, a área colhida com culturas temporárias reduz-se a pouco mais de 40 mil hectares, demonstrando que esse tipo de agricultura ainda não se refez do processo de regressão provocado pelo refluxo para atividades de subsistência dos projetos de colonização, e que os núcleos de agricultura moderna são ainda muito embrionários. Na participação dos municípios no PIB da sub-bacia, foram excluídos da análise pontual os municípios com menos de 10% da área territorial cobertos pela bacia do rio Teles Pires ou com as sedes urbanas situadas externamente aos limites da bacia. TPI-A RE-R0 248

58 Quadro Distribuição da Área Colhida com Lavouras Temporária nos Municípios que Integram a Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Total da Área Colhida (ha) Distribuição Proporcional (%) Distribuição por Sub-bacia (%) Participação da Sub-bacia no PIB (1) (%) Baixo Teles Pires (PA/MT) - Jacareacanga ,04 3,04 3,04 Novo Progresso ,23 17,38 17,38 Alta Floresta ,39 28,89 28,89 Apiacás ,11 8,33 8,33 Carlinda ,13 9,44 9,44 Juara ,12 8,75 8,75 Nova Monte Verde ,10 7,46 7,46 Paranaíta ,23 16,71 16,71 Subtotal ,35 100,00 100,00 Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,32 21,15 21,15 Colíder ,13 1,18 1,18 Guaratã do Norte ,26 2,35 2,35 Itaúba ,37 12,47 12,47 Marcelândia ,53 4,80 4,80 Matupá ,60 5,49 5,49 Nova Canaã do Norte ,33 3,02 3,02 Nova Guarita ,41 3,73 3,73 Nova Santa Helena ,17 1,56 1,56 Novo Mundo ,39 3,52 3,52 Peixoto de Azevedo ,23 2,07 2,07 Tabaporã ,92 35,69 35,69 Terra Nova do Norte ,33 2,97 2,97 Subtotal ,98 100,00 100,00 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte ,00 Lucas do Rio Verde ,81 14,61 17,71 Nobres ,32 1,50 1,82 Nova Brasilândia ,13 0,15 0,19 Nova Mutum ,25 17,39 21,08 Nova Ubiratã ,04 10,31 0,00 Paranatinga ,13 4,71 5,71 Planalto da Serra ,45 0,51 0,62 Rosário do Oeste ,35 0,40 0,00 Santa Rita do Trivelato ,27 6,01 7,28 Sinop ,72 7,67 9,29 Sorriso ,09 25,20 30,55 Tapurah ,96 6,80 0,00 Vera ,16 4,74 5,75 Subtotal ,67 100,00 100,00 Total ,00 Fonte: IBGE, (1) = Não computados municípios com menos de 10% do território na bacia. TPI-A RE-R0 249

59 Ainda considerando o uso do solo com culturas temporárias, os Quadros e , apresentam a situação para o ano de 2004, considerando a área total plantada com culturas temporárias e a participação relativa das principais culturas. A soja é a principal cultura, em termos de área plantada, com uma participação de 68% da área total de culturas temporárias. O segundo cultivo é o milho, com 14,7% da área total, seguindo-se o arroz, com pouco mais de 13%. A espacialização dessas lavouras aponta para padrões de uso do solo muito claros: os municípios nucleares da agricultura moderna da sub-bacia do Alto Teles Pires se especializaram no produto de maior valor comercial: a soja, que responde por 72% da área colhida (proporção que se eleva para 87,6% em Sorriso), seguindo-se o milho, o arroz e, em menor proporção, o algodão; destaca-se, novamente, que em Sinop a soja já representava 64,9% da área colhida; Nos municípios da sub-bacia do Médio Teles Pires a soja já representava em média 50% da área colhida das lavouras temporárias, com participação significativa em quase todos os municípios; na seqüência aparecia o Arroz com destaque para Tabaporã e Cláudia em função da área colhida (ver Quadro ), e o Milho; já na sub-bacia do Baixo Teles Pires, onde comparativamente ao segmento precedente predominam ainda mais amplamente as pastagens e a área ocupada pelas lavouras temporárias é reduzida em termos proporcionais e absolutos, sobressaem as culturas do milho, do arroz e da mandioca, secundadas pela do feijão. A cultura da mandioca só é significativa nos municípios paraenses, destacando-se na porção matogrossense a cultura do arroz, que responde por 81% da área colhida em Alta Floresta, principal centro agrícola desta sub-bacia. TPI-A RE-R0 250

60 Quadro Área Colhida Total e das Principais com Lavouras Temporárias nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Área Colhida (ha) Municípios Algodão Arroz Feijão Mandioca Milho Soja Sorgo Total Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga Novo Progresso Alta Floresta Apiacás Carlinda Juara Nova Monte Verde Paranaíta Subtotal Médio Teles Pires (MT) Cláudia Colíder Guaratã do Norte Itaúba Marcelândia Matupá Nova Canaã do Norte Nova Guarita Nova Santa Helena Novo Mundo Peixoto de Azevedo Tabaporã Terra Nova do Norte Subtotal Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte Lucas do Rio Verde Nobres Nova Brasilândia Nova Mutum Nova Ubiratã Paranatinga Planalto da Serra Rosário do Oeste Santa Rita do Trivelato Sinop Sorriso Tapurah Vera Subtotal Total Fonte: IBGE, TPI-A RE-R0 251

61 Quadro Área Colhida das Principais Lavouras Temporárias nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires - Distribuição Proporcional Sub-bacias/ Área Colhida (%) Municípios Algodão Arroz Feijão Mandioca Milho Soja Sorgo Total Baixo Teles Pires (PA/MT) Alta Floresta 0,00 80,95 2,06 2,15 6,87 6,95 0,00 100,00 Apiacás 0,00 44,64 2,38 4,46 47,62 0,00 0,00 100,00 Carlinda 0,00 38,40 22,46 7,88 27,32 2,36 0,00 100,00 Jacareacanga 0,00 26,08 3,67 57,05 10,59 0,00 0,00 100,00 Juara 0,00 42,49 5,24 0,99 50,99 0,00 0,00 100,00 Nova Monte Verde 0,00 39,87 4,98 3,99 49,83 0,00 0,00 100,00 Novo Progresso 0,00 31,38 1,71 28,53 32,10 3,57 0,00 100,00 Paranaíta 0,74 44,52 4,45 2,23 32,35 12,59 0,00 100,00 Subtotal 0,07 42,72 6,67 21,74 24,39 3,09 0,00 100,00 Médio Teles Pires (MT) Cláudia 0,00 34,37 0,97 0,09 9,73 54,82 0,00 100,00 Colíder 0,78 70,85 0,00 1,04 18,13 8,55 0,00 100,00 Guaratã do Norte 0,00 35,69 15,54 2,59 25,91 19,43 0,00 100,00 Itaúba 0,00 32,60 0,12 0,10 11,98 55,18 0,00 100,00 Marcelândia 0,00 66,67 0,00 1,27 6,35 25,40 0,00 100,00 Matupá 0,00 46,90 1,11 12,20 13,87 25,70 0,00 100,00 Nova Canaã do Norte 0,00 54,27 3,53 1,01 10,79 30,25 0,00 100,00 Nova Guarita 0,00 32,71 0,08 0,65 17,17 49,06 0,00 100,00 Nova Santa Helena 0,00 61,20 3,40 1,17 12,12 21,51 0,39 100,00 Novo Mundo 0,00 36,85 0,00 0,61 15,57 46,95 0,00 100,00 Peixoto de Azevedo 0,00 29,48 4,42 8,84 11,79 44,36 0,00 100,00 Tabaporã 0,00 30,92 0,02 0,03 9,31 59,71 0,00 100,00 Terra Nova do Norte 0,00 31,59 1,54 0,82 20,55 45,12 0,00 100,00 Subtotal 0,01 36,48 0,95 1,15 11,32 49,96 0,01 100,00 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte Lucas do Rio Verde 2,55 0,45 0,13 0,01 38,20 57,96 0,65 100,00 Nobres 0,00 12,43 0,00 2,03 10,24 75,07 0,00 100,00 Nova Brasilândia 0,00 49,93 0,00 4,39 7,74 37,44 0,00 100,00 Nova Mutum 4,22 5,49 0,20 0,01 14,54 73,25 2,19 100,00 Nova Ubiratã 2,56 18,25 0,05 0,01 6,28 71,51 1,11 100,00 Paranatinga 0,06 40,51 0,00 0,06 1,38 57,94 0,00 100,00 Planalto da Serra 0,00 71,93 0,00 0,52 3,44 20,91 2,76 100,00 Rosário do Oeste 10,05 16,76 0,10 11,59 17,39 43,47 0,00 100,00 Santa Rita do Trivelato 4,25 6,73 0,00 0,00 6,10 82,28 0,51 100,00 Sinop 0,20 22,02 0,15 0,17 12,44 64,89 0,00 100,00 Sorriso 1,29 0,80 0,62 0,01 9,16 87,59 0,53 100,00 Tapurah 2,94 8,42 0,38 0,17 22,45 61,02 4,49 100,00 Vera 2,72 18,52 0,76 0,04 12,32 65,64 0,00 100,00 Subtotal 2,34 9,25 0,29 0,12 14,81 72,03 1,08 100,00 Total 2,03 13,00 0,51 0,74 14,66 68,00 0,93 100,00 Fonte: IBGE, As mesmas considerações podem ser feitas quando se leva em conta o valor da produção das culturas temporárias. Os dados do Quadro permitem observar que a soja e o algodão respondem por quase 79% do valor agregado das culturas temporárias e, juntamente com o arroz e o milho, nesta ordem, representavam 96,5% do valor da produção de toda a região estudada. TPI-A RE-R0 252

62 É extremamente significativo, por outro lado, o fato de que a cultura do algodão, que ocupava 2,03% da área colhida, respondesse por 13,78% do valor da produção das lavouras temporárias, representando a cultura de mais alto valor agregado. No extremo oposto situam-se o arroz e o milho que respondiam, respectivamente, por 13,0% e 14,66% da área colhida e apenas por 9,37% e 8,14% do valor da produção. Entre as culturas alimentares, a mandioca é a que apresenta maior valor agregado, ocupando 0,74% da área colhida e 2,25% do valor da produção. Desse modo, o maior valor da produção no Baixo Teles Pires é relativo à mandioca, seguindo-se o arroz, enquanto que nos dois outros segmentos a soja é predominante, seguindo-se o arroz, no Médio Teles Pires, e o algodão, no Alto Teles Pires. TPI-A RE-R0 253

63 Quadro Valor da Produção das Principais Lavouras Temporárias nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Distribuição Proporcional Sub-bacias e Valor da Produção (%) Municípios Algodão Arroz Feijão Mandioca Milho Soja Sorgo Total Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga 0,00 20,30 2,70 70,80 6,20 0,00 0,00 100,00 Novo Progresso 0,00 13,14 1,38 57,14 25,29 3,05 0,00 100,00 Alta Floresta 0,00 75,65 2,55 13,20 2,30 6,31 0,00 100,00 Apiacás 0,00 31,08 2,59 34,25 32,08 0,00 0,00 100,00 Carlinda 0,00 22,63 26,54 41,27 8,14 1,41 0,00 100,00 Juara 0,00 36,84 6,47 22,11 30,64 0,00 0,00 100,00 Nova Monte Verde 0,00 24,87 5,31 26,93 42,89 0,00 0,00 100,00 Paranaíta 6,31 40,31 3,73 15,38 22,04 12,22 0,00 100,00 Subtotal 0,52 30,03 8,17 40,88 17,86 2,54 0,00 100,00 Médio Teles Pires (MT) Cláudia 0,00 37,11 4,77 0,78 5,13 52,22 0,00 100,00 Colíder 2,94 68,28 0,00 6,85 10,79 11,13 0,00 100,00 Guaratã do Norte 0,00 35,83 11,01 19,70 16,64 16,81 0,00 100,00 Itaúba 0,00 35,42 0,10 0,76 6,78 56,93 0,00 100,00 Marcelândia 0,00 59,60 0,00 10,03 2,48 27,89 0,00 100,00 Matupá 0,00 30,07 0,82 50,16 5,60 13,35 0,00 100,00 Nova Canaã do Norte 0,00 55,06 3,50 7,53 6,61 27,30 0,00 100,00 Nova Guarita 0,00 31,64 0,05 5,92 12,51 49,88 0,00 100,00 Nova Santa Helena 0,00 61,22 2,53 7,81 6,28 22,11 0,06 100,00 Novo Mundo 0,00 39,67 0,00 5,93 12,78 41,63 0,00 100,00 Peixoto de Azevedo 0,00 23,38 3,07 38,60 4,36 30,59 0,00 100,00 Tabaporã 0,00 32,16 0,01 0,23 6,00 61,60 0,00 100,00 Terra Nova do Norte 0,00 36,80 1,84 8,82 12,87 39,67 0,00 100,00 Subtotal 0,03 36,52 1,60 8,07 6,66 47,12 0,00 100,00 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte Lucas do Rio Verde 17,95 0,23 0,30 0,05 20,71 60,63 0,14 100,00 Nobres 0,00 31,32 0,00 34,84 9,85 23,99 0,00 100,00 Nova Brasilândia 0,00 41,11 0,00 9,59 5,72 43,59 0,00 100,00 Nova Mutum 20,79 3,95 0,46 0,05 8,38 65,92 0,44 100,00 Nova Ubiratã 16,47 14,56 0,17 0,06 2,83 65,78 0,13 100,00 Paranatinga 0,04 28,94 0,00 0,54 0,87 69,61 0,00 100,00 Planalto da Serra 0,00 64,38 0,00 3,80 3,81 26,80 1,21 100,00 Rosário do Oeste 31,02 8,01 0,03 40,97 3,00 16,97 0,00 100,00 Santa Rita do Trivelato 23,10 4,30 0,00 0,00 1,86 70,67 0,07 100,00 Sinop 1,86 20,37 0,46 1,15 7,52 68,64 0,00 100,00 Sorriso 9,67 0,69 2,08 0,05 4,40 82,98 0,13 100,00 Tapurah 20,74 5,99 0,68 1,06 11,60 59,62 0,32 100,00 Vera 17,79 13,24 3,54 0,50 5,87 59,05 0,00 100,00 Subtotal 15,43 6,25 0,90 0,73 8,04 68,46 0,19 100,00 Total 13,78 9,37 1,12 2,25 8,14 65,17 0,17 100,00 Fonte: IBGE, No que se refere às culturas permanentes (Quadro ), que respondiam por apenas 0,7% do valor da produção da agropecuária em 2004, a principal cultura em termos dessa variável é a do café, seguindo-se o coco da Bahia, o látex e a laranja, sendo que os dois primeiros respondiam por cerca de 74% do valor agregado. TPI-A RE-R0 254

64 A produção de café está concentrada no Baixo Teles Pires, com destaque para Alta Floresta e Carlinda, enquanto o látex tem seu principal núcleo produtor dentro da bacia do rio Teles Pires no município de Tapurah, no Alto Teles Pires. As demais culturas encontram-se distribuídas por toda a área de estudo. Quadro Valor da Produção Total e das Principais Culturas Permanentes dos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Látex Coagulado Café em Grão Valor da Produção (R$ mil de 2004) Coco da Bahia Laranja Palmito Total Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga Novo Progresso Alta Floresta Apiacás Carlinda Juara Nova Monte Verde Paranaíta Subtotal Médio Teles Pires (MT) Cláudia Colíder Guaratã do Norte Itaúba Marcelândia Matupá Nova Canaã do Norte Nova Guarita Nova Santa Helena Novo Mundo Peixoto de Azevedo Tabaporã Terra Nova do Norte Subtotal Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte Lucas do Rio Verde Nobres Nova Brasilândia Nova Mutum Nova Ubiratã Paranatinga Planalto da Serra Rosário do Oeste Santa Rita do Trivelato Sinop Sorriso Tapurah Vera Subtotal Total Fonte: IBGE, TPI-A RE-R0 255

65 O comportamento da pecuária na área em estudo pode ser observado no Quadro , sendo que em quase todos os municípios verificaram-se crescimentos expressivos no total do rebanho, que alcançou cerca de 12,2 milhões de cabeças, das quais 7,6 milhões de gado bovino. O maior plantel e o de maior valor total é o bovino, que se concentra no Baixo e Médio Teles Pires, com destaque para os municípios de Juara e Alta Floresta, na primeira porção. A suinocultura está concentrada na sub-bacia do Alto Teles Pires, especialmente nos municípios de Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Muntum. O segundo plantel em importância é o de aves especialmente frangos e galinhas, que apresenta menor grau de concentração, pois a avicultura é atividade generalizada em toda a bacia do rio Teles Pires. Não obstante, 60% desse rebanho estão centrados na sub-bacia do Alto Teles Pires, relacionando-se esta localização espacial à presença de estruturas agroindustriais. Destacam-se, nesse sentido, os municípios de Sorriso e Nova Mutum que, em conjunto, englobam cerca de 44% do efetivo presente na bacia. TPI-A RE-R0 256

66 Quadro Efetivos e Participação dos Rebanhos Municipais nos Totais da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Efetivo (nº) Bovinos Suínos Aves Total Partic. Efetivo Partic. Efetivo Partic. Efetivo (%) (nº) (%) (nº) (%) (nº) Partic. (%) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga , , , ,36 Novo Progresso , , , ,33 Alta Floresta , , , ,52 Apiacás , , , ,01 Carlinda , , , ,59 Juara , , , ,27 Nova Monte Verde , , , ,28 Paranaíta , , , ,15 Subtotal , , ,3 15, ,51 Médio Teles Pires (MT) Cláudia , , , ,62 Colíder , , , ,65 Guaratã do Norte , , , ,43 Itaúba , , , ,61 Marcelândia , , , ,13 Matupá , , , ,05 Nova Canaã do Norte , , , ,15 Nova Guarita , , , ,70 Nova Santa Helena , , , ,15 Novo Mundo , , , ,11 Peixoto de Azevedo , , , ,04 Tabaporã , , , ,66 Terra Nova do Norte , , , ,02 Subtotal , , , ,30 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte ,00 0 0,00 Lucas do Rio Verde , , , ,50 Nobres , , , ,75 Nova Brasilândia , , , ,36 Nova Mutum , , , ,94 Nova Ubiratã , , , ,31 Paranatinga , , , ,46 Planalto da Serra , , , ,11 Rosário do Oeste , , , ,97 Santa Rita do Trivelato , , , ,35 Sinop , , , ,66 Sorriso , , , ,57 Tapurah , , , ,79 Vera , , , ,98 Subtotal , , , ,76 Total , , , ,00 Fonte: IBGE, Verifica-se, desse modo, que apesar da ampla disseminação espacial da pecuária, ocorrem padrões de espacialização bem definidos, concentrando-se nas porções média e norte os maiores rebanhos bovinos e, em municípios selecionados do Alto Teles Pires, os mais significativos plantéis de aves e de suínos. TPI-A RE-R0 257

67 A produção extrativista e de silvicultura se concentra nas sub-bacias do Baixo e do Médio Teles Pires. No primeiro desses trechos, os municípios com presença significativa são Novo Progresso, Apiacás e Juara. No médio curso se destacam Marcelândia e Itaúba, sendo a atividade muito reduzida no alto curso. Em termos econômicos, como pode ser observado no Quadro , a produção de madeira em tora é amplamente predominante no contexto deste segmento da atividade primária, e respondia em 2004 por cerca de 83,8% do valor da produção, seguindo-se a produção de lenha. No extremo oposto situava-se, segundo o IBGE (2004), a coleta de castanha do Pará, que contribuía com apenas 0,33% do valor da produção dos principais produtos dessa atividade. TPI-A RE-R0 258

68 Quadro Valor da Produção das Atividades de Extrativismo e de Silvicultura nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Castanha do Pará Valor da Produção (R$ mil de 2004) Carvão Vegetal Lenha Madeira em Tora Total Percental A (1) Percental B (2) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga ,62 0,62 Novo Progresso ,40 15,40 Alta Floresta ,82 1,82 Apiacás ,79 7,79 Carlinda ,76 0,76 Juara ,90 5,90 Nova Monte Verde ,66 0,66 Paranaíta ,24 1,24 Subtotal ,20 34,20 Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,25 5,78 Colíder ,98 1,08 Guaratã do Norte ,81 3,10 Itaúba ,24 14,59 Marcelândia ,13 23,27 Matupá ,96 1,06 Nova Canaã do Norte ,35 1,49 Nova Guarita ,55 0,61 Nova Santa Helena ,36 0,39 Novo Mundo ,50 1,65 Peixoto de Azevedo ,83 2,01 Tabaporã ,50 2,76 Terra Nova do Norte ,92 1,01 Subtotal ,38 58,80 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte ,00 0,00 Lucas do Rio Verde ,35 0,39 Nobres ,38 0,42 Nova Brasilândia ,14 0,16 Nova Mutum ,27 0,30 Nova Ubiratã ,48 0,00 Paranatinga ,70 0,78 Planalto da Serra ,15 0,17 Rosário do Oeste ,39 0,00 Santa Rita do Trivelato ,25 0,27 Sinop ,85 4,24 Sorriso ,49 0,55 Tapurah ,45 0,00 Vera ,51 2,77 Subtotal ,43 10,03 Total ,00 100,00 Fonte: IBGE, (1) = computados todos os municípios. (2) = não computados municípios com menos de 10% do território na bacia. Um último aspecto a considerar na base econômica do setor primário na bacia do rio Teles Pires refere-se à estrutura empresarial presente nas atividades agropecuárias, extrativas e de exploração TPI-A RE-R0 259

69 florestal (Quadro ). Destaca-se, inicialmente, o baixo grau de formalização, pois o IBGE cadastrou mais de 500 empresas, com cerca de pessoas ocupadas, quantitativos muito modestos em face do amplo território ocupado e elevado valor produzido. Dentro desse contexto, as atividades agropecuárias são mais formalizadas na sub-bacia do Alto Teles Pires, que engloba em torno de 68% das empresas e do pessoal ocupado, destacando-se os municípios de Sorriso e Sinop e, em segundo plano, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, onde reconhecidamente a agricultura e a pecuária assumem caráter nitidamente empresarial. As atividades das indústrias extrativas em seu conjunto e, no caso, também aquelas desenvolvidas com organização empresarial, concentram-se na sub-bacia do Alto Teles Pires, destacando-se os municípios de Nobres e Sorriso e, em menor proporção, Sinop. No Baixo Teles Pires aparece com maior relevo o município de Alta Floresta TPI-A RE-R0 260

70 Quadro Estruturas Empresariais das Atividades Primárias nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-Bacias/ Municípios Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração Florestal Nº de Unidades Pessoal Ocupado Indústrias Extrativas Nº de Unidades Pessoal Ocupado Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração Florestal Distrib. A (%) Distrib. B (%) Indústrias Extrativas Distrib. A (%) Distrib. B (%) Baixo Teles Pires (PA/MT) Alta Floresta ,64 4,90 10,59 3,45 Apiacás ,75 0,21 0,00 0,00 Carlinda ,56 0,66 1,18 0,00 Jacareacanga ,00 0,00 0,00 0,00 Juara ,76 5,83 3,53 0,55 Nova Monte Verde ,50 0,60 0,00 0,00 Novo Progresso ,69 2,61 4,71 7,45 Paranaíta ,56 0,84 0,00 0,00 Subtotal ,47 15,66 20,00 11,45 Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,13 1,44 0,00 0,00 Colíder ,82 1,89 2,35 0,00 Guaratã do Norte ,13 0,21 4,71 0,91 Itaúba ,63 3,73 1,18 0,00 Marcelândia ,26 0,96 1,18 0,00 Matupá ,26 2,40 1,18 0,00 Nova Canaã do Norte ,13 0,87 0,00 0,00 Nova Guarita ,19 0,00 0,00 0,00 Nova Santa Helena ,56 0,18 0,00 0,00 Novo Mundo ,38 0,00 0,00 0,00 Peixoto de Azevedo ,07 3,58 3,53 0,55 Tabaporã ,56 0,75 0,00 0,00 Terra Nova do Norte ,56 0,06 3,53 0,36 Subtotal ,67 16,08 17,65 1,82 Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte ,00 0,00 0,00 0,00 Lucas do Rio Verde ,20 6,88 3,53 0,55 Nobres ,44 0,96 22,35 56,73 Nova Brasilândia ,75 0,87 0,00 0,00 Nova Mutum ,59 12,23 1,18 0,00 Nova Ubiratã ,20 0,93 0,00 0,00 Paranatinga ,64 9,22 4,71 3,45 Planalto da Serra ,56 0,06 3,53 2,18 Rosário do Oeste ,83 3,61 4,71 6,55 Santa Rita do Trivelato ,38 0,00 0,00 0,00 Sinop ,78 14,45 8,24 7,27 Sorriso ,53 13,13 11,76 10,00 Tapurah ,70 4,51 2,35 0,00 Vera ,26 1,41 0,00 0,00 Subtotal ,8 68,27 62,35 86,73 Total ,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: IBGE, Distribuição A: refere-se ao nº de unidades Distribuição B: refere-se ao pessoal ocupado TPI-A RE-R0 261

71 Setor Secundário da Economia No decorrer dos anos da década de 1970, apesar das sérias deficiências na infra-estrutura física - principalmente energia e transporte, o setor secundário assumiu maior importância na organização econômica do Estado de Mato Grosso. Na área em estudo esse processo se verificou principalmente através do crescimento do número de serrarias que desenvolvem principalmente atividades de desdobramento da madeira. Na terminologia usual do setor madeireiro, o desdobro da madeira é considerado o primeiro estágio na industrialização de uma tora de madeira. Conforme já observado, na área de influência de Sinop foi implantado um parque industrial historicamente o mais importante e numeroso do Mato Grosso, estreitamente associado à extração madeireira. Migrou para essa região grande número de serrarias voltadas à atividade de desdobramento, seguindo-se a implantação de outros segmentos de produção de bens intermediários placas e aglomerados, até as unidades da indústria moveleira. Com a intensificação da ocupação, foram sendo implantados outros segmentos industriais voltados ao processamento de matérias-primas agrícolas, tais como o beneficiamento do arroz, torrefação e moagem do café, fabricação da farinha de mandioca e fubá de milho, além de laticínios, curtumes e abatedouros e salgadeiras. Na década seguinte, verificou-se no âmbito estadual a implantação de grandes unidades agroindustriais, com importantes impactos nas cadeias produtivas de grãos, oleaginosas e fibras, e agroalimentar de proteína animal. Estas novas unidades incluíam, entre outras, esmagadoras de grãos, beneficiadoras de algodão e fiações, frigoríficos e beneficiadoras de cereais e carnes. Não obstante, esse processo apenas tangenciou a área em estudo, cujo segmento industrial permaneceu sob amplo predomínio da indústria madeireira. Desse modo, para analisar o setor secundário da bacia do rio Teles Pires é importante recuperar o papel da economia madeireira em seu conjunto, assim como as marcas deixadas pelo período de auge do extrativismo mineral, em especial a atividade garimpeira. A exploração mineral ocorreu em larga escala apenas no decorrer dos anos finais da década de 1970 e na década de 1980, tendo colocado a bacia do rio Teles Pires entre os maiores produtores de ouro em âmbito nacional. Por um curto espaço de tempo foram mobilizados magotes significativos de minérios e contingentes de populações, além de movimentados recursos também significativos. Como visto, a atividade garimpeira ganhou expressão especial no município de Alta Floresta, assim como em Paranaíta, Apiacás, Peixoto de Azevedo e Matupá, proporcionando benefícios como a capitalização de parte da sociedade e a multiplicação das atividades comerciais e das indústrias residenciárias. Paralelamente, entre outros impactos negativos, ocasionou o aumento do custo de vida e o abandono das atividades agropecuárias. O esgotamento dos depósitos superficiais, com o conseqüente incremento dos custos operacionais, aliado à queda das cotações internacionais e às restrições ambientais, concorreu para um declínio radical da exploração garimpeira, o que representou o fim da aparentemente próspera indústria do ouro. Passada a fase extrativista, permaneceram graves seqüelas sociais e ambientais representadas principalmente por densas aglomerações urbanas carentes de infra-estruturas físicas e sociais e altas taxas de desocupação da população em idade economicamente ativa, bem como inúmeras áreas degradadas, com impactos sobre a flora, a fauna e a qualidade da água. O incremento do aparelho produtivo mostrou-se mais consistente apenas onde ocorreu algum grau mais significativo de internalização dos recursos gerados pelo extrativismo, viabilizando a animação de outras atividades urbanas ou voltadas à agropecuária. Com o esgotamento dos garimpos, a indústria de extração e beneficiamento de minerais encontra-se atualmente restrita à exploração e transformação de poucos itens vinculados à construção civil, assim como à exploração de calcário e de águas minerais. No âmbito da bacia do rio Teles Pires, deslocou-se TPI-A RE-R0 262

72 do baixo curso para as porções mais consolidadas e urbanizadas. Atualmente, seu segmento mais efetivo localiza-se no extremo sul da bacia, nos municípios de Nobres e Paranatinga. A indústria madeireira, por sua vez, teve e ainda mantém de modo mais reduzido, um papel importante na economia do Estado de Mato Grosso. Entre 1970 e1985, a participação relativa desse setor no total de unidades industriais evoluiu de 12,6% para 35,8%, passando a englobar, portanto, uma terça parte do montante. Essa indústria, como visto, é especialmente importante na bacia do rio Teles Pires, pois grande parte de suas plantas está sediada nos municípios de Sinop, Vera, Marcelândia e Claúdia. O setor industrial madeireiro conferiu forte dinamismo a esses municípios com impacto também no conjunto da bacia, tanto pela agregação de contingentes populacionais como pela movimentação de recursos financeiros. A implantação desse segmento industrial com a atração de grande número de empresas sediadas mais ao sul, foi uma decorrência natural do avanço da fronteira agrícola. A exploração madeireira na bacia do rio Teles Pires desenvolveu-se acompanhando as frentes de abertura das novas áreas (colonização/assentamentos ou grandes empreendimentos pecuários), nas regiões florestais e no ambiente de transição para a Floresta Amazônica. Uma pesquisa realizada no âmbito do Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso ZSEE-MT (SEPLAN-MT, 2002) indicou que uma parcela substancial das indústrias madeireiras era de instalação recente - 86% das empresas estavam instaladas há no máximo 15 anos. As empresas que compõem o setor caracterizam-se por possuírem plantas leves, o que facilita seu deslocamento físico, podendo as mesmas encerrar suas atividades em um local e reiniciá-las em outro município ou região, conforme a disponibilidade de matéria-prima. Este, aliás, era o motivo declarado da instalação das empresas em sua atual localização. Quase metade dos proprietários das empresas componentes da amostra realizada à época pelo ZSEE-MT, já havia possuído madeireira em outra região, verificando-se que a simplicidade das plantas industriais, em termos de máquinas e equipamentos, característica inerente às empresas do setor, permitia uma facilidade muito grande para deslocamento de suas bases operacionais, pois, da amostra avaliada, 75,2% das empresas produziam madeira serrada e apenas 5,5%, além de madeira serrada, elaboravam também madeiras laminadas. Essa mesma pesquisa evidenciou que dado o caráter de extrativismo florestal predominante na base dessa atividade industrial, a sua sustentabilidade tendia a ser limitada pela perspectiva de próximo esgotamento do recurso florestal. Não se observava, igualmente, pelo menos em escala significativa, resultado satisfatório quanto a modelos alternativos não predatórios de exploração do potencial madeireiro na região, pois são ainda reduzidas as áreas reflorestadas e igualmente pouco significativas, em termos quantitativos, as áreas dos projetos autorizados de exploração sustentada. Atualmente, dada a intensidade do desmatamento, as principais fontes de fornecimento da matériaprima deslocaram-se para o norte, elevando fortemente os custos de transporte. Desse modo, verificouse neste ramo da atividade industrial até então o mais importante no Estado de Mato Grosso e em toda a porção central e norte da bacia do rio Teles Pires, uma forte perda de dinamismo. Este processo afetou o conjunto dos municípios, mas teve especial impacto naqueles mais especializados na economia madeireira e que, por esse motivo, pouco diversificaram suas respectivas estruturas produtivas. Apenas para os segmentos mais verticalizados e que mais agregam valor especialmente como aqueles voltados à produção de laminados, o crescente custo do transporte da matéria-prima tem sido absorvido com maior facilidade. Para o restante do setor, conforme já adiantado, verificou-se uma significativa perda de dinamismo. No contexto atual, como pode ser observado nos Quadros e e Figuras e , a principal estrutura industrial presente na bacia do rio Teles Pires está localizada em Sinop, seguindo-se TPI-A RE-R0 263

73 Sorriso, no Alto Teles Pires. No Médio, destacam-se Colíder e Marcelândia e, no Baixo, apenas Alta Floresta. Quadro Estruturas Empresariais das Atividades Industriais nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Indústrias de Transformação Unidades Locais Pessoal Ocupado nº % nº % Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água Unidades Locais (nº) Pessoal Ocupado (nº) Unidades Locais (nº) Construção Pessoal Ocupado (nº) Baixo Teles Pires (PA/MT) Alta Floresta 237 7, , Apiacás 39 1, , Carlinda 27 0, , Jacareacanga 3 0, , Juara 168 5, , Nova Monte Verde 13 0, , Novo Progresso 140 4, , Paranaíta 49 1, , Subtotal , , Médio Teles Pires (MT) Cláudia 135 4, , Colíder 125 3, , Guaratã do Norte 155 4, , Itaúba 47 1, , Marcelândia 174 5, , Matupá 56 1, , Nova Canaã do Norte 21 0, , Nova Guarita 25 0, , Nova Santa Helena 9 0, , Novo Mundo 22 0, , Peixoto de Azevedo 39 1, , Tabaporã 45 1, , Terra Nova do Norte 72 2, , Subtotal , , Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte 0 0,00 0 0, Lucas do Rio Verde 151 4, , Nobres 27 0, , Nova Brasilândia 8 0,24 9 0, Nova Mutum 95 2, , Nova Ubiratã 34 1, , Paranatinga 45 1, , Planalto da Serra 6 0,18 5 0, Rosário do Oeste 15 0, , Santa Rita do Trivelato 1 0,03 0 0, Sinop , , Sorriso , , Tapurah 119 3, , Vera 131 3, , Subtotal , , Total , , Fonte: IBGE, TPI-A RE-R0 264

74 Quadro Distribuição do Produto Interno Bruto da Indústria nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Valor Adicionado na indústria (R$ mil de 2004) Distribuição Proporcional na Bacia (%) Participação no PIB da Sub-bacia (%) 1 Participação dos Municípios por Classes na Bacia (*) Participação dos Municípios por Classes na Sub- Bacia (**) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga ,32 0, Novo Progresso ,30 0, Alta Floresta ,86 88, Apiacás ,24 2, Carlinda ,25 2, Juara ,13 0, Nova Monte Verde ,24 0, Paranaíta ,82 7, Subtotal ,17 100, Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,62 0, Colíder ,39 43, Guarantã do Norte ,95 17, Itaúba ,62 3, Marcelândia ,05 0, Matupá ,24 19, Nova Canaã do Norte ,41 2, Nova Guarita ,24 1, Nova Santa Helena 389 0,05 0, Novo Mundo ,15 0, Peixoto de Azevedo ,11 6, Tabaporã ,54 0, Terra Nova do Norte ,75 4, Subtotal ,12 100, Alto Teles Pires (MT) (2) Lucas do Rio Verde ,11 12, Nobres ,75 0, Nova Brasilândia ,22 0, Nova Mutum ,15 0, Nova Ubiratã ,32 0, Paranatinga ,83 1, Planalto da Serra 640 0,08 0, Rosário do Oeste ,04 0, Santa Rita do Trivelato ,21 0, Sinop ,64 56, Sorriso ,24 29, Tapurah ,20 0, Vera ,92 0, Subtotal ,71 100,00 Total , Fonte: IBGE. Notas: (1) Não computados municípios com menos de 10% do território na bacia. (2) O município de Ipiranga do Norte não possui dados sistematizados. ( * ) Legenda da Bacia ( ** ) Legenda da Sub-Bacia Classe 1 = Até 3,00% de Participação Classe 1 = Até 5,00% de Participação Classe 2 = Até 10,00% de Participação Classe 2 = Até 20,00% de Participação Classe 3 = Acima de 10,01% de Participação Classe 3 = Acima de 20,01% de Participação Obs.: A participação do PIB Indústria na sub-bacia excluiu os municípios com sedes urbanas não abrangidas pela bacia do rio Teles Pires. TPI-A RE-R0 265

75 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 60 0'0"W 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 7 0'0"S 6 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Nova Guarita Matupá Peixoto de Azevedo Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder 11 0'0"S Juara Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia R O Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte R O M T Vera Tapurah Sorriso 13 0'0"S Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã LEGENDA 14 0'0"S Distribuição do Produto Interno Bruto da Indústria nos Municípios Abrangidos pela Bacia do Rio Teles Pires (Participação em % ) Sedes Municipais Até 3,00 Até 10,00 Acima de 10,01 Dado Indisponível Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia 15 0'0"S LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS - Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km RO Bolívia AM PA 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 PROJ. DES. CONF. VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES DISTRIBUIÇÃO DO PIB DA INDÚSTRIA DOS MUNICÍPIOS ABRANGIDOS PELA BACIA DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

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77 A estruturação do setor industrial desses núcleos principais se adensou e diversificou à medida que se viabilizaram os encadeamentos produtivos com maior agregação de valor com as atividades primárias, seja da extração madeireira e mineral, seja em relação aos complexos grãos e carnes. Outro vetor de expansão foi constituído por setores voltados para a produção de bens intermediários, como o de minerais não-metálicos, e também de bens de consumo em geral (notadamente produtos alimentares e bebidas), aproveitando o contexto de incremento populacional e urbanização. Nesses núcleos encontra-se em formação um tecido econômico mais complexo e diversificado, que tende a incrementar e estreitar as relações urbano-rurais. No Baixo Teles Pires, que engloba cerca de 18% do PIB Industrial e proporção ligeiramente maior do número de empresas e do pessoal ocupado do conjunto da bacia do rio Teles Pires, como visto, destaca-se Alta Floresta. Este município, especialmente sua sede, responde por quase 90% do PIB industrial da sub-bacia caso se desconsidere os municípios com pequena participação territorial e/ou que tenham suas sedes fora da área de estudo, como é o caso de Juara. A contribuição das demais sedes municipais integradas na sub-bacia é irrelevante. Na sub-bacia do Médio Teles Pires, que concorre com cerca de 24% do PIB industrial e em torno de 28% do número de empresas e do pessoal ocupado, considerando o conjunto da bacia, destacam-se os municípios de Colíder, Matupá e Guarantã do Norte. A primeira dessas cidades é a que possui a estrutura mais diversificada, com a presença de algumas grandes agroindústrias, porém o conjunto conta com o predomínio da indústria madeireira. Os municípios de Cláudia e Marcelândia, com forte inserção nessa indústria, têm suas sedes fora dos limites da bacia do rio Teles Pires. Nos municípios da sub-bacia do Alto Teles Pires se concentra cerca de 58% do PIB e mais de 50% do pessoal ocupado, assim como do número de empresas industriais presentes em toda a bacia. Deve ser considerado, não obstante, que dos 14 municípios com territórios compondo a área de estudo, apenas oito deles têm suas sedes nessa porção, diminuindo de forma significativa o peso do setor secundário na sub-bacia. Nesse contexto, despontam ainda mais fortemente os municípios de Sinop capital da indústria madeireira, mas com proporcionalmente elevado nível de diversificação, e Sorriso e Lucas do Rio Verde, onde se localiza a maior densidade de equipamentos agroindustriais Setor Terciário da Economia As atividades comerciais manifestas nas operações de compra, venda e revenda de produtos no atacado e no varejo, a prestação de inúmeros serviços, como os de alimentação e alojamento, intermediação financeira, atividades imobiliárias, de apoio diversificado às unidades produtivas, bem como os de transporte, comunicação e armazenagem, até os serviços pessoais, compõem o setor terciário. Na área em estudo, como visto na composição do PIB urbano regional, verifica-se um amplo predomínio do setor terciário, exceção feita das sedes municipais onde foi implantada com maior densidade a indústria madeireira. Observa-se na área em estudo que o incremento da extração mineral e vegetal, e, na seqüência, da agropecuária e de alguns segmentos industriais e agroindustriais, exerceu demanda crescente sobre as atividades terciárias, especialmente sobre os serviços de transporte, comunicações e armazenagem, assim como em relação aos de apoio às atividades agropecuárias e madeireiras, com ênfase para todos os processos necessários à remessa de mercadorias. A bacia do rio Teles Pires caracteriza-se como importante exportadora de produtos primários e semielaborados, voltados para o mercado nacional e internacional. Outro aspecto a considerar para a relativa consolidação do terciário, em algumas das principais cidades da bacia, foi o incremento populacional acompanhado de rápida urbanização, o qual elevou o potencial de consumo local, favorecendo, em conseqüência, a diversificação do comércio e dos serviços. TPI-A RE-R0 268

78 A distribuição intra-regional do PIB do setor terciário, como pode ser observado no Quadro e nas Figuras e , demonstra claramente uma forte concentração nas cidades de maior porte, uma vez que o comércio e os serviços refletem a distribuição concentrada das atividades econômicas e da população urbana no interior da bacia. Da mesma forma como considerado para o caso da indústria, o fato de que grande parte das sedes dos municípios considerados se localizam fora do perímetro da bacia do rio Teles Pires, subtrai da base econômica estudada quase 40,0% do PIB dos serviços, acentuando a concentração nas cidades maiores localizadas dentro da bacia, assim como o predomínio efetivo da agropecuária na geração de valor agregado total. Desse modo, na sub-bacia do Baixo Teles Pires, com a desconsideração das contribuições das sedes municipais de Jacareacanga, Novo Progresso, Nova Monte Verde e Juara, externas ao perímetro da Bacia do rio Teles Pires, a participação desse segmento no PIB dos serviços reduz-se de 17,12% para menos de 12,4%, acentuando-se o predomínio de Alta Floresta que passa a responder, em 2004, por mais de 70% dessa variável em sua área de influência. Na porção do Médio Teles Pires o peso das sedes externas à bacia é menos significativo, despontam em primeiro plano as duas cidades de maior hierarquia funcional, Colíder e Guarantã do Norte, onde se concentram os equipamentos de caráter regional e as unidades industriais e agroindustriais que absorvem os excedentes comercializáveis dos municípios do entorno. Cabe também observar que nessas duas primeiras porções, onde a presença da agricultura moderna é ainda tênue e se verifica amplo predomínio da pecuária, a participação proporcional do setor terciário no conjunto do PIB é em geral predominante, malgrado seja restrita em termos absolutos. No Alto Teles Pires, por último, se concentra a parcela mais substancial do PIB dos serviços, destacando-se as sedes municipais de Sinop, além de Sorriso e Lucas do Rio Verde. Nessas duas últimas cidades localizam-se os mais importantes núcleos de atividades comerciais e de serviços voltados para o apoio à agropecuária moderna e para as atividades agroindustriais beneficiamento primário e armazenagem, assistência técnica e fornecimento de insumos modernos, comércio e reparação de implementos e veículos, etc. É também muito significativo o mercado atacadista e o subsetor de transporte de cargas. Mais ao norte destaca-se Sinop, centro prestador de serviços para toda a sua região de influência incluindo a porção mais ao sul da sub-bacia do Baixo Teles Pires, com forte comércio atacadista. Desconsiderando-se as sedes externas ao perímetro estudado, esse município responde por cerca de 40% do PIB do setor terciário de sua sub-bacia, organizando a circulação da produção dos segmentos da indústria extrativa mineral, desdobramento da madeira e beneficiamento de alimentos, além do apoio à pecuária e à agricultura. Afora nas sedes municipais de Alta Floresta, Colíder, Guarantã do Norte, Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, as atividades terciárias presentes na bacia do rio Teles Pires são tradicionais, com forte participação do comércio varejista e da prestação de serviços de âmbito local. Destaca-se ainda, no conjunto da bacia, especialmente em sua porção mais ao sul, o papel desempenhado pelas organizações cooperativas. Profundamente vinculadas à ocupação produtiva desses territórios, essas entidades desempenharam e continuam desempenhando um papel importante na organização da produção agropecuária e no seu beneficiamento e circulação. TPI-A RE-R0 269

79 Quadro Distribuição do Produto Interno Bruto dos Serviços nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Valor Adicionado no Serviço (R$ mil de 2004) Distribuição Proporcional na Bacia (%) Participação no PIB da Sub-bacia (1) (%) Participação dos Municípios por Classes na Bacia (*) Participação dos Municípios por Classes na Sub-Bacia (**) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga ,27 0, Novo Progresso ,23 0, Alta Floresta ,22 70, Apiacás ,68 7, Carlinda ,89 10, Juara ,91 0, Nova Monte Verde ,90 0, Paranaíta ,01 11, Subtotal ,12 100, Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,26 0, Colíder ,57 23, Guarantã do Norte ,25 21, Itaúba ,67 4, Marcelândia ,63 0, Matupá ,59 10, Nova Canaã do Norte ,08 7, Nova Guarita ,50 3, Nova Santa Helena ,38 2, Novo Mundo ,70 4, Peixoto de Azevedo ,95 12, Tabaporã ,33 0, Terra Nova do Norte ,31 8, Subtotal ,24 100, Alto Teles Pires (MT) (2) Lucas do Rio Verde ,41 17, Nobres ,67 0, Nova Brasilândia ,50 0, Nova Mutum ,41 0, Nova Ubiratã ,38 0, Paranatinga ,29 4, Planalto da Serra ,37 0, Rosário do Oeste ,63 0, Santa Rita do Trivelato ,94 2, Sinop ,46 39, Sorriso ,35 32, Tapurah ,75 0, Vera ,47 3, Subtotal ,65 100, Total , Fonte: IBGE. Notas: (1) Não computados municípios com menos de 10% do território na bacia. (2) O município de Ipiranga do Norte não possui dados sistematizados. ( * ) Legenda da Bacia ( ** ) Legenda da Sub-Bacia Classe 1 = Até 3,00% de Participação Classe 1 = Até 5,00% de Participação Classe 2 = Até 10,00% de Participação Classe 2 = Até 20,00% de Participação Classe 3 = Acima de 10,01% de Participação Classe 3 = Acima de 20,01% de Participação Obs.: A participação do PIB Indústria na sub-bacia excluiu os municípios com sedes urbanas não abrangidas pela bacia do rio Teles Pires. TPI-A RE-R0 270

80 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 52 0'0"W 6 0'0"S 7 0'0"S A M Jacareacanga P A 8 0'0"S Novo Progresso Apiacás 9 0'0"S Paranaíta Novo Mundo Guarantã do Norte 10 0'0"S Nova Monte Verde Alta Floresta Carlinda Nova Guarita Matupá Peixoto de Azevedo Nova Canaã do Norte Terra Nova do Norte Colíder 11 0'0"S Juara Nova Santa Helena Itaúba Marcelândia Tabaporã Cláudia Sinop 12 0'0"S Ipiranga do Norte M T Tapurah Vera Sorriso 13 0'0"S Lucas do Rio Verde Nova Ubiratã LEGENDA 14 0'0"S Distribuição do Produto Interno Bruto dos Serviços nos Municípios Abrangidos pela Bacia do Rio Teles Pires (Participação em % ) Sedes Municipais Até 3,00 Até 10,00 Acima de 10,01 Dado Indisponível Nova Mutum Paranatinga Santa Rita do Trivelato Nobres Planalto da Serra Rosário Oeste Nova Brasilândia 15 0'0"S G O LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS - Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km O a AM PA 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 PROJ. DES. CONF. VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES DISTRIBUIÇÃO DO PIB DOS SERVIÇOS DOS MUNICÍPIOS ABRANGIDOS PELA BACIA DO RIO TELES PIRES Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

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82 De acordo com o levantamento do IBGE relativo a 2004, o setor terciário, no conjunto da bacia do rio Teles Pires, era formado por unidades (no caso empresas formais e informais e entidades diversas de prestação de serviços), ocupando cerca de 50 mil pessoas. Pouco mais de 55% dessas unidades e do pessoal ocupado eram relativos à sub-bacia do Alto Teles Pires. Respectivamente 20,3% e 27% dessas variáveis cabiam à sub-bacia do Baixo Teles Pires, sendo a porção intermediária a menos agraciada (com respectivamente 24% das unidades e 16,8% do pessoal ocupado). Dentre os vários sub-setores considerados, o mais significativo era o do Comércio e Reparação de Veículos e Objetos, que respondia por 75,7% do total de unidades, como pode ser observado no Quadro O segundo sub-setor com maior número de unidades era o de Alojamento e Alimentação, seguindo-se os serviços voltados ao Mercado Imobiliário e de Aluguéis, e os serviços de Transporte, Armazenagem e Comunicação. Os três primeiros eram particularmente significativos em Sorriso e Sinop, e, em menor proporção, em Alta Floresta. TPI-A RE-R0 273

83 Quadro Estrutura Empresarial das Atividades Comerciais e de Serviços nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Comércio e Reparação de Veículos e Objetos Alojamento e Alimentação Nº de Unidades Locais Transporte, Armazenagem e Comunicações Intermeiação Financeira Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados Total de Unidades Locais (nº) Distribuição do Total de Unidades Locais (%) Total de Pessoal Ocupado (nº) Distribuição do Total de Pessoal Ocupado (%) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga , ,09 Novo Progresso , ,66 Alta Floresta , ,82 Apiacás , ,50 Carlinda , ,53 Juara , ,67 Nova Monte Verde , ,30 Paranaíta , ,74 Subtotal , ,04 Médio Teles Pires (MT) Cláudia , ,11 Colíder , ,42 Guaratã do Norte , ,49 Itaúba , ,44 Marcelândia , ,25 Matupá , ,51 Nova Canaã do Norte , ,45 Nova Guarita , ,22 Nova Santa Helena , ,12 Novo Mundo , ,18 Peixoto de Azevedo , ,84 Tabaporã , ,61 Terra Nova do Norte , ,14 Subtotal , ,79 TPI-A RE-R0 274

84 Quadro Estrutura Empresarial das Atividades Comerciais e de Serviços nos Municípios Integrantes da Bacia do rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Comércio e Reparação de Veículos e Objetos Alojamento e Alimentação Nº de Unidades Locais Transporte, Armazenagem e Comunicações Intermeiação Financeira Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados Total de Unidades Locais (nº) Distribuição do Total de Unidades Locais (%) Total de Pessoal Ocupado (nº) Distribuição do Total de Pessoal Ocupado (%) Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte ,00 0 0,00 Lucas do Rio Verde , ,54 Nobres , ,52 Nova Brasilândia , ,17 Nova Mutum , ,62 Nova Ubiratã , ,40 Paranatinga , ,61 Planalto da Serra , ,12 Rosário do Oeste , ,59 Santa Rita do Trivelato ,07 9 0,02 Sinop , ,75 Sorriso , ,30 Tapurah , ,15 Vera , ,37 Subtotal , ,18 Total , ,00 Fonte: IBGE, TPI-A RE-R0 275

85 Turismo A atividade de turismo, como fonte geradora de recursos econômicos, é bastante recente na bacia do rio Teles Pires, pois começou a ser desenvolvida principalmente nos anos da década de 1980, a partir do crescimento da base produtiva local, gerando um fluxo de turismo de negócios. Nesse período, outras atividades associadas ao turismo de negócios, como congressos, seminários, palestras, exposições, entre outras, foram pouco comuns, pois em geral eram direcionadas para hotéis no Aglomerado Urbano Cuiabá-Várzea Grande 8 e Rondonópolis, onde também se concentravam os equipamentos de feiras e eventos. Nos anos da década de 1990 foram significativamente ampliadas as atividades turísticas no conjunto do Estado de Mato Grosso, principalmente nos segmentos de ecoturismo, turismo de aventura, turismo rural, pesca esportiva, recreação e turismo técnico, sustentado numa ampla oferta de atrativos, com destaque na área em estudo para os ambientes de Floresta Amazônica e Ecótono Cerrado-Amazônia e sua biodiversidade. Destacam-se, ainda, os rios e cachoeiras com águas cristalinas, piscosas e navegáveis, além de grutas e chapadas. A atividade turística no Mato Grosso tem seu foco principal no Aglomerado Urbano Cuiabá-Várzea Grande, principal pólo emissor de turismo local e regional, e centro receptor e redistribuidor de fluxos turísticos externos. Nesse contexto, a exploração turística da Amazônia matogrossense começou a adquirir um mínimo de densidade, tendo na cidade de Alta Floresta seu portão de entrada e principal pólo potencial de desenvolvimento, e como possíveis áreas de integração os municípios de Novo Mundo, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Apiacás, Juruena, Aripuanã e Juara. Esse pólo e sua área de expansão englobam grande parte da sub-bacia do Baixo Teles Pires e a porção mais ao norte da sub-bacia do trecho médio, e é dotado de dois empreendimentos de ecoturismo de alto nível, o Cristalino Jungle Lodge e a Pousada Thaymaçu, especializada em pesca esportiva. A cidade de Alta Floresta possui algumas infra-estruturas básicas, incluindo um aeroporto recentemente ampliado, comportando aviões de grande porte, uma malha viária e um sistema de comunicação relativamente organizado, e alguns hotéis de bom padrão. Esta região é contemplada pelo Plano de Desenvolvimento do Pólo de Ecoturismo da Amazônia Matogrossense, criado em É fato notável que no norte do Estado de Mato Grosso situa-se um dos mais interessantes trechos da Amazônia brasileira, tendo atrativos diferenciados como o Parque Estadual do Cristalino, o sítio arqueológico da Pedra Preta, o rio Teles Pires, com a cachoeira Sete Quedas e a corredeira dos Andradas, o lago Azul, o rio Cristalino, os rios São Benedito e Azul. A biodiversidade da região é objeto de constantes estudos científicos. O projeto Carbono MT, desenvolvido na Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN do Cristalino, estuda as emissões e captações de gás carbônico da floresta, para definir sua influência no clima do planeta. O pólo de Alta Floresta oferece ainda infraestrutura para a observação de aves, pesca esportiva e turismo de aventura. No âmbito das manifestações culturais, as mais representativas são o Festival da Canção de Alta Floresta e as festas religiosas e juninas. Os atrativos e recursos culturais têm influência marcante das culturas indígenas, das comunidades tradicionais e ribeirinhas, principalmente na gastronomia e no artesanato. No restante da bacia do rio Teles Pires, a presença de turistas ocorre basicamente por motivo de negócios, com maior densidade de fluxos nas cidades de maior hierarquia, com destaque para Sinop e, 8 O Aglomerado Urbano Cuiabá-Várzea Grande é um conselho de municípios, criado pela Lei Complementar n 83, do Estado de Mato Grosso, com personalidade jurídica de direito público que tem como objetivo integrar a organização, o planejamento e o acompanhamento das funções públicas de interesse comum, sem prejuízo da competência do estado e dos municípios integrados. Atualmente, é integrado apenas por esses dois municípios limítrofes e em processo de conurbação, podendo englobar outros, desde que inseridos no mesmo contexto. TPI-A RE-R0 276

86 em segundo plano, Sorriso, Colíder e Lucas do Rio Verde. A pesca é também considerada atrativo turístico da bacia do rio Teles Pires, em especial de sua porção norte. De acordo com dados levantados pela COTRADE e relativos ao ano de 2000, a rede hoteleira contabiliza nos municípios vinculados ao pólo de Alta Floresta a existência de 27 estabelecimentos, com um total de 518 unidades habitacionais (UHs). Nesse quesito a sub-bacia do Alto Teles Pires é significativamente mais bem aparelhada, aparecendo Sinop dotada de 11 hotéis, com 305 UHs, além de Sorriso e Lucas do Rio Verde, que em conjunto possuem 16 hotéis, com 220 UHs. Além da reduzida oferta hoteleira, outra dificuldade é a carência de mão-de-obra especializada, registrando-se que o pessoal atualmente ocupado vem recebendo algum treinamento ofertado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE. As agências de turismo local são de pequeno porte e atuam mais no turismo emissivo do que no receptivo. Quanto a este último, os pacotes geralmente são demandados por agências do sudeste do país, tanto para o fluxo turístico nacional, como o do exterior. A carência de infra-estrutura urbana é outro importante problema a ser solucionado, podendo-se destacar a implantação do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Vale do Teles Pires, abrangendo os municípios de Alta Floresta, Carlinda, Paranaíta, Apiacás, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Guarantã do Norte, Novo Mundo, Matupá, Peixoto de Azevedo, Nova Guarita, Terra Nova do Norte, Nova Santa Helena e Nova Canaã do Norte. Além da participação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, esse plano tem o apoio técnico da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e do Centro de Educação Tecnológica de Alta Floresta (CEPROTEC), bem como da ONG Sociedade Formigas. Os recursos hídricos também têm se constituído em fonte de preocupação, não só na questão da poluição dos rios, mas também em relação à pesca, que além de ser um forte atrativo turístico é também fonte de renda dos pescadores profissionais das zonas ribeirinhas do estado, aonde a preservação é fundamental para ambos os setores Potenciais Naturais Entre os principais recursos naturais potencialmente mobilizáveis para a geração de valor econômico, além da própria disponibilidade hídrica, destaca-se na bacia do rio Teles Pires um amplo estoque de terras aptas para uso agropecuário em diferentes padrões tecnológicos, potencial mineral avaliado ainda de modo insuficiente, bem como recursos madeireiros que já foram abundantes e cujo potencial atual já necessita de reavaliação comparativamente a estudos feitos há menos de 10 anos, dada a intensidade do desmatamento corte raso ou seletivo, ocorrido nos últimos anos. O potencial pesqueiro, de acordo com os levantamentos realizados para o Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico do Mato Grosso ZSEE-MT (SEPLAN-MT, 2002), já não era considerado com valor econômico significativo, destacando-se sua vocação enquanto insumo do trade turístico a prática da pesca esportiva ou turística, juntamente com outros atrativos naturais abundantes na área em estudo. Nesse contexto, o recurso pesqueiro remanescente e a atividade pesqueira propriamente dita, podem ser considerados como potenciais ativos econômicos quando associados ao turismo e à pesca desportiva. Trata-se de uma atividade capaz de gerar fluxos turísticos provenientes do país e do exterior, com a conseqüente geração de receitas e animação das atividades de recepção e locomoção turísticas. Observa-se, em contrapartida, a necessidade de melhorar a infra-estrutura de apoio ao turista, superar as dificuldades de acesso, a precariedade ou inexistência de estradas e rodovias, além de formular e implantar uma política pesqueira capaz de atender e disciplinar o âmbito de ação das diferentes categorias de pescadores existentes, de forma a mitigar conflitos, notadamente em áreas onde a pesca profissional e esportiva é mais intensa. Por outro lado, conforme observado no decorrer de toda a análise da base econômica, iniciando-se nos anos da década de 1970 e mantendo ritmo acelerado até o momento presente isto é, TPI-A RE-R0 277

87 aproximadamente nos últimos 30/35 anos, verificou-se uma extraordinária intensificação da exploração dos recursos naturais especialmente o potencial madeireiro e os depósitos secundários de minerais preciosos, afetando os principais ecossistemas presentes na bacia do rio Teles Pires, a Floresta Amazônica e o Ecótono Cerrado-Amazônia. Adicionalmente, tratou-se de um tipo de exploração altamente predatória realizada com técnicas convencionais extremamente agressivas e que nunca haviam sido praticadas em escala semelhante. Como saldo dessa exploração realizada sem nenhum cuidado conservacionista, ressalta-se: A atividade mineral encontra-se hoje praticamente reduzida à produção de insumos para a construção civil e para as lavouras, pois a extração e beneficiamento de minerais metálicos - ouro principalmente, em termos empresariais é reduzida, e as perspectivas de expansão a curto e médio prazo são praticamente inexistentes. A alteração dessa situação de fraco dinamismo demanda tanto uma reavaliação do potencial ainda existente, como políticas conseqüentes que viabilizem sua exploração de modo sustentado; O conhecimento do potencial mineral é ainda insuficiente e os estudos realizados no âmbito do ZSEE-MT são indicativos de que enquanto a atividade não avançar em termos empresariais, ela tenderá a permanecer pouco direcionada e viável em termos econômicos. Como sinalização positiva para a melhoria do desempenho do setor, tem-se tanto o aprimoramento da legislação estadual pertinente como a canalização de investimentos (por empresas multinacionais), principalmente para prospecção e pesquisa de depósitos auríferos e diamantíferos. Ainda de acordo com o ZSEE-MT, os Distritos Diamantíferos do Alto Paraguai e de Juína são as principais áreas de potencial mineral situadas no entorno do território da bacia do rio Teles Pires; A exploração da madeira, por sua vez, pode rapidamente tornar-se inviável, caso também não transite para uma fórmula sustentável, ocasionando ainda mais sérios riscos de migração do parque industrial madeireiro instalado. No demonstrativo em seqüência (Quadro ) apresentam-se as estimativas volumétricas (em milhões de m 3 ) de madeira potencialmente industrializável, por ambiente florestal e fisionomias amostradas, segundo municípios englobados da bacia do rio Teles Pires. Tais estimativas foram realizadas no âmbito do Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico do Mato Grosso (SEPLAN- MT, 2002), tendo considerado como margem de segurança um nível de exploração restrito a 50% das áreas florestadas. TPI-A RE-R0 278

88 Quadro Levantamento de Cobertura Vegetal na Bacia do Rio Teles Pires, em Milhões de Metros Cúbicos Municípios Ambiente Florestal Fo Fp FoFe Total Apiacás, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde 22,50 0,00 25,97 48,47 Alta Floresta, Colíder, Guarantã do Norte, Nova Canaã, Nova Guarita, Paranaíta e Terra Nova do 0,00 0,00 23,64 23,64 Norte Matupá e Peixoto de Azevedo 0,00 1,68 7,75 9,43 Cláudia, Itaúba, Marcelândia, Santa Carmem e Vera 0,00 47,25 2,85 50,10 Sinop 0,00 1,33 0,00 1,33 Juara, Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos e Tabaporã 1,79 12,98 7,23 22,00 Tapurah 0,00 6,42 0,00 6,42 Sorriso 0,00 0,40 0,00 0,40 Paranatinga 0,00 3,76 0,00 3,76 Total 24,29 73,82 67,44 165,55 Fonte: CNEC, Observação: Fo Floresta Ombrófila Fp Floresta Associada ao Planalto do Parecis FoFe Contato Floresta Ombrófila / Floresta Estacional É importante observar que a coleta de dados que deu base a essas estimativas ocorreu há 10 anos atrás e que mesmo considerando-se o significativo limite de segurança de basear as projeções em apenas 50% da área florestada, o potencial industrializável estimado para aquele momento pode ser hoje muito superior ao potencial efetivamente remanescente, dado o extraordinário ritmo alcançado pelo desmatamento no decorrer desse período Finanças Públicas A análise das finanças públicas dos municípios com territórios englobados total ou parcialmente na bacia do rio Teles Pires se ressentiu da ausência de informações atualizadas. Apenas para 18 das 35 administrações consideradas nos itens anteriores, havia dados recentes e comparáveis. Desse modo, para caracterizar o comportamento dessa variável, procurou-se trabalhar com os valores médios, identificando apenas os municípios que se distinguiam de modo significativo desses valores. De modo geral, as receitas de que dispõem as Prefeituras dos municípios são limitadas e podem ser estratificadas. As mais reduzidas correspondem aos municípios menores e de emancipação mais recente, com estruturas produtivas e bases populacionais ainda escassas. Esse é o perfil da maior parte dos municípios englobados na sub-bacia do Baixo Teles Pires. Pertencem ao estrato superior dessa faixa municípios como Itaúba e Santa Rita do Trivelato respectivamente nas sub-bacias do Médio e Alto Teles Pires, cujas receitas orçamentárias em 2004 eram da ordem de 6 milhões de reais. Trata-se de municípios que praticamente não geram receitas próprias, sendo quase inteiramente dependentes de transferências. Estas são provenientes tanto dos estados como da União, com predominância desta última, cuja determinação está vinculada exclusivamente ao montante das populações municipais, o que lhe confere caráter nitidamente distributivo. As transferências dos estados, ao contrário, têm ao menos 75% de sua composição atrelada à produção de valor agregado pelo próprio município - o que compõem o seu coeficiente de participação na TPI-A RE-R0 279

89 Quota-Parte do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS. Desse modo, são premiados aqueles com maiores volumes de produção e circulação de mercadorias, e que mais contribuem para a arrecadação estadual. No extremo oposto, as maiores arrecadações pertencem aos municípios de maior base econômica e populacional, destacando-se, entre aqueles cujas informações eram disponíveis: Sinop (cerca de R$ 90 milhões), Lucas do Rio Verde (R$ 44 milhões) e Nova Mutum (R$ 30 milhões), todos pertencentes à sub-bacia do Alto Teles Pires. Para esses municípios, as transferências dos estados são as mais significativas, verificando-se também maior arrecadação de impostos de alçada municipal e taxas e contribuições de melhoria, que conformam as receitas próprias. Os demais municípios, como pode ser observado no Quadro , dispunham de receitas variando entre 6 e 20 milhões de reais, destacando-se os pólos regionais do médio curso, Guarantã do Norte, Peixoto de Azevedo e Colíder, por se colocarem na porção superior desta faixa, assim como Juara, no baixo curso. TPI-A RE-R0 280

90 Quadro Finanças Públicas dos Municípios Integrantes da Bacia do Rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Correntes (R$ milhões de 2004) Tributárias (%) Receitas Orçamentárias Realizadas Transferências Correntes (%) Transferência Intergovernamental da União (%) Transferência Intergovernamental do Estado (%) Capital (%) Investimentos nas Despesas Correntes (%) Baixo Teles Pires (PA/MT) Jacareacanga NI NI NI NI NI NI NI Novo Progresso NI NI NI NI NI NI NI Alta Floresta NI NI NI NI NI NI NI Apiacás NI NI NI NI NI NI NI Carlinda NI NI NI NI NI NI NI Juara ,04 82,36 35,87 35,23 14,82 17,84 Nova Monte Verde NI NI NI NI NI NI NI Paranaíta NI NI NI NI NI NI NI Subtotal ,04 82,36 35,87 35,23 14,82 - Médio Teles Pires (MT) Cláudia ,20 86,70 36,78 28,21 2,83 7,37 Colíder ,80 78,81 38,20 26,93 8,90 14,50 Guaratã do Norte ,53 83,77 38,18 26,55 9,07 27,78 Itaúba ,15 92,19 43,67 36,44 5,06 9,87 Marcelândia ,36 93,05 45,03 30,65 5,05 9,38 Matupá ,85 87,95 39,62 37,50 21,48 26,79 Nova Canaã do Norte NI NI NI NI NI NI NI Nova Guarita NI NI NI NI NI NI NI Nova Santa Helena NI NI NI NI NI NI NI Novo Mundo NI NI NI NI NI NI NI Peixoto de Azevedo ,46 88,27 35,60 27,95 6,17 11,86 Tabaporã ,02 88,67 49,98 23,14 22,09 28,17 Terra Nova do Norte NI NI NI NI NI NI NI Subtotal ,13 86,62 40,01 28,96 9,64 - TPI-A RE-R0 281

91 Quadro Finanças Públicas dos Municípios Integrantes da Bacia do Rio Teles Pires Sub-bacias/ Municípios Correntes (R$ milhões de 2004) Tributárias (%) Receitas Orçamentárias Realizadas Transferências Correntes (%) Transferência Intergovernamental da União (%) Transferência Intergovernamental do Estado (%) Capital (%) Investimentos nas Despesas Correntes (%) Alto Teles Pires (MT) Ipiranga do Norte - NI NI NI NI NI NI Lucas do Rio Verde ,58 71,13 19,48 40,86 6,95 19,94 Nobres ,41 90,14 33,67 47,54 2,51 10,41 Nova Brasilândia NI NI NI NI NI NI NI Nova Mutum ,94 78,45 21,34 47,94 4,81 17,87 Nova Ubiratã ,80 90,15 31,18 39,84 14,79 11,77 Paranatinga ,83 84,37 39,63 32,14 7,92 8,77 Planalto da Serra NI NI NI NI NI NI NI Rosário do Oeste ,42 87,03 44,29 17,85 13,32 16,26 Santa Rita do Trivelato ,89 90,44 39,36 42,69 12,59 22,73 Sinop ,11 66,62 21,74 31,38 3,20 10,36 Sorriso NI NI NI NI NI NI NI Tapurah ,85 84,42 27,74 41,44 6,69 15,98 Vera ,00 86,69 35,32 35,82 11,21 13,88 Subtotal ,57 76,23 26,32 36,86 6,14 - Total ,50 79,48 30,60 34,39 7,23 15,42 Fonte: IBGE, TPI-A RE-R0 282

92 Entre os tributos de alçada municipal destacam-se o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter-Vivos (ITBI) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). A eles se somam as Taxas e Contribuições de Melhoria, para compor as Receitas Próprias. A arrecadação desses tributos respondia, em média, por 9,5% das receitas realizadas, variando entre os municípios considerados, desde um máximo de 15,1%. relativo a Sinop e com destaque para o restante dos municípios maiores, até um mínimo de 4,4%, relativo a Rosário do Oeste e Nobres. O ISSQN é o mais importante entre os impostos de alçada municipal, pois contribuía em média com cerca de 33% das Receitas Próprias, seguindo-se o IPTU, com cerca de 15%, e o ITBI, com 10%. Para todos esses tributos verificam-se fortes variações em seu peso proporcional dentro das Receitas Próprias, aspecto que parece vincular-se a explicações casuais, pois tanto a arrecadação do IPTU está vinculada ao grau de atualização da planta genérica de valores e à vontade política do administrador de efetuar sua cobrança, como o ISSQN está diretamente vinculado às atividades produtivas da prestação de serviços incluindo obras, e sua arrecadação, da mesma forma que o tributo anterior, depende da atualização do cadastro de contribuintes, das alíquotas vigentes e da vontade política do gestor. O ITBI vincula-se à transmissão de bens e é um indicador significativo do volume das transações imobiliárias. As taxas e contribuições respondiam por 35%, em média, das Receitas Próprias, constituindo-se no seu mais importante componente. Por último, as receitas patrimoniais próprias apresentavam valores apenas residuais, contribuindo com apenas 1,3%. As transferências respondiam por 79,5% em média das receitas correntes. No caso de Marcelândia essa participação chegava a 93,1% e, no extremo oposto, Sinop, reduzia-se a 66,6%. As transferências provenientes da União respondiam por 30,6%, em média, do mesmo montante, variando essa participação entre cerca de 50% e pouco mais de 20%, nos municípios de maior arrecadação. Entre as transferências da União, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) representa a maior parcela, sendo formado com 22,5% da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre a Renda (IR), de competência federal, deduzidas as restituições e os incentivos fiscais. As demais transferências federais, como aquelas relativas ao Imposto Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), entre outros, são individualmente pouco significativas nos municípios estudados, representando, no entanto, um bolo proporcionalmente importante quando tomadas em conjunto. Ainda no âmbito federal, deve-se considerar o impacto de contribuições para a área da saúde e educação. Entre as transferências vindas dos estados, a mais importante delas é a Quota-Parte do ICMS. Nos municípios de economia mais dinâmica, essa transferência representa a principal fonte de recursos orçamentários. Isto porque este tipo de transferência engloba 25% do total estadual recolhido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, sendo que o coeficiente atribuído a cada município, como visto, está na razão direta do valor adicionado gerado localmente. Nos municípios para os quais estas informações eram disponíveis, essas transferências respondiam por 34,4% do montante, destacando-se os municípios de maior base produtiva, especialmente Nova Mutum e Nobres, para os quais a participação elevava-se para cerca de 48%. Para os municípios menores essa mesma participação caia, para aproximadamente 25% a 30%. As Receitas de Capital representavam, em média, 7,2% das Receitas Correntes, sendo, no entanto, quase que inteiramente compostas por Transferências de Capital provenientes da União e dos estados. TPI-A RE-R0 283

93 Do lado das despesas, os balanços municipais permitiram constatar um amplo predomínio dos gastos com os serviços municipalizados, especialmente educação e saúde. Habitação e urbanismo e assistência social representavam, também, áreas proporcionalmente importantes de inversão. Fato notável é a elevada participação dos investimentos no montante das despesas, cerca de 15% para a média da bacia, o que denota um padrão regionalmente diferenciado e que é devido em grande parte a transferências de capital geralmente a fundo perdido, feitas pelos estados e pela União Aspectos Gerais de Saúde Pública No presente item são abordados os aspectos gerais sobre a saúde pública na bacia do rio Teles Pires, que abrange municípios do Mato Grosso e do Pará. É apresentada uma visão geral sobre os determinantes e sobre os principais agravos à saúde, com ênfase naqueles relacionados à hidrologia da região, que poderá sofrer novos impactos com a construção de hidrelétricas. A partir da descrição dos cenários que subsidiam a compreensão dos aspectos epidemiológicos da área em estudo, analisam-se as diversas situações locais que, direta ou indiretamente, estão associadas às doenças ou agravos de importância em saúde pública na bacia. Relacionam-se os dados de pirâmide populacional, mortalidade infantil, doenças de veiculação hídrica, dengue, febre-amarela, malária, leshmanioses, entre outros. Procura-se justificar a importância local dessas doenças, bem como as situações que configuram o risco desses eventos, principalmente aquelas ligadas às mudanças ambientais já ocorridas e que estão por vir, diante do aproveitamento energético do rio. Salienta-se a importância no enfoque sobre esses agravos, razão pela qual tais estudos estão em fase de maior aprofundamento, visando a melhor categorização da qualidade de vida da população da bacia do rio Teles Pires e o melhor embasamento das análises posteriores da Avaliação Ambiental Integrada AAI, da bacia do rio Teles Pires. Dada a abrangência desse território, com 33 municípios em MT e mais dois no PA, com regiões distintas, tanto no aspecto da cobertura vegetal nativa, como no que se refere à ocupação antrópica e mesmo aos aspectos climáticos, adotou-se a subdivisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos PNRH, compreendendo três sub-bacias: Baixo, Médio e Alto Teles Pires. Diante das diferenças territoriais implícitas, são distintos também os aspectos de saúde pública nesse amplo espaço geográfico. Ressalta-se que muitas análises foram possíveis mediante a consultas de documento do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2007). A maioria dos municípios possui criação recente, nos quais residem, em média, menos de 30 mil habitantes. Dois desses municípios, localizados no Alto Teles Pires, possuem menos de três mil habitantes, segundo a Contagem de População IBGE 2007: Planalto da Serra (2.752) e Santa Rita do Trivelato (2.504). Apenas dois municípios possuem mais de 50 mil habitantes, ambos situados também no Alto Teles Pires: Sorriso (55.121) e Sinop ( ). Os municípios de criação mais recente estão localizados, principalmente, mais ao norte da bacia do rio Teles Pires, em decorrência do avanço da fronteira agrícola e pecuária. Nessas áreas ocorre um maior contato com áreas nativas e reservas florestais. Deve-se considerar a existência de reservas indígenas, no amplo espaço da bacia, que subsistem ao recente processo de colonização. Tanto a agricultura quanto a pecuária, fontes básicas da economia regional, quando alcançam o padrão empresarial e mecanizado, utilizam pouca mão-de-obra. Ainda que nas áreas rurais existam unidades de processamento com ofícios especializados, elas também empregam poucos trabalhadores. Quanto menores os municípios, menor a concentração de seus habitantes nas cidades. Isso vai significar que o meio rural, que pode empregar significativa parcela da mão-de-obra, está sofrendo um processo de modernização, com a conseqüente diminuição de força de trabalho empregada ou com o emprego de TPI-A RE-R0 284

94 pessoal cada vez mais qualificado, ainda incipiente, para manejar os equipamentos mais modernos utilizados nas fazendas. O resultado já é conhecido, com a migração cada vez mais acentuada desse contingente para as cidades maiores. As áreas urbanas, de modo geral, estão crescendo desordenadamente, com falhas nos sistemas de abastecimento de água, rede de coleta e tratamento dos esgotos domésticos, quando existentes. Há também problemas na gestão dos resíduos sólidos, que na maioria das vezes são depositados em lixões, sem a devida exigência técnica de um aterro sanitário. A disposição dos resíduos de esgoto em corpos d água ou fossas têm levado à contaminação do lençol freático. Entretanto, diante de populações pequenas, o impacto ambiental ainda é irrisório, não sendo constatado comprometimento dos mananciais, pela diluição dos poluentes. Essas transformações ecológico-sociais têm sido interpretadas por estudiosos como que, diretamente relacionadas à emergência de arbovírus no país, entre os quais se destaca a dengue, entre outras arboviroses, que se manifesta nos ambientes urbanos, geralmente desestruturados e com falhas no saneamento (Vasconcelos e cols, 2001; Bedin, 2007). A bacia do rio Teles Pires em comparação ao Estado de Mato Grosso, que domina seu território, caracteriza-se por relativa carência de serviços médicos. Essa conclusão foi abstraída por meio de comparações entre dois indicadores com dados válidos para o triênio , segundo estimado pelo IBGE. Assim, o número de médicos por mil habitantes para a Bacia estudada teve o valor de 1,1 desses profissionais enquanto esse mesmo indicador para o Estado de Mato Grosso atingiu o valor de 1,6. Além disso, o número de leitos por mil habitantes para a Bacia foi avaliado em 2,2 leitos para mil habitantes, enquanto o dado relativo ao Estado atingiu o valor de 2,6 leitos. Diante dessa projeção, admite-se que a rede básica de atenção à saúde deva ser precária, principalmente no que concerne aos serviços de maiores tecnologias. Os casos mais graves devem ser portanto encaminhados para outros municípios e até mesmo para fora dos Estados. Também deve ser falha a cobertura na área de odontologia, psicologia, fisioterapia, entre outras especialidades. Para as doenças arroladas como de notificação compulsória, que exigem um programa estruturado de controle, ainda que existam ações, estas devem ser desempenhadas sempre aquém das necessidades, o que mantém o quadro dessas endemias. Diante das dificuldades de se obter informações secundárias sobre aspectos específicos, qualitativos e quantitativos, para a caracterização da região, tais especulações somente serão confirmadas por meio da condução de pesquisa local. Deve-se considerar que toda a região já foi drasticamente impactada pelo desmatamento, pela agricultura, pela pecuária e pelo surgimento das cidades. Assim, grande parte dos interflúvios dos afluentes do rio Teles Pires, já estão ocupados por amplos projetos, que têm interferido diretamente nas condições ambientais e, conseqüentemente, nos padrões epidemiológicos. É fato conhecido que o desmatamento interfere diretamente sobre as doenças cujos agentes são veiculados por vetores, como a malária, a leishmaniose e as arboviroses (Mondet, 2001; Atanaka e cols., 2007; Figueiredo, 2007; Ribeiro e cols., 2007). De modo geral, a frente do desmatamento é a área de maior impacto, onde há grande risco de surtos dessas doenças. Uma vez a região sendo desmatada e a colonização se converter em antiga, há a tendência de acomodação epidemiológica, diminuindo a ocorrência desses eventos. É diante desse pano de fundo e pelas perspectivas de novas mudanças ambientais, conseqüentes do futuro aproveitamento do potencial hidrelétrico do rio Teles Pires, na configuração de várias represas, que são focadas algumas doenças regionais, (como as doenças infecciosas e parasitárias, doenças respiratórias, agravos por causas externas, dentre outras), sejam endêmicas ou epidêmicas, que despontam como relevantes problemas de saúde pública a serem enfrentados como desafios. Deve-se considerar que as futuras represas, caso não sejam monitoradas e adequadamente manejadas, podem ser potenciais geradoras de agravos à saúde (ROCHA, 1987). TPI-A RE-R0 285

95 Em resumo, o objetivo geral desta abordagem é caracterizar a bacia do rio Teles Pires quanto a seus aspectos associados à saúde pública. Em termos de objetivos específicos, tem-se por finalidade: abordar o panorama geral associado aos determinantes do processo saúde-doença; referenciar os principais agravos da região ligados às condições ambientais; definir os principais agravos a serem abordados com maior profundidade em fase mais avançada de estudo, para que o conhecimento a ser construído contribua com orientações para a gestão da saúde em toda a bacia, diante dos eventuais impactos previstos pelo aproveitamento do potencial energético do rio Caracterização Epidemiológica e de Saúde Pública da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires envolvendo extensões dos estados de Mato Grosso e Pará Caracterização populacional da bacia hidrográfica do rio Teles Pires Para a caracterização dos aspectos de saúde pública do contingente populacional dos municípios abrangidos pela bacia do rio Teles Pires foram consideradas as análises de Dinâmica Demográfica apresentadas no item Conforme tais informações, toda a bacia soma habitantes, sendo que a parcela de maior população está representada pela sub-bacia do Alto Teles Pires, com habitantes (45,97%), reconhecida como área de colonização mais antiga. A seguir, tem-se a sub-bacia do Médio Teles Pires, com habitantes (27,46%), seguida de perto pela sub-bacia do Baixo Teles Pires, com (26,57%). O contingente de população totalizado para o ano de 2007 e representado na pirâmide populacional, conforme a Figura , permite interpretar que a população da bacia do rio Teles Pires está sofrendo um ligeiro estreitamento de sua base em ambos os sexos, correspondente à faixa etária de 0 a 4 anos. Fonte: IBGE, Contagem da População, Figura Pirâmide Populacional da Bacia do Rio Teles Pires TPI-A RE-R0 286

96 Esse aspecto revela uma tendência na diminuição da fecundidade, já observada em todo o país. A face masculina mostra uma reentrância mais acentuada que a feminina, nas faixas etárias de 20 a 24 e de 25 a 29 anos, devido provavelmente a uma maior mortalidade nessa faixa ou a movimentos migratórios internos e externos. Pode ser observado, ainda, um afilamento acentuado a partir da faixa etária de 30 anos até o ápice da pirâmide, resultando na forma típica de países subdesenvolvidos. Mortalidade Infantil na Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires A mortalidade infantil é considerada um excelente indicador de saúde pública, pois reflete vários aspectos do meio em que a criança veio a nascer. Retrata aspectos de qualidade de serviços na área dos cuidados materno-infantis, incluindo os serviços de assistência médica no parto e nos primeiros dias de vida, o aleitamento materno, a exposição às infecções atreladas às falhas no saneamento e o aspecto nutricional, dentre outros. Assim, a comparação desse indicador no tempo e no espaço é muito útil e é usada freqüentemente como um termômetro das condições socioeconômicas da população. Os dados levantados no Ministério da Saúde para a mortalidade infantil da bacia do rio Teles Pires e suas respectivas sub-bacias estão representados na Figura , em uma série temporal de 10 anos. Ressalta-se que os valores apresentados foram calculados pelo método direto e devem ser analisados com cautela, pois os Sistemas de Informações sobre Mortalidade e Nascidos Vivos em algumas regiões do Brasil apresentam uma elevada sub-notificação de eventos, o que poderá produzir indicadores que não retratam fielmente a realidade, em especial os da mortalidade infantil. Essas limitações fazem com que os dados de mortalidade infantil de alguns estados da região sejam estimados pelo Ministério da Saúde por métodos demográficos indiretos, porem tais cálculos só são realizados para os Estados, não abrangendo os municípios. Para o ano de 2004, o coeficiente de mortalidade infantil estimado para o Mato Grosso foi de 20,39% nascidos vivos e, para o Pará, de 25,55% nascidos vivos, também para o mesmo ano. Nesse aspecto, a sub-bacia do Alto Teles Pires situa-se numa condição mais favorável que as demais sub-bacias, influenciando inclusive o coeficiente médio alcançado pela bacia de 18,8% nascidos vivos no último ano da série histórica (2005). A subbacia Baixo Teles Pires é a que apresenta o coeficiente mais elevado: 23,8% nascidos vivos além das oscilações intra-período mais intensas, o que permite inferir a existência de condições precárias para a saúde materno-infantil. TPI-A RE-R0 287

97 MORTALIDADE INFANTIL NA BACIA DO RIO TELES PIRES, 1996 A ,0 30,0 25,0 20,0 p/1000nv 15,0 10,0 5,0 0, Baixo 17,7 23,2 28,9 26,6 26,8 31,3 25,2 23,1 20,8 23,8 Médio 21,4 22,1 25,6 23,3 26,6 21,4 21,2 13,2 22,8 19,4 Alto 14,5 20,6 15,9 18,3 19,6 15,9 20,8 15,8 16,1 16,0 Bacia 17,8 21,8 22,5 21,9 23,5 21,1 22,0 17,0 19,0 18,8 Fonte:SIM/SINASC/MS, Figura Coeficiente de Mortalidade Infantil na Bacia do Rio Teles Pires (1996 a 2005) Condições Ambientais e Doenças Relacionadas Doenças de Veiculação Hídrica Poucos municípios abrangidos pela bacia do rio Teles Pires possuem sistema de tratamento de água e esgoto, o que pode levar ao comprometimento da qualidade da água como um todo, sobretudo nos aspectos de potabilidade, e seus efeitos sobre a saúde da população residente. A exemplo da situação do saneamento na região de estudo, tem-se que, dos 143 municípios matogrossenses recenseados em 2007, apenas um pouco mais da metade contempla rede coletora de esgotos e somente 16 possuem algum sistema de tratamento de efluentes. Alguns municípios da bacia do rio Teles Pires já possuem sistema de tratamento de água e esgotos implantados, como Colíder e Sinop, e outros em fase de obras. Mesmo nos municípios que possuem tratamento de água e esgoto, o índice de adesão da população geralmente é baixo, principalmente nas cidades de pequeno porte. Predominam os sumidouros ou fossas construídas fora das normas sanitárias, comprometendo a qualidade das águas subterrâneas. A situação se complica, pois é comum o uso de poços, que podem ser contaminados caso localizem-se próximos a fossas. Acresce, ainda, a não existência de registros oficiais da situação de saneamento das populações indígenas, que regularmente disponibilizam os resíduos nas drenagens próximas à ocupação e utilizam a água sem tratamento prévio. Com o desenvolvimento da pecuária proliferaram os abatedouros, aumentando a produção de resíduos sólidos e líquidos que não recebem tratamento, sendo disponibilizados no meio ambiente. De forma semelhante, o tratamento dos resíduos sólidos é precário nos estados de Mato Grosso e Pará, sendo poucos os municípios com gerenciamento técnico adequado para coleta, transporte e destino final, não sendo diferente a realidade da bacia em estudo. Na maioria dos locais, o lixo é TPI-A RE-R0 288

98 disponibilizado em lixões a céu aberto, o que contamina o meio ambiente, compromete o lençol freático pela percolação do chorume e estimula a proliferação de roedores e artrópodes vetores, como a mosca doméstica, entre outras espécies. Esse quadro ambiental antrópico proporciona a veiculação de numerosos patógenos, os quais sobrevivem no ambiente contaminando as águas, em formas resistentes, como esporos, cistos e ovos (REY, 2002). As estatísticas de saúde indicam elevada prevalência de verminoses, bem como a ocorrência de agravos como as hepatites, quadros diarréicos diversos e leptospirose, entre outros. A proliferação de vetores nos monturos a céu aberto e em restos de animais gerados pelos abatedouros, ou nos esgotos que correm nas valas no meio urbano facilitam a veiculação de patógenos com as propensões referidas. Devem-se salientar as dificuldades em se dimensionar tais problemas, seja pela falta de registros oficiais das situações sanitárias, seja pela dificuldade de diagnóstico e pelas falhas no fluxo de informação dos eventos de morbimortalidade inerentes a essa classe de agravos. As doenças infecciosas e parasitárias (Cap. I da CID 10) compreendem as infecções intestinais originadas por bactérias e protozoários, diarréias, gastroenterites e as intestinais virais, as tuberculoses, as doenças bacterianas zoonóticas, a hanseníase, tétanos, as doenças de transmissão predominantemente sexual, como a sífilis e as clamídias, as rickettsioses, a poliomielite, meningites e encefalites virais, as febres por arbovírus, como a dengue e a febre amarela, as hepatites, as micoses superficiais e as sistêmicas, as doenças transmitidas por protozoários, como a malária, as leshmanioses, Chagas e as helmintíases, entre outras. A bacia do rio Teles Pires apresentou um discreto crescimento da mortalidade por doenças infecciosas no período de 2003 a 2005, oscilando o coeficiente de mortalidade por essas causas de 20,1 para 21,0 óbitos a cada 100 mil habitantes. A sub-bacia do Baixo Teles Pires destaca-se, no conjunto, pela elevação do seu coeficiente, no período, de 20,1 para 27,9 óbitos a cada 100 mil habitantes, ao contrário da sub-bacia do Médio Teles Pires que vem declinando na mortalidade pelas mesmas causas de 22,5 para 18,2 óbitos a cada 100 mil habitantes, e da sub-bacia Alto Teles Pires, que também vem apresentando declínio, porém tênue e com algumas oscilações, com valores de 18,5, 17,9 e 18,1 óbitos por 100 mil habitantes, nos anos de 2003, 2004 e 2005 respectivamente, conforme mostra a Figura TPI-A RE-R0 289

99 Coeficiente de Mortalidade - Doenças Infecciosas e Parasitárias 27,9 Coeficiente de Mortalidade 20,1 22, ,1 20, ,5 17,9 18,2 18, Ano Baixo Teles Pires Médio Teles Pires Alto Teles Pires Bacia do Rio Teles Pires Fonte: SIM/MS e IBGE, 2003, 2004 e Figura Coeficiente de Mortalidade por Doenças Infecciosas e Parasitárias (por 100 mil habitantes), na Bacia do rio Teles Pires, Segundo a Residência No Brasil, em 2003, o coeficiente de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias foi de 26,3 óbitos, e na região Centro-Oeste de 25,2 óbitos a cada 100 mil habitantes, destacando-se que tais indicadores são influenciados pela cobertura (captação dos óbitos), pelo sistema de informação sobre mortalidade e proporção de óbitos mal definidos de uma determinada população, e também pode ser bastante influenciado pela assistência medica prestada (BRASIL, 2005). Assim sendo, nos estudos de avaliação integrada da bacia, no que tange ao enfoque em saúde pública, será dada ênfase às doenças de veiculação hídrica, procurando-se caracterizar toda a extensão da bacia do rio Teles Pires, com suas peculiares variações na ocupação dos espaços pelo homem. Riscos de Transmissão dos Vírus da Dengue Dentre outros aspectos, a ampliação dos espaços rurais destinados à agricultura e à pecuária na bacia do rio Teles Pires levou à formação de vários novos centros urbanos. A maioria dessas cidades formou-se sem o adequado planejamento e manejo dos resíduos. A população, de hábitos predominantemente rurais, entende o meio como o local para disponibilizar seus descartes. Aliado a isso, há também o hábito de guardar água em recipientes, devido à escassez do produto e, para complementar, o arraigado comportamento de manter vasos com água para plantas ornamentais, entre outros hábitos que permitem a formação de pequenas coleções de água estagnada no ambiente humano. O quadro descrito, válido para a bacia em estudo, para o estado e, para todo o Brasil, proporcionou a expansão do mosquito urbano Aedes aegypti por todo o nosso território, havendo atualmente poucos municípios livres de infestação.o referido mosquito é o vetor exclusivo dos vírus da dengue (DEN-1, DEN-2 e DEN-3) que circula no Brasil, além de veicular também a cepa DEN-4, ainda não detectada no país. Diante desse quadro, estando os municípios da bacia do rio Teles Pires infestados pelo vetor, a dengue tem se manifestado por meio de vários surtos nos últimos anos nesse território, tendendo a se tornar endêmica. TPI-A RE-R0 290

100 A gravidade desse quadro é patente para qualquer projeto de desenvolvimento da região, pois a dengue tende a se agravar, da forma clássica para as síndromes hemorrágicas, de elevada letalidade e de maiores exigências quanto ao tratamento, exigindo tecnologia hospitalar. Assim sendo, pretende-se dar toda a ênfase ao estudo da evolução da dengue na região, no estudo integrado da bacia. Risco de Retorno da Febre Amarela Urbana Deve-se admitir a peculiaridade da bacia em estudo, que contempla amplos espaços de matas nativas, em confronto com o desmatamento. Toda a região Amazônica é tida, sob o aspecto sanitário, como área enzoótica (Enzoótica termo que se refere à presença de uma doença em determinado território em sua forma estável. No caso da febre amarela na região Amazônica essa enzootia é baixa, ou seja, com número pequeno de ocorrências, porém sempre presentes) da febre amarela silvestre. Recorda-se que o vírus da febre amarela circula na floresta, como outros arbovírus (Dégallier & et al., 1992), e manifesta-se por meio de epizootias (Epizootia ou Epizoótico refere-se a uma explosão do número de casos de qualquer agravo entre os animais) em macacos. Seus vetores são mosquitos silvestres, geralmente de hábito de copa (acrodendrofilia), dos gêneros Haemagogus e Aedes. Esse agravo, na forma silvestre, esporadicamente atinge o homem, quando esse faz sua incursão no interior da mata, em situação em que esteja ocorrendo uma epizootia e que acidentalmente seja picado por um mosquito infectado (LANE, 1953; FORATTINI, 1962/65/73; CONSOLI & LOURENÇO-DE- OLIVEIRA, 1994). As regiões de transição da floresta para as áreas de vegetação aberta, representada pelas formações do cerrado, são vistas como espaços onde os vírus da febre amarela fazem temporalmente suas incursões e onde ela se manifesta como epizootias. Nesse contexto, o vírus aproxima-se mais das áreas mais densamente habitadas. A situação da bacia do rio Teles Pires é tida como área geográfica vulnerável ao vírus amarílico na forma silvestre. A situação se complica ao se saber que as cidades estão infestadas pelo mosquito Aedes aegypti. Esse mosquito, além de ser excelente vetor dos vírus da dengue, tem também competência para veicular o vírus amarílico. Assim, pela aproximação do ciclo natural ao meio urbano, configura-se uma situação de elevado risco de reintrodução da febre amarela urbana na região, evento do qual o Brasil está livre desde Alerta-se, também, para a expansão de outro mosquito reconhecido como vetor competente do vírus da febre amarela pelo Mato Grosso, o Aedes albopictus, um mosquito exótico que foi identificado pela primeira vez no Brasil em Esse mosquito, com maior valência ecológica que o Aedes aegypti, vive bem tanto em condição urbana como na rural, e até mesmo na silvestre. Esse é visto como um vetor ponte, ou seja, capaz de trazer o vírus do meio silvestre para o meio urbano. Em tal contexto, é de extrema importância a cobertura vacinal da febre amarela na região, não se podendo deixar brechas para o retorno desse agravo, fato que seria de significativa gravidade, além de péssima repercussão. Lembra-se a propósito, que a qualidade dessa vacina é excelente quanto a produzir anticorpos para a doença. Diante do quadro descrito, nos estudos de avaliação integrada será dada ênfase à verificação de como tem evoluído a febre amarela no espaço e no tempo em toda a região. Importante também será considerar o estado vacinal da população de toda a bacia do rio Teles Pires, no que tange ao imunógeno da febre amarela. TPI-A RE-R0 291

101 Riscos de Transmissão de Plasmódios Toda a região Amazônica é malarígena estando a eclosão de surtos e epidemias na dependência da ocupação e uso do solo. Assim, a região de abrangência da bacia do rio Teles Pires faz parte da área endêmica desse agravo. Há três espécies de patógenos associados à malária humana no Brasil, sendo esses: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum e Plasmodium malarie. Além desses plasmódios, há também aqueles associados à malária simiana, como Plasmodium brasilianum e Plasmodium simium, os quais, como zoonoses silvestres, atingem o homem esporadicamente (DEANE et al., 1946; NEVES, 2001). Quanto aos vetores, existe ampla variedade de mosquitos conhecidos como anofelinos, cujas espécies podem ter potencial de transmissão, porém, na região Amazônica e no restante do interior do Brasil, a principal espécie vetora é o Anopheles darlingi (FARAN, 1980; FARAN & LINTHICUM, 1981, LINTHICUM, 1988). Assim, a bacia do rio Teles Pires é área de domínio desse mosquito. A malária tem ocorrido em maior ou menor grau em vários municípios da bacia do rio Teles Pires, fato que evidencia sua permanência, embora existam ações de controle. O mosquito - principal vetor - prolifera em criadouros de águas paradas, geralmente existentes nas planícies de inundação dos rios. A literatura indica sua adaptação às águas limpas e semi-sombreadas, condição que geralmente se impõe nas franjas das florestas. Assim, as áreas em processo de desmatamento, em desequilíbrio ecológico, formam geralmente condições propícias à proliferação do vetor. A malária, entretanto, para se estabelecer não depende exclusivamente do vetor, pois exige também a presença do componente humano. Assim, quanto maior a densidade humana e a densidade do vetor, haverá maiores riscos da eclosão de surtos, bastando para tal a inserção de um indivíduo doente, portador de gametócitos em seu sangue. É certo que a malária se beneficiou na bacia do rio Teles Pires, diante do avanço do desmatamento e a chegada de trabalhadores que colonizaram a região. Uma vez estabelecida e diante da perspectiva do aproveitamento energético do rio, pela construção futura das represas, haverá novos impactos, pressupostamente favoráveis à proliferação de anofelinos, aumentando o risco de agravamento da situação. Portanto, no estudo da avaliação integrada, dever-se-á dar ênfase ao estudo epidemiológico da malária em toda a bacia, para que, por meio da análise dos dados, seja melhor compreendida a dinâmica da transmissão e as áreas notadamente de maiores riscos. Também a atenção ao estudo entomológico é premente para essa endemia, sendo que este trabalho deverá constar dos estudos de EIA-RIMA de cada hidrelétrica a ser implantada na bacia do rio Teles Pires, dado que esses projetos são sempre impactantes (MÜLLER, 1995). Deve-se argumentar, ainda, que a própria construção das barragens é vista como uma atividade de risco em relação à malária (HUNTER et al., 1983), pois interfere no ambiente durante o estabelecimento do canteiro de obras e leva à concentração de trabalhadores em um único ponto, representado por uma área da planície de inundação. Também o lago formado poderá favorecer os vetores e a transmissão do patógeno (CONSOLIM et al., 1991). Nesse sentido, a vigilância epidemiológica sobre os casos febris é premente, para evitar que a introdução de um doente possa originar um surto. TPI-A RE-R0 292

102 Riscos de Transmissão de Leishmanias As leishmanioses compõem outro conjunto de agravos de importância epidemiológica que deve ser lembrado, diante das modificações planejadas para a bacia do rio Teles Pires. Há basicamente duas versões desse agravo, ou seja, a leishmaniose tegumentar (silvestre) e a leishmaniose visceral (urbana), além de outras variações sintomatológicas (LAISON & SHAW, 2005), sendo que ambas ocorrem no estado do Mato Grosso (NEVES, 2001). O ciclo natural da forma silvestre é mantido por diversos dípteros da família Phlebotominae, principalmente do gênero Lutzomyia, com várias espécies potencialmente vetoras (GALATI et al., 2006). Esses veiculam as leishmanias entre os hospedeiros, geralmente um mamífero, destacando-se os roedores. Como zoonose silvestre, o homem é acometido acidentalmente ao penetrar nas áreas com focos ativos (RANGEL & LAISON, 2003). O ciclo urbano da leishmaniose visceral é mantido por um flebotomíneo sinantrópico (Sinantrópico refere a todo organismo que por meio de processo seletivo evoluiu para uma relação estreita com o homem) - identificado no Brasil como Lutzomyia longipalpis. Dada sua aproximação ao homem, vive nos núcleos urbanos, veiculando o patógeno entre os cães domésticos. No caso de obterem repasto (Refere-se ao processo de alimentação sangüínea por meio da picada) no homem, e se este estiver infectado, aqueles pequenos dípteros podem veicular a leishmania, originando o caso da doença. Trata-se de doenças de importância epidemiológica, pois a forma silvestre provoca deformações em forma de crateras, que são permanentes e estigmatizantes, enquanto a visceral pode ser letal, atingindo principalmente as crianças. Diante dessas possibilidades, e considerando-se as condições favoráveis ao vetor existentes na bacia do rio Teles Pires, toda região é sujeita ao risco, quer seja rural, quer seja silvestre ou mesmo urbana. As áreas de desmatamento são sempre vistas como de alto risco para a forma tegumentar, ao passo que os aglomerados humanos formam as condições propícias para a manutenção da transmissão do patógeno, que leva ao estado clínico visceral. Assim, as áreas de construção das hidrelétricas são pontos para os quais toda a atenção deve ser voltada para a vigilância desse agravo, pois essas são vistas como ambientes de impactos (ANDREAZZI, 1994). Considerando a gravidade desse problema é natural que seja dada ênfase no estudo de avaliação integrada do rio Teles Pires às notificações de leishmanioses em todos os municípios. Esse estudo fornecerá subsídios para orientar a prevenção e as medidas profiláticas Causas Externas de Morbimortalidade Uma preocupação crescente nos estudos de situação de saúde é o crescimento da mortalidade por causas externas, que afetam principalmente os homens em idade jovem e adulta. No Brasil, em 2003, o coeficiente de mortalidade por causas externas foi de 71,7 óbitos e, na região Centro-Oeste, de 80,3 óbitos para cada 100 mil habitantes (BRASIL, 2005). O coeficiente de mortalidade por causas externas mede o risco de morte por acidentes e violências e está associado a fatores de risco específicos para essas causas, e suas variações também podem estar associadas à qualidade da assistência médica disponível. Os grupos mais importantes de causas externas de óbitos são os acidentes de transporte, os suicídios, os homicídios e causas de intenção indeterminada. Os acidentes de trabalho também são incluídos entre as causas externas, conforme mostra a Figura TPI-A RE-R0 293

103 Coeficiente de Mortalidade - Causas Externas Coeficiente de Mortalidade ,2 108,6 103, ,3 89,5 89,1 78, ,6 86, Ano Baixo Teles Pires Médio Teles Pires Alto Teles Pires Bacia do Rio Teles Pires Fonte: SIM/MT e IBGE, 2003, 2004 e Figura Coeficiente de Mortalidade por Causas Externas na Bacia do rio Teles Pires Os dados obtidos da população da área de abrangência da bacia do rio Teles Pires demonstram que as causas externas de mortalidade superam largamente as doenças infecciosas e parasitárias. Com exceção da sub-bacia do Médio Teles Pires, que vem apresentando declínio de seus coeficientes para essas causas: 2003 (103,1), 2004 (99,0) e 2005 (92,0) óbitos por causas externas a cada 100 mil habitantes, as demais sub-bacias (Baixo e Alto Teles Pires) e a bacia como um todo tiveram no ano de 2004 uma elevação da mortalidade por causas externas (113,0 para o Baixo, 112,2 para o Alto e 108,6 óbitos a cada 100 mil habitantes para a bacia Teles Pires), voltando todos a declinar em 2005, com coeficientes um pouco abaixo dos apresentados em Terras e Etnias Indígenas Na região da bacia do rio Teles Pires, existem 6 (seis) Terras Indígenas (TIs), que abrigam populações de 4 (quatro) diferentes etnias: Apiaká, Bakairi, Kayabi e Munduruku. No Alto Teles Pires, encontram-se as TIs Santana e Bakairi, ambas com situação jurídica incluída na categoria de registrada, ou seja, com o processo de demarcação totalmente concluído. Essas TIs estão localizadas a montante da UHE Magessi. Todavia, é no Baixo Teles Pires, na faixa de fronteira dos estados de Mato Grosso e Pará, que estão localizadas cinco Terras Indígenas que se constituem em áreas de particular interesse para os estudos socioambientais, uma vez que se inserem em região onde serão implantados três usinas hidrelétricas: Teles Pires, São Manoel e Foz do Apiacás. Nesta região tem-se a TI Munduruku, no Estado do Pará, município de Jacareacanga (ocupando cerca de 40% de seu território), com processo de demarcação totalmente concluído e abrigando uma população de aproximadamente índios da etnia Munduruku. TPI-A RE-R0 294

104 Inserida ao norte da TI Munduruku, situa-se, de acordo com Mapa de Demarcação que acompanha o Memorial Descritivo de Demarcação da TI Munduruku (FUNAI/DAF), uma área configurada como TI Sai-Cinza, ocupada por índios também da etnia Munduruku e com situação jurídica incluída na categoria de regularizada, ou seja, com o processo de demarcação totalmente concluído. De acordo com informações colhidas junto à FUNAI/DAF (outubro de 2007 Anexo 5), a TI Munduruku foi homologada e registrada no Cartório e na Secretaria de Patrimônio da União e está sob a responsabilidade da Administração Regional de Itaituba/Pará, que tem como Administrador Substituto Raulien Oliveira Queiroz. A TI Munduruku passou por um processo de demarcação que se iniciou ainda na década de Na ocasião, foram demarcados apenas 510 mil hectares. Posteriormente, em 1977, estudos respaldaram as requisições dos índios e a terra indígena foi delimitada, já com uma superfície próxima da atual. Mas foi apenas 21 anos depois que o território passou a ser declarado como de posse permanente dos Munduruku, sendo o seu processo de demarcação finalizado em Em 2003, monitores da Rede GTA (Grupo de Trabalho Amazônico) alertavam para o grande risco vivido pelos Munduruku, pois suas terras estavam sendo objeto de invasões de madeireiros e de exploração de garimpo nos rios, havendo, ainda, expansão de fazendas nas imediações. Por outro lado, cabe salientar que, de acordo com o já referido Mapa de Demarcação, nas margens do rio Teles Pires, no trecho que banha a TI Munduruku, estão localizados dois Postos Indígenas (PINs): Posto Indígena Munduruku e Posto Indígena Teles Pires. Em áreas contíguas à TI Munduruku, separadas desta em um trecho (a ser dimensionado) pelo rio Teles Pires/São Manoel, estão as TIs Kayabi e Kayabi Gleba Sul, que têm como fronteira (interna) o referido rio. Este trecho do Teles Pires, de acordo com o Mapa de Demarcação da TI Kayabi (FUNAI/DAF, outubro de 2006), é repleto de cachoeiras, corredeiras, saltos e ilhas (Anexo 6, Volume 4, deste relatório). Cabe salientar que estas duas últimas Terras Indígenas - localizadas no Estado de Mato Grosso, no município de Apiacás, e abrigando índios da etnia Kayabi - encontram-se em processo de demarcação, se enquadrando, neste sentido, respectivamente, nas categorias de demarcada e de declarada/delimitada, ou seja, neste caso, a TI foi objeto de Portaria do Ministério da Justiça, definindo seus limites, declarando de posse permanente indígena e determinando que a FUNAI realize a demarcação. De acordo com informações colhidas junto à Diretoria de Assuntos Fundiários da FUNAI/Brasília (outubro de 2007), um reestudo das áreas foi realizado e englobou a TI Kayabi como demarcada, e a TI Kayabi Gleba Sul foi declarada pela Portaria nº 1.149/MJ, de , mas, como explicitado anteriormente, ainda não está demarcada. Essas terras estão ligadas à Administração Regional da FUNAI de Colíder/MT, que tem como Administrador Megaron Txucarramãe e como Administrador Substituto Luís Carlos Silva Sampaio. Cabe salientar que os Kayabi, em sua maioria, habitam atualmente a área do Parque Indígena do Xingu (PIX), no Estado de Mato Grosso. Esta, porém, não é sua terra tradicional, e até aproximadamente a década de 1940 esses índios ocupavam uma extensa faixa - entre os rios Arinos, Tatuy (denominação Kayabi para o rio dos Peixes) e o médio Teles Pires ou São Manoel - localizada a oeste de rio Xingu. Tendo em vista a situação de conflito e espoliação em sua área tradicional, e incentivados pelos Villas Boas, os Kayabi foram aos poucos se dirigindo (ou sendo transferidos) para a região do PIX. TPI-A RE-R0 295

105 A pequena parcela da população que se recusou a ir para o PIX permanece até hoje em diminuta área, que divide com alguns remanescentes da etnia Apiaká. Trata-se da TI Apiaká-Kayabi, localizada no Estado de Mato Grosso, município de Juara, e com situação jurídica correspondendo à categoria de regularizada, ou seja, com o processo de demarcação totalmente concluído. Outra pequena parcela (dados de contingente ainda não confirmados) vive atualmente no Baixo Teles Pires, nas TIs Kayabi e Kayabi Gleba Sul, para onde os índios foram sendo empurrados, em função da ocupação de seu território original. Pelo que se pode deduzir, a partir do material levantado em campo e junto à Diretoria de Assuntos Fundiários FUNAI/Brasília, embora se trate de uma região que já sofreu sucessivas incursões de integrantes de outros segmentos da sociedade, como, por exemplo, garimpeiros, grileiros, madeireiros, fazendeiros, ainda se pode falar em vegetação relativamente preservada (pelo menos em território matogrossense) na região do Baixo Teles Pires. Pode-se interpretar uma relativa preservação da referida região através do mapa apresentado a seguir que se segue (elaborado para o Estudo de Recursos Hídricos de Mato Grosso - OEA/MMA), que cruza informações da FUNAI, de localização das 74 TIs do Estado, com dados da SEMA/SEPLAN/MT, sobre a cobertura de vegetação em Mato Grosso (Figura ). Com relação ao referido mapa, observe-se, ainda, a sobreposição de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. TPI-A RE-R0 296

106 AC AM RO RR MT MS PA RS AP PR GO SC TO SP MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE 59 0'0"W 58 0'0"W 57 0'0"W 56 0'0"W 55 0'0"W 54 0'0"W 53 0'0"W 7 0'0"S NOVO PROGRESSO TI MUNDURUKU A Prot Amb Tapajos TI KAYAPÓ TI BAÚ A M A Z O N A S RE APIACAS Ig arapé A nipiri FLONA Jamanxim PARNA Rio novo 8 0'0"S Igarapé do Boto TI MUNDURUKU Igarapé Preto P A R Á 9 0'0"S 10 0'0"S 11 0'0"S TI ESCONDIDO I,ll,lll,lV TI JAPUÍRA Igarapé Santa Rosa TI KAIABI Ri o Ximari APIACAS Igarapé do Bruno NOVA MONTE VERDE MT-160 MT-2 08 TI APIAKÁ/KAYABI MT-425 Igarapé Ingarana MT-32 5 Rio Cururu-Açu Igarapé Arapari TI KAYABI (GLEBA SUL) MT 325 MT-328 Ribeirão Cururu-mirim MT-160 Rio São Benedito Córrego Rasteiro MT-208 Rio Cururu-Açu R MT-416 io Paranaíta Rio do s Apiacás MT-206 MT-325 MT-419 R Rio São Benedito II RE DE PESCA ESPORTIVA DO RIO SÃO BENEDITO / RIO AZUL PARANAITA MT-206 MT-325 MT-010 io Tapaiúna MT-325 MT-208 Rio da Saudade Rio Córrego do Caçador Ribeirão das La goas MT-208 MT-320 CARLINDA Rio São Benedito NOVA CANAA DO NORTE MT-320 MT-208 MT-320 Rio São Be nedito II PE DO CRISTALINO Ribeirão da águia Igarapé Santa Úrsula Ribeirão Rochedo Rio K aiapá MT-41 9 MT-32 R Rio Parado 0 COLIDER NOVO MUNDO io Nhand u MT-208 MT-320 BR-163 M T-41 9 PEIXOTO DE AZEVEDO NOVA GUARITA ITAUBA BR-163 MT-410 MT MT-4 7 Rio São Bento Igarapé P reto MT-419 MATUPA MT-322 TERRA NOVA DO NORTE GUARANTA DO NORTE Rio do Pombo MT-320 Rio Peixotinho Primeiro Córrego São João Rio Pei xotinho Segundo MT-32 2 MARCELANDIA TI MENKRAGNOTI TI PANARÁ MT-322 MT-322 TI CAPOTO/JARINA TI ERIKPATSA M T-32 5 JUARA TABAPORA NOVO HORIZONTE DO NORTE MT-220 PORTO DOS GAUCHOS MT-3 38 MT-220 M T-338 M T MT-010 MT-220 BR-163 MT-423 MT-423 MT-422 MT- 423 TI ENAWENÊ-NAWÊ TI NAMBIKWARA TI MENKU TI IRANTXE MT-338 M A T O G R O S S O MT-010 R MT-010 io Bran co Ribeirão Divisão Rio Teles Pires Ribeirão Preto Rio da Lira Rio Celeste BR-242 Ribeirão do Ouro Rio Roquete CLAUDIA UNIAO DO SUL 12 0'0"S TAPURAH MT-140 MT-225 VERA MT-140 SANTA CARMEM FELIZ NATAL PAIND DO XINGU 13 0'0"S TI TIRECATINGA LUCAS DO RIO VERDE MT-338 BR-163 Rio Verde Rio Celeste NOVA UBIRATA BR MT-324 EE DO RIO RONURO MT-130 MT-160 M T-1 29 SAO JOSE DO RIO CLARO 14 0'0"S 15 0'0"S TI JUININHA Legenda TI PARESI TI ESTIVADINHO TI FIGUEIRAS TI UTIARITI Unidades de Conservação Terras Indígenas Sistema Viário Pavimentada Em Pavimentação Não Pavimentada Limite Municipal Hidrografia TI RIO FORMOSO Bacia do Rio Teles Pires Limite Estadual TI ESTAÇÃO PARESI ARENAPOLIS TI UMUTINA MT-160 MT-343 NORTELANDIA M MT T-2 MT-40 9 BR-364 BR MT-240 BR-163 MT-241 Córr ego Papagaio NOVA MUTUM MT-2 35 Ribeirão do Alegre Ribeirão Mocotó MT-140 TI SANTANA MT-1 40 MT MT-240 APA CABECEIRAS DO RIO CUIABA DAE DE PRAIA RICA Ribeirão Ariça M T-1 40 R MT-338 Córrego Tabatinga io São Manuel MT-02 0 PLANALTO DA SERRA B R-251 Rio Pacu MT-338 M T-2 40 TI BAKAIRI Rio Caiapó Rio Paranatinga BR-251 MT BR-251 MT -453 TI MARECHAL RONDON BR-251 MT-448 MT-336 MT-0 20 PARANATINGA MT-336 MT-44 MT -474 TI SANGRADOURO/VOLTA GRANDE 8 RE CULUENE TI PARABUBURE NOVO SAO JOAQUIM MT-336 MT-336 MT-110 MT-110 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA REFERÊNCIAS PROJ. DES. CONF. AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA DA BACIA DO RIO TELES PIRES RO Bolívia - Malha Rodoviária Digital do Estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Rede Hidrográfica Digital do estado do Mato Grosso escala 1: SEPLAN Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal escala 1: IBGE Limites Digitais das Unidades de Conservação e Terras Indígenas - SEPLAN AM PA - Malha Municipal Digital IBGE/2005. DF Km 1: Projeção UTM zona -21 MT Datum SAD-69 VISTO COORDENADOR DE ÁREA APROV. GERENTE DE PROJETO DATA TERRAS INDÍGENAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Nº Figura BACIA DO RIO TELES PIRES

107 Por outro lado, alguns acidentes cênicos, como cachoeiras e saltos, já foram identificados em trechos do Alto e Baixo Teles Pires, que cortam ou se localizam nas imediações de Terras Indígenas. Por exemplo, o salto Magessi (TI Bakairi) e a cachoeira Morengo (TIs Munduruku e Kayabi). Historicamente, observa-se que os territórios ocupados pelos primitivos habitantes do Brasil eram, preferencialmente, próximos, quando não às margens, de recursos hídricos. Nesse contexto, o rio sempre foi um referencial de ocupação, intrinsecamente relacionado com atividades e rituais específicos de cada povo ou etnia, servindo para obtenção de água utilizada para beber ou cozinhar, para o banho, para nadar, para navegar, para se comunicar, para pescar e para alimentar o mundo mítico. No entanto, cabe salientar que nem todas as etnias são essencialmente de pescadores, apesar de o peixe ser considerado um recurso importante na dieta alimentar das populações indígenas, sendo, na maioria dos casos, fundamental à sobrevivência. Finalmente, é preciso deixar claro que não existe nenhuma Área de Remanescente de Quilombo, pelo menos oficialmente reconhecida - dentre as 60 já tituladas no Estado de Mato Grosso e as 81 no Estado do Pará - na região da bacia do rio Teles Pires Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico: Indicações Gerais Na área abrangida pela bacia do rio Teles Pires, o conhecimento do patrimônio histórico, cultural e arqueológico não é significativo, necessitando uma sistematização das informações, assim como um determinado nível de levantamento de dados primários, particularmente quanto ao patrimônio arqueológico, em áreas amostrais no alto, médio e baixo cursos do rio. Existem vários registros no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN de sítios identificados nos estado de Mato Grosso e do Pará, em alguns pontos específicos, obtidos em consulta aos documentos do Relatório do Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Teles Pires, concluído em outubro/2005. Por tais informações, é possível inferir a riqueza de informações ainda a ser descoberta e devidamente registrada pelos órgãos oficiais de pesquisa, que detêm a competência para autorizar a pesquisa, registro e, finalmente, legislar sobre esse patrimônio Patrimônio Histórico e Cultural As cidades instaladas a partir da década de 1960 no Estado de Mato Grosso, que concentra a maior parte dos municípios abrangidos pela bacia do rio Teles Pires, não evidenciam vínculos com a cultura regional anterior à ocupação - a cultura indígena, principalmente. Os vestígios dessa cultura estão progressivamente dando lugar aos traços culturais dos novos migrantes, tais como as denominações que recebeu a maioria dos municípios, a exemplo de Sinop, Sorriso, Cláudia, Vera, Novo Mundo, Nova Ubiratã, Lucas do Rio Verde, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato, Terra Nova do Norte, etc. Poucos são os municípios, sobretudo os mais antigos, que guardam algum registro da língua dos povos indígenas que viveram em grande número nesse território. Podem ser citados, nessas condições, Itaúba, Tapurah, Matupá, Apiacás, Paranaíta, Paranatinga e Tabaporã. Na toponímia do Estado de Mato Grosso poucos nomes de rios e igarapés ainda conservam denominação indígena, mas a maioria possui nomes que afirmam a presença do colonizador, antigo ou recente. Nesse quadro de ocupação mais recente, não foi registrada a presença de edificações históricas na região e nem de manifestações culturais associadas àquelas encontradas na porção sul do estado e na capital, Cuiabá, que se vinculam à cultura pantaneira e indígena. A ocupação recente de migrantes do TPI-A RE-R0 298

108 sul do país trouxe à região toda a componente cultural desse contingente, notadamente de descendência de alemães, italianos, eslavos e portugueses. As marcas desse processo estão por toda a parte, não apenas na designação dos municípios, como Porto dos Gaúchos, Gaúcha do Norte, Querência, por exemplo, não localizados na bacia em apreço, mas que constituem uma característica preponderante nas regiões de ocupação mais recente no Estado de Mato Grosso, como também nos nomes de estabelecimentos comerciais nas sedes municipais, que evidenciam a relação direta com a origem do migrante sulista: Restaurante Gauchão", "Rádio Capital do Norte", etc. Esse predomínio recente não significa a eliminação da cultura marcante, de origem cabocla e indígena, verificada, no norte matogrossense e manifesta na produção de artesanato (bijuterias e utensílios domésticos) com madeira reciclada, raízes, cipós e sementes de plantas nativas, como o patauá, o açaí, o timbori preto, relacionadas à cultura ancestral indígena (principalmente dos índios Munduruku) Patrimônio Arqueológico A bacia hidrográfica do rio Teles Pires, enquanto tributária do rio Tapajós, afluente do rio Amazonas, está inserida numa área de grande interesse para a arqueologia brasileira. Nessa ampla região desenvolveram-se, em tempos pré-coloniais, diversificados processos culturais, dos quais alguns têm sido bastante investigados, sob perspectivas teóricas diversas, estabelecendo questões clássicas para a arqueologia 9 brasileira e sul-americana, tais como: a antiguidade pleistocênica da ocupação humana na América do Sul; as expansões das culturas neolíticas amazônicas de grupos falantes de línguas tupiguarani e arawak, com a difusão da tecnologia cerâmica, da prática do cultivo e do estabelecimento das grandes aldeias; a ocorrência de contatos culturais entre grupos culturalmente diversos; a emergência de padrões sociais complexos. Contudo, falta ainda conhecimento primário sobre algumas áreas da Amazônia, uma vez que, apesar da tradição centenária de pesquisas, algumas áreas foram priorizadas para trabalhos de campo em detrimento de outras, notadamente a bacia do Baixo Amazonas apresenta um volume maior de informações em relação às áreas de interflúvio, distantes do curso principal do Amazonas (Neves,2000). Considerando a ampla abrangência da bacia do rio Teles Pires, o número de sítios arqueológicos até então registrados não retratam o elevado potencial arqueológico da região, são inúmeras as informações trazidas pela população de um modo geral e a maior parte do espaço compreendido na Bacia nunca foi sistematicamente pesquisada. Segundo os levantamentos históricos, o território do atual do Estado de Mato Grosso foi explorado desde o início do século XX, tanto por aventureiros e comerciantes, como por cientistas que vêm, desde então, relatando e publicando achados arqueológicos. Diversas pesquisas têm relacionado grandes migrações e deslocamentos de longo alcance, que teriam sido realizados por populações advindas das mais diversas regiões do País e da América Andina. Exemplo do elevado potencial arqueológico da região é o Sítio Arqueológico Pedra Preta (Paranaíta MT), constituído por um afloramento de granito que emerge em meio à floresta circundante, no qual em uma das características principais da expressão rupestre é o monumentalismo das figuras, que 9 A arqueologia é o estudo da cultura material, de tudo que, em termos materiais, se refere à vida humana, no passado e no presente, na busca de compreender as relações sociais e as transformações na sociedade. Os sítios arqueológicos são os locais onde ficaram preservados vestígios materiais da presença e da atividade humana. Tais vestígios correspondem a: esqueletos humanos, restos de animais e vegetais, instrumentos feitos em rocha e utensílios em cerâmica. TPI-A RE-R0 299

109 correspondem a recursos gráficos de diferentes combinações, compondo figuras que podem ser classificadas como biomorfas (antropomorfas, zoomorfas e fitomorfas), além de figuras geométricas. Contudo, esse e demais sítios na região, ainda não foram estudados, de maneira que pudessem ser contextualizados no tempo, através de datações; nem tão pouco é ainda possível atribuí-los a uma determinada ocupação pré-colonial, visto que, não foram realizadas pesquisas arqueológicas, que envolvessem prospecções de sub-superfície sistemáticas e escavações, que poderiam vir a fornecer dados sobre a cultura material que permitiriam a progressão dos estudos. Ressalta-se o elevado potencial arqueológico das Bacias Hidrográficas adjacentes, dos rios Juruena e Xingu, demonstrados nas pesquisas arqueológicas lá realizadas, cujos contextos culturais são aparentemente distintos. Segundo os registros efetuados pelos diversos especialistas que percorreram a região, o Estado de Mato Grosso tem sido considerado como um território onde é significativa a presença de vestígios, evidências e/ou achados arqueológicos. Os inúmeros estudos, nas diversas teorias migratórias dos povos pretéritos no Brasil e no continente americano, constataram que o território matogrossense serviu de passagem para os povos paleo-indígenas. Em 2005, segundo o CNSA - Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos, o patrimônio arqueológico do Estado de Mato Grosso era composto por cerca de 636 sítios arqueológicos registrados, número que pode aumentar em função dos diversos levantamentos, ainda que pontuais, levados a efeito por Estudos de Impacto Ambiental e alguns salvamentos arqueológicos conseqüentes. Os sítios arqueológicos registrados no IPHAN encontram-se em municípios para os quais têm sido viabilizados projetos de pesquisas ou levantamentos sistemáticos, o que denota que algumas áreas do estado mantêm-se, do ponto de vista da investigação arqueológica, quase que intocáveis ou pouco conhecidas, como é o caso da porção norte matogrossense, ou das porções da Amazônia matogrossense, objeto de estudo da bacia do rio Teles Pires. O Plano de Desenvolvimento do Pólo de Ecoturismo da Amazônia Matogrossense - Proecotur, destaca-se como importante incentivo à descoberta de vários sítios arqueológicos, e também como investimento nesse setor. Em tal contexto, caminhadas de visitação arqueológica à Pedra de Paranaíta e hospedagem no Cristalino Jungle Lodge, localizado no município de Alta Floresta, são exemplos dos vários roteiros turísticos (ecológicos e de aventura) da região, que estão em fase de planejamento, implementação e/ou funcionamento. Entre os inúmeros municípios que foram contemplados com o referido plano, destacam-se os de Paranaíta e Guarantã do Norte, com os respectivos sítios Pedra Preta (Figura ), com pictogravuras (desenhos em baixo relevo), e Pedra do Índio (ambos ainda não registrados no IPHAN), sendo o primeiro de grande destaque por possuir um diâmetro de 500 metros. TPI-A RE-R0 300

110 Fonte: Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Teles Pires Eletrobrás, Figura Pictogravuras no Sítio Pedra Preta em Paranaíta Na rocha denominada Pedra do Gato, na região de Paranaíta, já foram encontrados por pesquisadores, além de outras pictogravuras, sete alinhamentos de pedras, todos, segundo relatos locais, muito significativos. Segundo informações coletadas no campo, representam fileiras paralelas de blocos, em círculo ou em forma de cruz, indicando quase sempre os pontos cardeais. A relação dos sítios arqueológicos já registrados e com informações detalhadas no IPHAN, e que se encontram localizados na bacia do rio Teles Pires, ou em área de interesse dos estudos, estão relacionados nos Quadros , e Quadro Relação dos Sítios Arqueológicos Localizados no Município de Guarantã do Norte MT Nome do Sítio Guido Osni Sítio dos Porcos Outras Designações e Siglas MT-CH-015 MT-CH-016 MT-CH-017 Descrição Sumária Sítio cerâmico a céu aberto Sítio cerâmico a céu aberto Sítio cerâmico a céu aberto Medição s/i s/i s/i Ambiente Compartimento topográfico: encosta suave Água mais próxima: Braço Norte Rio: Peixoto de Azevedo Vegetação Atual: Floresta Ombrófila Compartimento topográfico: encosta suave, próximo à planície Água mais próxima: Braço Norte Rio: Peixoto de Azevedo Vegetação Atual: Floresta Ombrófila Compartimento topográfico: encosta suave Água mais próxima: Braço Norte Rio: Peixoto de Azevedo Vegetação Atual: Floresta Ombrófila Fonte: IPHAN, citado no Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Teles Pires Eletrobrás, Uso Atual do Terreno Meio urbano, pasto, plantio Pasto Pasto, plantio, galpão e chiqueiro TPI-A RE-R0 301

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