Projeto Educando no Pinheirinho. TEMA VI: Educação Ambiental AUTORES

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1 Projeto Educando no Pinheirinho TEMA VI: Educação Ambiental AUTORES Paulo Sergio Scalize (1) Biomédico formado pela Faculdade Barão de Mauá. Engenheiro Civil formado pela Faculdade de Engenharia Civil de Araraquara. Especialização em Microbiologia pela USP de Ribeirão Preto. Mestre e Doutor em Hidráulica e Saneamento pela EESC- USP. Diretor de Divisão da Unidade de Fiscalização Ambiental do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. Gabriel Bergamaschi Técnico em Bioquímica. Graduando em Farmácia e bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara - UNESP. Técnico de laboratório do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. Marcos Eli da Costa Engenheiro Civil e Gestor de Saneamento Ambiental pela Faculdade de Engenharia Civil de Araraquara. Engenheiro de Segurança do Trabalho pelo Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto. Fiscal Ambiental do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. Fernando de João Braga Engenheiro Agrimensor pela Faculdade de Engenharia de Agrimensura de Araraquara. Especialização em Geoprocessamento com Ênfase em Meio Ambiente pela Universidade de Brasília. Fiscal Ambiental do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. Wellington Cyro de Almeida Leite Engenheiro Civil pela Faculdade de Engenharia Civil de Araraquara. Mestre e Doutor em Hidráulica e Saneamento pela EESC-USP. Superintendente do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. APRESENTAÇÃO Gabriel Bergamaschi Técnico em Bioquímica. Graduando em Farmácia e bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara - UNESP. Técnico de laboratório do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. (1) DAAE Departamento Autônomo de Água e Esgotos Rua Domingos Barbieri 100 Vila Harmonia Araraquara /SP CEP Fone (16) ramal 273 Fax (16) ambiental@daaeararaquara.com.br

2 Projeto Educando no Pinheirinho Palavras-chave: Educação ambiental, programa educacional, saneamento ambiental, meio ambiente, tratamento de água. INTRODUÇÃO A Educação Ambiental consiste em um processo contínuo de aprendizagem e de filosofia de trabalho participativo, implicando, portanto, no envolvimento do sistema de ensino, das instituições de pesquisa, organizações governamentais e não governamentais como força propulsora e eficaz no gerenciamento comunitário, para preservar, conservar e recuperar o meio ambiente como condição indispensável para a qualidade de vida das comunidades e ecossistemas. A Educação Ambiental deve ser holística, baseada em postura ética, democrática e deve propiciar oportunidades para que as pessoas e os grupos desenvolvam sua criatividade, reaprendendo o mundo sem estabelecer separações entre mestre e aprendizes, sexos, idades e saberes. Visando conciliar o Homem e a Natureza, o Desenvolvimento e a Conservação, a Educação Ambiental incentiva a mudança de comportamento na escolha de formas mais adequadas da utilização dos recursos naturais; faz repensar a dignidade, a ética e a postura de cada indivíduo, tornando-o crítico, ativo e participativo; e promove o entrosamento entre os agentes do processo educativo, o público alvo e o espaço físico. Segundo Pereira et al (2000), ao se avaliar os cenários nacional e principalmente mundial, entende-se que a modernidade e competitividade pressupõem necessariamente a inclusão do tema Gestão Ambiental, e consequentemente noções de desenvolvimento auto-sustentável, atuação responsável e qualidade de vida. Neste sentido, o Programa de Educação Ambiental, visa sensibilizar e conscientizar a população, sobre a necessidade e a importância de se utilizar os recursos hídricos com responsabilidade, bem como promover a valorização do Saneamento Básico como atividade essencial à saúde individual e coletiva.

3 JUSTIFICATIVA A necessidade de se apresentar alternativas para se promover o desenvolvimento sustentável, supõe a implementação de um programa de educação ambiental que possibilite considerar o meio ambiente em seus aspectos naturais e nos criados pelos seres humanos, constituindo um processo educativo contínuo e permanente, desde a educação infantil, passando pelo ensino fundamental, chegando-se até aos mestres (professores) da rede pública municipal, estadual e de instituições de ensino particulares, aplicando critérios educacionais entre as diversas disciplinas, aproveitando o conteúdo específico de cada uma delas. 1. DESCRIÇÃO DO OBJETIVO DO TRABALHO O Projeto Educando no Pinheirinho tem por objetivo a integração dos jovens com o Meio Ambiente, procurando trabalhar em parceria com escolas, comunidades e demais agregados, que venham somar esforços na amplitude deste programa educacional. Tal objetivo é de fundamental importância, pois estes jovens são as nossas sementes para um futuro sustentável. Durante o projeto foram desenvolvidas aulas teóricas sobre o tema Água e Meio Ambiente, aulas práticas em laboratório, e visitas à Captação e à Estação de Tratamento de Água, onde a sensibilização e conscientização dos jovens em relação à preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente são os focos principais. 2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO O Centro de Educação e Saneamento Ambiental Chico Mendes (CESAMA) foi construído em 2003, através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Araraquara e o Departamento Autônomo de Água e Esgotos, e tem capacidade para acomodar 30 jovens. É constituído por dois blocos, com uma área construída de 115 m 2 cada bloco, e está localizado na cidade de Araraquara, estado de São Paulo, dentro do Parque do Pinheirinho, pertencente à Prefeitura Municipal de Araraquara, conforme pode ser observado na Figura 1. Este Centro é constituído por um laboratório didático com as devidas instalações para funcionamento (onde são desenvolvidas aulas práticas sobre os temas abordados no projeto) e um centro de pesquisas e atividades (onde são

4 desenvolvidas pesquisas bibliográficas, palestras, exibição de vídeos educativos e atividades lúdicas), que podem ser observados nas Figuras 2 e 3, respectivamente. 3. METODOLOGIA O projeto foi realizado, inicialmente, com os alunos das 8 a séries das escolas municipais de ensino fundamental (EMEFs), e as atividades foram desenvolvidas durante o segundo semestre do período letivo do ano de PARCERIAS PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINACEIROS Buscando complementar o trabalho desenvolvido com os professores e alunos do projeto, foram elaborados e confeccionados materiais didáticos por meio de parcerias com entidades e empresas de Araraquara, tais como: apostila para o curso de Capacitação de Professores, banners sobre os assuntos abordados com os alunos e gibi educativo sobre Tratamento de Água. A apostila do Curso de Capacitação de Professores foi confeccionada em papel reciclado doado pela ASSEMAE e impressa com cartuchos doados por uma empresa recarregadora de cartuchos. Foram confeccionadas 70 unidades. Os banners tiveram sua produção patrocinada por diversas empresas de Araraquara, sendo quatro usinas de cana-de-açúcar, uma indústria química, uma associação estadual de indústrias e uma empresa de publicidade. Foram confeccionados seis banners de assuntos relacionados ao tema do projeto. O gibi educativo sobre Tratamento de Água, que pode ser observado na Figura 4a, teve sua criação e reprodução totalmente patrocinada por uma empresa revendedora de material escolar, que em contrapartida teve a inclusão de dois personagens da empresa no gibi, além de sua logomarca. Foram confeccionadas 1000 unidades ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Primeira fase (Divulgação) A primeira fase foi a divulgação do projeto entre as 7 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) que possuem turmas de 8 a séries. Através de uma reunião com as diretorias destas escolas, a estrutura do projeto foi apresentada, e também foram agendadas as possíveis datas das aulas teóricas e práticas, além das visitas.

5 Cada escola ficou responsável por providenciar as devidas autorizações dos pais ou responsáveis dos alunos, permitindo sua participação nas aulas e visita técnica, além do transporte para o deslocamento dos alunos. Segunda fase (Capacitação dos Professores) 8 horas Nesta fase, foram ministrados cursos de capacitação para os professores das escolas integrantes do projeto, os quais foram indicados pelas escolas, conforme pode ser observado na Figura 5. Os cursos abordavam o tema Água e Meio Ambiente, e apresentavam uma carga horária de 8 horas, sendo 2 horas de aula teórica, 3 horas de aula prática em laboratório e 3 horas de visita técnica. Os Cursos de Capacitação foram realizados com o intuito de promover uma troca de informações e sugestões entre o DAAE e os professores, na tentativa de formatar as melhores condições para a realização do projeto com os alunos. Terceira fase (Aula Teórica - Alunos) 50 minutos Através das aulas teóricas os alunos tiveram o primeiro contato com o projeto. Estas aulas foram ministradas nas escolas por um profissional do DAAE devidamente capacitado, com o auxílio de projetor de multimídia, retroprojetores, fita de vídeo e banners. A aula teórica, dentro do tema Água e Meio Ambiente, abordou os seguintes assuntos: Distribuição da água no planeta e sua importância; Disposição dos córregos e rios da bacia hidrográfica do município; Funcionamento de uma ETA; Doenças de origem e de transmissão hídrica; Educação sanitária; Preservação e economia de água; Preservação de nascentes e matas ciliares; Quarta fase (Aula Prática em Laboratório) 2 a 3 horas As aulas práticas em laboratório eram constituídas de uma demonstração das etapas do tratamento de água (floculação, decantação e filtração), além da realização de análises em equipamentos, como verificação do ph (acidez), turbidez, cor e concentração de cloro. Na Figura 6 pode ser observada uma aula prática.

6 O objetivo das aulas práticas é despertar o interesse dos jovens para a importância do processo de Tratamento de Água e da preservação dos recursos hídricos. Para as aulas práticas foi confeccionada uma planilha para anotação dos resultados das análises. Quinta fase (visita técnica) 2 a 3 horas Os locais da visita técnica eram a Captação de Água, localizada na Represa do Ribeirão das Cruzes, conforme pode ser observado na Figuras 7 e 8, e a Estação de Tratamento de Água (ETA-FONTE), observado na Figura 9. Nesta fase do projeto, os alunos puderam observar o processo de tratamento da água em escala real, além de poderem esclarecer suas dúvidas. Durante a visita técnica são distribuídos os gibis educativos sobre Tratamento de Água aos alunos. 4. RESULTADOS No segundo semestre de 2004 a meta do projeto foi atingida, sendo capacitados 32 professores e desenvolvidas atividades com 320 alunos da rede municipal de ensino. Além destes, as aulas de educação ambiental foram estendidas para professores da rede municipal de ensino em parceria com a Oficina Pedagógica, capacitando outros 45 professores. Também participaram das atividades 70 adolescentes do projeto Quero-quero Transformar, que foi criado em junho de 2004, fruto de uma parceria com uma indústria de Araraquara e a Secretaria Municipal de Assistência Social. 5. CONTINUIDADE DO PROJETO Durante e após a realização do projeto, os diretores e professores das escolas participantes avaliaram o projeto e demonstraram grande interesse na continuidade do mesmo, visto a importância do assunto abordado na formação dos alunos. Houve também o contato de diversas outras escolas públicas e particulares interessadas em participar do projeto. Em vista destes resultados, no ano de 2005, o projeto foi estendido aos alunos de 8ª série de todas as escolas do município de Araraquara. Além disso, o projeto também foi estendido para todos os alunos de 7ª série, abordando um novo tema, relacionado à Coleta e Tratamento de Esgotos,

7 aplicando-se metodologia similar à deste projeto, incluindo também a confecção de gibi educativo sobre Tratamento de Esgotos, que pode ser observado na Figura 4b. Como complementação do projeto foi criado em 2005, e lançado na Semana do Meio Ambiente, um curso de capacitação de 30 horas para professores de 1 as a 4 as séries da rede de ensino de Araraquara. Neste curso, profissionais do DAAE ministram aulas relacionadas à sua área de atuação. O objetivo é transmitir informações sobre as questões de saneamento ambiental integrando com aulas teóricas e práticas além de visitas técnicas. Os parceiros neste projeto são o próprio DAAE, a Secretaria Municipal e Estadual de Educação, o DAEE e a Vigilância Epidemiológica. A meta deste curso é capacitar 360 professores até o Dia do Meio Ambiente de CONCLUSÃO O Projeto demonstrou sua importância, uma vez que procurou conscientizar e sensibilizar os alunos para os problemas relacionados à escassez dos recursos hídricos. Somente através de uma educação ambiental baseada nos conceitos do uso racional dos recursos naturais, poderemos modificar a mentalidade atual consumista e utilitarista, que tem tratado a natureza, e em particular os recursos hídricos, de maneira predatória. Desta forma, a Educação Ambiental praticada pela Autarquia, buscou a valorização dos alunos e professores, contribuindo para a formação da cidadania ambiental e do senso de responsabilidade pela natureza. A parceria entre o DAAE, Secretaria Municipal e Estadual de Educação, permitiu iniciar um processo de capacitação de docentes em atividade, ao fazer a inclusão da Educação Ambiental no currículo da educação formal, visando a introdução de um processo que envolve tanto professores como alunos. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PHILIPPI JÚNIOR, A.; PELICIONI, M.C.F. (2002). Educação Ambiental: Desenvolvimento de Cursos e Projetos. 2 ed. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP: Signus Editora, 350 p. PEREIRA, M. A. et al. (2000). Programa de Educação Ambiental na SANEPAR. Curitiba PR.

8 Figura 1 - Centro de Educação e Saneamento Ambiental Chico Mendes (CESAMA) Figura 2 - Laboratório Didático do CESAMA. Figura 3 - Centro de Pesquisas e Atividades do CESAMA.

9 (a) (b) Figura 4 - Capa dos Gibis Educativos. (a) sobre Tratamento de Água. (b) sobre Tratamento de Esgoto Figura 5 - Curso de Capacitação para os Professores. Figura 6 - Aula Prática em Laboratório.

10 Figura 7 - Visita Técnica na Captação de Água da Represa do Ribeirão das Cruzes. Figura 8 - Captação de Água da Represa do Ribeirão das Cruzes Figura 9 - Estação de Tratamento de Água (ETA Fonte)