Importância da Ergonomia e do Uso de Equipamentos de Proteção Individual Em Carvoarias
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- Jónatas Rocha Cabral
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1 Importância da Ergonomia e do Uso de Equipamentos de Proteção Individual Em Carvoarias Najara de Moura Fontenele (1) ; Morgana Makare Guerra Sobral (1) ; Elifábia Neves de Lima (2) ; Antonio Gustavo da Rocha Maia (1), Robson José de Oliveira (2) (1) Estudante, UFPI/ Universidade Federal do Piauí - CPCE, najara.15@hotmail.com; (1) Estudante, UFPI/ Universidade Federal do Piauí - CPCE, morgana_makare@yahoo.com.br; (1) Estudante, UFPI/ Universidade Federal do Piauí - CPCE, gustavorocha19@hotmail.com; (2) Professor, UFPI/ Universidade Federal do Piauí CPCE, elifabialima@ufpi.edu.br; (2) Professor, UFPI/ Universidade Federal do Piauí CPCE, robson_ufpi@yahoo.com.br. RESUMO A pesquisa aborda as práticas educativas na promoção da saúde e segurança do trabalhador. O nível de conscientização engloba inúmeros fatores relacionados às condições de trabalho e a própria sociedade em que os trabalhadores estão inseridos, proporcionando maior produtividade otimizando o trabalho. Na coleta de dados, nas duas empresas do ramo de carvoarias, visando a prevenção de acidentes por meio do uso de Equipamentos de Proteção Individual foi observado sua adequação e aceitação dos demais recursos ligados aos conceitos modernos de práticas educativas à saúde e prevenção de acidentes no trabalho. O uso inadequado de equipamentos de proteção individual em operações envolvendo carvoarias é uma prática bastante comprovada nos dias de hoje, que acarreta problemas sérios de saúde, com isso esse trabalho visou educar as pessoas e levantar dados sobre o uso ou não de tais equipamentos. Como resultado 64% dos entrevistados utilizam os equipamentos de proteção individual, o que é um número significativo, haja vista a dificuldade em se convencer as pessoas de utilizarem tais proteções. Esse número tem como consequência um outro resultado que obtivemos, onde 55% dos entrevistados afirmaram ter uma saúde boa. Sabemos que idade também influencia, pois quanto mais avançado na idade, o trabalhador terá mais cansaço e consequentemente irá produzir menos, mas aqui não foi tão influenciado por não termos funcionários com idades acima de 48 anos. A empresa tem investido em treinamentos, pausas e palestras visando um melhor ambiente de trabalho para seus operários, como foi também respondido pelos entrevistados. Palavras-chave: trabalho; segurança; educação. INTRODUÇÃO - Resumo Expandido - [775] ISSN:
2 A conscientização de que trabalhar dentro dos seus limites e com segurança, se preocupando em produzir, mas seguindo normas e padrões estabelecidos para que tudo aconteça com a mais perfeita harmonia em todas as operações em qualquer ramo de atividade, vem reduzindo significativamente afastamentos por saúde e acidentes de trabalho nas mais variadas funções laborais (OLIVEIRA, 2010) Nesse sentido a educação para a saúde tem sido entendida como uma atividade planejada que objetiva criar condições para produzir as mudanças de comportamento desejadas em relação à saúde (GAZZIENELLI et al., 2005). A ergonomia é uma ciência que estuda o relacionamento entre o trabalhador, seu trabalho, seu equipamento de trabalho e as condições ambientais do sistema ser humano-máquina, interligando, de forma a dar mais conforto, segurança e condições melhores de trabalho, tornando-o menos árduo e cansativo (IIDA, 2005). Uma preocupação crescente está relacionada aos riscos que os trabalhadores do ramo de carvoarias no Brasil estão submetidos, devido à resistência encontrada por parte de funcionários em utilizar equipamentos de proteção individual, por isso, pesquisas como essa de conscientização e educação tem a intenção de garantir a saúde e a segurança no trabalho, visando alcançar a sustentabilidade econômica, ambiental e social. Os trabalhadores florestais entrevistados nas carvoarias podem apresentar doenças ocupacionais, devido às exigências físicas aos quais estão submetidos nas mais variadas funções executadas como: carbonizador, operador de motosserra, serviços gerais como auxílio no transporte de madeiras e abastecimento de fornos. Devido os riscos que os trabalhadores estão expostos em seu ambiente de trabalho e falta de informação da importância do uso de equipamentos de proteção individual, torna-se importante estudos para conscientização dos mesmos em relação ao uso de EPI, visando segurança e qualidade de vida. MATERIAL E MÉTODOS Fonte de Dados Realizou-se um levantamento de dados acerca dos fatores que englobam a segurança no trabalho, relacionados ao uso de Equipamentos de Proteção Individual existentes no mercado para o setor florestal. Após essa etapa listou-se os possíveis problemas que afetaram os operadores nas carvoarias avaliadas. As principais situações consideradas inadequadas para saúde dos operadores foram: problemas respiratórios por causa da inalação de fumaça e gases, contaminação pelo ar da fumaça que sai dos fornos, dores de coluna devido o excesso de peso e força para transportar madeiras, entre outros. A partir das informações obtidas, foram elaborados questionários abertos, estruturados com perguntas que abordavam informações a cerca das condições gerais de trabalho, da segurança no trabalho e da saúde e educação do trabalhador, onde procurou diagnosticar os problemas, como grau de escolaridade, origem dos funcionários, idade, utilização de equipamentos de proteção individual, saúde, presença ou não de dores, dentre outras. Os mesmos foram aplicados aos funcionários de duas empresas do ramo de carvoaria, objetivando coletar informações que contribuíssem para um trabalho educacional de conscientização de funcionários em relação ao uso de EPI s que podem proporcionar melhoria de segurança nas atividades desenvolvidas. - Resumo Expandido - [776] ISSN:
3 Região de Estudo O estudo foi desenvolvido em duas carvoarias localizadas no sul do estado do Piauí, no período de novembro de 2010 a junho de As carvoarias foram selecionadas por apresentarem fluxo contínuo de produção e legalidade frente á Secretaria do Meio Ambiente (SEMAR) e Ministério Público do Trabalho. As entrevistas permitiram conhecer algumas características como as condições gerais de trabalho (atividades diárias extras, carga horária diária de trabalho, satisfação com o trabalho e alimentação); as condições de saúde (problemas de saúde originados do trabalho, as horas de sono diárias e a presença de dores relacionadas ao trabalho), e a segurança no trabalho (uso adequado de EPI s, equipes e veículos para emergência, orientação quanto ao risco de acidentes de trabalhos como esse. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os entrevistados 64% afirmam que os EPI s não incomodam no desenvolvimento das tarefas diárias, e por isso utilizam-nos em todas as atividades. Entretanto, 9% afirmam que não fazem uso desses equipamentos, pois relatam que alguns causam certos desconfortos e acabam por incomodar na execução de algumas tarefas. Os demais funcionários só usam os equipamentos quando obrigados pelo gerente ou proprietário, e quando veem necessidade devido o incômodo na realização de algumas atividades (Figura 1). Figura 1: Percentual de funcionários das Empresas 1 e 2 que usam ou não EPI s. Os EPI s encontrados nestas empresas foram: botas, luvas, capacetes, óculos, protetores auriculares, protetores faciais. De acordo com funcionários os EPI s utilizados foram distribuídos de forma gratuita pela empresa, onde no momento da entrega foram feitos alguns esclarecimentos quanto à sua utilização, realizados pelos proprietários ou gerentes. O estudo evidenciou que 27% dos trabalhadores entrevistados possuíam plano de saúde privado, sendo 73% desses totalmente dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso pode estar - Resumo Expandido - [777] ISSN:
4 relacionado ao fato de muitos não acreditarem na necessidade desse atendimento médico, tendo em vista que a maioria relatou não sentir dor ou desconforto durante a execução de seu trabalho, além de relacionarem a saúde apenas com a presença ou não de dores. Com a utilização de forma correta de tais equipamentos, resulta em menos problemas de saúde e com isso aumenta a produtividade, influenciando positivamente e diretamente na questão econômica da empresa. Não foram relatados pelos funcionários a presença de benefícios em termos de saúde, como planos de assistência e/ou pedidos de realização de exames. No ato da contratação nenhum tipo de exame foi pedido para os funcionários. Mais de 50% dos entrevistados, afirmaram ter uma boa noite de sono, influenciando assim num melhor rendimento do seu trabalho. Em relação à própria saúde, 55% dos trabalhadores a consideravam boa (Figura 2), o que pode influenciar inclusive na redução de riscos de acidentes de trabalho. De acordo com Minayo-Gomez e Thedim-Costa (1997), a resistência dos indivíduos em aceitar seu estado de saúde como frágil, está relacionada ao medo de perder o emprego, que é sua única garantia de sobrevivência, inibindo, assim, incisivas de reivindicação às instâncias responsáveis pela garantia da saúde no trabalho. Com isso, muitas vezes os trabalhadores acabam executando suas atividades em condições desfavoráveis o que acarretam também prejuízos para empresa no que se refere à redução da produtividade e aumento de custos, haja visto que esses funcionários acabam sofrendo acidentes ou agravando suas condições de saúde. Figura2 :Saúde dos Trabalhadores. Este estudo evidenciou que, apenas 18% dos trabalhadores disseram sentir dor em alguma parte do corpo. Tais dores foram relatadas principalmente na coluna, sendo que nenhum funcionário queixou-se de dores nos membros. Segundo Souza & Minette (2002), as queixas de dores, principalmente lombalgias, relatadas frequentemente pelos trabalhadores envolvidos nas operações florestais, estão relacionadas à adoção de posturas corporais incorretas e à movimentação de cargas durante a realização da atividade; tais situações foram comuns, observadas durante a realização deste estudo, no dia a dia dos trabalhadores. Essas reações devido ao manuseio de carga e uma postura - Resumo Expandido - [778] ISSN:
5 inadequada são fatores responsáveis por danos à sua saúde, principalmente a coluna vertebral, acarretando no futuro sérios danos à saúde desses funcionários. Todos entrevistados afirmaram que ficam expostos a fatores como poeira, chuva, sol, entre outros, o que pode prejudicar sua saúde durante o trabalho. Em trabalhos de Fiedler (1998), observou-se resultados semelhantes, onde o autor evidencia que o carregamento do forno consiste em uma atividade que mais apresenta risco. O fato de ainda existir resistências por parte de funcionários, em utilizar certos equipamentos de proteção individual (pelo fato de incomodar em algumas circunstâncias), foi também observado neste trabalho. Com o auxilio de palestras, demonstração de riscos de acidentes, pela falta de EPI's, acabam por garantir uma melhor conscientização dos funcionários em utilizar tais proteções. Em trabalhos do setor florestal, principalmente em carvoarias, torna-se de fundamental importância o uso de mascaras, pelo presença de fumaça nesses ambientes, o que pode levar a problemas respiratórios em geral. A adoção de tarefas extremamente pesadas e desgastantes, evidencia também a importância de realização de pausas durante a realização das tarefas. CONCLUSÃO Os resultados do presente trabalho mostraram que, programas que integram o funcionário ao seu trabalho, através de palestras, cursos e treinamentos, promovem benefícios para o trabalhador individualmente, tornando-os seres humanos dignificados e satisfeitos com a sua atividade. Em suma, é necessária a adoção de práticas metodológicas que permitam ao ser humano identificar problemas, levantar hipóteses, reunir dados, refletir sobre situações que possam ameaçar sua segurança, descobrir e desenvolver soluções comprometidas com a promoção e a proteção da saúde pessoal e coletiva, e com essas ações possa reduzir os índices de riscos e acidentes de trabalho nesse setor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIELDER, N. C. Análise de posturas e esforços despendidos em operações de colheita florestal no norte do estado da Bahia f. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) Universidade Federal de Viçosa, 1998 GAZZIENELLI MF, GAZZINELLI A, REIS DC, PENNA CMM. Educação em saúde: conhecimentos, representações sociais e experiências da doença. Caderno Saúde Pública 2005, 21(1): IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher, 2 ed., p. MINAYO-GOMEZ, C.; THEDIM-COSTA, S. M. F. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Cadernos de Saúde Pública. v.13, NR 6 - NORMA REGULAMENTADORA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ( /10) Resumo Expandido - [779] ISSN:
6 OLIVEIRA, R. J. ; SILVA, J.V. ; ALECRIM, M. A.. Evolução nos trabalhos florestais proporciona melhoria nos operadores. Proteção (Novo Hamburgo), v. 219, p , SOUZA, A. P.; MINETTE, L. J. Ergonomia aplicada ao trabalho. In: MACHADO, C. C. Colheita florestal. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, p Resumo Expandido - [780] ISSN:
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