Planejamento de canteiros, gerenciamento de obras
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- Adriana Mendes Fortunato
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1 Planejamento de canteiros, gerenciamento de obras Profa. Geilma L. Vieira Histórico evolução do processo de projeto Anos 60, surgimento de escritórios técnicos em arquitetura, estrutura e instalações em empresas que projetavam e construíam; Contato direto com a prática e necessidades aos requisitos de construção; Ao passar do tempo, construtores se distanciaram das atividades de projeto e projetistas ficaram mais longe da execução dos sistemas por eles projetados; Este distanciamento fez com que a atividade construtiva passasse a ter altos índices de perdas; Histórico evolução do processo de projeto Setor atrasado, com baixos índices de produtividade e elevados desperdícios de recursos Histórico Perdas Perdas na construção civil Aço-cimento-concretoareia-argamassa-tijolos furados-tijolos maciços 20% 5 a 12% 1
2 Histórico Perdas na construção civil Mão de obra é tida como responsável pelo quadro de baixo desempenho; Rotulando-se os operários como incapazes ou displicentes; Operários não sabem o que devem executar e não dispõem dos adequados instrumentos e materiais de trabalhos; Atitude simplista culpar mão de obra pela ineficiência da construção; Planejamento do canteiro Aspectos mais negligenciados na construção civil; Decisões são tomadas à medida em que surgem os problemas (decorrer da execução); Canteiros deixam a desejar em termos de organização e segurança; Embora reconhecido que desempenha um papel importante, os gerentes realizam tal atividade por tentativa e erro, ao longo de muitos anos de trabalho; Ausência ou insuficiência de planejamento Levantamentos e definições Definição e objetivos do planejamento de canteiros; Diagnóstico de canteiro de obras Lista de verificação Elaboração de projeto (programa de necessidades, estudo preliminar, anteprojeto, projeto executivo) Definição de planejamento de canteiro Área de trabalho, fixa e temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra (NR - 18); Conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência (NBR 12264); 2
3 Levantamentos Diretrizes para planejamento e gerenciamento das obras; Exemplos de canteiros; Planejamento de canteiros Planejamento do layout e das instalações provisórias, instalações de segurança e sistema de movimentação e armazenamento de materiais; Planejamento do layout envolve o arranjo físico de trabalhadores, materiais, equipamentos, áreas de trabalho e estocagem; Objetivos do planejamento de canteiro visa a obter a melhor utilização do espaço físico disponível, de forma a possibilitar que homens e máquinas trabalhem com segurança e eficiência, principalmente através da minimização das movimentações de materiais, componentes e mão de obra. Objetivos do planejamento de canteiro (a) objetivos de alto nível: promover operações eficientes e seguras e manter a motivação dos empregados. Cuidados com aspectos visuais do canteiro Tommelein (1992) 3
4 Objetivos do planejamento de canteiro Objetivos do planejamento de canteiro (b) objetivos de baixo nível: minimizar distâncias de transporte, tempos de movimentação de pessoal e materiais e evitar obstruções ao movimento de materiais e equipamentos Tommelein (1992) Objetivos do planejamento de canteiro Objetivos do planejamento de canteiro Aumentar a eficiência (principalmente através da eliminação de atividades que não agregam valor) Melhoria das condições de trabalho Aumento da transparência Melhorar imagem da empresa Diminuição dos custos com perdas 4
5 Tipos de canteiro Tipo 1. Restritos Exemplos 2. Amplos Exemplos 3. Longos e estreitos Exemplos Descrição A construção ocupa o terreno completo ou uma alta porcentagem deste. Acesso restritos Construções em áreas centrais da cidade, ampliações e reformas A construção ocupa somente uma parcela do terreno. Há disponibilidade de acessos para veículos e áreas para armazenamento e acomodação de pessoal. Construção de plantas industriais, conjuntos habitacionais horizontais e outras grandes obras. São restritos em apenas uma das dimensões, com possibilidade de acesso em poucos pontos do canteiro Trabalhos em estrada de ferro e rodagem, redes de gás, e alguns casos de edificações em áreas urbanas Illingworth (1993) Processo de planejamento de canteiro de obras a) Diagnóstico de canteiro de obras; b) Padronização das instalações e procedimentos de planejamento; c) Planejamento do canteiro propriamente dito; d) Manutenção da organização dos canteiros (programa 5S). Princípios básicos b do planejamento de canteiros Valorização da mão de obra Redução e proteção dos deslocamentos de operários e visitantes Início pela fronteira mais difícil (no caso de restrições severas) Aproveitamento de instalações existentes (em geral) Reaproveitamento e rápida montagem e desmontagem das instalações Princípios básicos b do planejamento de canteiros 5
6 Diagnóstico de canteiro de obras Primeira atividade executada em um programa de melhorias; Gerados subsídios para as etapas de padronização e planejamento; Aplicação de três ferramentas: Lista de verificação Elaboração do croqui Registro fotográ Subsídios para planejamento Elaboração do projeto arquitetônico e demais projetos; Interação entre os sistemas: Compatibilização de Projetos Compatibilização de projetos Como as edificações são construídas? Por que é importante a interação entre projetos? Como cada sistema é influenciado pelos outros sistemas? Como a definição de materiais e estrutura influenciam a forma e dimensões das edificações? Compatibilização de projetos Atributo do projeto. Dados compartilhados tenham confiabilidade até o final do processo de projeto e obra; Atividade técnica que torna os projetos compatíveis, com soluções integradas entre as áreas do empreendimento; Sobrepor os projetos de diferentes especialidades e identificar as interferências físicas. Modelagem 2D e 3D; Análise, verificação e correção das interferências físicas entre as diferentes soluções de projeto de uma edificação; Deve acontecer: projetos concebidos, nos quais os erros podem ser detectados 6
7 Compatibilização de projetos falta de entendimento e análises recíprocas entre projetos, gera interrupções e adaptações durante a execução da obra; Dinâmico, processo contínuo, incompatibilidades detectadas, analisadas e solucionadas; São realizados os ajustes geométricos e dimensionais dos diferentes projetos, com a finalidade de minimizar as interferências entre os mesmos e tornar o projeto final mais racional e adequado às necessidades da produção; Compatibilização de projetos Arquitetônico Estrutura Instalações Tratamento Parte do projeto arquitetônico e envolve os demais; Interação entre os projetos estrutural, arquitetônico, elétrico, hidrossanitários, ar condicionado; Análise de compatibilização Explicitação do conteúdo do projeto PROJETO ARQUITETÔNICO Informações Iniciais Programa de necessidades Dados relacionados ao terreno Conteúdo de Projeto Projeto Arquitetônico propriamente dito Projeto de lay out Projeto de Implantação Projeto de cobertura Projeto de Esquadrias Projeto de Forros Projeto de Pintura Projeto de Revestimentos (pisos e paredes) Projeto de Níveis PROJETO ELÉTRICO Informações Iniciais Projeto arquitetônico (incluindo plantas, cortes, implantação e lay out); Níveis de iluminamento desejados (descrição de tipos especiais de luminárias); Especificação de máquinas a serem utilizadas; Levantamento de possíveis ampliações da rede elétrica, telefônica e lógica; Informações sobre a existência de ar condicionado; Indicação de redes próximas de onde derivar energia elétrica e telefonia Conteúdo de Projeto Projeto de tomadas; Projeto de iluminação; Projeto de distribuição da tubulação; Projeto de lógica; Projeto telefonia; Projeto de coluna montante; Projeto de alimentadores (condutores); Projeto de eletrocalhas; Projeto de cabos de força; Projeto do QDF (Quadro de Distribuição de Força); Projeto do QGBT (Quadro de Distribuição de Baixa Tensão); Projeto de tubulação dos distribuidores; 7
8 Compatibilização de projetos Compatibilização de projetos Auto CAD 2D Percepção tridimensional facilitada Compatibilização de projetos - Benefícios Aumento na possibilidade de atingir os objetivos do projeto (prazo, custo e qualidade); Menor quantidade de surpresas desagradáveis durante a execução, devido ao melhor planejamento na compatibilização; Desenvolvimento constante da equipe melhoria contínua; Melhor avaliação do desempenho dos projetos e da empresa; 8
9 Compatibilização de projetos Falta de Sem análise de compatibilização pode gerar consequências negativas: retrabalho atraso no cronograma falhas na qualidade da edificação tomada de decisões indevidas durante a obra, em detrimento da qualidade e eficácia do produto orçamento comprometido gestão deficiente insatisfação dos clientes falta de compatibilização durante a fase de projeto responsabiliza, indevidamente, o pessoal do canteiro de obra; Influência do projeto na construção Influência do projeto nas falhas das edificações: 15 estudos na Europa (Calavera, 1991) 85% do custo é definido na fase de projeto Nível de Influência 100% 0% Alta influência Pouca despesa Concepção e Projeto Influência Baixa influência Grande despesa Construção Resultado Despesa Utilização Tempo Influência do projeto na construção Ferramentas de controle Classe de problema Definição Compatibilização de projetos com as etapas de Compatibilização Interferências e inconsistências físicas entre projetos construção e com o processo de produção das atividades no canteiro; Construtibilidade Coordenação Especificação Inconsistências relacionadas ao desempenho e à execução dos sistemas Inconsistências no controle de comunicação, do tempo, escopo, custos e integração Omissões, contradições ou inexistência de informações relacionadas ao produto Aplicação de três ferramentas: Lista de verificação Elaboração do croqui Registro fotográ 9
10 Ferramentas de controle Lista de verificação Compatibilização de projetos com as etapas de construção e com o processo de produção das atividades no canteiro; Aplicação de três ferramentas: Lista de verificação Elaboração do croqui Registro fotográ Mais abrangente das ferramentas; Permite ampla análise do canteiro de obras; Instalações provisórias Segurança no trabalho Sistema de movimentação e armazenamento de materiais Lista de verificação SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO SE SE APLICA APLICA Armazenamento de de materiais materiais Cimento Cimento Existe Existe estrado estrado sob sob o o estoque de de cimento cimento As As pilhas pilhas respeita respeita a a altura altura máxima máxima de de sacos sacos O estoque estoque está está protegido contra contra a a umidade É utilizados o o sistema sistema PEPS PEPS (primeiro aa entrar, entrar, primeiro primeiro a a sair) sair) para para a a rotação rotação do do estoque estoque Lista de verificação Qualquer aspecto da logística do planejamento Refeitório Armazenamento de cimento e agregados Vestiários Elevador de carga Requisitos de qualidade de cada elemento definidos em consulta a várias normas ABNT, Fundacentro, Inventário de melhorias e produtividade na const. Civil, manual sobre segurança em canteiros, etc. Além de requisitos sugeridos por profissionais com noções de layout e logística 10
11 Ferramentas de controle Elaboração do croqui Compatibilização de projetos com as etapas de construção e com o processo de produção das atividades no canteiro; Aplicação de três ferramentas: Lista de verificação Elaboração do croqui Registro fotográ Identificação de problemas relacionados ao arranjo físico; Permitindo observar a localização equivocada de alguma instalação ou excesso de cruzamento de fluxo; Grande maioria dos canteiros não possui layout Situação que obriga a elaboração de um croqui na própria obra; Elaboração do croqui Definição aproximada do perímetro da obra; Localização de pilares e outras estruturas que interfiram na circulação; Portões de entrada no canteiro e acesso coberto; Localização de instalações provisórias (banheiros, escritório, refeitório); Todos os locais de armazenamento de materiais, inclusive depósito de entulho; Localização de betoneira, grua, guincho, etc.; Centrais de carpintaria, formas e armaduras; Linhas de fluxo principais Exemplo croqui Fluxo de materiais Estoque de basalto, junto ao portão de entrada Stand de vendas 1 Elaboração do croqui (Figura 5.18a) Área Impermeabilizada 13 (em teste) 5 Escada Transporte do material para o carrinho (Figura 5. 18a) 3. Operário sobe uma escada (desnível ~ 60cm) (Figura 5. 18b) 4. Material estocado no carrinho 5. Transporte do material até o posto de trabalho 6. Descarregamento do material no chão 7. Estoque do material no posto de trabalho 8. Transporte do material para o local de assentamento 9. Assentamento do basalto 10. Produção de argamassa de assentamento 11. Transporte da argamassa para o carrinho com uma pá (Figura 5.18 b) 12. Estoque do material no carrinho (próximo a betoneira) (Figura 5. 18b) 13. Transporte da argamassa para o posto de trabalho 14. Estoque de argamassa no posto de trabalho 15. Transporte da argamassa para o local de assentamento
12 Elaboração do croqui Mapofluxograma Mapofluxograma Elaboração do croqui guarita acesso dep. do vigia descarga tijolos/cimento 1 1 almoxarifado acesso doca w.c. sanitários vestiários mestre eng. descarga aço em barras desc.areia/argam. 1 1 armação manutenção de formas Contêineres Administração da obra Legenda: Granito Brita Areia Aço Blocos Aço Areia Tijolos Reservatório enterrado Acesso ao canteiro Blocos (*) Madeira Área de execução do processo elevação de alvenaria Fôrmas Brita Betoneiras Templo Areia Entulho Cimento Área de execução dorevestimento externo com granito Área de execução da rede externa (*) Limites da edificação e dos estoques Limites do terreno (fictício, apenas para indicar a área de distribuição dos componentes do canteiro) Fluxo do material granito Fluxo do material bloco Fluxo do material argamassa Indicação dos locais de execução do serviço elevação de alvenaria Aço Tijolos Tijolos condicionado Ar Exemplo Ferramentas de controle Compatibilização de projetos com as etapas de construção e com o processo de produção das atividades no canteiro; Aplicação de três ferramentas: Lista de verificação Elaboração do croqui Registro fotográ 12
13 Registro fotográ Registros visuais da situação encontrada Registro fotográ Armazenamento de materiais (blocos) Armazenamento de areia, tijolos, cimento; Postos de produção de argamassa (e concreto) Entulho (depósito ou não); Condições do terreno por onde circulam caminhões; Instalações de escritório, refeitório, vestiários e banheiros e outros; Fechamento de poço de elevadores; Corrimãos provisórios de escadas; Proteção contra quedas no perímetro; Sistema de drenagem; Possibilidade de usar carrinhos especiais e pallets Altura máxima 1,5 m Registro fotográ Registro fotográ Armazenamento de materiais (blocos) Armazenamento de materiais (areia) Comunicação visual para distribuição do material Contenção lateral Cobertura com lona plástica 13
14 Registro fotográ Armazenamento de materiais (areia) Próximo aos materiais Registro fotográ Postos de produção de argamassa Betoneira próximo ao guincho Estoques próximos à betoneira Evitar mudança de local Cobertura para betoneira e acesso ao guincho (se necessário) Vias de acesso em boas condições (idealmente demarcadas) Utilizar gravidade (se possível) Registro fotográ Postos de produção de argamassa Comunicação visual dos traços Estoque de cimento Fácil acesso pelo caminhão Próximo à betoneira Registro fotográ Possibilidade de usar carrinhos especiais, pallets ou silo Depósito coberto, com piso, protegido da umidade (estrado de madeira e espaço para circulação de ar) Máxima altura: 10 sacos Disposição que permita a rápida contagem e rotação dos estoques (PEPS) 14
15 Registro fotográ Portaria Controle de entrada e saída de pessoas Capacetes para visitantes Pode haver necessidade de entrada coberta Número de portarias depende do tamanho da obra, mas deve ser mantido ao mínimo Registro fotográ Escritório Possibilidade de visualização da obra Local para reunião de PCP Utilização de paredes para indicadores, plantas, planos, etc. Registro fotográ Refeitório Deve ser em local agradável, com pouco tráfego, sem muita poeira Não pode ser em sub-solos (NR18) Não deve ter comunicação direta com instalações sanitárias (NR18) Deve ter lavatório e água potável Dimensões mínimas: 0,75 m2/pessoa Dispositivo para aquecimento de comida Fechamento no mínimo até meia parede Registro fotográ Refeitório 15
16 Registro fotográ Bebedouro Matando a sede! NR 18 não se manifesta Medida simples, aumenta o conforto do operário Diminui o tempo de deslocamento Ganho na produtividade Registro fotográ Vestiários Próximo à portaria Sem ligação com refeitório Privacidade (anteparo) Dimensões mínimas: 0,90 m2 por pessoa Armários com cadeado Bancos e cabides Registro fotográ Instalações sanitárias Próximo a vestiários Anteparo visual Deslocamento máximo: 150 m Número de chuveiros: área mínima de 0,80 m² e 2,10 m de altura do piso Registro fotográ Ambulatório, alojamento 16
17 Registro fotográ Depósito de resíduos Fácil transporte de entulho Fácil remoção da obra Estimula (ou não) a redução de perdas Separação de materiais para reciclagem Impacto na segurança, movimentação de materiais e imagem da empresa 17
2 Canteiro de obras objetivos da organização. 1 Canteiro de obras definições. 2 Canteiro de obras importância da organização
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