Marcelo Soares de Moraes Brendon Chaves Araújo Janaína Nascimento. Prevenção da contaminação bacteriana no lactário
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- Eliana Teixeira Padilha
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1 Marcelo Soares de Moraes Brendon Chaves Araújo Janaína Nascimento Prevenção da contaminação bacteriana no lactário
2 Ilustrações: Estúdio Alexander Martins Fotografia da Capa: Janaína Nascimento Ficha catalográfica Moraes, Marcelo Soares de, Araújo, Brendon Chaves, Nascimento, Janaína. Prevenção da contaminação bacteriana no lactário Rio de Janeiro: Janaína Nascimento, p.: il., 21 cm. ISBN Lactário. 2. Fórmulas infantis. 3. Contaminação bacteriana. I. Título. Ficha catalográfica
3 SUMÁRIO Capítulo 1 As fórmulas lácteas infantis 2 Capítulo 2 Contaminação microbiana das fórmulas infantis 3 Capítulo 3 Como evitar a contaminação 6 Higienização das áreas de trabalho 6 Higienização dos utensílios 7 Higiene do manipulador 9 Higienização das mãos 10 Capítulo 4 Como preparar as fórmulas infantis 13 Capítulo 5 Informações gerais 15 Referências 16 1
4 CAPÍTULO 1 AS FÓRMULAS LÁCTEAS INFANTIS A amamentação é uma ação materna que visa alimentar a criança logo após o nascimento, e envolve fatores biológicos, sócio-econômicos, psicológicos e culturais, enfatizando os laços afetivos entre a mãe e o bebê. Quando a amamentação não é possível, devido a doenças, cirurgias na mama ou a outros fatores, as fórmulas lácteas infantis podem ser utilizadas na alimentação e suplementação da criança, principalmente nos seis primeiros meses de vida. As fórmulas lácteas são produtos alimentícios desenvolvidos na forma liquida ou em pó para suprir as necessidades de alimentação de crianças e recém-nascidos que por diferentes motivos não possam utilizar o leite materno. 2
5 CAPÍTULO 2 CONTAMINAÇÃO MICROBIANA DAS FÓRMULAS INFANTIS Micro-organismos: Você não os vê, mas eles estão lá. Quando micro-organismos indesejáveis se multiplicam no alimento, podem estragá-lo ou causar doenças. Se o alimento se estraga, percebemos por sua alteração na sua aparência, cor, odor e sabor. Entretanto, a maioria das bactérias patogênicas não altera essas características! Este é o grande problema: Um alimento aparentemente normal pode estar contaminado e causar vários problemas de saúde. São as chamadas doenças transmitidas por alimentos (DTA s) 3
6 As DTA s podem causar: Náuseas Diarréia Vômitos Infecção intestinal Em alguns casos, podem levar à morte! As fórmulas infantis não são produtos estéreis, mesmo que tenham sido fabricadas para atender as normas de higiene em vigor. Embora as fórmulas sejam amplamente utilizadas, micro-organismos como Cronobacter sp., Salmonella enterica, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Clostridium difficile, Clostridium perfringens, Clostridium botulinum, Citrobacter freundii e Klebsiella pneumoniae são encontrados nesse tipo de alimento. Dentre estes, Cronobacter e Salmonella são os mais virulentos e constituem um sério problema para os lactentes, podendo causar uma série de doenças como diarréias graves e até mesmo, infecções sistêmicas. 4
7 A higienização inadequada de equipamentos e utensílios (liquidificadores e jarras plásticas, por exemplo) utilizados nas etapas de pré-preparo, preparo, cocção e distribuição das fórmulas lácteas contribuem para que se tornem intermediários na contaminação de alimentos, causando doenças de origem alimentar e trazendo riscos de morbidade para as crianças. A contaminação das fórmulas infantis pode ocorrer de três formas principais: Higienização incorreta dos utensílios Falhas na higienização do manipulador Preparo e/ou armazenamento incorreto das fórmulas A saúde do lactente também depende de VOCÊ! 5
8 CAPÍTULO 3 COMO EVITAR A CONTAMINAÇÃO? HIGIENIZAÇÃO DAS ÁREAS DE TRABALHO (Bancadas, pias e balcões de apoio) 1. Com auxílio de um pano seco, retire os resíduos sólidos que estão sobre a bancada; 2. Dilua a solução de hipoclorito de sódio em uma vasilha própria, na proporção 1:9 (1 parte de hipoclorito para 9 partes de água); 3. Aplique a solução diluída, espalhando pelas bancadas com auxílio de um pano limpo e espere agir por 10 minutos; 4. Enxague com água, retirando todo excesso de hipoclorito, com auxílio de um pano úmido; 5. Espere secar naturalmente; 6. Com outro pano seco e limpo, aplique álcool 70% em toda superfície; 7. Espere secar naturalmente. 6
9 HIGIENIZAÇÃO DOS UTENSÍLIOS (jarras plásticas, bicos de mamadeiras, mamadeiras, colheres e panelas) 7
10 1. Execute a pré-lavagem dos utensílios com auxílio de uma esponja dupla face, retirando as sujidades e acondicionando-as na lixeira; 2. Faça a imersão de todos os utensílios em solução de cloro ativo a 200 ppm ou cloro em pó a ser diluído em água, (conforme orientação do fabricante) por 15 minutos; 3. Lave os materiais com detergente, esponja de dupla face e/ou escova, esfregando todas as partes internas e externas dos utensílios, retirando todas as sujidades e incrustações visíveis; 4. Enxague em água corrente, retirando todo o sabão e as sujidades; 5. Em uma panela com água fervente, faça a imersão de todos os utensílios previamente higienizados por 10 minutos; 6. Com auxílio de um pegador, retire todos os utensílios da água quente, colocando-os para secar em um escorredor próprio. 7. Após a secagem, guarde todos os utensílios em um organizador apropriado e com tampa. 8
11 HIGIENE DO MANIPULADOR O lactarista deve garantir que esteja: 1. Com as unhas cortadas, limpas e sem esmaltes; 2. Com o uniforme limpo, completo e em bom estado de uso; 3. Sem uso de adornos (alianças, brincos, pulseiras, relógios, piercings, etc.); 4. Com os cabelos presos e cobertos por touca; Com as mãos higienizadas antes e depois das atividades e nas trocas de funções. 9
12 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS De acordo com a ANVISA, a higienização das mãos deve seguir os seguintes passos (BRASIL, 2007): 1. Abra a torneira e molhe as mãos, evitando encostar na pia. 2. Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante). 3. Ensaboe as palmas das mãos, friccionando-as entre si. 4. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda (e vice-versa) entrelaçando os dedos. 5. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta (e vice-versa), segurando os dedos, com movimento de vai-evem. 6. Esfregue o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda (e vice-versa), utilizando movimento circular. 10
13 7. Friccione as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha (e vice-versa), fazendo movimento circular. 11
14 8. Esfregue o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita (e vice-versa), utilizando movimento circular. 9. Enxágüe as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evite contato direto das mãos ensaboadas com a torneira. 10. Seque as mãos com papel-toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. Boa parte das infecções é devida à transmissão fecaloral. A lavagem das mãos é de extrema importância para evitar esse problema. 12
15 CAPÍTULO 4 COMO PREPARAR AS FÓRMULAS INFANTIS 1. Ferva a água potável. 2. Coloque na mamadeira previamente higienizada a quantidade exata de água morna previamente fervida. 3. Sempre que utilize a colher-medida contida na embalagem. Encha a colher e nivele-a com o auxílio de uma faca limpa e seca. 4. Adicione a quantidade de colheresmedida, de acordo a orientação do médico ou nutricionista. 5. Siga rigorosamente a orientação quanto ao número de colheres-medida, pois a adição de mais ou menos colheres-medida pode ser prejudicial à saúde do lactente. 6. Feche a mamadeira e agite-a até que o pó se dissolva completamente. 13
16 7. Verifique a temperatura do produto no pulso antes de oferecer ao lactente a fim de evitar queimaduras. 8. Feche bem a lata após o uso. 9. Antes de distribuir a mamadeira, aqueçaa no micro-ondas por 40 segundos, deixe esfriar 10 minutos e entregue no setor solicitado. Nunca use água sob temperatura abaixo de 70 C! 14
17 CAPÍTULO 5 INFORMAÇÕES GERAIS 1. Adote os cuidados necessários durante o preparo para evitar queimaduras; 2. Ofereça apenas mamadeiras preparadas no momento do consumo; 3. Após a abertura da lata, recomenda-se o consumo do conteúdo em até 3 semanas; 4. Conservar a lata sempre em local fresco e arejado; 5. Sobras de fórmulas prontas não deverão ser utilizadas e sim descartadas; 6. Utilizar menos pó do que a quantidade indicada poderá privar o lactente de uma nutrição adequada. Inversamente, quantidades maiores de pó podem provocar desidratação; 7. A saúde do lactente depende de cuidados quanto ao modo de preparo e uso do produto. 15
18 REFERÊNCIAS Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Higienização das mãos em serviços de saúde/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, p. Disponível em: BRASÍLIA. Governo do Distrito Federal, Secretaria de Estado de Saúde do DF, Subcretaria de Atenção Básica à saúde, Diretoria de Promoção e Assistência à saúde, Gerênica de Nutrição de Nutrição. Manual de Boas Práticas de preparo de Fórmulas Infantis no Lactário, PINTO, U. M., CARDOSO, R. R.; VANETTI, M. C. D. Detecção de Listeria, Salmonella e Klebsiella em serviço de alimentação hospitalar. Rev. Nutr., Campinas, v. 17, n. 3, p , jul./set., ROSSI, P. Avaliação de Perigos Microbiológicos no preparo de fórmulas infantis em lactário hospitalar. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Unicamp, ROSSI, P.; KABUKI, D. Y.; KUAYE, A. Y. Avaliação microbiológica do preparo de fórmula láctea infantil em lactário hospitalar. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 69, n. 4, p , SILVA JÚNIOR, E. A. Manual de Controle Higiênico-Sanitário em Serviços de Alimentação, 6ª ed. São Paulo: Varela, p. 594, WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Safe preparation, storage and handling of powdered infant formula guidelines Disponível em: x.html. Acesso em 07 mar
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