Perspectivas para o Governo Dilma 19 de maio de 2011

Transcrição

1 Perspectivas para o Governo Dilma 19 de maio de alberto.almeida@institutoanalise.com 1

2 O que é ERRAR do ponto de vista do governo 2

3 O ERRO O Governo Dilma ERRA toda vez que toma decisões que coloquem em risco a permanência do PT no poder O ERRO tem em vista a eleição presidencial de 2014; A substância do ERRO pode ser variada: ERRO em escolhas de política econômica; ERRO no gerenciamento político; ERRO na estratégia de comunicação; etc. 3

4 O GRANDE ERRO de qualquer governo O que condiciona a vitória (ou derrota) eleitoral é o consumo da população; O que importa para o governo é que de 18 a 12 meses antes de outubro de 2014 o Brasil entre em um vigoroso ciclo de aumento de poder de compra; O PT tem dois candidatos para 2014: Dilma ou Lula. 4

5 O principal resultado do funcionamento de nossas instituições políticas: competitividade 5

6 As últimas cinco eleições presidenciais: PT versus PSDB - quem não mostrar serviço perde Cinco eleições presidenciais: 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010 Controle em aliança com o PMDB - da Câmara dos Deputados e do Senado Controle dos governos estaduais Prefeituras 6

7 O melhor mágico não faria isso presidentes 15 ministros da fazenda 14 presidentes do BC 6 moedas 730% de inflação anual 2 presidentes 3 ministros da fazenda 5 presidentes do BC 1 moeda 7% de inflação anual 7

8 O mapa eleitoral do Brasil Eleição presidencial 1º turno de 2006 Resultados por município Eleição presidencial 1º turno de 2010 Resultados por município Eleição presidencial 2º turno de 2010 Resultados por município 8

9 PT e PSDB nos próximos anos 9

10 A competição feroz entre PT e PSDB PT: o partido mais forte no cenário nacional. O PT se tornou um dos pilares sociais, político e ideológico do Brasil. Apesar da terceira derrota seguida o PSDB tem no mínimo 35% de votos válidos no primeiro turno e 44% no segundo são votos contra o PT 10

11 Igualdade versus eficiência Mais governo versus menos governo Quem defende mais igualdade e mais estado na economia Labour, Grã-Bretanha PSOE na Espanha O ex-pci na Itália atual PD SPD, Alemanha Democratas nos EUA PT no Brasil Partidos que defendem menos impostos e mais eficiência Tories, Grã-Bretanha PP na Espanha O ex-populari na Itália CDU e CSU na Alemanha Republicanos nos EUA PSDB no Brasil 11

12 O que faz do PT um partido social-democrata Sua história Sua base eleitoral Sua defesa de mais intervenção governamental na economia A imagem do partido que melhora a vida dos pobres A imagem do partido que reduz a desigualdade Inegociável Inegociável 12

13 13 A cultura brasileira e seu impacto na política

14 A cultura brasileira Nem branco nem preto, é melhor estar no meio A ambiguidade é um valor Não há adesão moral a dogmas ou doutrinas A moral é contextual, circunstancial A inconsistência não é um problema Há uma grande zona cinzenta moral na qual não está claro o que é certo e o que é errado 14

15 A combinação entre a competitividade política e a cultura brasileira Competitividade eleitoral intensa Ausência de dogmas Políticos extremamente pragmáticos 15

16 16 Há muitos casos de longa permanência no poder

17 Muitos exemplos de longa permanência no poder Suécia: desde 1932 o Partido Social Democrata perdeu somente quatro eleições: 1976, 1979, 1991 e 2006 Japão: 54 anos seguidos de Partido Liberal Democrata Reino Unido: Margaret Thatcher: 1979, 1983, 1987, e John Major em 1992 Alemanha: 16 anos de Helmut Kohl EUA: 4 x FDR + 1 x Harry Truman EUA: 2 x Reagan, 1 x Bush EUA: 2 x Clinton, 1 x Al Gore, que ganhou, mas não levou 17

18 O PT é um exército unido que luta para conquistar mais e mais poder 18

19 Várias maiorias simples: 257 votos PT: 88 deputados Na esquerda: PSB: 34 PDT: 28 PC do B: 15 Total: 77 No centro: PMDB: 79 Na direita: PR: 41 PP: 41 PTB: 21 PSC: 17 PV: 15 PRB: 8 Total:

20 Senadores petistas de primeiro mandato que serão candidatos competitivos em 2014 Lindbergh no Rio de Janeiro Gleisi Hoffmann no Paraná Walter Pinheiro na Bahia Tarso Genro disputa a reeleição no RS Humberto Costa em Pernambuco José Pimentel no Ceará Lula já começou a articular a sucessão em São Paulo Fernando Pimentel, de MG, é de confiança de Dilma 20

21 Proporção de prefeitos por partido 50 percentual ,6 43,1 39,4 37,5 38,2 37,7 36,5 33,7 24,7 24,1 22,6 20,3 21,6 17,4 18,5 19,1 17,1 17,8 15,7 14,1 14,2 9,8 6,7 7,9 8,9 0,9 2 3,4 1,1 0, ano PMDB DEM/PFL PSDB PT Demais 21

22 22 Os condicionantes da política econômica em 2003 e 2011

23 2003 é comparável com é comparável com 2011 porque os dois são o primeiro ano de governo de um presidente de primeiro mandato; Ou seja, o presidente pode ser reeleito. 23

24 2003 é comparável com Lula era oposição a FH 30% - popularidade do presidente 12,6% - desemprego 12,5% - inflação 2,7% - crescimento do PIB 22% - selic 2011 Dilma é continuidade de Lula 80% - popularidade do presidente 5,3% - desemprego 5,9% - inflação 7,5% - crescimento do PIB 10,75% - selic Necessidade de mudar, de ganhar confiança, era imperativo reverter as expectativas Dificuldade de mudar, desnecessário ganhar confiança, difícil reverter expectativas 24

25 25 O triunvirato mais poderoso

26 O triunvirato 26

27 27 A inflexão do governo Dilma quanto à política econômica

28 O momento-chave: de meados de fevereiro ao final de março Matéria no Valor caderno EU & Fim de Semana em 18 de fevereiro mostrando um Tombini autônomo Às vésperas da reunião do Copom de 1º e 2 de março: em 24 de fevereiro Cristiano Romero escreve no Valor e afirma que há chances de que a Selic aumente 0,75. Jantar de Tombini em São Paulo em 24 de março 28

29 O triunvirato e a política econômica Vamos fazer ajuste fiscal aumentando impostos 29

30 A resposta do governo é previsível em duas situações extremas O meio-termo é o grande problema 30

31 O que importa é o poder de compra O grande fato político que pode mudar o rumo do governo é a queda da popularidade da Dilma PODER DE COMPRA RENDA REAL 31

32 Se o centro da meta caminhar na prática para 5,5% Inflação em torno do centro da meta 4,5%: sucesso da equipe econômica Inflação de 6,5 em 2011 e 7% em 2012: Mantega tende a ser substituído O problema é o meio-termo: 2011: 7% 2012: 5,7% 2013: 5,5% Apenas se afetar o PODER DE COMPRA 32

33 O combate à inflação como o auto-engano da dieta 33

34 A não-decisão é uma decisão Dilma é continuidade a Lula na não-decisão 34

35 Mais de quatro meses sem agenda legislativa Na campanha eleitoral Palocci fez chegar em várias matérias do Valor uma agenda legislativa mínima do futuro governo; Até agora o governo não encaminhou nenhuma proposição legislativa modernizadora; Muito menos acenou com um conjunto de medidas desta natureza 35

36 Final de março (2011) Declaração de Dilma na viagem a Portugal : "Nós temos um problema sério de maioria (conversa com Cavaco Silva); "Tem maioria na Câmara e no Senado, mas a cada votação sempre é necessário fazer uma avaliação caso a caso ; "Agora, sem coligação é muito difícil de governar ; A presidente explicou que mesmo sua base tendo 366 deputados e 52 senadores exige negociações constantes para aprovação de projetos; 36

37 O principal fator de risco: Dilma se envolve em detalhes 37

38 Dilma se envolve em detalhes Jimmy Carter: especialista em coisas irrelevantes Dilma: entra em detalhes na sua primeira entrevista ao Valor Dilma: analisa os nomes do segundo escalão, veta ou aprova, por exemplo, para cargos no Banco do Nordeste Dilma: confere o andamento das obras dos aeroportos 38

39 Mais um partido: o papel do PSD de Kassab 39

40 O PSD de Kassab Kassab candidato ao governo de São Paulo em 2014; Governo aumenta sua base na Câmara e no Senado; O Dem e outros oposicionistas não sobrevivem mais quatro anos longe do governo federal Opção para Serra em 2014; Porta de saída para insatisfações regionais. 40

41 Candidatos possíveis em 2014 Dilma ou Lula pelo PT; Aécio pelo PSDB; Marina, talvez; Serra, talvez; Um candidato do PMDB, possível, mas improvável. 41

42 Obrigado 42